Anna Prior - Em Busca de um Passado Esquecido escrita por Isa Medeiros


Capítulo 14
Capítulo 13 - O Famoso Departamento, ou pelo menos, a Entrada Dele


Notas iniciais do capítulo

Boooooa Tarde Leitores Divos!!!!!!
Sim, to animadinha!!!!
Agradecendo aqui a tooodos que comentam, leem, favoritam, acompanham (talvez recomendam quem sabe?) essa fic, está sendo um prazer cada vez maior escreve-la!!!
Espero que vocês gostem do capítulo e Boa leitura!!!



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– Hum...Indo junto com vocês? – Julia respondeu com um sorriso triunfante nos lábios apesar do temor em seus olhos. Agora que Kelly a iluminava com mais clareza eu pude ver que ela estava deitada atrás de alguns sacos de arroz, visivelmente tentando se esconder.

A garotinha começou a ir para frente, saindo de trás dos sacos e escorregando até a beirinha da camionete, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Senti FZ bufar de raiva e preocupação atrás de mim.

– Volta. Pra. Casa. Agora – ele grunhiu as palavras quase espumando de irritação. Vi Julia encarar o irmão por vários segundos enquanto parecia perceber que havia o desapontado.

– Me deixa ir junto, por favor – ela murmurou fungando. Meu Deus como aquela garotinha era teimosa, muito teimosa. Se dependesse dela, ficaríamos ali por horas a fio.

FZ já estava negando com a cabeça mesmo antes de ela terminar. Eu vi o seu maxilar rijo e seus braços cruzados, ele não iria ceder. Na verdade, ainda estava em choque com a situação.

– Por que não? – Kelly indagou, dando de ombros com uma voz casual, FZ a fuzilou com um olhar. Ela estourou outra bola de chiclete e deu de ombros novamente.

– Por que ela é muito pequena, são três da manhã e ela não devia estar aqui – FZ respondeu contando os motivos nos dedos, sua voz passava uma irritação clara – Aliás, nenhum de nós deveria estar aqui, que droga! – ele completou, quase gritando, e jogou as mãos para o alto.

Merda! Eu inalei uma grande quantidade de ar enquanto me dava conta. Tipo “A ficha caiu” naquele exato instante: Agente não deveria ter vindo. Quer dizer: Eles não deveriam ter vindo. Se eu queria fazer uma loucura eu que fizesse for conta própria, mas arrastar FZ junto? Eu realmente perdera a cabeça.

– Desculpa – eu murmurei, engolindo em seco. FZ me olhou como se ele tivesse se dado conta da minha presença naquele exato momento. Ele franziu as sobrancelhas e eu repeti, mais alto desta vez – Me desculpe, eu não devia ter arrastado vocês junto comigo.

Passaram-se vários minutos com todos calados. A escuridão parecia me esconder enquanto eu tentava reprimir o nó que se formava na minha garganta. Depois daqueles minutos torturantes, finalmente alguém se pronunciou.

– Mas eu quero ir, por isso eu vim aqui – Julia respondeu, dando de ombros. Ela abriu um sorriso pouco confiante e eu percebi o quão sinceras eram aquelas palavras.

– Eu só to dando carona, e preciso resolver uns assuntos meus lá no departamento – Kelly foi a próxima a dar de ombros, como se fugir de casa no meio da noite fosse a coisa mais normal do mundo.

– Eu poderia ficar uma noite aqui citando os meus motivos – FZ começou abrindo um sorriso – Mas a minha irmã tem que ir pra casa – o seu sorriso se desfez e ele olhou de forma repreensora para Julia.

– Sem chance – ela respondeu, cruzando os braços. Eu ri da situação e percebi como o meu draminha anterior tinha sido desnecessário, eles iam continuar brigando por algum tempo. E fazer o que né, nós já estávamos ali, então foda-se.

