Something Changed escrita por KKGramacho


Capítulo 2
Capítulo 2- Rompendo os laços.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/55858/chapter/2

Capitulo 2- Rompendo os laços.


- Julho de 1997.


Bella PDV.


- Dona Isabella, você não vai sair dessa mesa se não terminar de comer os seus brócolis! – Fiz cara feia para meu prato. – Nada de cara feia mocinha! O mesmo vale pra você Alice, quero este prato limpo.


Olhei para minha irmã, ela fazia careta como eu. Meu pai olhava para toda a cena esboçando um sorriso disfarçado para não se encrencar com minha mãe. Eu e Alice começamos a fazer manha.


- Mãe, eu não gosto dessa coisa verde. – Lice balançou a cabeça concordando. Graças a Deus, o telefone tocou, mas antes de minha mãe levantar para atender, falou num tom severo.


- Quando eu voltar não quero encontrar nada verde nesse prato, ouviram mocinhas? Se não, esqueçam sobremesa!


Soltei um pequeno gemido, meu irmão Jake olhava tudo e ria sarcasticamente. O prato dele estava vazio.


- Nessas horas, queria ter um cachorro...  ele  já poderia ter comido aquela “flor” verde (nunca vi flor verde!). – Sussurrei para Lice a meu lado, mas meu pai ouviu e deu uma risadinha antes de falar.


- Vamos meninas, não é tão ruim assim. – Olhou para os lados e depois para nós. – Olha vamos fazer o seguinte, vocês comem um ou dois e eu como o resto.


Olhei para minha irmã e ela para mim. Nós estávamos muito felizes.


- Pai a gente te ama!! – Dissemos juntas.


- Sei... Mas vocês precisam se acostumar a comer brócolis e essa vai ser a única vez que vou fazer isso. – Concordamos com a cabeça. – Jake nenhuma palavra para sua mãe, entendido?


Ele concordou emburrado. Eu e Lice enfiamos um pedaço da coisa na boca e com muito custo engolimos. Então passamos todo o resto para nosso pai. Mamãe chegou e gritou.


- CHARLIE!!!


Levamos um susto enorme, meu pai arregalou os olhos e ficou branco feito papel.


- Olha meu amor eu posso explicar...  é que as meninas... – Ele ia começar a gaguejar. Mas parecia que minha mãe nem havia prestado atenção na cena. Ela estava eufórica, tinha um sorriso enorme no rosto. Ignorou o que meu pai falou e continuou.


- Querido você não vai acreditar! Sabe quem era no telefone?


Ele tentou se recuperar do susto e parecer o mais natural possível.


- Não posso nem imaginar, meu bem! Quem era?


- Esme Cullen, dá para acreditar?! – Ela dava pulinhos de felicidade.


- Sério querida! E o que ela queria? – Ele continuava tentando comer os brócolis e eu e minha irmã fazíamos cara de paisagem.


- Aí é que vem a melhor parte! Ela vai se mudar para Forks! Na casa ao lado da nossa! Ai meu Deus não estou acreditando.


- Que bom! Faz tempo que não vejo o Carlisle.


- Eu vou decorar a casa deles! Nossa tenho tanta coisa pra fazer! – Minha mãe continuou a tagarelar e meu pai pacientemente ouvia tudo. Eu e meus irmãos não estávamos entendendo nada. Quem era Esme? Quem era Carlisle? Depois de muito conversar, minha mãe se virou para nós, olhou nossos pratos e sorriu satisfeita.


- Muito bem! Estou orgulhosa de vocês duas. – Eu e Lice sorrimos cúmplices para nosso pai. Jake bufou.


- Mãe? – Chamei querendo mudar de assunto.


- Sim.


- Quem são esses que a senhora falou?


- São amigos de faculdade da mamãe e do papai. Eles vão se mudar para cá mês que vem.


- Que legal! – Fingi entusiasmo, todo aquele estardalhaço por causa de amigos de faculdade?


Depois da sobremesa e de um longo bate-papo, minha mãe nos mandou subir para dormir. Quando estava em frente à porta de meu quarto desejei boa noite para meus irmãos, entrei e fui para o banheiro escovar os dentes e coloquei meu pijama. Quando estava saindo, encontrei minha mãe arrumando minha cama e guardando meus brinquedos. Ela me acomodou embaixo do edredom e me deu boa noite ajeitando meu cabelo e beijando minha testa. Meu pai entrou e começou a procurar um livro, hoje era vez dele contar a história. Sentou ao meu lado e começou a ler as aventuras de uma princesa que era raptada por um dragão e salva por um príncipe. Adorava quando meu pai lia as histórias, pois ele imitava as vozes das personagens. No decorrer da leitura meus olhos começaram a pesar e ele parou de ler, me dando um beijo.


- Boa noite princesa. – Disse ajeitando melhor minha coberta. – Durma com os anjos.


- Boa noite pai. – Me virei e cai no mundo dos sonhos.


------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


- Setembro de 1997.


Havia passado um mês e meus primos, Rose e Jasper, além de meus tios estavam passando as férias de verão em Forks. Minha mãe tinha passado o mês ocupada com a decoração da casa de sua amiga que ia chegar em breve.


Estávamos todos no jardim brincando de fadas (idéia de Alice). Ela colocou um monte de flores em meus cabelos. Jazz estava sentado embaixo de um carvalho lendo um livro, mas sempre espiava minha irmã por cima do mesmo. Não via meu irmão em lugar nenhum - devia estar aprontando.


Eu e Rose estávamos vendo Lice dar piruetas imitando uma bailarina, quando algo caiu em cima de minha prima. Ela gritou assustada e quando vimos o que era saímos correndo. - UM SAPO!!! - Verde e gosmento. De longe pudemos ouvir as risadas de Jake. Ele e Rose nunca se deram bem. Corremos em direção à estrada que dava acesso a minha casa, mas tivemos que parar nossa fuga, pois um carro preto vinha pela mesma estrada e antes de tomar a direção da entrada da casa vizinha eu o vi. Era um menino, com cabelos de uma cor estranha (meio alaranjado), pele branca como a minha e olhos de um verde tão profundo que eu não conseguia deixar de olhar. Senti meu rosto quente e abaixei a cabeça, não pude evitar o sorriso que brotou em meus lábios. Quando levantei a cabeça novamente o carro já havia desaparecido. Olhei para Rose e ela olhava na mesma direção.


