Two Kingdoms - One Family escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Hoiii! Voltei antes do planejado e já vim com um capítulo, em partes, bombástico. Oia, eu quero ver esses leitores fantasmas LINDOS comentando nesse cap, ok? Se não quem vai virar fantasma serei eu! hahahaha. Enfim, espero que gostem E que comentem. Bjs



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POV Sophie (selecionada, caso alguém não se lembre)

Estava conversando animadamente com Katlin e Veronica em meu quarto quando um guarda chegou e disse-nos que deveríamos comparecer ao Salão das Mulheres em dez minutos. Estranhei um pouco, afinal nunca ouvira falar desse tal salão.

– Ah, eu já ouvi falar desse salão. Minha mãe me disse que era onde a rainha se reunia com as selecionadas e que nenhum homem tinha a permissão de entrar lá sem que a rainha tivesse autorizado. - disse Veronica.

– Então a rainha está nos chamando para uma espécie de reunião? - questionou Katlin.

– Não é uma reunião. É apenas...um tempo para a rainha passar e até mesmo conhecer as selecionadas, já que uma delas vai ser a sua futura nora. - respondeu Veronica.

– Isso não é um pouco assustador? Tipo, tudo aqui é estritamente calculado, tudo para que a Seleção dê certo. Não sei, acho isso um pouco...frívolo demais. - comentei.

– Acho que não. Uma boa organização governa um império. - disse Katlin.

– Mas não estamos falando de um império e sim do coração do príncipe.

– Que podemos considerar um império. Só que com muros de cinco metros de altura em volta. - disse Veronica.

A ideia de que apenas eu conseguia falar um pouco mais com o príncipe me enchia de orgulho. Mas recusa-me acreditar nisso, afinal haviam outras selecionadas, algumas das quais eu queria evitar ao máximo ver ou falar. Como Zoe. Com Ethan ela podia ser toda doce, mas conosco demostrava seu verdadeiro eu. Uma pessoa respondona, calculista e falsa, tudo para conquistar a coroa, e não o príncipe.

Minhas damas avisaram que já deveríamos ir para o salão e se dispuseram a nos mostrar o caminho. Concordamos e seguimo-las em silêncio até o grande hall fechado por duas portas enormes que contestamos ser o Salão das Mulheres. As paredes tinham um papel de parede vitoriano, assim como os móveis que os compunham. Dez enormes janelas espalhadas pelas três paredes que davam para o lado de fora. Pude notar que duas poltronas eram diferentes das demais e estavam localizadas um pouco mais distantes também. Neste momento minhas observações foram interrompidas por um empurrão que me fez cair no chão.

– Me dá licença. - disse Zoe, como eu poderia esquecer a sua voz. Ela parou, olhou para mim e gargalhou. - É feita de pano que mal pode ser encostada e já cai? - disse ainda rindo e se dirigindo em direção ás duas poltronas diferentes.

Se ela soubesse o motivo por eu ser tão frágil...Talvez nunca mais zombaria de mim. Quando fui tentar me levantar, um par de mãos segurou em meu braço e me auxiliou.

– Ah, muito obrigada... - minhas palavras travaram assim que notei quem tinha me ajudado. Desprendi-me com delicadeza de suas mãos e me curvei em reverência. - Majestade.

– Por favor, sempre odiei e sempre irei odiar quando me reverenciam e me chamam de majestade. Me chame de America. - então se aproximou de meu ouvido. - Apenas em particular, em público devemos fingir que eu sou superior a você. - disse fazendo-me rir logo depois.

– Sim...America. - disse sorrindo.

A rainha sorriu também e andou junto com uma mulher que eu nunca vira antes até as duas poltronas onde Zoe e Sally estavam sentadas e provavelmente rindo de mim até agora. Pude ouvir o que a rainha disse.

– Minhas jovens, poderiam nos dar licença de nossos lugares? - disse a rainha gentilmente.

Zoe e Sally pularam de onde estavam sentadas e reverenciaram a rainha. Notei que ela bufou baixo, mas não reclamou ou disse algo sobre.

– Perdão Majestade, mas seu nome não estava escrito na cadeira e nós pensamos que poderíamos sentar ali. - disse Sally, toda desajeitada.

– Ah minhas queridas, aprendam que nem tudo está posto de bandeja para vocês. Vocês devem saber naturalmente quando algo não lhes pertence, desde uma poltrona até a um homem. - disse a rainha, por fim, com um sorriso estampando seu rosto.

Todas no local pararam para escutar o que a rainha estava dizendo. Eu estava boquiaberta com seus dizeres. Seria isso uma insinuação? Será que ela sabia sobre nós tanto quanto Ethan? Totalmente envergonhada, Zoe tentou sair de fininho.

