Scarlet escrita por PandoraMaximoff


Capítulo 4
Bradley




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Estava tipo James Bond. Dylan discutia com um cara, que uma vez o vi rodando o motel – patetando- e para ser honesta esse cara pareci com o Dylan, da forma mais bizarra da palavra, era tipo como ver ele mais velho isso me fez lembrar de toda a historia que Norman me contou. Que droga! Dylan havia encerrado a briga botando o dedo no peito do cara de forma ameaçadora e estava voltando, e ele tinha me visto, estava com raiva e parecia a ponto de perder a razão.

– O que você ta’ fazendo aqui? – Perguntou passando a mão no rosto – Norma mandou você me seguir?

Dylan estava de mau humor.

– Não! – O que era uma grande verdade, ele poderia ser menos egocêntrico né!– Eu vim andar pela cidade e comprei doces, quando eu passei por aqui... a-aquele cara te ameaçou?

Fingir que não vi nada não era a melhor opção além do mais não sou cega.

– Tchau – Disse simplesmente.

Sua indiferença às vezes me irrita, mas o que eu posso fazer? Mal o conheço, e seria estupido da minha parte fazer mais perguntas, ainda mais, podendo ser varias coisas. Dylan atravessou a rua com um pacote na mão, foi até a caminhonete preta e entrou. Ótimo, Emma! Nem carona você tem agora. O fato era que minha curiosidade estava em vermelho, tinha algo ali. Em um dia a família Bates estava feliz, e como em um piscar de olhos as coisas começam a ficar estranhas. Sem meu querido fusca, eu tinha que pedir carona de alguém meu pai talvez, ou um taxi, não podia ir andando.

Suspirei engolindo a situação desastrosa, e comecei a trilhar o caminho de volta pra casa, de um lado o cilindro e do outro a sacola com doces, algumas pessoas passavam e lançavam olhares tortos ou de pena. Além do mais quem não conhece Emma Decody? Menina estranha que anda com um “grande tubo” ao lado? É, ouvi uma garota falar isso no banheiro. Mas quem sou eu ao lado da cidade que é White Pine Bay? Ao lado de pessoas que fazem a economia local baseado em plantações de maconha? Ou escravas sexuais? As pessoas não se importavam com nada pareciam cegas em relação aos grandes problemas daquele lugar. Ou simplesmente acolhiam de bom agrado.

– Hey, Decody – Uma voz fina e familiar soou atrás de mim.

Virei-me encarando uma garota que usava uma blusa preta de capuz que cobria quase todo o rosto, e para ocultar mais ainda usava um óculos enorme.

– Desculpa, mas quem é você? – Fiz uma careta estranha, até mesmo pra mim.

– Hã... Vamos pra um lugar, mas reservado – O que? Sem chances. Não conhecia ela, não podia me dar ao luxo de acreditar em estranhos.

– Não – Puxei meu braço de forma brusca – Me diz quem é você, então eu vou! – Apenas se eu te conhecer.

A garota se esquivou de um cara que passava, ele era carrancudo usava uma jaqueta de couro, e parecia segurar algo por debaixo. Uma arma. Ela abaixou o óculos revelando aqueles olhos. Bradley?

Que merda!

Assustei-me e acabei dando um passo para trás, é estranho por que eu nunca gostei dela, basicamente tirou o Norman de mim, e mesmo assim não consigo odiá-lo por ter sido tão estupido e cego naquela noite do baile.

– Por favor, Emma eu preciso da sua ajuda – Ajeitou o óculos ocultando-se novamente.

Engoli a seco, por que justamente eu?

– Mas... você está morta – Foi impossível não dizer. Ela estava, tentei ate fazer uma homenagem.

– É eu sei – Murmurou – Emma por favor, preciso ir até o Norman.

Click.

– Como assim? Ele sabe que você ta’ viva? – Minha voz saiu baixa e tive a leve impressão que ela não iria escutar.

– É ele sabe – Segurei minha sacola com bolinhos, e percebi que ela estava péssima para a garota que já foi a, mas popular, estava com um corte na boca uma marca avermelhada na bochecha e pálida – Não posso contar muita coisa aqui.

Click. Norman sabia. Então fazia sentindo, o modo como encarou a situação da morte de Bradley e neste momento estava me sentindo traída. Eu sou a melhor amiga dele e mesmo assim não teve coragem de falar que essa vadia ta’ viva?

– Ta’ legal – Murmurei irritada.

***

Bradley estava morta.

Era o que todos pensavam, ou ao menos quem se importava. Enquanto andávamos até minha casa fiquei com medo, as pessoas poderiam desconfiar principalmente aqueles caras indigentes. Estava curiosa e ao mesmo tempo furiosa, Norman me enganou depois de tudo que eu fiz e vi, claro ele havia me dito algumas verdades. Mas omitiu o pior.

Quando chegamos na frente de casa, uma rua pacata e deserta fiquei mais tranquila Bradley não disse uma palavra enquanto andávamos lado a lado. O que é irônico, por que um dia ela já foi pior que um papagaio.

– Certo, entra no carro vou pegar a chave – Ela assentiu e entrou no impala.

Não queria me envolver, se Bradley forjou a morte algo aconteceu principalmente depois das varias mortes que ouvira falar. Oh, deus! Iria envolver o impala novo do meu pai, ou poderia simplesmente dizer a verdade e algo obscuro sobre a morte dela iria surgir, e talvez ela realmente morresse posteriormente. Abri a porta e vi meu pai ali admirando uma águia empalhada, o cheiro forte ainda estava predominando no lugar.

– Emma – Sorri ao ouvir sua voz. Ele é uma das pessoas na qual eu posso encontrar um sustento emocional, fui em sua direção e o abracei. Estava exausta, queria poder saber mais sobre aquele cara de mais cedo – que posso apostar meu dedão do pé que é Caleb- o que Norma esta escondendo e o que Dylan sabe a respeito disso, para o meu descontentamento ainda tinha Bradley no carro do meu pai - Pensei que fosse trabalhar hoje.

– É, eu vou – Me afastei procurando a chave com o olhar – Preciso do carro papai.

– Oh! – Tirou as chaves e não o entregou, opa – Vamos eu te levo.

– NÃO – Me exaltei. As vezes sou escandalosa, isso claro acontece raramente – Eu vou sozinha, pai, eu juro não deixar nenhum arranhão... Além do mais Norma pode me liberar mais cedo.

Mentiras e desculpas.

Senti-me terrivelmente péssima, que tipo de criatura sou eu? Mentindo pra ele assim tão descaradamente.

– Ta’ – Jogou o molho de chaves e eu consegui pegar no ar. RA!

Ele beijou minha bochecha e ainda consegui ouvir seus conselhos diários “ Cuidado” , “ Tente não se cansar”, “ Não procura encrencas” eu não procuro, elas simplesmente me acham.


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Notas finais do capítulo

Oie :)
Demorei - pra variar - mas postei, é nossa querida Bradley voltou, não sou fã dela e_e como faz?



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