- Bellinha você viu aquele menino moreno? – Os olhos dela brilhavam.


- Não, eu vi um menino de cabelo laranja. – Abaixei o olhar.


- Ah! Eu não vi esse!


Ouvimos o grito de minha mãe. Quando chegamos, Rose logo foi contar o que Jake havia feito.


- Tia ele jogou um sapo em cima de mim! – Ela fazia cara de choro. Minha mãe jogou um olhar estarrecedor para Jake.


- É mentira mãe!


- É verdade mãe, eu vi tudo! – Alice havia chegado. – Não é verdade Jazz?


Meu primo olhou para Lice, depois para Jake e por fim para minha mãe.


- É verdade tia Renée. Ele jogou o sapo na minha irmã. – O olhar de Jake fuzilou meu irmão, mas Jazz não desviou o olhar.


- Jake peça desculpas agora!! – Ele percebeu que era melhor obedecer.


Meio contrariado, ele virou o rosto para o outro lado e murmurou um “Desculpe”.


- Jacob Swan, peça desculpas direito! Você já está sem vídeo game por uma semana, quer duas?


Ele olhou horrorizado para minha mãe, Rose abafou uma risadinha.


- Mas mãe... – Choramingou.


- Sem, mas, peça desculpas direito agora!


- Me desculpe Rosalie. – Ele disse olhando em seus olhos.


- Tudo bem Jake eu te perdôo. – Rose fez cara de boa moça, mas quando minha mãe virou as costas mostrou a língua para meu irmão. Quando ele ia revidar minha mãe o chamou e ele disfarçou dando um sorriso enorme para nossa prima. Minha mãe olhou satisfeita para os dois e entramos para lanchar.


- Não tem nada verde né mãe? – Queria me certificar.


- Não Bellinha, eu fiz bolo de chocolate para vocês. – Disse minha tia Lia.


- Puxa vida, sua mãe é mais legal Jazz! – Lice disse baixinho para nosso primo. Ele sorriu.


- Eu ouvi isso dona Alice. – Minha mãe apareceu com o rosto pela porta da cozinha. Lice apenas sorriu inocentemente, fazendo todos rirem.


Depois do lanche fomos assistir a um filme e como sempre houve discussão. Eu e as meninas queríamos assistir Cinderela, mas os meninos queriam ver Asterix e Obelix.


- Puxa vida meninos depois a gente vê esse filme que vocês querem! – Alice olhou para nosso primo fazendo bico. – Por favor, Jazz... por favor! – Ele ficou olhando minha irmã por um bom tempo e ela apenas aumentou o bico, então ele olhou para meu irmão e nós sabíamos que a batalha estava vencida. Lice saiu correndo abraçando e beijando Jasper no rosto.


- Obrigada Jazz, você é o melhor!! – Ele ficou corado.


- O melhor nada, ele é um traidor!! – Jake sentou no sofá de braços cruzados e emburrado. Lice e Jazz assistiram ao filme de mãos dadas. Quando olhei para meu irmão ele limpava algumas lágrimas.


- Jake você tá chorando? – Eu estava surpresa.


- Mas é claro que não estou!! Ficou louca Belluxa? Eu não choro! Sou homem! – Ele estufou o peito fazendo pose. Então saiu da sala de TV.


- Ele estava chorando sim! – Disse Rose. Então caímos na gargalhada.


------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Estávamos na mesa de jantar e mais uma vez tínhamos aquela coisa verde feia no prato, mas tia Lia não nos obrigou a comer como minha mãe.


- Deixa eles Renée, outro dia eles comem!


- Tudo bem, dessa vez passa, mas comer verduras e legumes é para o bem de vocês.


Sorrimos felizes e sussurrei para minha irmã.


- A tia Lia é realmente muito legal! – Ela balançou a cabeça em concordância.


- Minha mãe é demais! – Disse Rose, que havia me ouvido.


- Crianças, amanhã a amiga que eu falei para vocês vai vir fazer uma visita para nós! Vocês vão conhecer todos eles. Lia você se lembra da Esme e do Carlisle?


- Lembro sim, mas faz tempo que não os vejo... Acho que a última vez foi em seu casamento.


- Nossa então faz bastante tempo, né mãe? – Disse Jake.


Todos os adultos caíram na gargalhada, menos nossa mãe.


- Filho você tá me chamando de velha? – Perguntou incrédula.


- Não mãe, claro que não! Só comentei!


- Sei... – Agora todos na mesa riram.


Depois do jantar subimos para dormir.


 Eu e as meninas, depois de implorar muito para minha mãe, fomos dormir juntas. Depois de prontas, nos acomodamos em nossos sacos de dormir e esperamos por nossos pais.


- Boa noite meninas. – Disseram meu pai e tio Henry, com um beijo na testa de cada uma de nós.


Tia Lia foi à próxima e logo minha mãe.


- Durmam e sem conversinhas, já é muito tarde. Boa noite e sonhem com os anjos. – E depois de um beijo em todas nós ela saiu apagando a luz. Quando a porta se fechou, senti Rose ao meu lado se levantar e acender o pequeno abajur do quarto de Alice, logo ela se sentou no chão.


- Rose, minha mãe falou para nós dormirmos.


- Eu sei Bella, mas antes eu queria contar pra Lice sobre o menino que a nós duas vimos hoje de manhã.


Então eu me lembrei do menino de cabelos laranja e olhos verdes. Logo senti meu rosto quente.


- Que garoto? Porque a Bells tá vermelha?


