The First Girl escrita por Child of the Moon


Capítulo 29
Transportal


Notas iniciais do capítulo

Oi genteeee, desculpa pela demora e bla bla bla, obrigadinha pelos comentarios, nem tive a chance de responde-los ainda, desculpa to sem tempinho
Não esqueçam de comentar e etc
beijocas amo vocês



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558201/chapter/29

Um silencio mortal pairava no ar enquanto a palavra “Fulgor” rodava em minha mente. Eu poderia ficar em dúvida sobre o que Minho falou, mas no fundo eu sabia que ele estava certo. Eu também estava contaminada com o Fulgor.

Meus olhos vazios encaram o chão tentando arrumar minha mente. Tentando absorver as informações, tentando lembrar. Ela doía ao fazer um esforço maior. É como se eu já estivesse passando pela parte da insanidade, eu sentia meu cérebro rodar em minha cabeça, minha consciência saia de mim me deixando aérea. Mas mesmo assim eu sabia, eu só estava no começo.

Meu devaneio acabou ao ouvir os passos de Newt no silencio vindo em direção a mim.

–Você está bem? – Ele perguntou preocupado franzindo as sobrancelhas.

Com dificuldade de falar alguma coisa apenas concordei com a cabeça encarrando meus pés.

–Ei. – Newt falou mais alto para chamar minha atenção. – A quanto tempo você não dorme?

–Alguns dias. –Respondi baixo com vergonha dos olhares sobre mim.

–Alguns dias? – O semblante preocupado de Newt ó aumentava ao ouvir minhas palavras.

–Quando eu durmo eu sonho com Chuck e com todos os outros que morreram. E também com a minha morte. Eu vejo eles me matando. – Eu falava encarrando o nada.

Newt estalou os dedos na minha frente para obter novamente minha atenção.

–O que está acontecendo? – Ele falava agora em um tom mais baixo cujo apenas os que estavam perto conseguiram ouvir.

Sem pronunciar nenhuma palavra gesticulei com os lábios um simples “eu não sei”.

Depois de alguns segundos senti os braços de Newt envolvendo meu corpo. Eu não era baixa mas Newt ainda era mais alto que eu. Seus braços me transmitiam um conforto que a um tempo eu não sabia que podia sentir de novo. Fiquei na ponta dos pés sussurrando em seu ouvido um “preciso falar com você”.

Ele balançou a cabeça me soltando do abraço. Provavelmente meu rosto estaria vermelho pelo fato de todos os meninos ainda nos encararem.

–Temos quanto tempo? – Perguntei tentando tirar o foco de mim.

–Pouco. – Ouvi Thomas se aproximando com Minho.

–O transporte... – Minho começou a falar.

–Transportal. – Thomas corrigiu Minho antes que ele terminasse de falar.

–Tanto faz, o transportal deve se abrir logo, temos que pensar em alguma coisa. – Minho ficou parado um tempo depois arregalou seus olhos como se finalmente lembrasse de alguma coisa. – Alguem não vai querer ir?

–Como?- Perguntei confusa.

–Eles falaram que era meio que opcional. Mas na verdade não temos escolha nenhuma, é ir e tentar buscar a cura ou morrer aqui com o Fulgor.

–Espera, a cura está no deserto? Me expliquem, eu sei menos que vocês.

–Eles nos deram algumas instruções, temos que achar uma saída para o exterior, seguir em direção ao norte por cento e sessenta quilômetros. Temos que chegar a um refúgio no prazo de duas semanas e quando isso acontecer seremos curados. – Thomas explicou.

–Duas semanas? Só duas semanas? E que refúgio é esse?

–É maninha. – Minho disse passando o braço ao redor do meu pescoço. – Agora você sabe a mesma coisa que a gente.

Peguei no chão a pequena bolsa que tinha trazido abrindo-a revelando seu conteúdo.

–Eu peguei isso, para se proteger do sol.

–Pensamos a mesma coisa. – Minho pegou uma pilha de lençóis atrás dele.

Newt foi em direção a ele pegando uma parte da pilha e distribuindo entre os Clareanos.

–Liza. – Ouvi a voz de Thomas do meu lado fazendo-me virar. – Posso falar com você?

Balancei minha cabeça aguardando suas palavras.

–Você por um acaso... sabe... é – Ele coçava a nuca enquanto falava baixo. – Tem alguma notícia de Teresa?