– Deixa ela ir de uma vez – Kelly suspirou – A garotinha é teimosa e você também, desse jeito vamos ficar aqui a noite toda! – ela exclamou e foi se movendo em direção a camionete.

FZ fuzilou Julia com o olhar, segundos depois apontou para a camionete de contragosto. Ela pulou da caçamba, abriu um sorriso de orelha a orelha e foi andando até FZ. Julia chegou mais perto do irmão, puxou a cabeça dele para baixo e lhe estalou um beijo na bochecha enquanto murmurava “Obrigada”.

Quase derreti com aquela cena fofa que parecia de filme. FZ deu um curto abraço na menina enquanto revirava os olhos. Julia foi saltitante até camionete e abriu a porta do passageiro para entrar.

– Peste – FZ murmurou apontando para ela. Foi muito fácil desmentir suas palavras porque, apesar de tudo, ele sorria.

– Sua irmã – retruquei sorrindo e resistindo ao impulso de pegar na sua mão – Vamos? – FZ assentiu e eu comecei a andar, mas me virei logo depois – Sabe aquela coisa sobre não ter sido legal eu arrastar vocês junto comigo? Bom, era verdade. E se vocês quiser voltar eu entendo porque isso é perigoso e... – eu comecei o meu discurso até FZ me calar colocando os seus dedos sobre os meus lábios.

– Anna, eu to aqui por sua causa e não me arrependo nem um pouco – ele disse, abrindo um sorriso bobo, quer dizer, o meu sorriso devia estar tão bobo quanto o dele – A Julia? Bom, ela é pequena, mas sabe se virar – FZ continuou. Eu já estava encostada na camionete e ele tentava gradativamente diminuir a distância entre nós – E vai ser divertido – completou.

– Só você pra me convencer mesmo – eu murmurei, me dando por vencida. Fui indo até a camionete e abri a porta do passageiro. Chamei FZ com um aceno de mão e entrei sem esperar a sua resposta. Afinal, tínhamos que continuar a viagem.

***

Demoramos mais uns quarenta minutos pra chegar ao departamento. Julia ficou mudando do meu colo para o de FZ praticamente a viagem inteira, o que amorteceu as minhas coxas.

Eu não fiquei mais com sono depois disso, nem me perdi em pensamentos e filosofias absurdas. Bom, na verdade a camionete não teve mais silêncio: Julia tagarelando o tempo inteiro, FZ tentando a fazer ficar quieta, eu rindo e Kelly tentando apartar os dois.

Avistei a guarita e a cerca, que levavam a um prédio enorme, antes de todos. Elas eram muito difíceis de se distinguir no breu da noite, mas eu tive a clara certeza que aquele era o famoso Departamento, ou pelo menos, a entrada dele.

Meu coração já estava na boca de tanta preocupação, ansiedade e alegria ao mesmo tempo. FZ logo percebeu que estávamos chegando e Julia fez um escândalo quando se deu conta. O irmão logo a reprendeu severamente, mas riu junto com a menina.

– Chegamos – Kelly avisou alguns metros antes de parar na guarita, como se isso fosse realmente necessário. Nós assentimos sem falar nada, não sei se era a expectativa ou o medo, mas todo o mundo ficou quieto de uma vez.

A guarita era um pouco maior do que as que eu já tinha visto, provavelmente pelo fato de que haviam cerca de quatro guardas lá dentro e mais alguns patrulhando. As paredes eram brancas e o telhado azul marinho. Logo a frente, tinha uma grande barra listrada em amarelo e preto que impedia a passagem de carros.

Kelly foi parando a camionete, afinal, a barra impedia a passagem de carros. Todos continuavam mudos e até mesmo Julia já tinha se aquietado no meu colo. Um guarda saiu da guarita quando nos viu, ele era alto, magro e carrancudo, vestido todo de preto e com uma arma a tira colo.

– Vocês tem permissão pra entrar aqui? – ele começou, em um tom ameaçador, sem nem se apresentar.

