Bleeding Out escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oie oie minhas lindas leitoras!
Sete reviews? Vocês querem me matar de fofura?
E essa nem é a melhor parte... UMA RECOMENDAÇÃO!!!
Sério? Eu pirei! Muito!
Foi isso que me fez vir aqui e postar esse capítulo antes de qualquer outra coisa... Então, querida Yasmin Cahill, o capítulo onde o nosso lindo Ian Kabra aparece pela primeira vez é totalmente seu, meu amor!
Espero que aproveite, amei suas palavras e sinto por fazê-la chorar... Ou não.
Mas eu AMO muito todas vocês!



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— I-Ian... Q-q-quem? — A voz de Amy mal saiu. Seus olhos arregalados e suas mãos começaram a se enrolar contra o cobertor. A garota sentia vontade de levantar e sair correndo, mas sabia que jamais a deixariam.

Josh a fitou, preocupação estampada em sua face e Amy não conseguia entender como um homem que acabara de conhecê-la parecia mais preocupado com ela do que a sua própria família.

— Ian Kabra. — Repetiu Gared, analisando o rosto de Amy. Ele havia se levantado de sua cadeira e andava devagar até onde ela e Josh estavam. — Você conhece este homem?

Amy engoliu em seco. Suas mãos apertando o cobertos velho sobre seu colo. Do nada, as luzes fracas da delegacia começaram a incomodar a sua visão e ela se sentiu com vontade de vomitar a rosquinha e o café que havia acabado de ingerir.

— P-por que tio Alistair não vem? — perguntou, ignorando a pergunta do policial. Ela não conseguia entender em que mundo seu tio a deixaria em uma delegacia. — E-ele e D-Dan estão bem? A-aconteceu alguma c-c-coisa? — sua voz soava aflita no final, o que fez Gared lhe lançar um curto olhar de compaixão, o que a ruiva achou estranho devido ao comportamento do policial a dez minutos atrás...

— Eles estão em um sítio longe da cidade, pelo que eu entendi... — ele falou. Seus olhos não conseguiam ficar no rosto da garota, como se ele estivesse anunciando que ela havia sido deixada em um aeroporto lotado por seus pais. — Você conhece esse homem? Ian Kabra?

Amy suspirou. Ela estava em pânico mas não adiantaria em nada falar com os policiais. Na verdade ela mal entendia como estava conseguindo falar tanto!

— E-ele é meu... Meu p-primo. — Foi tudo que a garota falou, antes de fechar os olhos e encostar a cabeça na parede, tentando normalizar a respiração.

Ela ouvia, e sentia, os policias fazendo sinais, como se estivessem debatendo alguma coisa séria, mas Amy apenas tentou não pensar em como séria horrível seu primo maldito indo buscá-la na delegacia!

Ah céus!

Ela ainda ouvia os telefones tocando e o cheiro do café, mas tudo parecia uma segundo dimensão. Ela estava presa na dela, presa nos medos dela, presa na ideia de seu primo entrando por aquela porta e dizendo: “Eu sou Ian Kabra, vim roubar tudo que a jovem Amy Cahill tem!”, mas... É claro que ele não faria isso, e também não deveria ter 50 anos como Amy imaginava... E, hm... Talvez a arma na mão dele e o ar de mafioso também fossem invenções de sua cabeça.

Amy só voltou a si quando Josh parou na sua frente, outra xícara de café em sua mão e um sorriso amigável em sua face.

— Se quiser ligar para seu tio e avisar que podemos levá-la para casa, eu não teria problema algum de...

Mas ele não conseguiu terminar, pois a porta foi aberta por uma mulher baixa, com cabelos louros presos em um coque armado. Ela usava uma saia azul cobalto e uma camiseta listrada, a aparência tipica de uma secretária, exceto que ela deveria ter 50 anos e seu rosto era totalmente cheio de plásticas.

— Senhor Hiwife, senhor Badtris — ela chamou os policias, e Amy sabia que havia algo engraçado no nome deles, mas ela não conseguia rir. — Este homem está aqui para vê-los. — A maneira como ela falou a palavra “homem” foi o mesmo tom e o mesmo jeito que aquelas mulheres ricas e superficiais dos filmes chatos de Dan falam, sendo totalmente oferecidas.

