Living In The Moment escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 19
Bônus 1 - Deixando-o


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores,
Como vocês estão? Bem, eu estou super hiper sofrida depois de escrever este primeiro bônus, doeu muito.
Quero pedir desculpas pela demora, mas, acredito que, voltei para ficar :D
Quero agradecer a linda da Sabrina Azzar pela linda recomendação, que me fez chorar de emoção. E, claro, agradecer à todos vocês por estarem sempre aqui, apesar da demora. Eu os amo!
Esse bônus é o Pov. Katniss de quando ela escreveu a carta, quando ela deixou o Peeta. E, ele foi escolha da Cupcake de Brigadeiro/Drii. Obrigada por estar sempre do meu lado, me apoiando, Drii!
Espero que gostem!
Beijos,
Manu



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Eu te amo

As palavras dele ainda estão na minha cabeça, confundindo-me, brincando com minha consciência, mexendo com meus medos. Ele me ama. Peeta, o cara do incrível coração e sorriso encantador, me ama, e eu não posso devolver o sentimento.

Olho para sua face calma, feliz, até. Ele dormiu há pouco mais de meia hora, mas eu não consigo nem piscar, não sem me sentir culpada. Como alguém como ele pode amar alguém como eu? Ele não me conhece de verdade, não sabe quem sou. Por onde passo deixo apenas corações partidos, esse é meu rastro. Não posso fazer isto com ele, com qualquer um, menos ele. Tenho de deixá-lo.

Se eu for... Talvez ele chore, talvez grite, mas isso passará. Se eu ficar ele me fará querida e amada, serei a mais feliz de todas as mulheres do mundo, até meu passado me reencontrar, me capturar e estragar toda essa alegria. Então, ele destruirá Peeta, fazendo-o acreditar que tudo que aconteceu entre nós foi uma mentira, que eu brinquei com ele e seus sentimentos e de todas as coisas do mundo, esta é a que menos desejo que aconteça. Se eu for agora, doerá menos em Peeta... Doerá menos em mim.

Mesmo contra minha vontade, levanto-me deixando-o solitário no ninho que a cama se tornou após esta noite, visto minhas roupas que estão jogadas pela casa e volto ao quarto. Peeta ainda está dormindo, abraçado a meu travesseiro, seus cabelos bagunçados, e eu sei que fui eu quem os bagunçou, sua pele vermelha e marcada pelas minhas unhas, e seus lábios inchados, por nossos beijos. Seus lábios que parecem eternamente presos em um sorriso, um sorriso que será quebrado ao acordar. Um sorriso incrivelmente lindo que não existirá mais por minha causa.

Por que eu me sinto assim?Todas as vezes que fui embora, algo sempre era sentido, mas nunca assim, nunca tão intenso e dolorido. A partida nunca me fui algo tão sofrido, sempre era algo interessante, um novo começo, uma nova chance, novas histórias. Mas, agora, não quero um novo começo, a história que tenho ao lado de Peeta já me é boa o bastante. Peeta é mais que bom o bastante, ele é como tudo que eu sempre necessitei, como tudo que eu sempre quis, mas não sabia antes de conhece-lo, apenas sentia sua falta em algum lugar em mim.

Ele é diferente. Isso é real, Peeta é especial, ele me faz desejar o que nunca quis. Não posso simplesmente ir, deixar apenas um lugar vazio na cama e no coração de Peeta, eu tenho de deixar algo... Uma justificativa. Não há nada que vá diminuir a dor, mas se eu deixar uma carta, uma justificativa, seria melhor, certo?

Mas, como eu escreveria uma carta? Como começaria ou terminaria? Será que há alguma expressão nesse mundo que defina o quanto eu não queria que ele passasse por isso, o quanto eu não quero passar por isso? O passado é uma parte nossa que nem sempre desejamos que caminhe à nosso lado, queremos seus ensinamentos, não suas consequências. Não, realmente não há palavra que defina o que sinto nesse momento, não há nada que eu possa escrever que vá confortar meu querido avestruz, nada. Há poucas frases que, possivelmente, definam esse turbilhão de sentimentos que se passa dentro de mim.

“Não é difícil lutar pelo que se deseja, difícil é desistir do que mais se quer.”

Lembro-me de quando ouvi essa frase pela primeira vez, ainda tinha por volta de meus doze anos e essa frase não fez o mínimo sentido para mim, afinal, por que alguém desistiria de algo que quer muito? Lembro-me de olhar totalmente confusa para meu pai e tentar explicar minha lógica, o que o fez sorrir, e ele disse que eu era pequena para entender aquilo, mas, um dia, iria gostar tanto de algo que desejaria apenas o melhor para aquilo, mesmo que fosse necessária minha desistência. Agora, eu entendo.

Abro o criado mudo de Peeta, onde sempre há papel e caneta, pego o que necessito, sento-me em uma cadeira próxima a cama e me ponho a escrever. Coloco todos meus sentimentos conflituosos para fora da melhor forma possível, deixo as lagrimas caírem livremente, e a minha mão fazer a caneta deslizar da forma que deseja, escrevendo o que meu coração acha ser certo. Maldito coração! Sempre pensei que servia apenas para bombardear sangue, mas, em algum momento ao lado de Peeta, ele passou a ter uma função extra. Ele dispara de maneiras diferentes, códigos indecifráveis, faz meus cabelos se arrepiarem, minhas pernas bambearem, meu rosto corar. Mas, o pior de tudo é que meu coração decidiu falar, mas nem sempre ele é sábio, como agora, que ele grita “Fique, deite-se ao lado de Peeta e esqueça tudo isso. Você sabe, se for necessário para estar a seu lado, ele cruzaria o oceano a braçadas. Fique!”.

Quando paro para reler minhas palavras com atenção, vejo que já contei toda minha história, que revivi inúmeras dores sem sentir aquele gosto amargo de fel que sempre me contaminava quando minha memória se punha a funcionar. Mas, nesse exato instante, não temo meu passado, todas as dores que havia nele, já foram sentidas por mim, temo meu futuro, onde estão as novas provações.

Tudo que escrevo, é a mais pura verdade, é tudo que sentia e não conseguia organizar. É a verdade, tenho de seguir em frente, não posso ser como um cachorro correndo atrás do próprio rabo, eu tenho que seguir, para onde quer que o futuro ordene. Quando sinto que terminei, por fim, dobro ao meio e escrevo aquela frase, a que define tudo que se passa em mim. E, quando deixo o papel em cima da cama, antes de seguir para meu apartamento, sei que sou uma nova Katniss.

Puxo o telefone do bolso, e ligo para um número que é como minha central de segurança.

— Se você estiver me ligando a essa hora, e não for porque resolveu casar com Peeta em Vegas e quer que eu seja sua madrinha, pode...

— Johanna, ainda há espaço para mais um recomeço na sua casa?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Choraram? Contem-me vossa opiniões! Espero que tenham gostado.
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Beijos,
Manu Schreave