– P...perdão Majestade, e obrigado pela lição.

E com isso saíram de perto das poltronas e sentaram nas mais distantes delas. Todo o salão estava em silêncio, abismado com a falta de noção de Zoe e Sally e rindo das duas também. Puxei Katlin e Veronica pela mão e sentamos em três poltronas que estavam juntas, relativamente perto da rainha. Aos poucos, o barulho das conversas voltaram e finalmente pude respirar aliviada. Pra mim, se há tensão no ar eu também fico tensa. A rainha começou a conversar com a mulher, que pelo que ouvi se chama Kenna, não resisti e acabei prestando mais atenção na conversa delas do que a que Katlin e Veronica insistiam em me incluir.

Me foquei tanto na conversa das duas que acabei olhando descaradamente para a rainha e sua acompanhante. Até que America notou meu interesse e mudou seu campo de visão de Kenna para mim, que parou de falar e me focou também.

– Gostaria de se juntar a nós...? - disse a rainha, como se estivesse perguntando meu nome.

– Ahn...Sophie. E sim, obrigado. - disse, pedindo licença a Katlin e Veronica e puxando uma poltrona para perto da rainha.

– Sophie, porque estava tão interessada em nossa conversa? - perguntou America, me deixando vermelha de cara.

– Eu...ahn...senti curiosidade sobre o problema em questão. - disse a rainha, e então me voltei a mulher ao seu lado. - Você disse que....sofreu um....aborto recentemente? - perguntei receosa, tropeçando em minhas palavras.

– Sim menina. Por que? - perguntou em tom desafiador.

– Eu não quis constrangê-la, desculpe, mas eu já passei por isso. Na família! - completei rapidamente, antes que elas começassem com as perguntas para mim.

– Jura? E quem em sua família já teve tal desgosto? - perguntou America.

– Minha...irmã! - pensei rápido. - Ela não era casada com a pessoa que assim que soube que estava grávida a abandonou. Ela passou por dois meses sozinha e abandonada, já que a família não aceitava muito bem. Então o pai da criança voltou e começou a ameaçá-la, dizendo que se a criança nascesse e ele tivesse que pagar pensão a mataria. Então por conta de todo estresse e depressão, ela perdeu o bebê. - terminei tristemente.

America e a mulher pareciam abismadas e talvez um pouco desconfiadas. E como não estariam? Afinal, os traços de desnutrição pós aborto ainda estavam estampados em meu rosto. Talvez meu segredo estivesse mais perto de ser descoberto do que eu queria. E talvez a minha saída da Seleção por conta dele também.

– Nossa, que terrível! Que monstro seria capaz disso? - perguntou a mulher.

– Bem, depois que minha irmã perdeu o bebê a minha família se aproximou novamente dela e o cara nunca mais apareceu. Sempre fiquei do lado dela e sei que ela ainda teme que ele volte e cometa...algo.

– Definitivamente eu sinto por sua irmã. Minhas sinceras condolências a ela. - disse a rainha apertando a minha mão, aquecendo a mesma que estava fria como gelo. - Nossa, você está bem querida? Parece tão gelada. - comentou a rainha.

– Sim estou bem. - disse sorrindo.

Como eu poderia estar bem? Depois de contar tudo que me afligiu nos últimos três meses para a rainha do meu país e ainda ser consolada por ela. Simplesmente inacreditável. Nesse momento ouvimos um doce sino e rainha se levantou dizendo-nos que era a hora do almoço. Todas levantamos e reverenciamos a rainha, em forma de despedida, e começamos a sair do salão tão aconchegante. Me aproximei de Katlin e Veronica que se aproximaram de mim e tocaram em minha mão, assim como a rainha havia feito.

– Sophie, você está bem? Está pálida, parece que acabou de ver um fantasma. - disse Katlin. Só o fantasma das memórias, pensei.

– E...eu estou bem. Me sinto disposta para uma maratona. - comentei sorrindo. Mas eu sabia que não era verdade.

Desde o aborto eu tenho tido quedas de pressão constantes, seja por comer algo que não me fez bem até falar sobre o aborto. É horrível, me sinto péssima e extremamente fraca toda vez que isso acontece, mas não consigo evitar. Quando estou prestes a cair, normalmente sinto antes. Exatamente como estou sentindo agora. Então vou até a poltrona mais próxima e sento ali. Katlin e Veronica correram ao meu lado e começaram a fazer milhões de perguntas, mas eu já não conseguia distinguir bem as palavras. Só o que pude fazer era me concentrar em minha respiração ao máximo. Até que a escuridão chegou e eu senti minha cabeça pender para a esquerda.


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