A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 2
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HERMIONE

Ok. Eu admito. Eu estava louca de saudade daquele pateta ruivo.

Gina não tirou o olhar de mim e Rony nem por um segundo sequer. Ela tropeçou na hora de desembarcar do trem, quase quebrando a cara no chão, mas não olhou para onde andava.

Rony parecia tão irritado com isso quanto eu. Gina, ao contrário, parecia se divertir com nosso desconforto

– Ei, Hermione... - Rony disse, andando ao meu lado - e o Bichento? Com quem ficou esse tempo todo? Você não apareceu mais com ele...

Engoli em seco.

– Ahn... eu o dei para minha tia Maggie... ela disse que cuidaria de Bichento até as coisas... se acalmarem... - olhei para ele - mas com tudo que veio acontecendo... nem me lembrei de ir busca-lo.

Foi impressão minha, ou Rony ficou chateado ao ouvir isso?

– Que pena - ele murmurou - vou sentir falta dele me olhando feio por copiar a sua lição.

– Nem pense nisso, seu aproveitador - bufei - esqueça... não vou te ajudar esse ano. Nem pensar.

Rony fez um bico tão fofo que me senti tentada a morde-lo. Ai, que garoto enlouquecedor...

– Nossa... não faria isso em para salvar a pele de seu namorado retardado?

– Não - empinei a cabeça, continuando a andar atrás de Gina e Harry.

– Credo, Hermione - Harry brincou - já pensou em virar hippie? Cadê o amor pelo próximo?

– Esquece isso, bicho - ri, fazendo o sinal de paz e amor. Harry caiu na risada.

– Estamos lascados esse ano, Harry - Rony balançou a cabeça - sem a minha enciclopédia esbelta aqui, com certeza vou repetir o sétimo ano.

– Dane-se - abracei o braço dele, rindo. - se virem, vocês dois. Está na hora de pararem de pensar nesse maldito quadribol e pensarem nos estudos.

– Chata - sussurrou Rony.

– Sou mesmo.

Subimos nas carruagens, sentando de frente para Gina e Harry. Olhei, angustiada, em direção aos testrálios que as guiavam. Depois de tudo que ocorrera, mais ninguém, exceto os alunos do primeiro ano, achava que elas se moviam sozinhas. Todos podiam ver os esquálidos cavalos reptilianos que nos puxavam em direção ao castelo.

– E então? - Gina indagou, se curvando para a frente - quem vai pôr o nome no Cálice de Fogo?

– Eu não - Harry arregalou os olhos - já passei dessa fase. Passei mesmo... prefiro continuar sendo um sobrevivente. Não vou morrer... de novo.. obrigado. Já tive essa experiência "emocionante"...

Ri, balançando a cabeça.

– Acho que vou colocar - murmurou Rony, com a a cabeça abaixada.

Dei um pulo na carruagem, abismada. Rony queria se inscrever no Torneio Tribruxo? De verdade?

Por que a perspectiva me deixava aflita? Não haveriam mais bruxos das Trevas distorcendo nada nesse novo Torneio.. tudo seria seguro e fiscalizado. Por que diabos isso me deixou preocupada?

Meu espanto foi tal que nem quis mencionar o fato de que eu também cogitava me inscrever.

– Hermione? - Gina se virou para mim

– Hã? - ergui a cabeça - bom... - senti o rosto esquentar com os olhos de Rony sobre mim - eu... acho que vou... bufei, revirando os olhos - acho que vou me inscrever sim.

Não gostei nem um pouco do modo como o rosto de Rony se contraiu quando eu respondi. "Ele não ficou muito mais feliz do que você com essa ideia...", disse minha mente.

– Puxa - Gina esfregou as mãos - se um de vocês fosse escolhido, Beauxbatons e Durmstrang teriam oponentes bem dignos...

– Falando nisso, quem é o diretor de Durmstrang agora? - Harry perguntou - Igor Karkaroff bateu as botas, não foi? Quem está no lugar dele?

– Ahn... - arfei, olhando para baixo - você não vai querer saber.

Rony arregalou os olhos de tal modo que me lembrou muito de Errol.

– 'Tá brincando? - ele se boquiabriu - é ele? Victor Krum?

Gina riu.

– Uau... como isso aconteceu?

– Eles colocaram Mackianoff provisoriamente no cargo... - respondi, dando de ombros - mas aí o cara resolveu sair da escola,,, à essa altura, Vitor já tinha terminado os estudos... conversa foi, conversa veio, indicaram Krum no MInistério como novo diretor de Durmstrang e, mesmo considerando a idade dele, Cornélio, na época, deu sinal positivo para a ocupação... pelo que eu ouvi, ainda está até hoje... por isso não jogou mais no time de quadribol da Bulgária.

– E, mais uma vez - Gina brincou - Hermione andou lendo o Pasquim.

– Ou trocando cartinhas - resmungou Rony, olhando para mim daquele jeito chupado outra vez.

