O Trono de Gelo escrita por DISCWOLRD


Capítulo 38
Um Novo Começo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, desculpem a demora, mas espero que gostem, escrevi com dedicação esse capitulo. Obrigado por tudo e espero que gostem!



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— Preciso voltar — Disparou Garen — Lux ficou pra trás. Ela precisa de mim!

Katarina segurou-lhe pelo braço

— Não tem como voltar à ponte vai cair a qualquer momento. Você disse que confiava nela, então dê esse voto.

Garen trincou os dentes.

— Eu não vou deixar ela so...

Uma vibração sacudiu todo o rochedo que o exercito estava como se algo muito pesado tivesse batido no chão e ouviu-se o que um grande barulho de algo partindo-se. Depois o silêncio instalou-se por todo o local e cada segundo parecia mais longo que o anterior.

Por fim o chão ressoou e estremeceu. Depois a ponte explodiu para fora, numa luz ofuscante. Riven agarrou em Annie e se abaixou, arrastando Nunu consigo para o chão. Uma explosão de som atingiu-os enquanto caíam. Sejuani gritou, mas não conseguia ouvir-se e deixou de ouvir fosse o que fosse. Uma forte rajada de vento empurrou a neve e derrubou vários homens. A força do vento forçou todos a fecharem os olhos com força.

Todo o desfiladeiro pareceu tremer. Elmos, escudos e armas voaram para longe. Tryndamare agarrou-se ao chão com força protegendo ele e Ashe esperando que toda a agitação passasse. Os tremores prolongaram-se durante algum tempo, até que tudo voltasse ao normal. Finalmente Ashe abriu os olhos.

Muito levantaram um ao outro, amparando-se. Tryndamare coçou os ouvidos na tentativa de desobstrui-los, que zuniam e doíam, mas sem sucesso.

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No desfiladeiro.

Lux emergiu da esfera de luz e percebeu que estava caindo em direção ao abismo abaixo. Ela ouviu o estrondo e olhou vendo a ponte desmoronar, pedras de dez metros de altura caiam sobre Baron Nashor como uma avalanche.

Outro pedaço de pedra caiu, batendo ruidosamente contra outra no ar perto dela. O vento chicoteava seu corpo lançando minúsculos ciscos de gelo a cada sopro. Eles picavam como abelhas. O ar golpeava sua testa e o vento zunia em seus ouvidos. Ela forçou a vista através da poeira. Foi então que viu um vulto preto se desviando das pedras. São eles — percebeu.

— EZREAL AQUI! — Gritou, mas sua voz era quase abafada pelo vento. Teria que pensar em algo, mas saber que estava em queda livre para morte não ajudava. Ela agarrou com força seu báculo e lançou uma luz para ponta dele, como um sinalizador.

Do outro lado. Ezreal viu uma pessoa caindo entre os destroços e a nuvem de poeira. Tentou encontrá-la, mas não conseguiu. Foi então que uma luz forte surgiu. Lux? — Pensou ele. Ezreal não precisou dizer duas vezes e Shyvana e bateu as asas, lançando-se em direção a luz, evitando as pedras.

— LUX!

Shyvana colou as asas no corpo e desceu vertiginosamente em direção ao ponto de luz. Lux tentou aumentar a intensidade da claridade quando sentiu dois braços enlaçarem sua cintura, e o mundo inteiro ficou de lado, ela virou-se e viu Ezreal agarrando-a de braços esticados. Shyvana se ergueu do mergulho. Ezreal riu triunfante.

— Essa é a parte em que a mocinha beija o herói. — Propôs

— Olha só, cara de fuinha. Primeiro vamos dá o fora daqui e depois pensamos em beijo.

Shyvana ergueu-se para longe da ponte e dos destroços. Lux olhou para trás e por um segundo, jurou ver Lissandra desaparecendo na escuridão do abismo.

— Pelos deuses, a ponte, olhem a ponte! – Gritou um homem na beira do precipício.

