Living In The Moment escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 9
Capitulo 9 - Amarras


Notas iniciais do capítulo

Hello, people!
Primeiro, quero agradecer a linda e maravilhosa Marina Herondale, por recomendar nossa querida LITM, se alguém quiser seguir o exemplo dela... Cof, cof... Hahahha Mas, serio.. Obg, Mari! Esta foi a primeira recomendação q recebi, tipo.. Na vida, e eu fiquei muuito feliz.
Ah... Eu sei q nunca agradeci, posso parecer uma vaca mal agradecida, mas é pq eu esqueço ~tenho uma péssima memoria ~, mas eu quero agradecer a todos que favoritaram, que estão sempre comentando e a todos vcs q estão lendo a minha fanfic. Obrigada!
Criei um grupo no face para termos mais interação, apareçam por lá... Lá vcs poderam puxar minha orelha por demora de cap, eu poderei dizer a previsão de postagem, e claro, spoiler.. hihihi:
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Bjs!



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Desde que eu conseguia lembrar
Tudo que há dentro de mim
Só queria se encaixar (oh oh oh oh)
Eu nunca fui um para dissimulados
Tudo o que eu tentei ser
Só não combinava comigo (oh oh oh oh
) - Kat cantarola feliz.

–Como você consegue estar feliz, no meio desta chuva? - questiono intrigado me jogando ao seu lado na cama.

–A chuva é necessária. - dá de ombros.

Fico ainda mais confuso com sua resposta, mas decido ignorar, minha mente está totalmente voltada para outra coisa, algo que tem me intrigado e preocupado. Respiro fundo antes de questionar.

–Kat, Kat... - chamo e ela me olha esperando que continue. - Hum.. - coço a nuca nervoso. - Cato, Clove, Finn, Annie... Ninguém me ligou, será que eles não me perdoaram? - indago nervoso.

Ela revira os olhos, mas sorri docemente para mim, um sorriso que me faz balançar por um motivo que descobri recentemente, e tem me deixado aflito.

–Fique calmo, avestruz! Dê tempo ao tempo, o mundo não foi criado é uma noite. O perdão que não foi liberado em anos não pode ser liberado em horas. - filosofa. Pelo menos a Kat viva, feliz, brilhante estava de volta, um segundo ou outro ela decaia um pouco, mas sempre voltava a brilhar.

–Eu estou inseguro, Kat e tenho certeza de que isso é completamente normal. - afirmo e vejo-a ficar pensativa, até que se levanta de repente.

–Tive uma idéia, vem comigo. - chama e segue ansiosa pela porta do hotel, me fazendo segui-la.

Estamos por fim em Gallup, antes de chegarmos aqui, passamos por Santa Fé, nadamos em um rio indígena, basicamente, tive dois dias comuns ao lado de Katniss Everdeen. Nós estávamos por fim em Gallup, e quando chegamos, por um segundo eu realmente acreditei que iríamos aproveitar completamente a cidade, então começou a chover, não uma chuva como a de Clinton, esta é mais branda, mas ainda atrapalha nosso turismo, e desta vez nós mesmos escolhemos ficar no mesmo quarto para nos distrairmos.

Descemos pelo elevador, e chegamos ao Lobby, onde algumas pessoas estão se dividindo em sofás, algumas delas mexendo em tablets e notebooks, enquanto outras conversam entre si, espero Kat seguir para um sofá também, mas ela faz diferente, segue direto para a porta do hotel.

–O que você está fazendo? - questiono intrigado.

–Me divertindo. Agora, vem! - responde antes de passar pela porta e ficar debaixo da chuva, me deixando sem escolha, além de segui-la.

Ela começa a gargalhar infantilmente em seu modo Kat, e eu faço o mesmo. Ela se aproxima de mim e pega em minha mão sorridente.

–Quer dançar? - chama. Uma dança sem música na chuva? Por que não?

–Sem musica? Na chuva?

–A intenção é dançar na chuva, mas quanto a música, posso me virar. - dá de ombros minimamente.

–Saiba que sou péssimo dançando.

