Killua devorava, um a um, os palitos de chocolate com raiva mal contida.

Estava indignado consigo mesmo. Quando encontrou a caixa de Pocky, largada no banco da praça onde se sentara para esperar Gon, pensou que era seu dia de sorte — afinal, chocolate grátis nunca é ruim — mas o bilhete cor-de-rosa que encontrou em seu interior, aos poucos, lhe fez mudar de ideia. Sabia que era um garoto incrível, se tornaria um homem brilhante, mas aquela ideia idiota caiu como praga em seu cérebro de gênio, contaminando tudo; roubando-lhe a sanidade e alguns milhares de neurônios.

A proposta era dividir o palito de chocolate com a primeira pessoa que havia visto naquele dia. Era óbvio que isso era apenas um artifício para fazer os namorados se beijarem... Namorados? Ele e Gon não eram namorados! Porém, pensar em Gon lhe trazia inesquecíveis recordações. O menino selvagem fora seu primeiro e melhor amigo. Ele o aceitava pelo que era como ninguém: um ex-assassino profissional. E também tinha uma personalidade impressionante.

— Killua, o que você pensa estar fazendo?

— O que tem de errado? — Perguntou mal humorado.

— Killua... Você não sabe comer Pocky?

— Ah?

Gon pegou o único palito sobrevivente do massacre.

— A tradição é que você divida o palito com uma pessoa importante.

— Ah.

— Eu dividiria com você. — Gon corou. — Se você quisesse...

♥