Dez anos atrás

“Care vem cá eu achei a flor que você queria.” Caroline corre até Elena e ela arruma o pequeno buquê de Alstroménias* nas mãos da amiga.

“Que flor é essa?”

“Não sei, mas você queria uma flor que fosse rosa, mas nem tanto, eu nunca entendo suas modas até encontrar essa aqui.”

“Meu buquê combinou com as minhas florzinhas eu gostei obrigada, vou ter a fantasia mais bonita da festa.”

“Eu vou ser mais.”

“Nós duas vamos.”

“Ta bom, vem logo vamos nos atrasar.”

Caroline estava vestida de noiva e Elena de bela da Bela e a Fera, as duas iriam para a festa a fantasia de oito anos de Bonnie e estavam muito animadas com suas fantasias. Caroline rodava o vestido de noiva com algumas florzinhas salmão bordadas na barra que ela tanto pediu para que sua mãe fizesse que ela fez, quando lhe perguntaram sobre o véu ela disse que nunca casaria de véu pois era uma coisa démodé, ela queria detalhes que combinassem e uma cara de antigo, todos riam e se espantavam pois com tão pouca idade ela já adorava moda. E Elena estava uma réplica menorzinha de sua princesa favorita. As duas corriam ao redor do lago e perto da floresta procurando as flores salmão ou (rosa mas nem tanto) para Caroline.

Hoje

A primavera estava começando e Elena se lembrava de como costumava gostar daquela estação observando as flores do lago. Amores Perfeitos, Azaléias, Dentes de Leão e Rosas Nem Tão Rosa rodeavam grande parte do lago, ela lembrava como era feliz ali, como ela, Caroline e Katherine nadavam no verão.

Estava arrumando a fogueira perto do mesmo enquanto Caroline e Katherine arrumavam as comidas e Matt e Tyler traziam as bebidas; Fazia parte de seus planos agora, sair e ser normal. A noite estava linda, estrelada, com música e tanta bebida que até Elena estava dando boas gargalhadas com uma Katherine bêbada ameaçando fazer um strip para os coelhinhos da floresta. Matt a puxou pela cintura e ela vomitou em cima dele. Depois teve um ataque de riso enquanto ele jogava a camiseta longe.

“Não é possível.”

“Você está bem Kath?” Elena tentando conter o riso. Mas Katherine está séria encarando um lugar, balança a cabeça recobrando as idéias e desvia.

“É o Salvatore?” Tyler perguntou a Matt recebendo um olhar reprovador dos amigos.

“Não tem nada ali.”

“Tem razão eu devo estar muito bêbado, hey Care vamos pra barraca?” Lançando um olhar malicioso pra ela.

“Eu já vou, vai me esperando.” E seguiu para perto de Elena.

“Como você está?”

“Ótima. Vou ficar bem.” Ela queria que Caroline acreditasse assim ela também poderia.

“Vem, eu te levo pra casa.”

“Mas e o Tyler?”

“Ele vai cair na cama e dormir, e eu vou voltar.”

“Ok. Obrigado.”

As duas entraram no carro e chegaram a casa em silêncio após muitas tentativas frustradas de Caroline de puxar algum assunto. Ela estacionou na frente da casa e Elena continuava com a cabeça encostada no vidro.

“Lena, chegamos.”

“Desculpe.” Disse tirando a cabeça do vidro e engolindo o choro mais uma vez, sua garganta doía.

“Hey, vem cá.” Disse Caroline carinhosamente acolhendo a amiga num abraço. Elena desabou, quase não tinha mais lágrimas mas a dor tinha passado, era bom chorar. Caroline beijou sua cabeça e completou. “Tudo vai ficar bem, você não estava bem hoje?”

“Eu estava, mas parece que cada vez que eu consigo passar um tempo bem alguma coisa me puxa de volta tão forte quanto antes.”

“Eu sei que você está mal porque Damon não está aqui." Se tudo fosse só como você pensa. "E eu também sei que quando você menos esperar você vai estar tranquila, comigo rindo.”

“Obrigada Care.” Apertou mais seu abraço. “Mas eu preciso te deixar com Tyler, boa noite.”

“Ok.” Se desvencilhando da amiga.

“Cuide-se.” Elena assentiu com a cabeça e foi entrando em casa.

Ela tirou os calçados para não fazer barulho depois que deixou a chave na mesinha de canto, seus pés pareciam que não iam aguentar seu corpo, subiu os primeiros degraus e sentiu como se um vento soprasse atrás de seu pescoço, como se alguém lhe estivesse observando. Olhou pra trás e não viu nada, sentiu de novo e correu até seu quarto fechando a porta atrás de si repreendendo-se por ser tão boba. Tirou a roupa e colocou seu pijama deslizando pra debaixo da coberta. Rapidamente pequenos trechos do seu dia foram passando pela sua cabeça, não notou que estava tão cansada. Tudo bem eu já estou dormindo.

Assim que fechou os olhos a janela abriu e um vento muito forte soprou a fazendo bater. Só o que eu precisava. Correu até a sacada para ver se não havia quebrado alguma coisa e fechar a janela pra não acordar ninguém, mas tudo estava lá intacto. A não ser pelo corvo pousado em uma das pontas da sacada, aquilo lhe deu um leve arrepio, chegou perto e o espantou para longe. Quando se virou tapou a boca para abafar seu grito.

Do outro lado da sacada havia alguém parado a observando, mas estava muito escuro para identificar. A figura foi se aproximando e ela foi dando passos para trás até encostar-se á ponta e se desequilibrar quase caindo do segundo piso, mas lhe seguraram braço.