Atrás dela, surgiu um rapaz com idade entre 18 à 20 anos, um sorriso educado e uma maneira meio esnobe. Ele vestia uma calça bem cortada, e uma blusa por baixo do seu blazer ninho bem passado. Seus cabelos eram negros como a noite, e bagunçados como quem acaba de acordar e se olha no espelho falando: “Sou perfeito”. Ele era a mistura perfeita entre adolescentes de colegial com homens de negócios. Amy não tinha dúvidas que aquele era o seu primo.

A garota prendeu o ar, tentando fazer de tudo para não chamar atenção para ela. Ela realmente não queria olhar na face do primo. Ele era exatamente o oposto dela, e ela nem havia o visto falar ou qualquer outra coisa do gênero.

Ela se sentia mal em seu jeans sujo, seu casaco rasgado e manchado e seus cabelos deveriam estar bagunçados, não do jeito legal como os do primo. Ela mordeu o lábio com força, desejando mais que tudo na vida poder sumir e mal sabia por quê se sentia assim.

Josh deve ter percebido a inquietação dela, pois logo se levantou, tapando-a da vista do homem.

— Obrigada, Suzete. — Ele falou educadamente. — Já pode ir.

A mulher — Suzete — deu um longo sorriso em direção ao homem de cabelos negros, e saiu, fechando a portas atrás de si.

Gared, que até aquele momento observava as expressões de Amy, levantou-se fingindo estar olhando para o nada. Aparentemente, os dois estavam tentando protegê-la e Amy estava mais grata com isso do que jamais esteve tão grata em toda a sua vida.

— Senhor...? — perguntou o policial louro, e Amy percebeu que realmente havia gostado dele. Afinal, olha só quem estava protegendo-a mesmo ela atrasando a sua saída do trabalho.

— Kabra, senhor, Ian Kabra. — A voz do homem era grave e forte, porém havia uma nota musical naquele tom. Amy sentiu que reconheceu algo ali, mas isso seria impossível já que só havia conhecido o senhor Kabra agora. — Vim buscar minha prima, Amélia Hope Cahill.

Ao ouvir o seu nome sendo proferido pelo seu primo, Amy deixou um leve tremor passar pelo seu corpo. Ela estava com medo daquele homem, mas seus instintos mais profundos diziam que tudo estava bem.

— Ah... A senhorita Cahill — falou Josh, como se lembrasse de algo. — Qual o seu grau de parentesco com ela?

— Sou seu primo... — ele falou, mas sua pele morena e cabelos escuros eram bem diferentes dos cabelos ruivos e pele pálida de Amy. — De alguns graus, mas somos primos.

— O senhor estava com a senhorita Cahill antes dela ir para o parque? — perguntou Gared, os dois policiais falavam com ar de autoridade, como se estivessem investigando um assassinato.

— Ahn, não. — Ian não parecia desconfortável, ele estava relaxado mesmo com os policiais o enchendo de perguntas... Amy já sentiu inveja do primo, se fosse com ela, estaria chorando e gritando: “Eu não fiz nada” .

— Policial Josh — Amy tomou coragem para falar, sabendo que sua voz na passava de um sussurro, quase inaudível. — Policial Gared, por favor, podem me ajudar a levantar? — pediu, tentando controlar sua voz. Ela não poderia demonstrar ser mais fraca do que já parecia. Pelo amor de sua mãe...

Josh e Gared pareceram confusos, mas foram até ela, liberando caminho para Ian fixar seus olhos na garota. Ele a observou de cima a baixo, antes de voltar aquela cara de paisagem. Amy o viu fazendo isso, e em um momento em que seus olhos se encontraram ela viu o tom de âmbar nos olhos dele.

— Você está bem, Amél... — começou Josh, após levantá-la. A luz e o cheiro de café agora só serviam para deixar Amy mais tonta, seus músculos doeram ao se levantar, como se ela estivesse acabado de passar uma eternidade sentada. Ela quase caiu ao tentar se firmar no chão, mas Josh a segurou.

— Amy — pediu a garota, sabendo que isso era muito estranho, mas ela confiou naqueles dois policiais, talvez mais do que deveria. Lançando um olhar de desculpas para Gared ela continuou. — Podem me chamar de Amy, senhores, e por favor, me perdoem por tê-los atrasado em ir para casa, certamente não foi a minha intenção — Amy sugou o ar ao terminar de falar, ela não se lembrava quando havia sido a última vez que ela falara tanto — ainda mais sem gaguejar. E não havia mais nada que pudesse fazer, apenas implorar para que o esforço em sua voz não fosse detectado.