- Eu não to vermelha! – Exclamei, mas eu sabia que estava.


- Ela tá assim porque gostou do menino de cabelo estranho. – Riu Rose.


- Mentira Rose, eu nem conheço esse garoto! Não vi ninguém! – Menti.


- Sei..., mas eu tava falando do outro garoto, o de cabelos negros.


- Dá para alguém me explicar o que está acontecendo? - Perguntou Lice um pouco impaciente.


- Hoje de manhã eu e a Bellinha vimos os novos vizinhos, os amigos da tia Renée. – Então Rose comentou todo o ocorrido. E eu entendi que aquelas pessoas do carro preto eram os amigos de minha mãe, e que no dia seguinte eu conheceria o garoto de cabelos engraçados e olhos lindos.


Quando cai no sono, sonhei com dragões, torres e um príncipe de cabelos estranhos.


Na manhã seguinte, fomos para o jardim brincar. Rose e Lice estavam brincando de casinha. Jazz observava as meninas. Jake desmontava um carrinho. Eu estava deitada de barriga pra baixo desenhando. De repente senti um puxão em minha trança. Quando olhei para trás vi meu irmão apontando para Alice. Não pensei duas vezes, corri atrás dela. Odiava quando mexiam no meu cabelo. Minha irmã me olhava assustada.


- Vem aqui Alice, eu te pego!! – Ela saiu correndo e gritando.


- Não fui eu Bellinha!!


Começamos a correr por todo o quintal, Rose e Jazz vinham atrás de nós e Jake ficava rindo da situação.


- Alice eu te pego, vem cá!


- Meninas parem de correr! Bella porque você está correndo atrás de sua irmã? – Opa! Nossa mãe havia chegado.


- Mamãe ela puxou meu cabelo! – Reclamei!


- Não fui eu Bellinha, já disse! – Choramingou Alice.


Então ouvimos a risada estrondosa de Jake, quando olhei, ele chorava de tanto rir. Ao perceber o olhar de nossa mãe parou na mesma hora.


- Jacob Swan, venha até aqui agora!


Ele estremeceu e um pouco hesitante se aproximou dela.


- Jake será que você poderia me explicar o que aconteceu?


Rose então se meteu na conversa e falou:


- Foi ele titia, eu vi e depois colocou a culpa na Lice!


Ele fez cara feia para nossa prima, que lhe mostrou a língua.


Jazz consolava minha irmã. Fiquei envergonhada de tê-la acusado injustamente. Me aproximei e sussurrei.


- Lice... me desculpa, eu não sabia.


- Tudo bem Bella, nosso irmão é uma peste. – Rimos e olhamos para ele que ia começar a ouvir mais uma bronca de nossa mãe. Quando alguém falou.


- Ora Renée, são coisas de criança!


Olhamos para a dona da voz e encontramos uma mulher baixa, magra, com o rosto em forma de coração que emanava bondade, seus cabelos eram ondulados, cor de caramelos e olhos do mesmo tom verde do menino do carro. Ao seu lado encontrava- se um homem alto com cabelos dourados como o sol, olhos azuis e aparência bondosa. Um pouco mais atrás vinham o menino que eu havia visto no dia anterior e outro um pouco mais alto com os cabelos cacheados e negros, olhos azuis como os do homem loiro.


- Esme Anne Masen Cullen, porque você demorou tanto para vir? – Disse minha mãe, indo abraçar a mulher. Então aquela era amiga tão falada. – Minha querida amiga quantas saudades eu senti de todos vocês!


- Eu também minha amiga, eu também!


- Meu Deus, Carlisle!!! Quanto tempo! – Disse indo ao encontro do homem loiro.


- Como vai Renée, realmente faz bastante tempo mesmo. A última vez que nos vimos Edward tinha apenas um ano de idade. – Esse era o nome do menino que parecia um príncipe de contos de fada.


- Verdade, e minha nossa, como eles estão grandes! – Minha mãe era muito exagerada, eles eram do mesmo tamanho de Jake.


- Diga olá meninos, está é a grande amiga da mamãe e do papai. – Esme disse para seus filhos.


- Olá Senhora Renée. – Disseram juntos fazendo minha mãe rir.


- Olá Emmett... – Disse dando-lhe um abraço. – Olá Edward... – Indo abraçá-lo também, ele parecia um pouco sem jeito. – Me chamem de tia Renée, por favor! – Eles apenas assentiram.


Nisso apareceram meu pai e meus tios de mãos dadas.


- Ora vejam quem está aqui, Esme e Carlisle. Até que enfim vocês apareceram! – Disse meu pai.


- Charlie meu velho amigo! – Disse o homem chamado Carlisle de encontro a ele, dando-lhe um abraço. – Há quanto tempo!


- Verdade meu amigo, muito tempo, mas agora teremos tempo para colocar a conversa em dia. Meu Deus, estes são seus garotos? – Disse olhando surpreso para os meninos.


- Sim. Emmett e Edward.


Meu pai foi até o menino mais alto.


- Como vai Emmett, você está enorme meu rapaz... – O menino lhe deu um enorme sorriso.


- Olá senhor.


- E este deve ser o Edward... – Ele confirmou com a cabeça. – Você também cresceu bastante meu rapaz!


- Olá senhor.


- Me chamem de tio Charlie. – E logo foi cumprimentar a moça chamada Esme com um abraço bem apertado.


- Esme, sempre deslumbrante! – Disse dando uma gargalhada, a moça pareceu envergonhada.


- Pare com isso Charlie!


- Venha Esme, você se lembra de minha irmã Lia, e este é seu marido Henry.


Meus tios foram abraçar o casal e logo em seguida os meninos.


- Venham quero que vocês vejam as crianças, a minha caçula vocês ainda não conhecem! – Minha mãe veio em nossa direção e logo fiquei sem jeito. – Este aqui é o Jacob... – Disse apontando para meu irmão. Carlisle lhe deu um aperto de mão, os meninos deram apenas um aceno de cabeça. – Esta é a do meio Mary Alice... – Disse apontando para minha irmã que toda animada foi saltitando até Esme e Carlisle abraçando-os.


