Sobrenatural escrita por Francielle Santana


Capítulo 6
Capítulo 5 - Uma arvore estranha




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Ele nem sequer virou. Falou terminando de engolir com a voz rouca e sem nenhum traço de sentimento.

– Onde voce estava?

– Na casa de um amigo.

– Nunca mais saia sem dizer para onde vai. Principalmente na frente de estranhos.

Ele voltou a comer e deu a conversa por encerrada. Nada mais, nada alem. Olhei para minha mãe que tinha estado ao meu lado até aquele momento.

– Filha, vai lavar as mãos para comer. Estou muito feliz por voce ter voltado.

Ela tentava amenizar o clima. Mas sinceramente? Não resolveu. Dei um beijo em seu rosto e fui para o meu quarto.

– Estou sem fome,mãe. E tambem estou feliz por estar com a senhora.

Subi as escadas e fui até meu quarto. Preferia estar com o Simon naquele momento. Me joguei na cama tentando - inutilmente - conter a raiva e as lagrimas. Meu pai, o senhor Alberto, nao se sentia culpado. Me bateu na frente de todos, eu nao esperava por isso. Mas ele preferiu manter a honra da familia, do que o amor da filha. Tive a sensação de que as coisas mudariam a partir daquele dia. Minha mãe e amiga entrou no quarto de supetão, me tirando dos pensamentos, conversamos e ela foi embora. Fiquei pensando o que o Livro teria para me dizer naquele momento.

Do meu quarto pude perceber que estava tudo escuro lá fora. O que normalmente não acontece, independente do horario. Me levantei e saí. Se não fosse pelo fato de morar naquele lugar desde pequena, eu teria me perdido. Fui tateando o caminho, tendo plena convicção de onde estava, mas tudo estava embaçado. O meu objetivo era chegar na praça principal, um lugar grande, com uma fonte no meio. Mas ao invés de ver a fonte, a distancia vi uma grande arvore. Ao tentar me aproximar, enxerguei varias pessoas ao chão. Fui observar mais de perto, e para meu espanto reconheci que uma delas era a senhora Juditt. Ela estava morta. Todos estavam mortos. Pensei em voltar para buscar ajuda, mesmo sem ter noção do que alguem poderia fazer para trazer vida aquelas pessoas. Mas quando me virei para retornar a minha casa, percebi que ela e todo o vilarejo tinham sumido. Eu estava em meio a um campo com apenas aquela arvore grande e amedrontadora no meio e com todos aqueles corpos ao chão junto com o da senhora Juditt. A arvore era enorme, e seu tronco fazia uma curva estranha, como se alguem cuja força era desconhecida tivesse torcido ele, como uma simples corda. Seus galhos cobriam grande parte dos corpos, como se fosse uma proteção ou maldição. Apesar de acreditar na primeira hipotese. Fui em direção a arvore quando vi uma forma humana lá. Com roupas claras. Comecei a andar e me vi correndo, o terror de ver tantas pessoas mortas me angustiava. Tinha a sensação de que a qualquer momento poderia ser eu a estar ali naquele meio. Corria quando despenquei em um buraco negro que até aquele momento era inexistente. Caí e parei num lugar inesperado. Caí em minha propria cama.


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