Riven olhou para o local onde antes estava a ponte. Não havia mais nada ali, apenas a fumaça que apanhava a luz do anoitecer vermelho-alaranjada. Todos gritaram de alegria, erguendo suas espadas e escudos. Jubilaram sobre a encosta, emitiram um forte grito que ecoou no vale feito trovão. Shyvana emergiu do abismo batendo as asas. Ela planou e se jogou sobre o solo, batendo as asas para amenizar a velocidade, o movimento gerou uma rajada de vento quase silenciosa. Depois posou cravando suas poderosas garras no chão. Ezreal e Lux desceram e Shyvana voltou à forma humana. A satisfação alastrou-se sobre eles. Tinham conseguido, mas logo esse sentimento não durou, pois seus olhos voltaram-se para si, enxergando as consequências da batalha.

Ezreal deteve-se ao perceber o que vinha em sua direção, Lux olhou para trás, vendo Garen caminhar na direção deles com uma expressão voraz, sendo acompanhada por Katarina. Ele trazia uma espada desembainhada na mão.

Ezreal sentiu o estômago borbulhar.

— Garen? — Preocupou-se Lux, Garen ignorando-a, continuou indo a passos firmes até Ezreal, sem pestanejar, com a mão na espada.

— Garoto! — Falou

Ezreal gaguejou

— S-si-sim?

Lux franziu a testa e olhou para Ezreal.

— Fique ai Lux!

Ela recuou, ainda que relutante. Mas depois gritou e meteu-se entre seu irmão e seu namorado. Garen Fuzilou-a com os olhos. Mas Lux não cedeu. Ezreal afastou-a.

— Ezreal... Garen o que está fazendo?

Ezreal abanou a cabeça. Sem desviar o olhar de Garen. Embora suando bastante.

— O que está fazendo? — Exclamou novamente Lux

Garen olhava Ezreal com ferocidade. Percorreu os escassos metros que os separavam, encostou o gume da espada, ao peito dele e disse em voz alta e clara. De tal modo que todos escutassem.

— Senhor Ezreal — Falou com uma voz graúda e penetrante — Você tem contigo o meu maior bem. Eu a amo e prometi sempre cuidar dela. Ela é meu maior bem. Para me tirar algo, eu preciso tirar algo de ti. Sabendo disso, gostaria de pagar esse preço?

Ezreal assentiu com a cabeça, com uma determinação inabalável.

— Então irei tirar algo de você!

Ninguém se mexia, todos prendiam a respiração. Depois Garen ergueu a espada para golpear o peito do explorador. Ele passou o gume no peito. Ezreal retraiu-se ao sentir a lâmina, mas não se afastou. O corte apareceu sobre a sua pele e o sangue escorreu até pingar no chão. Depois recuou e baixou a espada com o gume sujo de sangue.

— Cobrei o meu preço com esse sangue — disse Garen — A sua divida está paga.

Depois embainhou a espada.

Lux correu para junto de Ezreal.

— Idiota — disse ela — Deixa-me ver isso.

— Não — disse Ezreal, colocando a mão no peito — Não. Quero ficar com esta cicatriz. — Olhou nos olhos de Garen — Eu prometo que irei cuidar dela. — Ele ajoelhou-se e encostou a testa sobre o chão — Tem minha palavra!

Garen assentiu

— Vocês dois têm minha bênção! — Garen voltou o olhou para Ezreal — Cuide dela.

Ezreal assentiu

OST: https://www.youtube.com/watch?v=zdJ0fa2xX_E

Sejuani colocou Olaf com cuidado no chão. Ele trincou os dentes e sustentou o grito de dor. Resmungou e levantou-se vacilante para em seguida cair sobre os joelhos. Ergueu os olhos com dificuldade. Relutantemente deixou-se ser analisado por Udyr. Sejuani sentia seu corpo reclamar, penosamente começou a avançar arrastando-se com pés. Por fim, seus joelhos fraquejaram e ela sentou-se sobre as costas de Bristle cansada. Este baixou a cabeça, tocando-lhe de leve no ombro com o focinho, e ela encostou a cabeça sobre ele e ali dava ordens aos seus homens, ignorando toda dor que sentia.

Ashe agarrou a gola e puxou-a para o lado, rasgando o tecido e envolveu o ferimento no braço de Tryndamare. Os dois foram envolvidos por uma forte emoção. Tryndamare olhou-a nos olhos.

