Two Kingdoms - One Family escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Uma Nerd Fora do Normal:
Hoiii! Gente, eu sei que sentiram saudades da minha escrita, vai, pode falar. Bem, este cap está pronto desde que o último saiu, só estava esperando um tempo para postar. Todas desejamos boa leitura e que gostem do cap.



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POV Katrina

Eu ainda estava estática. Não entendo como Ethan pôde ter sido tão idiota ao ponto de gritar com Laide. A pedido do médico, me retirei do quarto hospitalar de Adelaide e sentei-me em uma das cadeiras do corredor que havia ali. Não consigo controlar minhas emoções, sinto muito por Adelaide e me envergonho por Ethan. Ainda choro, copiosamento como um bebê, quando ouço passos e levanto meu olhar. Ethan anda rapidamente até o quarto de Adelaide e mal me nota quando entra no cômodo. Tento controlar-me e seco as últimas lágrimas que escorreram pelo meu rosto.

O médico, que antes havia feito uma pausa, está voltando para cuidar de Laide.

– Doutor, será que...eu posso entrar agora? Já estou bem, de verdade. – insisto.

– Claro Alteza. – diz o médico, apontando para a porta do quarto a nossa frente.

Mas antes que possamos dar um passo, ouço um grito estridente de pura dor. Abro a porta rapidamente e me deparo com meu irmão caído no chão com uma mancha de sangue ao seu redor. Berro ao ver a cena mais triste que já presenciei. Corro ao seu lado e ajoelho-me para checar como ele está. Toco em sua face e noto que ela está gélida e pálida, o que me assusta mais ainda. As lágrimas voltaram a mim e quando olho em volta completamente desnorteada, vejo o doutor aplicando algo em Adelaide, que parecia muito agitada, e assim que ela parece relaxar, deixar cair algo no chão. Uma adaga.

Não, isso não pode ser verdade. Adelaide não pode ter ferido meu irmão. Volto-me para Ethan e procuro pelo ferimento em seu corpo. Uma apunhalada em suas costas. Choro e grito de desespero, pedindo ajuda a qualquer um que possa me ouvir. Sinto mãos quentes e pesadas puxando para longe de meu irmão, mas eu não quero abandoná-lo agora. Por fim sinto uma picada em meu braço e começo a sentir que estou perdendo meus sentidos. Minha última visão antes de apagar é meu vestido, antes tão belo e esvoaçante, e agora coberto por sangue.

**

Acordo com uma incrível dor de cabeça e noto que estou no divã de meu quarto. Olho para meu vestido e ele ainda está manchado de sangue, provando que tudo o que vi era real. Ouço uma movimentação a minha esquerda e noto que Malcolm estava ali.

– O...o que aconteceu? – perguntou, já sentindo o choro entalado em minha garganta.

– Você viu Ethan. Adelaide o apunhalou pelas costas assim que recebeu a notícia de que seu filho estava morto dentro de si. – disse Malcolm sentando-se perto de mim no chão e acariciando minha mão que estava trêmula.

– Mas como ela conseguiu aquela arma? Por que ela fez isso? – indago, com lágrimas silenciosas escorrendo por minha face. Me joguei no colo de Malcolm, não suportando a dor dilacerante que estava cortando meu coração.

– Você sabe Kat. Você sabe que ela só perdeu o bebê pelo estresse que passo com Ethan. Foi uma maneira de dar o troco. Mas acho que ele perdeu mais do que ela. – disse, acariciando meus cabelos.

Levanto-me, subitamente pensando no estado de meu irmão, e saio em direção a enfermaria. Posso ouvir os passos de Malcolm atrás de mim, mas ele nada faz para me impedir. Assim que chego lá, posso notar a movimentação que está perto do quarto de Adelaide. Entro no recinto como um furacão, pronta para causar destruição. Lá está ela, deitada ao lado de seu marido como se nada tivesse acontecido.

– Sua vadia! – berro, jogando em cima dela.

Ela tenta se defender e me afastar, mas é inútil. Tento arranhá-la, arrancar parte de sua pele para que ela sinta no corpo o que eu sinto na alma. Sinto alguém me puxando para afastar-me dela, mas resisto até que a pessoa finalmente consegue me desgrudar de Adelaide.

Ela começa a chorar e percebo que quem me afastava era...tio Alissio? Então lembro-me que sua chegada estava prevista para hoje. Mozart se aproxima mas de Adelaide e ela o abraça para esconder suas lágrimas.

– Chega! – grita Alissio.

Relaxo o corpo para ele ver que estou controlada e posto-me ao lado de Malcolm. Tio Alissio está com a face avermelhada de raiva, enquanto noto tia Nicoletta mais afastada com a face também corada, mas de vergonha. Ela se aproxima de mim e me abraça, pedindo mil desculpas pelo erro da filha. Agarro-me em sua acalento e choro um pouco em seu colo. Percebo que ela realmente está triste por nós e enxerga o erro de sua filha, mas tio Alissio não. Ele a vê como sua princesinha, como se ela nada tivesse feto de errado. Malcolm aperta carinhosamente meu ombro e eu me afasto de tia Nicoletta.

Olho odiosamente para Adelaide e vejo que ela parou de chorar e está olhando para mim, talvez envergonhada.

– Chega Katrina. Adelaide já teve demais. – diz Mozart, ainda abraçado a sua amada. Rio sem humor antes de rebater.