- Olá tia Esme, olá tio Carlisle, é um prazer enorme conhecê-los. Todos os adultos deram risada. Revirei os olhos. Alice era sempre tão empolgada.


- Alice querida você está muito bonita, a última vez que a vi você tinha apenas um aninho! – Esme disse afagando seu cabelo.


- Obrigada tia! – Foi na direção dos meninos e também os abraçou. Senti uma coisa estranha quando ela abraçou Edward.


- Olá Edward, olá Emmett, muito legal conhecer vocês dois!


Eles apenas disseram um oi meio tímido. Eu entendia a reação deles, Lice, às vezes, era muito empolgada e fazia amizade muito fácil.


- E esta... – Continuou minha mãe. – É minha Isabella Marie... – Nesta hora me escondi atrás dela com vergonha. Ao contrário de minha irmã, tinha dificuldade em me relacionar. – Venha querida, diga olá para a tia Esme e o Tio Carlisle. – Falou tentando me tirar de trás de suas costas.


Abaixei minha cabeça e sussurrei um olá. Esme se abaixou para ficar na minha altura.


- Olá Isabella, é um enorme prazer conhecê- la, você é uma menininha muito bonita e adorável. – Ela disse de forma amável, parecendo as rainhas dos contos de fada que meu pai lia para mim. Fiquei muito feliz com o elogio e lhe dei um pequeno sorriso.


- Obrigada tia Esme.


- Esme estes são Rosalie Lillian e Jasper, meus sobrinhos. – Continuou minha mãe com as apresentações apontando para meus primos. Rose deu olá para eles e Jazz apenas acenou com a cabeça. Ele era tímido como eu.


- Muito lindos seus filhos Lia. – Disse Carlisle, com Esme concordando.


- Obrigada Carlisle, o seus também são adoráveis. – Disse tia Lia olhando para Edward e Emmett com um sorriso.


- Crianças porque vocês não vão brincar enquanto nós terminamos de preparar as coisas para o almoço, querido mostre a casa para Carlisle, e você Esme venha, nós temos muito o que conversar. Minha mãe começou a conduzir Esme para dentro de casa em direção da cozinha, enquanto meu pai Levou Carlisle junto com meus tios para a sala.


Então um silêncio se apoderou do lugar. Às vezes eu arriscava uma olhada para Edward, observando seus traços um pouco melhor, mas sempre o encontrava olhando para mim e abaixava minha cabeça tentando disfarçar e ficava envergonhada por ser descoberta. Logo o silêncio foi quebrado por uma Alice toda saltitante.


- Quantos anos vocês têm?


- Eu tenho doze e meu irmão Edward nove. E vocês?


- Eu e o Jazz temos nove também, minha prima Rose tem onze, meu irmão Jake tem doze e minha irmã Bellinha vai fazer sete, mês que vem. Vocês querem brincar de esconde- esconde?


- Vamos nessa! – Disse Emmett. – Eu procuro! Um, dois, três,...


Nisso todos saíram correndo, mas eu demorei um pouco observando Edward que parecia  um pouco perdido. Fui distraída por alguém me perguntando algo. Me virei assustada.


- Bells corre o que você está esperando?


- Nada Jake, eu já estou indo.


 Comecei a correr para a estufa de minha mãe. Conhecia bastante lugares para me esconder. Estava escondida atrás de uma prateleira, quando ouvi alguém entrando. Dei uma espiada e me surpreendi com quem vi. Era Edward. Sai de meu esconderijo e ele pareceu surpreso em me ver.


- Olá. – Ele falou olhando para o chão.


- Olá.  – Você quer ajuda para se esconder? – Eu queria muito poder ajudá-lo e conversar um pouco. Observei melhor o menino. Ele vestia uma camiseta azul, short jeans, tênis All Star preto, seus cabelos alaranjados estavam bastante bagunçados lhe dando um aspecto engraçado, mas eu gostava. Ele era realmente bonito.


- Quero sim. – Respondeu.


- Vem comigo. – Peguei em sua mão e comecei a correr, para trás da estufa, onde estava meu esconderijo, afastei o arbusto que cobria a portinhola e o conduzi para dentro. Ele pareceu surpreso com o local, deixei escapar um sorriso. Sua cara de espanto era muito engraçada. O empurrei para o fundo da sala e fomos em direção ao corredor que daria para a casa de piscina. Chutei a porta atrás de nós e o conduzi para dentro do armário das pias. Ali era confortável, pois havia várias toalhas felpudas de minha mãe. Depois de nos ajeitarmos lhe disse:


- Aqui ninguém vai nos achar!


- Você é cheia de truques, heim, Isabella! – Achei engraçado o jeito que ele falou que eu era cheia de truques, mas não gostei muito dele me chamando pelo nome completo, resolvi lhe dizer meu apelido.


- Pode me chamar apenas de Bella, eu prefiro!


- Tudo bem, Bella.


- Bem melhor! É que eu conheço a casa muito bem, principalmente esta parte. Adoro a piscina. Eu sempre engano os garotos, quando se fala em esconderijo.


Nós nos olhamos e rimos. Era bom ficar com ele. Sentia seu perfume. Edward parecia ser engraçado e inteligente. Eu havia gostado muito dele.


Ficamos um bom tempo em silêncio só esperando por seu irmão, mas aparentemente meu esconderijo havia sido muito bem escolhido, pois Emmett não nos encontrou.


- Você é mesmo muito boa em esconderijos, B. – Fiquei surpresa pelo modo come ele me chamou, mas gostei muito. Ninguém nunca havia me chamado daquele jeito, sorri para ele.


- Obrigada, Ed! – Criei um apelido para ele também.


- Será que ele nunca vai nos encontrar?


- Acho que não, ele nem conhece aqui direito.