— E agora? — Perguntou

— Agora reconstruímos — respondeu Ashe, cujas emoções eram uma curiosa mistura de satisfação e cansaço. Parecia impossível que a ponte Howlling Abyss já não existisse. Ashe levantou os olhos e voltou a fitar para seu amado. Ela chorou em seu intimo, mas nenhuma lágrima chegou-lhe aos olhos secos e ardidos. Precisava ser forte. Seus seguidores precisavam de uma rainha que os guiasse.

Muitos homens precisavam ser tratados com urgência pelos ferimentos da batalha. Outros com ferimentos menores precisavam de atenção caso contrário não tardariam a adoecer e a morrer. Muitos já tinham aspectos doentios e os médicos tentavam salvar o maior número possível de pessoas.

Mas ainda sim, a morte pairava no ar. Os corações estavam pesados, e muitos se estremeciam. Mas tentavam ser fortes e ouvia-se pouco choro ou murmúrio daqueles que perderam seus amados, os demais enfrentavam em silêncio. Enquanto a noite chegava, os corpos dos avarosianos foram colocados lado a lado, homens e mulheres despojados com cuidado sobre o chão e suas armas e escudos depositados sobre seus peitos. Os Garra da Neve ergueram uma pilha de corpos e queimaram seus irmãos, pois acreditavam que a morte na guerra era uma maiores entre todas as mortes honradas e que o fogo eternizaria seus atos. Uma nuvem negra ergueu-se como uma coluna rumo ao céu.

Nessa altura, nenhum homem ou mulher desejava pegar em armas novamente. Muitos, principalmente os Avarosianos, foram tomados por uma sensação de tristeza. Estavam rejubilantes por terem lutado e salvado Freljord, embora estivessem satisfeito, mas a queda da ponte significava um à queda de um de seus orgulhos. Para outros significava um novo começo, uma nova era. Mas ainda sim, para todos, caso desejassem construir uma nova ponte, maior e mais imponente, tal perspectiva parecia muito distante para ser real.

Uma voz límpida de algum lugar se ergueu como prata, e todos se silenciaram. E esta pessoa cantou de algum lugar, então pouco a pouco, aconteceu algo que aqueceu o coração de Ezreal e de todos os não freljordianos presentes, todos os freljordianos acompanharam a canção. Avarosianos e Garras da Neve cantaram em uma só voz. Em uníssono. Como se fossem uma única nação. Era uma canção que remetia a eras passadas. Coisas que existiram e se perderam. Das batalhas que costumavam enfrentar, do inverno sem fim e principalmente do seu orgulho sobre sua terra.

O sol subiu sem que mais nem uma gota de sangue fosse derramada. Os avarosianos cavaram túmulos aos seus companheiros mortos e cantarem seus méritos. Os Garras da Neve fizeram uma grande fogueira. A fumaça subiu alto no céu e foi vista por muitos olhos atentos.

Assim terminou a guerra.

Dessa forma todos partiram para suas terras. Passando ao longo dos pés das Montanhas Brancas. Por ali seguiram, subindo e descendo as regiões em seus caminhos de volta.

Os dias se passaram.

OST: https://www.youtube.com/watch?v=AEyCX9ExkFg

O tempo parecia passar voando, e ao mesmo tempo, pareciam arrastar-se para Ashe. Tanto ela como Sejuani tinham muito que fazer. Depois da batalha, Ashe promoveu reuniões com os clãs. As vezes que se reunia com os Garras da Neve, rendiam longas discussões e certos conflitos acerca do futuro de Freljord.

Ashe promoveu licitações para a reconstrução da ponte, mesmo a contragosto de Sejuani. Ashe reparou que Sejuani tratava de uma forma um pouco mais diferente. Mostravam-se mais reverente, e acabou por perceber que os encarava com um sentimento de maior respeito. Ashe criou um sentimento de consideração por ela, depois de ouvir o relato de sua incursão contra os piratas que ameaçavam uma vila ao sul e como ajudou não só esta, como outras tantas vilas unindo os necessitados e ajudando na reconstrução de suas casas e na alimentação.

