POV Ethan

Ver a Adelaide ao lado daquele... Príncipe me fez muito mal. Fez-me ter uma ira que eu não reconhecia em mim. Desde que eu soube que eles viriam não conseguia me manter calmo, muitas das vezes acabava descontando nas selecionadas, e logo após me arrependia disto.
Mas só de imaginar que a garota que eu amei estava casada, e vivendo uma vida feliz com outro, me dava nos nervos. Matava-me por dentro. Tornava-me cada vez mais um homem que eu não gostaria de ser.
Eu não era assim, grosseiro, mal humorado, disperso. Mas com ela aqui eu não consegui me conter. Algumas selecionadas perguntavam o que eu tinha, se podiam me ajudar, outras simplesmente ignoravam meu humor e continuavam a falar até a hora do encontro acabar.
Eu sabia que não demoraria muito meu pai falaria que teríamos de eliminar mais selecionados. E eu temia muito pela minha irmã, ela se apegava rápido demais. E no final das contas nunca é bom você dispensar alguém. Ainda mais quando se convive tanto tempo com esta pessoa e você passa a conhecer os defeitos e qualidades dela.
Às vezes eu me pegava pensando na Adelaide e em nosso futuro sabe o que teria acontecido se não tivéssemos que nos separar. Acho que seríamos felizes.
Alguns dias se passaram...
Eles ainda estão aqui. E eles parecem tão felizes quando estão juntos, é como se fossem destinados a isso. E eu tenho que ficar lá observando tudo aquilo, como se fosse à coisa mais normal do mundo. Mas ela deveria ser minha, nos conhecemos desde criança, nós nos amávamos e pra mim era verdadeiro ainda é. Era nos meus braços que ela deveria estar, onde ela deveria estar sorrindo. Era ao meu lado que ela deveria estar. Isto me aborrece tanto...não sei como ela consegue.
Os selecionados e selecionadas estão pra lá e pra cá estes dias, com os preparativos da festa deles. Andam tão ocupados que nossos encontros sempre acontecem quando estão fazendo algo relacionado a isso. E na maioria das vezes é sempre divertido sabe.
Acabava de vir de uma reunião muito estressante com meu pai e alguns ministros, eles reclamavam tanto e mal deixavam eu e meu pai falar, ao invés disto ficavam nos atropelando.
Eu sai da reunião correndo porque eu não estava mais aguentando aquela gritaria toda. Sai andando pelos corredores, até perceber que estava no corredor dos quartos das meninas
aproveitei e fui andando devagar para ver se encontrava alguma das selecionadas, já que não tinha marcado encontro com nenhuma delas.
Até que eu chego a um quarto, onde ouço risadas, muitas risadas. Até que escuto...
– Pare Katrina! Se não parar de me fazer rir eu não conseguirei contar a novidade. – Logo percebo que é a voz da Adelaide.
Ouço um suspirar... e ela responde: - Ok . Mas antes me conta uma coisa, como estar tão perto do meu irmão e sei lá não poder toca-lo e ficar com ele como era antes, e lidar com a situação de que agora você é casada com outro homem que não é ele? – Disse Katrina.
Eu não acredito que ela perguntou isto assim.
– Eu não sei Katrina. É complicado, pois eu ainda o amo mas não da mesma forma. Agora eu o vejo como um amigo, um grande amigo. Me doí um pouco ver ele com as selecionadas e tudo mais, e muitas vezes quando levanto da cama a noite fico pensando em como seria se estivéssemos juntos, sonho com o futuro que teríamos juntos. Sei que não seria fácil...seu irmão tem um gênio difícil. Mas o amor ele não suporta tudo como também acredito que ele seja capaz de mudar as pessoas. E foi assim que aconteceu entre mim e Mozart, eu não o amava no começo, por que sentia algo pelo seu irmão, mas aos poucos ele foi me conquistando, e hoje eu consigo dizer que eu o amo e ele me faz muito feliz... Tão feliz que esta semana descobri uma coisa muito boa. – Disse Adelaide.
Katrina não fez som algum. Mas ao que pareceu se levantou.
Então ela disse: - Ah que lindo! Espero algum dia poder dizer do meu futuro marido. E posso compreender você. Mas enfim me conta a novidade tão importante. – disse Katrina. Pelo modo que ela falou imagino que falou gesticulando ela sempre fala assim quando esta curiosa sobre algo e demorarmos a falar.
– Eu... quer dizer Eu e Mozart vamos ser pais. Eu estou grávida! – Disse Adelaide.
– Mas como?! Que felicidade por você minha amiga me sinto tão contente, este bebê vai ser lindo e nascer com muita saúde. – Disse Katrina. A imaginei se levantando ou ao lado de Adelaide e tocando sua barriga com as mãos.
Mas a partir daí eu não consegui mas pensar abri a porta de qualquer maneira, e logo gritei, com uma fúria que não cabia em mim:

