Carlos Estava lá embaixo, na quadra, em uma fila com outros candidatos a jogadores de Hóquei. Vi que Kendall e James estavam falando alguma coisa, enquanto o resto do time estava lá atrás ouvindo. Só tinha eu na arquibancada, fiquei olhando fixamente para Carlos, ele não percebe, estava muito concentrado no teste, ele realmente queria entrar.

Se passaram alguns minutos e lá estava eu assistindo, só que percebo uma coisa estranha. Bob, não estava na quadra, não estava com o time, tudo bem que ele era só um reserva metido, mas fiquei preocupado. Carlos, não estava lá para me proteger outra vez... não que eu precisasse, mas se ele tentasse fazer alguma coisa comigo, não teria a mesma sorte.

Resolvo esquecer isso e volto ao teste de Carlos. Pelo pouco que sei sobre Hóquei, ele estava arrasando, quer dizer, ele era bom e pelo que estava vendo, Kendall e James também estavam impressionados.

Não quero ser chato, mas obviamente ele entraria, mas eu não queria isso, quer dizer, ele ficaria “popular” e se ele acabasse como Bob? Não! Isso nunca iria acontecer. Veja Kendall e James, são os melhores jogadores do time e sãos os únicos, eu acho, que jogam por amor e não por essa coisa de popularidade, eles são fechados, só ficam entre os dois, não falam com mais ninguém, pode até aparecer estranho, mas quero que seja assim comigo e Carlos.

Novamente, o tempo passava e eu ainda estou assistindo ao teste. Quando resolvo sair para comer algo, saio discretamente da arquibancada. Comecei a andar pelos corredores da escola, estava tudo vazio, só o ginásio parecia ter vida. Perto da sala dos professores tem uma daquelas máquinas de doces, vou até lá para pegar algo.

Estou pegado um doce da máquina, quando sinto um pequeno empurrão por trás, bato na máquina, não muito forte, mas mesmo assim, machuca. Viro assustado para trás e vejo a figura mais infernal da minha vida, Bob. Ele estava sorridente, mas por que ele está aqui? Eu não vi ele no ginásio, será que estava me seguindo? E agora, o que vou fazer, ou melhor, o que ele vai fazer comigo? Não tinha para onde correr. Logo, ele começa a falar:

– E ai, Logan?

Ele parecia estar chapado, seus olhos estavam vermelhos e ele ria histericamente, estava morrendo de medo com o que poderia acontecer comigo, ele estava drogado, isso era obvio, nunca o vi assim antes. Não respondo ele, então ele continua falando:

– Não Vai me responder? - Ele grita, ele soca a máquina que está atrás de mim, eu resolvo conversar com ele.

– Bob, você não está legal.

– Cala a Boca, seu Inútil.

– Por Favor, deixa eu ir...

– Não seu idiota, ele era meu.

– Como assim?

– Carlos! - Ele grita o nome de Carlos e isso se repete. Grita e grita mais do que nunca, estava aterrorizado, o que ele queria dizer com isso? Ele iria me matar, ou então, sairia de ambulância se alguém não chegasse logo. Ele não para, estava louco e eu só observando, mas por que ele gritava o nome dele?

Bem, a situação começa a sair de controle quando ele corre até mim, me ameaçando, ele coloca seus braços sobre meu pescoço. Fico sem ar por alguns momentos, quando de repente vejo Bob sendo jogado para trás, dessa vez estava consciente de tudo, eram Kendall e James, eles tinham jogado Bob para trás, eu caio para baixo, fico imóvel para pegar ar quando. Quase como uma surpresa, Carlos me abraça, ele se joga em mim, perguntando:

– Você está bem? Logie, você está bem?

– Estou... - Respondo calmamente, felizmente, eu estava falando a verdade.É, minha onda de sorte só está crescendo, eu acho.

– Ele está drogado! Você podia ter se machucado.

– Eu estou bem! - Repito. Ele volta a falar:

– Por que saiu do ginásio?

– Estava com fome. - Ele dá uma pequena risada e me ajuda a levantar, ele realmente estava preocupado comigo, me viro para ver Bob e lá estava ele, desacordado ao lado de Kendall e James. Alguns Minutos depois, a polícia chega na escola, para ser mais exato, o pai de Carlos. Ele me fala para esperar, eu digo que sim. Fico esperando, até que Kendall aparece no meu lado.

– Oi.

– Olá. - Digo meio constrangido, Kendall estava falando comigo, isso era inacreditável.

– Como está?

– Melhor Agora.

– Que Bom, esse idiota se drogou, achamos uns Baseados no armário dele.

– Ele vai sair do time?

– Obvio.

– Posso perguntar uma coisa?

– Sim cara, mas só se eu puder também. - Eu aceito, e logo pergunto:

– Carlos foi bem no teste?

– Foi o melhor, ele joga muito.

– Então ele vai entrar no time?

– Vai, como um dos melhores. - Fico triste, mas era inevitável. Só podia acreditar que ele não pararia de falar comigo depois que começar a ser “Popular”. Kendall fala:

– Agora minha vez!

– Fale!

– Bem, pode ser meio indiscreto, nunca te vi por aqui.

– É, ninguém vê, mas é isso?

– Não, voltando a pergunta, você é alguma coisa de Carlos? - Fico Vermelho, que porra de pergunta é essa? Respondo meio envergonhado:

– Sou amigo... só isso.

Ele ri, agradece e vai embora. Eu fico me perguntando, o que acabou de acontecer aqui? Por que esse cara me vem aqui e pergunta isso? Fico atordoado com isso, até que vejo Carlos vindo em minha direção junto ao pai dele.

– Você tem sorte meu jovem. - Fala o pai de Carlos.

– Ou Azar. - Falo bem baixo.

– Seja Como for, ele vai ficar fora por um bom tempo. O Reformatório o espera.

De repente, um pequeno sorriso aparece em meu rosto, finalmente aquele idiota não iria mais me atormentar, mesmo eu querendo saber o que ele estava querendo dizer com Carlos.

– Obrigado Pai. - Carlos fala, e seu pai logo responde:

– De nada filho, mas me diz ai, esse é aquele seu amigo?

– É sim.

O quê? Carlos, havia falado de mim para o pai dele? Eu só comentei uma ou duas vezes para minha mãe sobre Carlos, que ficou super alegre sobre eu ter um amigo, mas nem falava muito, pois não sabia até onde isso chegaria. Mas o que Carlos teria falado de mim? O pai dele vai embora, deixando eu e Carlos sozinhos. Eu pergunto:

– O que falou de mim?

– Que era meu amigo Logie.

– Mas, por que?

– Bem, ele me enche toda hora me perguntado da escola, estava na hora de eu achar algum amigo de verdade e aqui está você. - Ele ri, eu só sorrio, conversamos mais um pouco, e seguimos para o ginásio, dessa vez vou para quadra e fico no banco dos reservas. Carlos, volta para o jogo.

Depois de mais algum tempo, James reúne todos os candidatos para informar sobre o resultado, que era bem obvio como Kendall me disse, Carlos entra para o time de hóquei, ele comemora, pula, grita. Eu me levanto para parabenizá-lo e ele vem até mim e me levanta! Começa a gritar “Conseguimos! Conseguimos!” fico feliz por ele, mas também inseguro de como seria daqui para frente, depois da comemoração, Carlos preenche a inscrição e recebe o uniforme do time... junto com a jaqueta que todos usam, mas ele se recusa a pegar... fico me perguntando o porquê disso. Mas, ele é meio imprevisível. Pergunto a ele e ele simplesmente diz que não gosta dessas coisas! Bem, ele era realmente diferente.