No terceiro mês, Sejuani afirmou a aliança com a tribo de Olaf, casando-se com ele. A cerimônia foi praça perto do centro da cidade dos Garra da Neve, perante o olhar de uma multidão. Este união era fruto para fortificar os clãs. Sejuani se unindo a Olaf teria sobre seu comando a poderosa tribo berserker de Lokafar, desta união gerariam filhos fortes que dariam continuidade aos seus propósitos. Mas ainda sim, ambas possuíam um grande respeito para com o outro e amor nascerá entre ambos.

A cerimônia foi simples. Sejuani e Olaf aproximaram-se da estátua de Serylda onde um ancião os aguardava. Olaf usava uma armadura lustrosa com uma capa que era feito de pele de lobo. Sejuani usava um vestido azul, que mostrava suas orgulhosas cicatrizes de batalha. Os tambores rufaram enquanto ambos aproximaram-se do estado de madeira. Os dois subiram e ajoelharam-se. Então o ancião passou o punham sobre o braço de Olaf e depois de Sejuani.

— Que o sangue derramado hoje seja seu juramento e que esta cicatriz seja o símbolo desta união que irão carregar até o dia em que serão um com Freljord. — Proferiu o ancião —Ergam-se agora, pois ambos são um.

Ouviu-se o som de várias espadas batendo contra os escudos, som de aplausos e clamores da multidão ali reunida, que até então estivera silenciosa. Ambos saudaram os convidados. O ancião entregou o cetro, e colocou a mão de Sejuani e a mão de Olaf, e juntos eles se dirigiram aos seus lugares. Depois ambos sentaram-se ao trono e vários nobres aproximaram-se jurando-lhes lealdade. Depois festejaram. Celebraram ao longo de toda a noite, prolongando-se até ao dia seguinte.

Antes do inicio do quarto mês, as obras da nova ponte já haviam começado. Novas reuniões foram marcadas e realizadas. Pouco a pouco os conflitos dos clãs, foram substituídos por acordos mútuos. No quinto mês as reuniões foram mais frutíferas e levaram a tratados e acordos mais significativos. Todos tinha a consciência da importância, pois sabiam estar assistindo ao fim de uma era e ao começo de uma outra.

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https://www.youtube.com/watch?v=2jJnyyta07k

Quase um ano depois...

Por fim chegou.

O sol surgiu na manhã clara sobre Rakelstake, todos os sinos badalaram, e as bandeiras se abriram tremulando ao vento. Todas as coisas estavam prontas na cidade, e havia um grande fluxo de pessoas, pois as notícias tinham se espalhado por todos os cantos de Freljord. A cidade se encheu de novo com as famílias cheias de esperança.

Ashe estava junto a Tryndamare, na entrada do grande palácio, acima das escadarias, ouvindo o estrondear dos tambores gigantes. Ambos usavam botas de couro fino e polido, Tryndamare estava com uma camisa azul de seda e por cima dela, uma armadura de escamas. Pendurado num cinturão largo, ele trazia sua espada. Ashe por sua vez, vestia um vestido azul de seda, que parecia brilhar com uma longa capa bordada com a insígnia dos avarosianos. Sua barriga de nove meses se destacava.

De ambos os lados do pátio de quase dois mil metros, centenas de pessoas o preenchiam observando o rei e rainha com olhos brilhantes. A multidão agitou-se. Uma fanfarra com várias trombetas encheu a o extenso pátio com o som, e um coro de homens e mulheres, em algum lugar, começou a cantar.

Centenas de guerreiros avarosianos, trajando cotas de malha lustrosas, estavam formados em sentido diante das escadarias, divididos em dois grandes blocos deixando um extenso espaço entre eles. Como um largo corredor. Dos dois lados havia uma grande multidão de gente esperançosa vestida de muitas cores.

Ezreal, Riven, Lux, Annie e Nunu estavam observando junto ao círculo dos chefes dos clãs aliados dos Avarosianos, nobres e outros convidados que rodeavam o vasto espaço. Annie e Nunu ficaram encantados com os guerreiros em sentido, com cotas de malha lustrosas empunhando lanças com estandartes, com curiosos desenhos. Riven pigarreou deu-lhe uma pequena cutucada para que se aprumasse e repreendeu Nunu com um olhar.