–Nós superamos isso. - garante antes de colar uma de suas mãos a minha e posicionar a outra em meu ombro, enquanto a minha vai para sua cintura.

Ultimamente, tenho pensado

Quem ocupará meu lugar

Quando eu me for, você vai precisar de amor

Para iluminar as sombras do teu rosto

Se uma grande onda cair

E cair sobre todos nós

Então entre a areia e a pedra

Você conseguiria se virar sozinha?

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou aonde quer que você vá

Bem lá em cima ou lá embaixo

Eu vou aonde quer que você vá

E talvez eu descubra

Um modo de conseguir voltar algum dia

Para te vigiar, para te guiar

Para te guiar nos seus dias mais negros

Se uma grande onda cair

E cair sobre todos nós

Então eu espero que haja alguém lá

Que possa me trazer de volta para você – cantarola.

–Por que essa música? – questiono desejando uma resposta, ao mesmo tempo que não quero que ela pare de cantar.

Para minha felicidade, ela continua cantando, enquanto nos mexemos minimamente com a água caindo sobre nós, deixando-nos mais pesados.

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou aonde quer que você vá

Bem lá em cima ou lá embaixo

Eu vou aonde quer que você vá

Fuja com meu coração

Fuja com minha esperança

Fuja com meu amor

Agora eu sei exatamente como

Minha vida e o meu amor poderão continuar

Em seu coração, em sua mente

Eu ficarei pra sempre com você

Se eu pudesse, então eu iria

Eu vou aonde quer que você vá

Bem lá em cima ou lá embaixo

Eu vou aonde quer que você vá

Se eu pudesse voltar no tempo

Eu vou aonde quer que você vá

Se eu pudesse fazer com que você fosse minha

Eu vou aonde quer que você vá

Eu vou aonde quer que você vá – termina, e nós apenas nos acomodamos um no abraço do outro

–Meu pai cantava essa música todos os dias antes de eu dormir, era a nossa música. Foi a primeira que eu aprendi a cantar. – conta sem olhar em meus olhos. Provavelmente respondendo o porquê desta música. –Agora, vamos entrar, se não as chances de termos uma pneumonia subiram para asma. – fala me puxando para dentro do hotel novamente.

Como alguém pode gostar tanto de arrastar o pobre Peeta? É o que eu me pergunto enquanto atravessamos o lobby, recebendo diversos olhares tortos, e entrando no elevador.

–Toma banho primeiro. – falo quando adentramos o quarto, ela apenas assente, vai até sua mala e pega algumas roupas, seguindo para o banheiro. Pego minhas roupas também e me sento na cama esperando-a sair, analiso o quarto decorado em preto e cinza, até ouvir o barulho da porta se abrindo, de lá saindo uma Katniss seca, usando um short jeans e uma camiseta com uma frase alegre, que não combina muito com sua expressão facial cheia de nostalgia, de pensamentos indesejados.

Tomo um banho rápido, alheio a tudo e a nada, com o corpo em baixo do chuveiro e a cabeça refletindo sobre como Kat pode mudar assim, tão facilmente de um segundo para o outro. Saio do banheiro vestindo uma camiseta verde (minha mais nova cor favorita), e uma bermuda jeans qualquer. Vejo Kat sentada na cama com o olhar fixo no nada, me sento ao seu lado, observando essa sua versão que surgiu do nada, a ultima vez que estivemos sentados aqui ela estava tão cheia de animo, de alegria, parecia outra pessoa.

–Você é bipolar, não? - percebo de repente, chamando a atenção dela. - Ora feliz, ora triste, ora livre e leve, ora cabisbaixa e nostálgica...

–Bem... - sorri de canto - Ninguém é perfeito, não posso ser exceção - solto uma risada seca, mas divertida. - Talvez isso seja culpa da falta de um manual de instruções da vida. - dá de ombros.

–Mas, você leria? - ela me olha confusa - Se existisse um manual de instruções da vida, você leria, Kat? - ela fica pensativa por um tempo, mas responde.