– Demais? Demais? Meu irmão é apunhalado pela garota que ele mais amou na vida, minha família chora de desgraça por ele e você ousa dizer que a sua esposa já teve demais? – rebato, com o rosto corado de raiva e ódio.

– Ela perdeu o nosso bebê! Você consegue entender isso? – continua Mozart, tentando a todo caso defende-la.

– Isso não é nada! Vocês são jovens, tem a vida inteira para ter filhos! Como acha que minha mãe está se sentindo? O que acha que ela faria se perdesse meu irmão? – pergunto com ímpeto.

Todos no local ficam em silêncio, sem uma resposta certa para me dar.

– Foi o que pensei. Então pense duas vezes antes de vir falar de minha família, Mozart! Cuide da sua primeiro. E Adelaide – chamei-a, fazendo-a olhar para mim – nunca mais olhe para mim, nunca mais me chame de amiga ou algo parecido. Eu a odeio como nunca odiei uma pessoa e não se meta no meu caminho novamente, porque na próxima vez, pode ser você a ser machucar.

Disse tudo o que estava entalado em minha garganta e saí dali a passos rápidos e longos. Lágrimas pesadas escorriam pelo meu rosto, com pesar. Chorava pela dor de meu irmão, chorava pelo desespero de meus pais e chorava por ter perdido a única amiga que já conquistara em toda minha vida.

**

Procurei por um enfermeiro e perguntei por meu irmão. Ele me informou que meus pais e minha irmã estavam sentados mais alongo daquele corredor. Agradeci-o e sai em disparada a procura deles. Assim que os encontrei fui logo abraçar minha mãe.

– Mamãe. – disse com a voz embargada pelo choro. Ela chorava, assim como eu, em meu ombro.

Abraçamo-nos até eu sentir uma mão forte em meu ombro. Abracei meu pai da mesma maneira que abraçaram minha mãe. Ele, por sua vez, não chorava como nós. Seu ego e seu sentimento estava abalado, disto eu não tinha dúvida, mas ele procurava demonstrar isso da maneira mais sutil possível.

Assim que soltei-me de meu pai, sentei-me ao lado da pequena Amberly, que chorava mais do que eu e minha mãe juntas. Sequei minhas lágrimas para tentar ser forte por ela. Ela abraçou-me e eu coloquei-a em meu colo. Ela aninhou-se em meu peito e eu a encobri com meus braços, como se nós estivéssemos em uma cápsula. Então ela se aproximou de meu ouvido.

– O Ethan está bem? – perguntou-me com a voz embargada.

– Ele vai ficar. – respondi, com um sorrio fraco.

Ela assentiu e volto a se encolher em meu peito. Em poucos minutos ouvi sua respiração normalizar-se e percebi que ela havia adormecido. Arrumei-a em meu colo pra que ela pudesse ficar mais confortável e me mantive sentada ali, fazendo o máximo para não acordá-la.

Eu mal notara quando Malcolm viera para cá. Talvez ele estivesse logo atrás de mim mas no calor do momento eu mal me importara com isso. Ele estava no sofá em frente ao meu conversando com meu pai, que por sua vez estava com as mãos enlaçadas com as de minha mãe que estava ao seu lado.

Olhei mais atentamente para minha mãe. Ela estava com bolsas embaixo dos olhos e com o olhar mais perdido e obscuro que eu já vira. Seus cabelos estavam desgrenhados e desarrumados, e tudo isso era refletido em sua imagem. Alguém que sempre dera a imagem e ser forte e alegre fora substituída por uma imagem fria, triste e obscura. Eu podia sentir sua aura e o quão ela estava se martirizando por dentro, mesmo que nada daquilo fosse sua culpa.

– Você fez isso mesmo Katrina? – perguntou meu pai.

– Perdão, o que? – perguntei, voltando de meus devaneios.

– Malcolm me contou o que você disse a Adelaide.

– Ah, sim, é verdade. – respondi.

– Estou orgulhoso que você tenha defendido seu irmão de tal maneira, mas você sabe que foi errado agredi-la daquela maneira, certo?

– Sim, papai, mas no momento eu só pensava no que ela tinha feito ao meu irmão. Fui impulsiva, perdão.

– Não peça perdão. Como já disse, estou orgulhoso de certa maneira. – disse, com um sorriso fraco.

Eu nunca recebera tal elogio de meu pai, mas com toda aquela tristeza era impossível eu me sentir um pouco realizada com aquilo. Então apenas assenti e ele voltou a falar com Malcolm.

**

–Algum tempo depois, o mesmo médico que estava atendendo Adelaide veio a nós. Ele disse que nenhum órgão fora perfurado, mas que alguns ossos havia se quebrado quando ele caiu no chão se debatendo de dor. Ele teria que passar por uma cirurgia que continha pouquíssimos riscos, e pediu que meu pai autorizasse a cirurgia. Meu pai prontamente autorizou e o doutor se despediu dizendo que já entraria na sala de cirurgia com Ethan pois quanto mais cedo melhor. Assentimos e o doutor se foi.

Agora só nos resta aguardar e rezar para que tudo haja como planejado para voltarmos a ver nosso Ethan. Meu melhor amigo. Meu irmão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Acho que o próximo cap será meu também, então agardem! Bjs!