Riven sentiu que havia um olhar fixo na sua direção. Olhou para os lados e viu o rosto peludo de Gnar empinando-se numa pose que seria bem descrita como “O Último Cachorrinho da Loja”. Para sua surpresa, pegou-se fazendo carinho atrás das suas orelhas. Ele respondeu com um barulho estranho, que ela julgou ser um ronronado.

— Engraçado — Começou Nunu — sempre pensei que reis fossem uns sujeitos desprezíveis.

— O quê? — Perguntou Riven já esperando um tipo de comentário que somente Nunu poderia fazer.

— Sabe — Continuou — uns idiotas, isso que são. Esposas por toda parte, arrancam a cabeça das pessoas, travam guerras sem sentido, comem com a faca, jogando coxas de galinha meio comidas para trás, esse tipo de coisa. Mas parece que eles não são esse tipo de gente.

— Sim — Adiantou-se Annie para dá sua contribuição acerca da monarquia. — Eu vi isso em meus livros. As coisas que representavam eram sobre reis. Os reis estavam sempre matando uns aos outros ou sendo mortos. A história sempre se mostrava muito complicada, envolvendo identidades trocadas, lutas, filhos perdidos, rixas de famílias, guerras e em geral, venenos e muitos punhais. Então ser rei não é moleza nenhuma, era incrível que metade dos personagens queiram se tornar reis.

— Eu não gosto dessas roupas. — Resmungou Ezreal que batalhava ferrenhamente com sua gola.

— Deixe-me arrumar — Lux esticou as mãos passando-as sobre as dobras da gola

— É assim em Demacia também? — Perguntou ele

Ela deu-lhe um sorriso e beijou seu rosto

— Bem, quando algo dessa formalidade acontece em Demacia, toda a cerimônia é planejada com várias semanas de antecedência, no mínimo, para que todos os que queiram assistir à cerimônia tenham tempo de colocar todos os seus assuntos em ordem e viajarem para o centro de Demacia, mesmo das zonas mais distantes do reino, por isso nós...

Mas ela não pôde continuar instruindo, pois as trombetas soaram e o coro invisível cantou anunciando a chegada dos grandes ursos. Volibear caminhava do portão em direção ao palácio. Tinha o pelo escovado e sua armadura reluzia como cristal. Sendo seguido por mais cinquenta ursos, tão grandes e ferozes quanto ele. Ao seu lado estava Lyra.

Ao chegar às bases da grande escadaria, Volebear prosseguiu desacompanhado, um pouco desajeitado pelas enormes patas peludas sobre as escadas. Neste instante vários soldados com armaduras luzentes, grandes escudos e longas lanças, estavam em duas linhas até o topo, viraram-se de frente uns para os outros, com a base da lança apoiada no chão, junto dos pés, e ali ficaram imóveis como estátuas fixando o olhar para frente. Volebear fez uma pequena mensura para Ashe e Tryndamare e colocou-se no lado de ambos.

Por fim, chegaram aqueles por quem tanto aguardavam. Uma única trombeta soou, e fez-se silêncio profundo.

Os Garras doa Neve. Sejuani conduzia seu exército em direção ao pátio, e o povo os via avançar fileira após fileiras. E assim eles chegaram diante do pórtico e pararam a vários metros das escadarias. À frente do exército estavam Sejuani líder da Garra do Inverno, Olaf e Udyr. Seguidos de muitos dos lideres de vários clãs que firmaram aliança com ela.

Então eles vieram subindo pela escadaria, desacompanhados de outros, muitos dos chefes usando altos elmos e vestindo armaduras reluzentes. Ao chegar ao topo, Sejuani e Ashe trocaram olhares tensos e o ar tornou-se quebradiço. Como se estivessem prontas para lutar novamente.

Ashe esforçou-se para sorrir e pelejou para achar palavras.

— Seja bem vinda, Sejuani, e espero que esse dia seja firmado o acordo.

O silêncio que se seguiu possuía um raro aspecto de um pressentimento que faz as pessoas prenderem a respiração, enquanto esperavam para ver o que aconteceria em seguida

— Por quanto tempo acha que a paz durará? — Perguntou ela

— Pelo tempo necessário.