–Não, eu ia jogar fora no mesmo instante, ou... ia botar fogo, acho legal colocar fogo nas coisas. - Solta uma risada, aquela risada que é música para meus ouvidos, que me faz querer congelar o momento para ouvi-la para sempre, me dá vontade de guardá-la em um frasco, que me faz sentir como um adolescente apaixonado.

A risada de Katniss murcha aos poucos, e nós ficamos no profundo silêncio, não um silêncio desconfortável ou vergonhoso, mas sim um silêncio pensativo, intimo, um silêncio nosso. Sei que Kat esta bastante pensativa, pois seus olhos estão vidrados no nada e posso ver através de suas expressões faciais. Depois de um tempo, ela interrompe o silêncio, mas dessa vez, sua voz esta baixa, como se o que falasse fosse um segredo, e seu tom melancólico.

–Pode não parecer, mas sou tão incompleta quanto você, para você faltam aventuras, coragem, mudanças, diversão... Para mim, falta...

–Falta juízo?!- interrompo-a gracejando

–Também - sorri triste - Eu simplesmente não sei o que me falta, uns dizem ser amor, outros família... E, alguns dizem que não é falta de algo e sim sofrimento de perda...

–Não compreendo - digo sincero

–Beeem, a muito tempo atrás, eu tinha uma bela família - sorri com nostalgia - meu pai, minha mãe, eu e Prim - pronuncia cada palavra calma e pausadamente - Éramos muito felizes... Eu era muito próxima do meu pai, era tudo perfeito até que... Um dia, era natal... -respira fundo - Prim cismou que queria ver as decorações natalinas na rua principal da cidade, meu pai foi levá-la e eu fiquei com minha mãe ajudando na preparação da ceia... - puxou uma grande quantidade de ar - Nós terminamos tudo, e nos arrumamos, lembro que eu estava super animada, queria saber qual era meu presente, e estava amando aquele vestido lilás... Já havia passado da hora do meu pai chegar, mas nada... Então, minha mãe recebeu uma ligação e foi atender pensando que era meu pai, quando atendeu... - a essa altura Katniss já derramava lagrimas, e eu as enxugava em uma falha tentativa de acalmá-la, nunca soube lidar com mulheres em prantos, e ver a doce e alegre Kat nesse estado me assusta. - era a policia, falando que meu pai e Prim, haviam sofrido um acidente de carro e... - soluçou - ambos haviam morrido...

–Não precisa falar, não precisa me contar se não quiser, sei que é difícil... - ela apenas sacode a cabeça, querendo dizer que continuaria.

–A partir desse momento, minha mãe entrou em uma depressão e... Aparentemente, se esqueceu que uma de suas filhas havia sobrevivido... - soluça novamente, balançando a cabeça em clara negativa a mãe, apenas a abraço tentando confortá-la - Então, lá estava eu, uma garota de 13 anos que só tinha a mãe depressiva que mais parecia um zumbi... - suspirou - Acho que essa é minha amarra - penso bastante a respeito, abraçado a ela, e ela com rosto enfiado no meu peito, e quando chego a uma conclusão sussurro.

–Acho que todos eles estavam errados... - ela levanta a cabeça olhando para mim com uma clara confusão estampada em sua face, e eu amo isso, o simples fato de conseguir ler sua face - As pessoas que acham que sabem o que te falta... Na realidade não te falta nada, e não é só sentimento de perca, é sua amarra... Você é presa a isso, seus medos sempre serão sobre isso, seus traumas, sua dor... - ela apenas assente, demonstrando que entendeu.

E, nesse momento eu percebo, não dá para lermos toda a vida, e entendermos como funciona, viver não vem com manual de instruções, mas acho que... Às vezes podemos entender uma coisa ou outra. E, agora eu entendi que cada pessoa possui suas próprias amarras, umas leves e fáceis de quebrar, outras são verdadeiras correntes e a única forma de seguir em frente, é aprendendo a conviver com elas.


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Notas finais do capítulo

Oq acharam? Necessito de suas opiniões... And, please, comentem, sim? Ahh, e entrem no grupo, ta?
Bjs!