Ergui os olhos para ele, dando um muxoxo. Parecia que nosso Rony ciumento havia voltado.

– Xenofílio anda editando o Pasquim muito bem - respondi, respondendo ao olhar inquisitorial de Rony - o que o Profeta Diário deixa escapar, com certeza vai estar lá.

– Ainda não vi Luna nem Neville - Gina franziu a testa - onde será que estão?

Ia responder, mas a carroça passou por um buraco que nos fez saltar nos assentos. Rony teve que agarrar meu braço para que eu não caísse de cabeça na estrada enlameada.

– Ufa... valeu, Rony.

– De nada.

Depois do susto com o buraco, o resto da viagem se passou em silêncio, apenas incomodado com as olhadinhas insinuantes de Gina para nós dois.

E eu estava apenas pensando se faria muita sujeira no chão da carruagem se metesse um sectumsempra na cara dela.

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Depois que entramos no hall de entrada do castelo, nos dirigimos ao Salão Principal para assistir a seleção dos novos alunos. Eu olhava à minha volta, sentindo meu peito estufar de felicidade e alívio ao ver minha escola reconstruída, sem vestígios da terrível batalha que havíamos travado nela.

Eu havia sentindo tanta falta de Hogwarts... minha segunda casa...

Assim que chegamos ao Grande Salão, nos acomodamos na mesa da Grifinória, parecendo demasiado animados com tudo que aparecia pela frente. Só quem lutara ao nosso lado entenderia o por que estávamos tão felizes.

– Olá, Potter... Granger, Weasley! - cumprimentou-nos Miguel Corner, sentado mais à frente. Todos os nossos outros colegas também acenaram para nós.

– Animados para o Torneio Tribruxo? - perguntou Parvati, sorrindo.

– Eu estou - respondi, dando uma risadinha - mas me espanta que você também esteja...

Parvati amarrou a cara para mim. Coitada... o fiasco do Baile de Inverno parecia ter deixado um rombo enorme em sua dignidade.

– Estou brincando, amiga - sacudi seu braço, dando uma piscadela. Parvati revirou os olhos e sorriu.

Daquele ponto em diante, não houve nada de surpreendente. A diretora Minerva fez o discurso de boas-vindas, enfatizando alguns detalhes dos acontecimentos recentes, e, em seguida, fez a seleção, chamando os novos alunos pelo nome para serem selecionados pelo Chapéu Seletor. Uns quinze foram para a Lufa-Lufa, dois para a Corvinal, cinco para a Sonserina.

Sorri ao ver os dez selecionados para a Grifinória se encaixarem em nossa mesa.

Me afastei um pouco para dar lugar à uma menininha bonita de cabelos louros, que parecia elétrica de tanta felicidade.

– Parabéns - sorri para ela.

– Eu não acredito! Entrei pra Grifinória! - ela pulava no banco. Fiquei compadecida ao me lembrar do como também ficara feliz em minha seleção - me chamo Laisa McKinnon. E você?

– Hermione - apertei a mão que ela estendia - Hermione Granger.

Laisa arregalou os olhos, que eram de um azul vítreo.

– Você é a... - ela murmurou - ...a moça que liderou ao combate dos vampirizados no trimestre passado? A amiga de Harry Potter?

Que legal. Eu já havia virado "a-menina-que-vampirizou". Suspirei.

– Sou eu... o Harry está ali - apontei com o queixo para Harry, que observava a menina, sorrindo.

Laisa levou as mãos à boca.

– Mamãe não vai acreditar! - ela sussurrou, apanhando um pedacinho de pergaminho e uma pena minúscula de sua saia e rabiscando rapidamente na mesa, com a linguinha de fora

Quando a comida surgiu nos pratos à nossa frente, vi Rony piscar abalado diante do banquete.

Dei risada, meneando com a cabeça para ele.

– O que está esperando, Rony?

Rony me encarou, e aquela queda irritantemente gostosa em meu estômago aconteceu outra vez. O seu olhar despertava lembranças completamente inadequadas ao momento... lembranças que envolviam sangue sorvido, pinturas de tatuagens, danças profundas, pernas entrelaçadas...

Que merda. Por que diabos ele me fazia sentir aquilo?

– Nada - ele respondeu - só...

Rony piscou, e o feitiço bizarro e profundo em nosso olhar se desfez. Ele baixou a cabeça e puxou uma coxinha de frango para seu prato.

Mas não pude deixar de perceber a vermelhidão que surgiu em suas orelhas logo em seguida.

Dei de ombros, apanhando um pudim de carne e começando a comer. Eu tinha certeza absoluta de que, fosse o que fosse, Rony me diria mais tarde... ou em outro dia. Não haveria mais pressa de dizer ou fazer nada. Afinal, não estávamos mais ameaçados por nada nem por ninguém.

Ou foi isso que eu pensei...


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