— Ahn... — os dois policiais pareciam meio chocados com a voz dela também, mas Gared se recuperou rapidamente. — Você, certamente, não tem culpa, senhori... — ela lançou um breve olhar para ele, antes de fixar o chão, corada. Ela odiava que as pessoas estivessem olhando para ela, odiava contato visual... Anjo, ela odiava falar! — Amy.

— Obrigada por serem compreensivos e pela rosquinha — ela se surpreendeu falando, em um tom de brincadeira. Amy estava quase desmaiando pelo esforço que estava fazendo para conseguir agir deste jeito, mas ela simplesmente se recusava a deixar Ian vê-la fraca. — Aguardem os meus agradecimentos devidamente feitos, obrigada.

E sem dizer mais nada, andou o mais reto que pode para a porta, abrindo-a e sendo seguida por Ian, que disse alguma despedida como: “Senhores” antes de segui-la.

No carro, Amy ficou em silêncio no banco de passageiro enquanto Ian dirigia. Ela estava envergonhada pela cena com os policiais. Eles deveriam ter ficado com raiva dela... Mas ela não queria parecer fraca, não enquanto Ian estava do seu lado. Ela temia a cada momento ele começar a zombar dela, mas nenhuma palavra foi dita, nem mesmo quando pararam na frente do hotel e Janet veio correndo socorrê-la.

— Mil perdões, senhorita Cahill. — Janet parecia implorar. Ela carregava uma prancheta e seus óculos estavam em sua face. Ela acompanhava Amy enquanto a mesma andava para entrar pela porta da frente do hotel. — Estava em uma reunião e só recebi o recado dos policiais agora! Eu certamente fiz algo imperdoável mas...

Amy a calou com o olhar calmo, percebendo que estava sendo seguida por Ian. Pelo jeito ela não teria paz mesmo!

— Não se preocupe, Janet — Amy falou, forçando sua voz para não tremer. — Desejo apenas ir para o meu apartamento, se não se importa, conversamos depois.

Janet parecia chocada. Como na verdade, todos quando Amy entrou no salão do hotel. Mas ao contrário de Janet, que parecia constrangida pela sua “falha”, os outros pareciam chocados pelo jeito que estava vestida, olhando-a como se ela fosse um lixo.

Amy jurava ter ouvido uma senhora esnobe comentar sobre isso com outra senhora mais horrível ainda. “Não sei como deixam esse tipo de gente entrar aqui... Eu deveria fazer uma queixa aos donos do hotel...”

Amy estava quase sedendo quando entrou no elevador, pronta para desabar ali mesmo, mas Ian entrou junto com ela. Ainda sem dizer uma única palavra e a ruiva não teve o que fazer se não digitar a senha e esperar as portas fecharem.

—>Bleeding Out<-

Ian Kabra mal sabia o que pensar daquela garota. Ele estava encantado.

Primeiro, ele não a vira na delegacia, assim que entrou lá procurou por ela, mas simplesmente não a encontrou, e quando os policiais começaram a falar com ele, ele pensou que haviam levado ela para outra sala ou algo assim, ou até mesmo que estava no banheiro. Então, nada o preparou para ver a pequena — na verdade bem alta — garota levantando-se do sofá. Saindo da parede como se não estivesse ali a um minuto atrás.

Ian ficou encantado, mas não disse nada. Ele supostamente veio roubar tudo que era da garota e certamente não poderia ficar encantado com o “inimigo”. E então aquele silêncio todo no carro e o jeito como ela lidou com aquela mulher que veio se desculpar, autoritária mas benevolente. E depois, mesmo estando um caco, praticamente fedendo, andou por aquele grande salão ouvindo os comentários baixos de pessoas metidas como se fosse sua rainha.

Ele lembrava o que Alistair lhe disse, quando o encontrou mais cedo:

Amélia tem alguns problemas, Ian. Ela não vai falar com você, não vai olhar para você e provavelmente não irá fazer absolutamente nada. Eu preciso que você busque ela na delegacia pois eu, Dan e sua irmã estamos trancados na estrada, indo para o sítio. Não temos como dar a volta e chegar lá antes da meia-noite, e Amélia não sobreviveria esperando tanto tempo.”

O garoto perguntara como ele iria reconhecê-la, e, se era uma garota tão problemática assim, o que a faria vir com ele de boa vontade. Alistair só disse que Amélia surpreendia as pessoas.

E lá estava ela, fazendo exatamente o que Alistair disse que iria fazer.

Surpreendendo as pessoas. E surpreendendo ainda mais Ian Kabra.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

Adeus Josh, adeus Gared, i'll miss you guys.
Beijos,
Becky.