– Bom...mais ou menos – Kelly respondeu e completou, fazendo beicinho – Mas você quebra essa galho pra agente né?

– Kelly – o guarda disse, em tom de advertência. Pelo jeito eles já se conheciam – Você sabe que eu não posso fazer isso – ele olhou por cima do ombro para os colegas que o observavam através da porta, deviam ter mais uns três lá dentro.

– Ninguém precisa saber – ela apelou. Eu senti meu coração martelando contra o peito será que não iríamos conseguir, justo agora? – Eu volto hoje mesmo, só vou ver umas coisas – Kelly continuou lançando um olhar de súplica ao guarda.

– Essa é a última vez que eu faço isso por você – ele advertiu suspirando. O homem se virou e foi andando pesadamente até um painel com vários botões. Ele apertou um deles e a barra foi levantada imediatamente. Kelly murmurou um agradecimento rápido antes de entrar com a camionete para dentro do Departamento.

Pude sentir o meu coração voltar aos eixos e o meu suspiro de alívio foi audível para todos. Kelly nem se reocupou em comentar nada, só foi até um estacionamento aberto nos fundos do Departamento.

Ela manobrou a camionete de forma rápida e eficiente, deixando todos um pouco pasmos. Já deviam ser por volta de três da manhã, um pouco menos.

– Agora sim, chegamos – Kelly informou e foi abrindo a porta do motorista. Eu fiz o mesmo logo depois de pegar a minha mochila alcançar a de FZ para ele. Julia pulou para fora antes de mim, eu sai logo depois e FZ me seguiu.

Kelly trancou a camionete assim que bateu a porta. Ela sorriu e começou a andar em direção a saída do estacionamento, logo depois nos indicou com o queixo um porta do outro lado, pela qual devíamos entrar.

– Valeu por ter nos levado Kelly – FZ foi o primeiro a se pronunciar, sorrindo em agradecimento. Julia, que estava colada ao irmão, assentiu com a cabeça, concordando. Eu murmurei algo como “Brigada”, tentando deixar a ansiedade de lado e sorrir um pouco.

– Valeu nada, eu só dei carona pra vocês, tenho coisas minhas pra fazer também! – Kelly exclamou, rindo um pouco, nós rimos junto. De repente suas feições ficaram um pouco mais sérias e ele completou – Ei, uma boa coisa pra vocês fazerem é falar com o supervisor de cada andar, ele pode conseguir quartos pra vocês e vou dizer uma coisa, a comida daqui é fantástica!

Todos riram um pouco, mesmo que tenham sido risadas forçadas. Eu agradeci novamente a Kelly e ela se despediu de nós, tomando o seu próprio rumo.

– Vamos? – FZ me perguntou, apontando para a porta que dava entrada ao Departamento. Tomei coragem e fui andando. Fui andando até a porta que me levaria até o passado da minha mãe, que me responderia as perguntas infinitas na minha mente. FZ me seguiu e Julia também, ambos mudos e com a respiração pesada.

Respirei fundo mais uma vez esgueirando a mão até a maçaneta. Virei para FZ com um sorriso no rosto e murmurei:

– Vamos.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Críticas? Estou aberta a todas!!!
Só pelo expectativa...Um trechinho do capítulo 14!!
"– O que vocês estão fazendo aqui? E a propósito, que tipo de nome é FZ? – o cientista continuou, cruzando os braços em frente ao corpo e fazendo uma carranca.
– Um apelido – FZ respondeu, sem parecer ter se ofendido, afinal, todo o mundo sempre perguntava isso – E você como se chama? – completou, como se tivesse lançado um desafio.
– Sou eu quem faço as perguntas aqui – o cientista respondeu de forma brusca – Agora: por que vocês estão aqui? – ele perguntou, sem descruzar os braços e com leves traços de irritação na voz."
Beijos e nos vemos nos comentários (ou semana que vem)!!



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