Rimos de novo. Fiquei observando seu rosto melhor agora que estávamos perto o bastante. A cor de seu cabelo era estranha, mas me encantava.


- Seu cabelo é estranho. – Deixei escapar meu pensamento. Aquilo pareceu magoá-lo, então expliquei rapidamente.


- A cor do seu cabelo é diferente, mas eu gosto, é muito bonita. Adoro laranja.


Ele me pareceu aliviado e feliz com minha explicação.


- Os seus cabelos também são bonitos, no sol eles ficam vermelhos, e eu gosto de vermelho.


- Obrigada. – Fiquei contente por ele gostar de meu cabelo.


Ficamos em silencio de novo. Então ouvimos nossos nomes e saímos de nosso esconderijo. Eram nossas mães chamando para o almoço.


------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Fazia mais ou menos um mês que Ed havia se mudado para Forks, eu e ele havíamos ficado muito amigos e nunca nos separávamos. Emmett era muito legal, mas eu me dava melhor com o Ed. Os outros logo se enturmaram também. Emm e Jake viviam aprontando. Rose vivia grudada no irmão do meu melhor amigo.


Faltavam apenas dois dias para o meu aniversário e nós estávamos no jardim brincando, Alice havia inventado que eu e Ed íamos nos casar e estava pegando flores pro meu buque de noiva. Minha irmã era muito doida. Eu não sabia como agir.


- Lice, para com isso, eu sou muito nova pra me casar, fala pra ela Ed!


- Lice, a B. tem razão, não dá pra esperar mais alguns anos?


- Tudo bem, mas vocês dois me prometem que vão deixar eu fazer o casamento de vocês?


Olhei para Ed e ele pra mim, não havia jeito, Lice nunca desistiria, então falamos juntos.


- Prometemos!!


Alice saiu toda saltitante, gritando por nossa mãe.


- MÃE, olha que legal eu vou fazer o casamento da Bellinha e do Ed!!!


- Minha irmã não tem jeito mesmo. – Tentei falar algo, pois estava muito envergonhada.


- Seria legal a gente se casar. – Fiquei surpresa, mas consegui falar.


- E o que a gente faz quando se casa?


- E igual a quando você brinca de casinha eu acho.


- Então deve ser divertido.


- Não sei, deve ser. Eu não costumo brincar de casinha é coisa de menina.


- É mesmo.


- Me promete uma coisa?


- O que Ed?


- Quando a gente crescer, você se casa comigo?


Pensei por um minuto, eu queria meu amigo sempre comigo, então prometi.


- Sim, eu prometo.


- E agora nós somos noivos?


- Acho que sim.


Eu não sabia o que noivos costumavam fazer. Fiquei olhando para Ed, então ele falou.


- Espera um pouco.


Observei ele puxar uma pequena linha de sua camiseta, pegou meu dedo e a enrolou em volta do mesmo.


- Acho que noivos usam anel de compromisso.


- É mesmo, espera que eu vou te dar um também.


Corri para dentro de casa, subi as escadas e fui até o quarto de minha mãe, peguei sua pequena caixinha de costura, cortei um pedaço de linha do novelo e desci correndo novamente. Peguei sua mão e enrolei a linha em seu dedo.


- E agora o que a gente faz? – Perguntei curiosa. Ele parou por um tempo parecendo pensar na resposta.


- Eu não sei bem... acho que continua como antes, com nós dois sendo amigos.


- Então tá. Posso te mostrar uma coisa super secreta?


- Claro! – Ele parecia animado.


- Mas você não conta para ninguém? – Havia algum tempo eu havia decidido mostrar meu lugar secreto para ele, pois confiava muito nele.


- Eu prometo não contar para ninguém. – Fez o típico sinal de juramento.


Levantei-me estendendo minha mão para ele. Gostava de andar daquele jeito com ele. Comecei a conduzi-lo até meu esconderijo. Afastei o arbusto e abri a portinhola. Ed parecia surpreso.


- Este é meu esconderijo, meu pai arrumou  para mim, só minha irmã e eu  sabemos o segredo deste lugar. – Expliquei.


- Mas porque você me trouxe para cá aquele dia, então?


Não esperava que ele fizesse esta pergunta, nem eu sabia realmente a resposta. Sentia algo estranho por meu amigo. Abaixei minha cabeça e sussurrei:


- Porque eu gosto de você... – Aquilo pareceu tão certo quando falei.


- O que você disse, eu não consegui escutar!


- Eu disse que eu gostei de você.


Olhei para ele esperando por sua reação.


- Também gosto de você B. Você vai ser minha amiga para sempre. E nós somos noivos agora.


Quando ele disse aquelas palavras meu coração se aqueceu, por um motivo desconhecido para mim, eu não entendia o que estava sentindo.


- Vem, vou te mostrar tudo.


 Acendi as luzes da sala deixando a mostra todos meus desenhos, alguns na parede e outros em folhas. Ed parecia estar sem fala. Era a primeira vez que ele via realmente meu lugar favorito, na primeira vez estávamos com pressa.


- Quem fez todos estes desenhos? – Fiquei com medo de ele não ter gostado e perguntei um pouco receosa.


- Porque você não gostou?


- Foi você B.?


- Sim.


- B. você é uma artista! – Fiquei animada por sua reação.


- Você acha mesmo Ed?


- Sim você devia ser artista quando crescer e fazer muitos desenhos, eu encheria as paredes da minha casa com seus desenhos.


Não pude agüentar corri até ele e o abracei, eu estava muito feliz. Ed pareceu surpreso no começo, mas logo me abraçou de volta. Era a primeira vez que eu abraçava um menino, tirando meus familiares.


- Obrigada Ed, você é meu melhor amigo, eu tenho uma coisa pra você!


Decidi dar a ele um presente que havia feito no dia anterior, ele parecia curioso novamente.


- O que é?


- Espera aqui, e fecha os olhos. – Pedi, quando vi que ele havia obedecido, corri para umas gavetas de minha mesa e peguei a folha do desenho. Voltei parando em sua frente segurando o desenho e falei:


- Pode abrir Ed!


