A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 1
Back To Hogwarts




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RONY

- Rony! Se arrume logo! Já são oito horas da manhã!

Acordei sobressaltado, dando um pulo na cama com o grito de Gina.

Caramba... hoje era primeiro de setembro.

Em dezessete anos, eu nunca me troquei tão rápido quanto naquele dia.

Eu tinha certeza absoluta de que ia esquecer alguma coisa, com toda aquela pressa. mas não podia ser de outra forma.

As aulas recomeçariam hoje. Iríamos embarcar novamente no Expresso de Hogwarts, depois de quase dois anos.

Eu ia rever Hermione.

Meu coração bobo deu um salto quando pensei nisso.

Droga... foram os dois meses mais torturantes da minha vida... nunca pensei que ficar sem vê-la fosse me doer tanto.

Mas a espera ia acabar. Nós íamos nos encontrar em breve.

Era irracional o quanto eu estava feliz com tal expectativa.

Desci meu malão fazendo um estardalhaço na escada. Mamãe estreitou os olhos, mas não disse nada.

- Nossa, cara... quanto barulho... - ouvi Harry resmungar, enquanto me esperava no pé da escada.

- Bom dia pra você também - bocejei, petulante - pronto para o sétimo ano?

- Nunca - Harry riu, desmanchando sua expressão ranzinza - e você?

- Prontíssimo - brinquei.

- Prontíssimo para ver a namoradinha de novo, você quis dizer - Gina me abraçou, tentando descer com seu mini-pufe e o malão atrás de mim.

Revirei os olhos.

- isso também - sorri.

- Andem logo, vocês três - papai nos chamou - vamos aparatar em dois minutos.

- Tá bom, papai - Gina sacudiu a cabeça, nos segundo até o quintal da Toca.

Assim que saímos, agarramos nossas bagagens e, de mãos dadas, aparatamos até a estação de King's Cross.

_______________________ OO ________________________

A plataforma trouxa estava pateticamente tranquila, como sempre.

Atravessamos o portal em fina indiana - primeiro eu, depois Gina, mamãe e papai e. por último, Harry.

Gina deu um pulinho engraçado quando viu a maria-fumaça estacionada majestosamente na plataforma nove três quartos. Parecia tão alegre quanto eu em voltar à Hogwarts.

Levei um susto quando alguém me cutucou por trás das costas. Me virei, fechando a cara para Lino Jordan, que ria descaradamente.

- Desculpa, Rony... não sabia que ia se assustar.

- Sei - murmurei.

Lino ergueu um jornal que havia em sua mão na minha direção.

- Saiu à três meses atrás... vocês estavam sumidos... achei que interessaria... - Lino deu de ombros - acho que vocês não viram, dada a bagunça que a escola estava antes...

Abri o jornal, curioso, enquanto observava mamãe e papai conversando com minha irmã e Harry. havia uma manchete grossa em negrito e, abaixo, uma fotografia mostrando Hermione e várias outras pessoas atrás dela. Mesmo na foto preta e branca, eu ainda reconheci a palidez anormal de cada fotografado.

- Vocês viraram notícia depois da vampirização deles - Lino comentou - Mas o título foi bem sem graça... "Males Que Vem Para o Bem" - ele fungou - como se um vampirizado fosse um mal à ser eliminado e só servisse para algo se se salvasse outros.

- É ridículo - sacudi o jornal - quem escreveu isso? Rita Skeeter?

Lino ergueu a sobrancelha para mim como se perguntasse "o que você acha?".

Joguei o jornal de volta à sua mão.

- Espero que essa loira desgraçada não vá fazer a cobertura do Torneio Tribruxo - sacudi a cabeça - seria uma palhaçada sem precedentes.

- Não acho que vá ser de muita importância, Rony - Gina entrava no meio de uma conversa que era uma beleza... - Rita anda desacreditada desde que veio à tona a verdade sobre a morte de Dumbledore... dá pra notar isso quando setenta por cento das compras da Floreios e Borrões no último mês foi de exemplares do Pasquim. Lovegood anda um pouco mais ajuizado e está produzindo material noticiário de verdade...

- Enquanto não prendem ou matam aquela vaca.. - bufei.

- É - Gina balançou a a cabeça - deve ser por isso.

- Rony! - exclamou Harry, ocultado pela fumaça do trem.

- O que... - eu ia perguntar, mas não foi necessário.

Pois, quando vi a silhueta tão familiar surgir em meio à fumaça, minha reação foi simplesmente me calar e sair correndo em sua direção.

- Hermione!

Ela gargalhou quando eu a alcei no ar, abraçando-a. Eu devia estar parecendo um completo idiota, abraçado como um cachecol naquela garota.