Então Sejuani tomou seu lugar na cerimônia. Uma única trombeta soou, e fez-se novamente silêncio. Por fim vieram para frente deles e diante do povo. O ancião do vilarejo de Lisk e dois homens que caminhavam atrás dele usando armaduras polidas carregando um baú de madeira nobre, ornado a ouro e prata.

Os guardas deram um passo à frente, e o ancião abriu o cofre, e ergueu no alto uma espada com a lâmina feita de gelo verdadeiro. No Guarda mão reluziam três pedras, pois em estas foram os símbolos das três antigas rainhas, que reinaram juntas uma Freljord unida. A empunhadura fora forjada com metal que caiu dos céus e o seu pumo, era cravejado de pedras preciosas.

Eu ajudei a forjar esta espada com o mesmo material do Trono de Gelo. Sua lâmina jamais cegará. Ordenei que fosse colocado três joias, uma joia para Lissandra, uma joia para Serylda e uma para Avarosa. Juntas elas representariam a união delas e dos povos livres desta terra. — Instruiu Anivia na mente de Ezreal.

Então o arauto falou em alta voz: — Povo de Freljord, ouçam agora e sejam testemunhas! Vejam! Finalmente chegou a nova era sobre nós. Aqui está Ashe, filha de Eleonora a Sábia e Alion o Justo, senhora dos Avarosianos e seu marido Tryndamare, filho de Tryon o Bravo e Milla a Elegante; Volibear O Rugido da Tempestade, senhor dos Ursos; Sejuani filha de Natasha a Indomada e Alienov o Grande, senhora dos Garras da Neve. – Assim o Arauto prosseguiu proclamando todos os presentes para que o povo pudesse testemunhar. Por fim ele se terminou e chamou os primeiros.

Ashe e Tryndamare deram um passo em frente e caminharam até o Ancião com a espada. Tryndamare ajudou Ashe a ajoelhar-se tomando todo o cuidado. Ajoelharam-se diante do ancião e durante mais algum tempo, discursaram. Logo que terminaram, o Ancião encostou a espada sobre seus ombros e no topo de suas cabeças. Fez-lhe duas perguntas e ambos responderam duas vezes. Afirmando suas lealdades ante ao tratado de paz. Então ambos regressaram aos seus lugares. Outros chefes aproximaram-se e proferiram um discurso semelhante e o Ancião fez o mesmo procedimento, seguido dos demais chefes dos clãs que repetiram.

Depois Volebear, avançou num passo lento até chegar ao ancião, onde baixou sua cabeça e reconheceu a aliança como verdadeira, jurando lealdade aos acordos. Foi-lhe perguntado cinco vezes e ele respondeu cinco vezes. Depois cheirou o ar e o Ancião e rugiu alto.

NOTA: Deem uma pausa na OST aqui

Então foi a vez de Sejuani.

Ninguém parecia disposto a falar e fez-se um silêncio profundo e longo. Enquanto ela deslocou-se firmemente em direção ao Ancião. Todos ficaram tensos e desconfortáveis.

A perturbação se tornou claro nos olhos e na linha rígida do pescoço de Ashe. Tryndamare batia nervosamente com o dedo no pomo da espada. Todo o tratado só valeria com o assentimento de todos. Tudo se resumiria a resposta dela. Caso relutasse, não só colocaria os Avarosianos e os Garras da Neve novamente em conflito, como permitiria que cada nobre com algumas tropas acreditasse que poderia subir ao trono. Se isso acontecer, Freljord poderia desintegrar numa centena de reinos diferentes.

Relutante, ela ajoelhou-se sobre uma perna e discursou. O Ancião baixo a espada sobre o seu ombro esquerdo fazendo a pergunta, Sejuani respondeu. Depois, ele posou a espada sobre o outro ombro e fez a mesma pergunta e ela deu-lhe a mesma resposta. Por fim ele posou a espada no topo de sua cabeça e o Ancião perguntou. Mas ela não respondeu.

Udyr mexeu-se desconfortavelmente e Volebear farejou o ar.