- B. que legal, somos nós dois?


- Sim, eu queria que você tivesse um desenho só nosso na sua casa, pra você se lembrar da nossa amizade.


- Eu nunca vou deixar de ser seu amigo B.! – Disse me abraçando e novamente meu coração ficou aquecido. – Obrigado.


------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


13 de setembro de 1997.


Era o meu aniversário e eu estava muito ansiosa. Ficava andando de um lado pro outro.


- Bella, para quieta um pouco! Porque você está tão agitada?


- O Ed ta demorando mãe! Ele já devia ter chegado!


- Querida, ninguém chegou ainda. Sua festa só começa daqui duas horas meu amor.


Ouvi alguém se aproximando da porta da sala e logo olhei animada para o local, mas logo fiquei desapontada, era apenas Alice.


- Puxa vida Lice, achei que fosse o Ed!


- Obrigada pela consideração maninha, você tá assim porque o Ed é seu noivo agora?


Olhei espantada para minha irmã, era um segredo. Alice logo colocou a mão na boca percebendo o erro que cometera. Olhei para minha mãe e ela parecia espantada, mas não brava. Veio até mim me sentando em seu colo.


- Que história é essa de noivado mocinha?


Olhei brava para minha irmã, que apenas murmurou um “desculpe”, e comecei a explicar para minha mãe.


- O Ed me pediu em casamento para nós sermos amigos para sempre. – Levantei minha mão mostrando meu anel de noivado. – Nós iremos nos casar quando crescermos.


Minha mãe pegou minha mão olhando meu anel suspirou e sorriu.


- Muito bonito seu anel de noivado filha, mas vocês não acham que é cedo demais para noivarem? Vocês ainda têm muito que viver.


- Eu sei mãe, mas a gente só quer garantir. Eu não quero perder a amizade do Ed, o quero só para mim. Quero ele como meu melhor amigo para sempre.


- Você gosta muito dele não é meu amor?


- Sim, eu gosto muito dele.


- Espero que vocês nunca se esqueçam disso. Isso que vocês têm é muito precioso e raro de acontecer.


- Como assim mãe?


- Um dia você irá descobrir meu anjo, mas sempre se lembre dessa amizade tão bonita.


- Nunca vou me esquecer do Ed!


- Ok então. Mas estou triste. – Olhei para seu rosto e percebi que ela fazia um bico. Acariciei sua face preocupada.


- Por que mãe? – Ela sorriu e falou com um ar brincalhão.


- Vocês ficaram noivos e nem me convidaram! – Fez cara de horror.


- Ai mamãe! – Começamos a rir e ela me abraçou muito forte. Então começou a fazer cócegas em mim.


- Pará mãe... não agüento... – Tentava dizer entre as risadas. Fomos interrompidas pelo telefone.


- A senhorita tem muita sorte, foi salva pelo telefone! – Falou indo atender.


- Residência dos Swans... Oi mãe... Como vai?... Sério!... Mas como ele está?... Tudo bem então... Mande um beijo para ele... Ok, vou passar para ela... Beijo mãe!


Ela caminhou até mim me entregando o telefone.


- É a vovó! – Peguei o fone muito feliz.


- Olá vovó! Quando a senhora vai vir?


- Oi meu tesouro, a vovó queria muito estar aí para te dar um abraço de aniversário, mas o vovô está gripado e não pode sair da cama.


- Que pena vó, mas ele está bem?


- Está sim querida, logo ele irá se recuperar e nós iremos lhe fazer uma visita.


- Estou com saudades!


- Eu também meu amor! E quais são as novidades?


- Eu conheci um menino muito legal vó! Ele é meu melhor amigo e meu noivo!


- Noivo?


- Sim, com aliança e tudo. – Pude ouvir o riso de minha vó.


- Que bom minha querida. A vovó precisa desligar, mas logo estarei ai e vou querer conhecer seu noivo!


- Ok vovó, a senhora vai amar, o cabelo dele é muito bonito. – Outro riso dela.


- Sei que vou adorá-lo. Feliz aniversário Bellinha. Seu avô esta mandando um beijo, nós te amamos muito.


- Obrigada vovó, outro beijo pro vovô. Eu também amo vocês. Vou passar para a mamãe.


Entreguei o telefone para minha mãe.


- Oi... Pois é, ela é noiva agora... – Olhou para mim e deu uma risada. – É o filho da Esme, lembra- se dela... Sim ela mesma... É exatamente isso, a mesma coisa que eu pensei... – Olhou para mim novamente, como se soubesse de um segredo sobre mim, que eu não sabia. - Ok mãe, se cuida... Também amo vocês, fala para o papai se cuidar... Tchau.


Enquanto minha mãe desligava o telefone ouvi a porta da frente se abrindo, saltei do sofá me virando em direção da porta, mas novamente fiquei desapontada, pois era meu pai.


- Nossa quanta animação por me ver. – Disse brincalhão.


- Desculpe pai, achei que fosse o Edward. – Me sentei novamente.


- Filha fica calma, o Ed logo vai chegar! – Disse minha mãe, vindo se sentar ao meu lado.


- Que pena que você só queira o Ed, porque eu e sua mãe íamos lhe dar seu presente agora! – Disse meu pai piscando para minha mãe e saindo da sala. Fiquei um pouco mais animada e sai correndo atrás dele, quando cheguei à varanda não podia acreditar. Havia uma bicicleta novinha ali, lilás e prata (minhas cores favoritas), com uma cestinha e um pequeno sininho.


- Vocês são os melhores pais do mundo! – Gritei - Logo meus irmãos e meus primos vieram ver meu presente e ficamos admirando e andando com a bicicleta nova, mas logo a brincadeira perdeu a graça, pois não tinha meu amigo comigo. Entrei novamente e fiquei sentada nos primeiros degraus da escada. Tia Lia que estava passando olhou para mim e perguntou:


- Por que esta carinha triste Bellinha?


