Two Kingdoms - One Family escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Minha gente, peço perdão por esse engano. Acabou que a nossa (infelizmente) ex co autora, Quase Loira, escreveu esse cap meio que na correria e por isso ele saiu, um tanto, desconexo e confuso. Bem, eu o arrumei e já postarei o próximo, para vocês saberem que este foi modificado, para entenderem o próximo, ok? Espero que entendam. - Uma Nerd Fora do Normal



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POV Ethan

Adelaide partira na noite anterior. Recordo-me que ela odeia viajar á noite, por conta da escuridão e de não poder a bela paisagem que passa por debaixo de si. Repreendo-me rapidamente por pensar nela de uma maneira tão delicada, pensar nela como se fosse a antiga Adelaide. O local onde ela me feriu ainda doía enquanto eu andava em direção ao escritório de meu pai. Maldita hora para essa recepção real. Tia Adelaide e tio Alisssio ficariam por mais alguns dias e isso serviria de teste para os selecionados, sobre o seu comportamento perto de alguém da realeza. Por falar nisso, eu já estava alguns dias sem ver nenhuma selecionada, fora o tempo em que fiquei no hospital, que ainda não sei a quantidade exata de dias. Finalmente chego ao escritório e lá estão eles, meus pais, como eles sempre estão. Ele com seus óculos lendo folha por folha de uma grande papelada e ela sentada em uma poltrona logo atrás dele, lendo um livro. Assim que notaram minha presença, pararam o que estavam fazendo e focaram em mim, com os melhores sorrisos que seu estado cansado permitia, apesar de serem apenas 15:30min.

– Algum problema, meu filho? – perguntou minha mãe.

– Não exatamente mas está doendo um pouco. Sabem onde Katrina está? Quero ir até a ala hospitalar com ela.

– Eu posso ir para você. – oferece minha mãe.

– Obrigado mãe mas enquanto eu puder caminhar irei fazê-lo. Até porque precisou me acostumar á voltar a andar. – digo com um sorriso sincero.

– Tudo bem, então. Acho que ela está em seu quarto. – disse meu pai.

– Obrigado. Vou atrás dela.

E com isso saí de lá antes que a agonia me sufocasse. Eu realmente gosto de cuidar da papelada do reino, mas não suporto passar o meu dia todo dentro de um lugar fechado, sem abrir as janelas e nunca deixar a luz do sol entrar. Sempre á luz amarelada de alguns abajures. Passei quase toda minha infância dentro daquele lugar e me recuso a passar o resto da vida lá.

Á passos longos chego rapidamente ao quarto de minha irmã. Bato na porta antes de entrar e ela logo abre para mim.

– Vem comigo até a enfermaria? – pedi.

– Sim. – aceitou.

Caminhamos em silêncio, lado a lado, até a enfermaria. Aproximei-me de uma enfermeira e pedi mais alguns analgésicos, ao qual ela pegou e me entregou rapidamente. No meio do caminho, cansei-me daquele silêncio angustiante e o quebrei.

– Algum problema? – perguntei á ela.

– Tudo. Minha cabeça está para explodir. – confidenciou, colocando as mão em sua cabeça e balançando seus cabelos que hoje estavam soltos.

– Por que? Você não precisa ficar assim, não precisa carregar todo o peso em suas costas. – disse, tocando na mão dela para tentar acalmá-la.

– Eu sei. Mas não consigo parar. Penso no medo que tive quando te vi no chão todo ensanguentado. Penso na seleção. Penso no que perdi nos últimos dias. Amizades, segredos e memórias. Ah, Ethan, eu não consigo. – diz ela.

Á essa altura já tínhamos parado no meio do corredor. Ela se jogou em meu peito, aos prantos. Abracei-a com força, por mais que isso doesse um pouco. Eu sabia o que ela estava sentindo. Um nó na garganta de fúria e amargura do passado e receio e medo do futuro.

– Olhe pra mim. – pedi, levantando seu rosto, que estava inchado e avermelhado á esse ponto.

– Diga. Diga porque eu não aguento mais isso. – pediu.

– Esqueça as preocupações com o futuro e deixe as memórias ruins no passado. Esqueça, esqueça, esqueça. Pense no presente, isso é importante. O seu passado não te define mas o agora sim. Hoje é melhor do que ontem e pior do que amanhã, então, por favor, não estrague essa sua carinha de anjo com choradeiras desnecessárias. Não podemos mudar nosso destino, mas moldá-lo á nosso favor. Certo? – perguntei, esperançoso de que ela realmente compreendesse minhas palavras.

– A...acho que sim. – disse com um sorriso fraco.

– Por favor, se for para chorar que seja de felicidade. Tudo bem?

– Sim. – disse, mais animada do que antes.

Nesse momento noto que alguém entra no corredor. Um guarda. Harry. Ele aproximou-se de nós á passos rápidos.

– Alguma problema? Por que vossa Alteza está chorando? – disse ele referindo-se á Katrina.

– Nada de importante. Ela está bem e melhor, certo? – disse, ao qual ela logo respondeu que sim.

Pude sentir o clima tenso entre os dois. Ela o evitara todas ás vezes, tentando poupar seu coração. Mas parece que ele não entende. Necessitei fazer algo, não queria que aquilo piorasse, por mais que eu nunca aceitei o relacionamento deles.

– Então...maninha...vamos porque mamãe pediu para você ir para o escritório depois de me ajudar.

– Ah...claro. – respondeu e saiu em direção ao escritório na minha frente.

Corri um pouco para alcançar e acompanhar seu ritmo. Peguei em sua mão e corri um pouco mais para tirá-la logo dali.

Chegamos ao jardim ofegantes. Sentei no primeiro banco que vi por ali.

– Ué, o que aconteceu com você? Você não é macho, não é o fortão que fez esgrima e milhões de esportes? – zombou Katrina.

– Assim que você for esfaqueada vamos ver quem vai gozar com quem. – disse, tentando recuperar meu fôlego.

– Espero que nunca.

– Eu também. Não sei o que eu faria se te visse como você me viu. No chão, sem vida, sem cor. – pensei.

– Não pense nisso. Não vai acontecer. – disse, sentando-se ao meu lado.

Sorri e toquei em seu rosto. Tão bela, tão pura. Tão ela. Mais de quinze pessoas esperam que ela ame um deles, mas eu duvido que isso ocorrerá tão rapidamente. Hoje vi como ela é frágil emocionalmente. Nunca havia reparado isso nela, não me lembro de ela desabar de tal maneira. Meu pai me contou uma vez que minha vó, a rainha Amberly, ficava constantemente doente, tanto por suas condições quanto por seu emocional. Ele disse que meu avô não cooperava muito, estava constantemente com raiva de tudo e de todos. Até que certo dia vi as marcas nas costas de meu pai e ele finalmente me contou toda sua história, me abriu seu passado. Katrina não sabe, depois de hoje temo como ela reagiria. Sei a sorte que temos de termos pais tão bons é imensa, mas temo por nós. Sim, nós nos conhecemos mas e quando se trata de mais alguém, de uma criança? Não...sei. Acho que vou seguir meu próprio conselho. Esqueça.Esqueça.Esqueça...


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Notas finais do capítulo

Bem pessoal, espero que tenham lido as notas do cap no próximo, porque caso contrário já teremos comentários desnecessários, mas eu confio em vocês e sei que a maioria, ou todos, leram. Até o próximo cap, que você já deram uma lida...Mas whatever!
Ah, e em relação ao Ethan, esse final meio dark é....não vou dar spoiler! Mas...cara, não tem como explica sem dar spoiler! Só...pensem bem nesse final, ok? Bjs