- Caramba... - Hermione riu, quando a soltei - quanto tempo...

- Muito tempo...

- Tempo demais... - ela murmurou, sorrindo.

- Parem com isso ou eu vou vomitar - resmungou Gina, mas pude ver que estava brincando.

Vi, atrás dela, o sr. e a sra. Granger segurando a bagagem de Hermione, sorrindo para mim.

- Sr. Granger, sra. Granger - eu e Harry os cumprimentamos.

Wendell e Monica acenaram com a cabeça para nós.

O apito do trem soou, indicando que estava prestes a partir.

- Andem, entrem logo - mamãe empurrou-me em direção à porta do trem, me abraçando e dando um beijo em minha testa - se cuidem... tomem cuidado... não se metam em encrenca... de novo... dessa vez...

- Tchau, mãe... tchau, pai... - Gina os abraçou e entrou junto comigo. Olhei por trás do ombro, querendo ver se Hermione já entrara, mas ela parecia estar esperando que Harry puxasse seu malão para dentro. Vi-a entrar logo em seguida.

Sentamos correndo na cabine para acenar para nossos pais. Da janela, eu e Hermione nos despedimos de Wendell e Monica.

- Tome cuidado, filha!- gritou a sra. Granger, acenando.

Hermione sorriu, parecendo estranhamente triste, e saiu da janela, se sentando ao meu lado.

O trem começou a se locomover, e, aos poucos, fui vendo nossos pais se tornarem pontinhos cada vez menores, até sumirem de vista quando o túnel começou.

Gina se virou para a frente, com os olhos fixos em Hermione.

- Então, Hermione? - Gina pulou no banco - novidades?

Hermione olhou de relance para mim e, para minha surpresa, corou.

- Ah... não... nenhuma.

Gina olhou de mim para Hermione e de Hermione para mim como se fôssemos cúmplices de um crime.

Harry acotovelou-a de leve.

- Deixe os dois em paz, Gina.

- Nossa... - Gina fez beicinho - só queria saber se a menina sentiu falta do meu irmão...

Hermione finalmente riu.

- A resposta para isso é "sim" - Hermione encostou a cabeça em meu ombro, rindo - morri de saudade desse mala.

- Poxa - fingi ficar magoado - acabou a amizade depois dessa...

- Que amizade?? - Gina gargalhou - sobrou alguma depois da Austrália?

Olhei para Gina. "Casseta, garota", minha mente berrou. "O que cargas d'água você está insinuando, hein?"

Hermione olhava para mim como se respondesse minha pergunta. "Você quer mata-la ou mato eu?"

Resolvi jogar meu bom-senso, maturidade e preocupação pela janela que estava aberta, decidindo encerrar aquele assunto dando um beijo aflito em Hermione.

Hermione parecia não saber se ria, se retribuía meu beijo ou se esbofeteava meu rosto. Estava com os olhos arregalados, até que se fecharam junto com os meus.

- Para, para, para!! - arfou Gina, enquanto Harry ria - credo!

Hermione afastou a boca da minha e enlaçou meu pescoço em um abraço.

- Então estava com saudade? De verdade? - Hermione estava tão linda sorrindo que meu estômago se contraiu com um carinho inesperado.

- Estava - confessei, envergonhado.

Hermione sacudiu a cabeça.

- Seu emocional agora está cabendo numa tigelinha de gelatina.

Pisquei, rindo em seguida.

- Isso é bom... - sorri - de "colher de chá" para "tigelinha", estou bem mais sensível então.

- Harry... vamos dar uma volta? - Gina murmurou - acho que nós dois e o casalzinho aí precisamos de privacidade...

- Pode manter essa bunda assanhada aí, Gina - Hermione se virou para a amiga, gesticulando com a mão - já parei.

Eu fiquei paralisado, sem saber se ficava chateado por Hermione ter "parado", ou furioso por Gina estar à fim de "privacidade" dentro do trem com Harry.

Hermione pareceu ler meu pensamento, e talvez por isso sentou em meu colo, com segundas, terceiras e quartas intenções. Uma delas, com certeza, era me impedir de cair em cima daqueles dois.

O trem fez sua viagem rapidamente, enquanto conversávamos sobre como talvez seria o novo Torneio Tribruxo, nossas novas aulas e tudo que veríamos de novo no sétimo ano.

Quando Hermione finalmente adormeceu em meu colo - assistida por uma Gina petulante - a noite já havia começado à cair. Acariciei o topo de sua cabeça, sorrindo comigo mesmo. Parecia que, depois de tantas aventuras, encrencas e sofrimento, finalmente teríamos um pouco de paz.

Merda... eu estava errado... muito errado.


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