- O Ed ainda não chegou tia, to com saudades.


- Logo ele chega meu anjo. Fique alegre, hoje é seu aniversário! – Lhe dei um sorriso desanimado. Ela riu e foi ajudar minha mãe.


A cada pessoa que chegava e eu via que não era meu amigo eu ficava mais desanimada e só fingia que estava feliz em vê-las. Estava tão chateada, que subi para meu quarto e fiquei na janela esperando por qualquer sinal de seus cabelos laranja desarrumados. Esperei por alguns minutos e logo o vi, vindo acompanhado de Emm, que saiu correndo em direção a Rose, tia Esme e tio Carlisle. Desci as escadas correndo e quando estava chegando ao último degrau a campainha tocou, logo que minha mãe atendeu a porta eu corri para abraçá-lo.


- Feliz aniversário B.!! – Disse me entregando um presente. Sorri feliz por meu amigo finalmente ter chegado.


- Obrigada Ed!!


- Espero que você goste. – Eu nem ligava muito para o presente, sua presença era o que mais importava para mim. Peguei o pacote e rasguei o papel, não espera por aquilo. Era uma caixa de madeira com meu nome gravado em lilás, quando abri a tampa fiquei sem palavras, havia vários pincéis de tamanhos e formas diferentes e tintas aquarela de diversas cores. Eu nunca havia usado tinta para desenhar antes. Aquele era o melhor presente que eu havia ganhado em toda minha vida. Emocionada fui abraçar Ed novamente, meu coração bateu mais forte e o mais estranho é que ele só ficava assim perto do Ed. Precisava perguntar para minha mãe o que era aquilo que eu sentia quando estava perto de meu amigo.


- Eu amei Ed, você é o melhor amigo de todos.


Subi para meu quarto levando Ed comigo. Estávamos sentados no chão enquanto eu fazia um desenho dele com minha aquarela nova. Eu estava me divertindo muito.


- Você vai ser a primeira coisa que eu vou desenhar com tinta. Nunca usei tinta antes, é muito divertido.


- Que bom que você gostou, eu espero um dia ir numa exposição de arte sua, você promete que me convida?


- Eu prometo, e este desenho vai estar logo na entrada!


- Mas ai eu vou ficar com vergonha.


- Mas você é meu noivo, então não pode ter vergonha.


- É verdade.


Fiquei o tempo todo com o Ed. Minha prima e Emm estavam estranhos e por algum motivo Jake não parava de tirar sarro dos dois. Lice e Jazz também não se desgrudavam.


Chegou a hora do parabéns e eu quis que Ed ficasse ao meu lado. Eu estava muito feliz, mas um pouco envergonha por tanta gente estar olhando para mim. Todos começaram a cantar. Olhei para Ed vendo que ele também cantava, sorri para ele.


- Parabéns pra você, nesta data querida...


Olhei para cada rosto que estava presente em minha festa. Eu não poderia estar mais feliz. Foi então que senti Ed me empurrando, me desequilibrei e cai de cara no bolo a minha frente. Levantei meu rosto e o senti todo sujo de glacê. Então ouvi todas as crianças rirem de mim, elas apontavam para mim e davam altas gargalhadas. Não pude segurar as lágrimas. Olhei para Edward, ele parecia assustado, mas eu estava magoada, me sentia traída e envergonhada. A pessoa mais importante do mundo para mim havia me humilhado na frente de todas aquelas pessoas. Senti uma dor muito forte em meu peito, quase não conseguia respirar. Corri para o colo de minha mãe, eu queria que ela me protegesse e fizesse aquelas pessoas sumirem.


- Me desculpa B. eu não tive culpa!


Olhei para ele que recuou e gritei com todo o ódio que eu estava sentindo.


- EU TE ODEIO ED, VOCÊ NÃO É MAIS MEU AMIGO!!


Sai do colo de minha mãe e subi as escadas correndo indo para meu quarto, não queria olhar para os rostos daquelas pessoas. Fui para meu banheiro e lavei meu rosto. Me joguei em minha cama soluçando. Como meu amigo podia ter quebrado todas as promessas que havíamos feito, ele prometera ser meu amigo para sempre. Mas pelo jeito, elas nada significaram para ele. Senti mãos afagarem meus cabelos, me virei e vi minha mãe. Abracei-a fortemente, chorando mais ainda.


- P-Por q-que... e-ele fez i-isso mãe? – Disse entre os soluços.


- Querida ele não teve culpa, foi um acidente. – Mas eu não queria escutar. Olhei para o chão e vi o desenho que eu havia feito dele. O peguei e amassei jogando na lata de lixo do meu quarto. Olhei para meu dedo e vi a pequena aliança de noivado que ele havia me dado e a joguei na mesma lata.


- Querida não faça assim, você pode se arrepender depois. – Minha mãe se levantou e pegou o desenho e a aliança.


- Jogue fora mãe, eu nunca mais quero ver o Edward. Ele é pior pessoa do mundo.


E ao dizer essas palavras a dor em meu peito aumentou mais e eu não entendia o porquê de sentir aquilo.


------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


20 de julho de 2002.


Havia passado cinco anos desde aquela brincadeira. As pessoas no colégio me chamaram por muito tempo de menina glacê. Faltava pouco para meu aniversário de 12 anos. O tempo que passou não foi nada bom para mim. Eu havia engordado alguns quilos, usava óculos e aparelho. Tinha poucos amigos na escola, pois era considerada uma CDF, mas eu não ligava, pois levava uma vida muito legal em Forks. Emmett havia se tornado um grande amigo, apesar da diferença de idade, ele e meu irmão iriam terminar o colegial este ano.


Depois da brincadeira com o bolo, Edward e eu nunca mais conversamos e quando isso acontecia (em raras ocasiões) sempre dava briga. Ele agora era um grande amigo de minha irmã, pois estudavam juntos. O tempo que passou foi pior para ele, que agora tinha o rosto cheio de espinhas, os cabelos ensebados, era magrelo e também usava óculos e aparelho.