– Você o que Adelaide? Como assim você esta grávida daquele homem, daquele que te roubou de mim. .. como você pode se deitar com ele ... Eu odeio você, e abomino qualquer sentimento que eu tenha em relação a você, eu nunca mais quero sentir o que eu sinto por você.
Eu disse tudo aquilo sem nem ao menos, esperar ela responder, eu estava com raiva com muita raiva. Como ela conseguiu dormir com ele sentindo o que sentia por mim ainda. Aquele deveria ser o nosso bebê. Eu sai empurrando tudo e todos que via pela frente, deixando para trás uma Adelaide em prantos e Katrina me olhando com espanto e medo. A minha irmã nunca me olhou daquele modo, com repreensão, como se eu tivesse feito uma coisa horrível, mas eu não estava tão errado assim.

Ela deveria respeitar os sentimentos dela por mim, e não se entregar pra ele, e ainda por cima ficar grávida. Sai socando algumas paredes ao longo do caminho. E xingando quem quer se opusesse ao meu caminho. Eu estava possuído de ódio. Quando cheguei ao jardim, gritei e chorei o máximo que pude. Praguejando o momento em que eu e Adelaide havíamos nos conhecido e nos apaixonado. Por que se não fosse por aquilo não estávamos passando por isso. Existia um buraco em mim, ao qual doía tanto, que parecia que eu fora rasgado de dentro por fora. Eu desejava que se existisse um Deus ou um ser divino que acabasse logo com aquela dor, pois eu não a suportaria por muito tempo.
Quando percebo estou abraçado aos meus joelhos e meu pai esta do meu lado.
– Ethan...meu filho. Você pode me explicar o que esta havendo? O que aconteceu no quarto de Katrina, que deixou Adelaide tão abalada a ponto de parar no médico... – Meu pai falou calmamente.
– Pai, o senhor ama muito a minha mãe não?
– Amo sim filho. Mais que tudo nesta vida.
Eu me endireitei, sequei os últimos resquícios de lágrimas e continuei.
– Então se ponha no meu lugar, eu amo ela pai. Mas do que posso imaginar...e depois vê-la aqui com outro homem, casada com ele para toda vida. E agora grávida? Imagine como seria se isto estivesse acontecido com o senhor. O quanto iria doer e magoar... é como se um buraco tivesse sido feito aqui. – Coloquei minha mão sobre meu coração.
– Meu filho eu não quero nem pensar como seria a minha vida sem sua mãe. Mas eu não estou aqui para brigar com você, não agora. Posso ver que não esta bem. O que posso dizer é que nem sempre na vida as coisas serão do jeito que queremos e você tem que aprender a lidar com isso, começando pedindo desculpas a sua irmã que esta chateada com você afinal você invadiu a privacidade dela, e depois a Adelaide e ao Mozart. Afinal eles não tem culpa de terem se casado, assim como você de ter se apaixonado. Mas o deixe ser felizes, e saiba que eu sempre estarei aqui. Vou ajuda-lo.
Neste momento eu não havia percebido que havia começado a chorar novamente, e aquela dor me invadia constantemente. Mas quando meu pai me abraçou depois de tanto tempo tive certeza de que sozinho eu não estava.
E de que eu devia alguns pedidos de desculpas.