Virei meu rosto para os outros Clareanos vendo que a menina não estava ali.

–Não, eu não sei. Estranho. Porque ela não estaria com vocês?

–É o que eu estou tentando descobrir.

–Eu não sei, no memento devo saber menos que vocês, desculpa.

Thomas soltou um riso nasal me dando um abraço.

–É bom que você esteja de volta.

–É bom estar de volta.

~*~

Mais ou menos cinco minutos depois a porta de ferro abriu atrás de nós deixando receosos. Um menino foi empurrado para dentro da sala enquanto a porta se fechava atrás dele.

–Aris? – Thomas disse do meu lado.

–Quem? – Perguntei olhando para Thomas.

– Onde você estava? – Perguntou Newt. – Você sumiu na madrugada de ontem.

–Eu não sei. – O menino loiro coçava a cabeça. – Eles me levaram pra uma sala estranha. Quem é ela? – Ele apontava para mim agora.

–Elisabeth. – Newt respondeu por mim.

–Quem é você? – Perguntei em um tom confuso.

–Ele veio do outro labirinto. – Minho dizia em um tom natural.

–O outro labirinto! – Levei minhas mãos à cabeça em reação de surpresa.

–Você sabia do outro labirinto?

–Minha mãe comentou umas vezes, mas eu não tinha permissão de ver nem de saber nada.

–Sua mãe? – Aris perguntou.

–Longa história. – Tentei enrolar o menino não sabendo se podia confiar nele.

–Depois te explicamos tudo. – Newt falava olhando para mim.

Concordei com a cabeça ainda em um estado de dúvida.

–É melhor começarmos a nos mexer. – Minho começou a falar batendo as mãos em uma palma solitária. – Não sei vocês, mas eu não estou afim de morrer.

~*~

O clima continuou mórbido por algum tempo. Todos ainda sem reação, todos processando tudo o que ia acontecer.

Thomas parecia perdido em seu próprio pensamento. Tudo apontava que ele estava pensando em Teresa. Eu estava tão perdida na minha própria mente que nem pensei em como ele poderia estar. Nos dias que não estava mais na Clareira pude notar a aproximação deles. Talvez eles poderiam ter se conhecido antes de entrar na lá, mas não podia contar com minha memória para resolver isso.

Aris estava do lado dele tentando falar alguma coisa mas sempre parava no meio. Eu forçava a minha memória para tentar lembrar algo sobre ele e o segundo labirinto mas apenas o branco vinha a minha mente.

Alguns meninos já começaram a passar os panos pela cabeça deixando apenas os olhos de fora mas antes de começar a me cobrir eu queria ver o que viria pela frente.

Um som agudo se instalou pelo local levando toda a atenção para o final do quarto distante de todos nós. Uma grande mancha cinza se abria aos poucos na parede, a escuridão do buraco não permitia que ninguém conseguisse ver o que estava do outro lado.

–Esse é o tele... – Minho começou a falar.

–Transportal. – Thomas disse parecendo finalmente prestar atenção em alguma conversa.

–Thomas, eu juro por tudo que é mais sagrado, se você fizer isso de novo minha mão vai afundar na sua cara. – Minho respondeu não olhando diretamente para Thomas.

–Temos um minuto para passar. – Newt disse ao meu lado. – Eu vou primeiro para ver se e seguro, Thomas você vai pôr ultimo para ter certeza que ninguém ficou para trás ok?

–Ta. – Thomas tomou a posição atrás de todos enquanto eu me mantinha logo em sua frente.

–Todos preparados? – Minho praticamente berrava. – Não quero nenhum bebezinho chorando ouviu bem? – Típico Minho, sempre delicado.

Pude ver Newt dando uma olhada em todos antes de passar pelo borrão cinza. Senti meu coração parar ao ver seus membros sumindo pela parede a fora.

Os Clareanos prenderam a respiração ao mesmo tempo esperando alguém tomar a iniciativa. Depois de alguns poucos segundos Winston finalmente passou, logo depois Minho e mais vários outros Clareanos. Aris passou dando uma última olhada no quarto não mostrando muita segurança.

Depois de algum tempo restou apenas eu e Thomas na sala. Ele encarava a portal com seus olhos escuros se misturando com o cinza da parede.

–Pronto? – Perguntei encarando ele.

–Pronta? – Ele perguntou com um sorriso no rosto.

Respondendo com um sorrido passei pelo borrão cinza mergulhando em escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The First Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.