Nós nunca podíamos ficar num mesmo lugar sem que brigássemos e depois de várias tentativas fracassadas de reconciliação entre nós dois, nossos pais e irmãos haviam desistido. Era impossível vivermos em paz.


Felizmente meus dias de verem o espantalho do Edward estavam acabando. Um pouco antes das aulas acabarem veio a notícia que ele havia ganhado uma bolsa de estudos em colégio para engomadinhos na Inglaterra, por méritos de bom aluno. Ele também era um CDF. Parecia que ia morar com seus avós e estudaria junto com meus primos.


Estava com pena de tia Esme, tio Carlisle e Emm, eles sentiriam falta do seboso deformado, infelizmente eles eram da mesma família. Não entendia como pessoas tão maravilhosas poderiam ter gerado algo tão horroroso, ele era tão diferente de seu irmão Emmett.


A viagem do idiota estava marcada para o começo de setembro, e minha irmã louca estava planejando uma festa de despedida. Para minha infelicidade ela me arrastou junto e tive que agüentar a cara espinhenta do vareta.


Ocorreram coisas naquela festa que prefiro nem me lembrar, pelo menos é o que eu tento me convencer, vou tentar esquecer aquela festa para sempre.


------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


No dia da partida.


Acordei naquele dia profundamente chateada, mas não sabia o motivo. O abominável vareta ia para a Inglaterra mais tarde naquele dia. Desci para tomar café e encontrei toda minha família muito triste, Alice estava até chorando.


- Ai gente, pelo amor de Deus, tudo isso porque o seboso vai embora?


- Bella não fala assim, ele é um menino adorável! – Disse minha mãe me reprovando.


- Verdade Bellinha, não fala assim dele, ele é meu melhor amigo.


- Porque você quer Lice, tem um monte de menino muito melhor que ele na escola.


Ela me olhou feio e balançou a cabeça negativamente.


- Vai me dizer que você não vai sentir falta dele? – Fiquei assustada com sua pergunta e mais ainda por ter que pensar na resposta.


- Mas é claro que não vou sentir a falta dele! Vou soltar fogos de artifício! – Peguei uma maçã e sai para o quintal, não estava agüentando aquele clima dentro de casa. Sentei em um banco e fiquei pensando na noite da festa e em todos os acontecimentos, por mais que eu tentasse não conseguia tirar aquilo de minha cabeça e duvidava de que algum dia eu conseguiria.


Observei minha família saindo pela porta da frente indo em direção da casa dos Cullen. Travei uma batalha interna para decidir se ia ou não dar uma espiada, por fim minha curiosidade falou mais alto. Atravessei o quintal correndo e tentei achar um lugar para poder olhar melhor. Avistei uma árvore perto da entrada da casa e subi em cima de um galho alto. Estava um pouco difícil de escutar, então me inclinei para frente.


Minha mãe, tia Esme e Alice choravam.


- Querido, não se esqueça de me ligar todos os dias, mandar cartas, e-mails, quero pelo menos um “Oi mãe, estou bem”, entendeu mocinho? – Disse Esme tentando ajeitar os cabelos ensebados dele.


- Claro mãe, vou te manter bem informada. – Ela o soltou e minha mãe tomou seu lugar.


- Edward, não se esqueça de nós, venha sempre que puder nos fazer uma visita.


Depois foi a vez de Alice, minha irmã parecia uma louca aos prantos.


- Ed, não se esqueça de mim!!! – Disse pendurada em seu pescoço. – Como vou viver sem meu melhor amigo???


- Calma anãzinha! Sempre serei seu melhor amigo, a gente sempre vai se falar.


Então foi a vez dos rapazes.


- Hei cara, não se esqueça de pegar todas as londrinas!!! – Emmett só pensava naquilo, mas eu duvidava muito que alguma garota pudesse querer namorar o espantalho.


- Emm, estou indo lá pra estudar!


- Ed você é muito CDF!


Milk and toast and honey- Roxette.


http://www.youtube.com/watch?v=nxWyAtA7-OY


Ele, Esme e Carlisle entraram no carro, eu não conseguia desviar o olhar. Então ele se virou para um último adeus e nossos olhos se conectaram. Senti um vazio que não sabia explicar. A tristeza que estava sentindo ao acordar se intensificou e pelo olhar de Edward pude perceber que ele sentia o mesmo. Ficamos nos olhando até o carro desaparecer em uma curva. Fiquei um tempo em cima daquela árvore e percebi assustada que estava chorando. Desci correndo do galho e fui para o único lugar onde me sentia protegida. Meu esconderijo. Me joguei em minha poltrona preferida abraçando minhas pernas e aquela dor no peito que há muito tempo eu não sentia me tirou o ar. Fiquei naquela posição chorando por muito tempo e quando o cansaço me tomou acabei adormecendo e sonhei com o olhar de Edward Cullen.


 [...]


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


**Agradecimentos**


Olá meninas e corujinhas.com!!


Queria me desculpar por demorar tanto para postar o capitulo novo. (rsrsrsrsrs). Este capitulo me deixou um pouco triste, muitas pessoas já passaram pela mesma coisa que a pequena B., realmente fiquei com pena dela.


*Gica*Ane*Shofia*Gra*Deah*Naty*July* Obrigada por lerem e comentarem* Amo todas vocês*


Queria desejar um FELIZ ANIVERSÁRIO para a Dêh Santana (dia 23 de janeiro), para a Ane e para a Gaby, Filhinha da Gi, (dia 18 de janeiro)! Toda a felicidade do mundo para vocês!


E por ultimo um beijo para todas as CORUJINHAS! Amo todas vocês e me sinto privilegiada e muito feliz de fazer parte de algo tão especial!


Beijos com gliter!


*CORUJINHAS.COM*


KK ALVES/KK GRAMACHO. *------*


 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Something Changed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.