— Por incontáveis décadas meu clã batalhou para trazer a força para o povo. — proferiu Sejuani sem erguer a cabeça e sua voz era firme. — A guerra é o alento de nosso povo. Nós somos os seus filhos. Nosso legado é a conquista e a luta. Sem a força não poderemos vencer e avançar. Enquanto a vida habitar os meus ossos, farei de tudo para unir Freljord em uma nação forte. Me aflige ficar se escondendo nas planícies enquanto outros mais fracos decidem o futuro da nossa terra, é impróprio para clãs fortes como os nossos. Quando as crônicas dessa era forem escritas, deverão eles dizer que lutamos pelo futuro, como os heróis da antiguidade, ou que nos sentamos covardes em nossos salões como camponeses amedrontados?

O ar tornou-se quebradiço como se fosse de vidro. Todos olharam para ela. Sejuani olhou para as pessoas ao seu redor com solidez. Pelos deuses, Ashe inquietou-se ao perceber que ela poderia não aceitar os acordos e desencadear outro conflito. Sejuani ergueu o olhar para a espada sobre sua cabeça e para o Ancião com os seus olhos brilhantes e ferozes.

— Porém, mesmo que contragosto. Aceitarei os termos pelo tempo em que nosso povo precisar. Mas nosso clã um dia voltará a lutar pela força que Freljord deve ter.

NOTA: Voltem a tocar a OST

Então ela respondeu a pergunta e jurou fidelidade ao acordo.

Todos aclamaram júbilos e aplaudindo com um entusiasmo tal que o som se assemelhava ao de uma queda d’água. E nesse momento todas as trombetas soaram.

Arqueando o pescoço, os ursos presentes rugiram.

A alegria estampada no rosto de Ashe iluminou o coração de Tryndamare. Sejuani não gritou nem riu, mas os seus olhos brilharam e todos vibraram de excitação. Lux, Riven, Annie, Nunu e Ezreal foram ao encontro de Ashe e Sejuani no meio de todos ali reunidos, e ajoelharam-se perante elas.

Para a surpresa de muitos, Sejuani olhou para eles dizendo.

— Levantem-se, os fortes e dignos não devem baixar a cabeça.

Ashe complementou

— Pelo trabalho e pelo valor de muitos, respeitamos o tratado. Vocês crianças, não devem se ajoelhar. Vocês são os promotores de tudo o que foi realizado, e esta vitória lhes pertencem tanto quanto a qualquer homem e mulher que deram suas vidas. Especialmente você, meu jovem — Disse olhando para Ezreal.

Tryndamare falou

— Todos serão bem vindos em nossas terras e comeram e beberam ao meu lado e ao lado de minha rainha se desejarem.

E o Arauto falou numa voz límpida: — A era está terminada, e a nova era começou. É a tarefa dessa aliança ordenar o início e preservar o que pode ser preservado. — Ele virou-se para a multidão e anunciou — Povo de Freljord ouçam agora! Vejam! Finalmente chegou a nova era e que esta paz dure para todo o sempre. Deve ser esse o nosso destino?

E todo o exército e todo o povo gritaram sim a uma só voz

Nos dias seguintes, os clãs sentaram-se em suas cadeiras e pronunciaram seus julgamentos. Embaixadas vieram de muitas terras e povos. Muitos foram perdoados e condenados.

Os trolls foram que haviam se rendido foram perdoados e mandados embora em liberdade, mas foram banidos de suas terras. Mas antes, foram compelidos para reconstrução da ponte.

— Ajudem agora a reparar o mal no qual vocês tomaram parte — disse Sejuani. Depois deverão fazer um juramento de nunca mais atravessar as nossas terras, a não ser que seja sobre circunstâncias drásticas. Nem marchar com os nossos inimigos, e então poderão retornar livres para sua terra.

Os trolls ficaram surpresos, pois pensavam que os humanos eram cruéis e queimavam vivos seus prisioneiros. Fez-se as pazes com aqueles que cultivaram inimizades. Os refugiados foram resgatados, dando-lhes todas as terras que precisassem. Vieram muitas pessoas, para que recebessem suas recompensas por seus valores e feitos.

Algumas semanas depois, Lux e Ezreal foram trazidos ao encontro de Ashe e Tryndamare para que fossem recompensados por seus feitos. Mas o que ambos pediram surpreendeu a eles. Lux e Ezreal revelaram toda a história de Lissandra e de seu sacrifício ajudando a salvar Freljord. Contaram-lhe da forma como sofreu e como merecia uma redenção.

Tryndamare suspirou, e ele passou uma mão encaliçada pelo rosto

— Isso o que dizem é verdade?

Ashe levantou-se e foi até seu amado, tocando-o no ombro. Ele ofereceu-lhe um sorriso e enrolou um braço em volta da sua cintura.

— Estou contente de que vocês tenham nos dito isso. Eu acredito em ambos, pois não pediram tesouros, mas uma redenção para o que acreditávamos ter sido nossa inimiga. Daremos uma cerimônia que até um rei poderia invejar. Ela mereceu isto e mais por tudo que ela fez.

OST: https://www.youtube.com/watch?v=wJXJQfR0oOw

Finalmente chegou o dia da partida, a luz chegou pálida e cinzenta. Uma comitiva numerosa e bela se preparava para o funeral. Via-se seis homens trajando armaduras reluzentes carregavam uma esquife de madeira nobre que simbolizava o copo de Lissandra. Eles eram acompanhados por um cortejo de guardas e com a bandeira à frente. Passaram pela caminho em silêncio.

Logo atrás estava Ashe, com ar solene e ao seu lado Tryndamre, ambos usavam mantos escuros. Tryndamare acenou para que ambos se juntassem a eles. Tentando não chamar a atenção, Ezreal, Lux e Riven foram se esgueirando pelas pessoas até ocuparem o espaço ao seu lado.

Uma jovem que estava à frente da comitiva, começou a canção com uma voz suave e bela como prata e cristal. A comitiva caminhou vagorosamente pelos campos. Assim eles prosseguiram em um ritmo lento, ninguém parecia respirar, poderiam ser tomadas como estátuas eternamente congeladas se não fosse pela caminhada lenta e respeitosa.

A jovem cantava solenemente. A sua voz parecia ressoar na alma dos presentes, fazendo todos vibrarem. Eles andaram através do campo florido em direção ao mar a frente. Os guardas colocaram a esquife sobre um pequeno barco na areia e empurraram deixando que deslizasse através das ondas.

A tristeza se apoderou de Lux, e sua angústia era ainda maior pelo fato dela ter visto Lissandra em seus os últimos momentos e como ela suportou toda a dor e amargura durante séculos. O que antes quando pequena vislumbrava a imortalidade como algo divino e uma benção, agora via como uma maldição. Pois nada deve ser eterno, cada coisa deve ter o seu tempo dando a isto a magia de viver.

Ao olhar para o barco deslizando rumo ao horizonte. Ezreal percebeu como os freljordianos eram nobres e honrados. Mesmo que o mal que ela tivesse causado, respeitavam-lhe pelo que veio a ser e pelo que fez outrora. Respeitava como uma das três rainhas.

Ashe tomou a frente da pequena multidão e falou:

— Muitos perguntam porque lutamos? — Começou ela com seus cabelos branco esvoaçando ao vento — Talvez haja uma pergunta melhor. Porque motivos lutamos. Lutamos para proteger lar e família, lutamos por algo que valha a pena. Então eu digo, a pergunta seria: pelo que vale realmente a pena lutar. Vale a pena lutar e dá a vida pelo que acreditamos, pelo futuro daqueles que amamos. — Ela olhava nos olhos de cada um presente — Avarosa nos deu a ordem mais simples que uma rainha poderia dá: lembrem-se pelo que nós morremos, lembrem-se pelo que nós lutamos e digam isso de geração a geração. Chegará o tempo em que o inverno será rigoroso para conosco, chegará o tempo em que pegaremos em armas novamente, mas ainda assim lutaremos e daremos nossa vida por aquilo que vale a pena lutar. — Ashe virou-se e observou o barco quase a sumir — Em seu último ato, Lissandra deu a vida por nossa nação e reconquistou sua honra e direito de se assentar com os antepassados. Por isso nós a honramos e seremos gratos por seu sacrifício.

Neste instante uma chuva de flechas incandescentes voaram recaindo sobre o barco. Assim ele foi deslizando para o horizonte rumo as praias distantes onde o espírito dela encontraria o tão esperado descanso.


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Notas finais do capítulo

Bem pessoal comentem, favoritem e se puderem, recomendem, obrigado a todos e até a próxima!



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