Estações escrita por Emma


Capítulo 20
Sentimentos Nublados


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ;) Mi e Thaise que tanto me cobraram, eis ai mais um capitulo sofrência... Logo as coisas melhoram, prometo!



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“Alguns venenos letais se escondem atrás de sorrisos doces.” Feitosa

Helena fechou com cuidado a porta de seu quarto, não muito depois da conversa Sonia chorou até pegar no sono, gentilmente ela acomodou a amiga na cama da melhor forma que podia sem acordá-la, se levantando para verificar as crianças.

Antes de sair beijou a testa dela e desejou internamente que toda aquela confusão se resolvesse o mais rápido possível. Ao se virar, ela notou seu primogênito e sua afilhada saindo da brinquedoteca e caminhando na sua direção.

– Tia? – Cristal chamou com sua voz doce – Minha mãe e meu pai já chegaram para buscar a gente? – perguntou curiosa.

– É... – Helena gaguejou – Sim meu bem... Sua mamãe foi quem veio na verdade, mas ela estava se sentindo muito cansada, acho que aquela doença da semana passada está querendo pegá-la de novo – a menina arregalou os olhinhos preocupada – Então eu sugeri que vocês deveriam dormir aqui, para que eu pudesse cuidar dela... O que achas? – ela perguntou com um sorriso que foi respondido com entusiasmo das duas crianças, porém o de Cristal logo acabou.

– E meu pai tia? Onde ele está? Não chegou?! Ele pode cuidar da mamãe também...

– Seu papai chegou, mas aconteceu um imprevisto e ele teve que resolver isso – ela se abaixou o máximo que sua barriga permitia para encarar a garotinha.

– Ah poxa – os olhos azuis claros dela encheram-se de lágrimas – estou com saudades dele, eu queria vê-lo!

– Querida, olhe para mim – ela ergueu o delicado queixo de Cristal e sorriu suave – tenho certeza que seu pai está com saudades de você e seus irmãos, sei que logo ele virá vê-los e levá-los para casa – beijou a testa dela – tá bom?!

– Sim – ela sorriu docemente.

– Cacau pensa pelo lado bom – Henrique entrou na conversa – Nós vamos poder terminar de ver a trilogia Toy Story – as crianças sorriram entusiasmadas até a voz de Helena se fazer ouvida novamente.

– Negativo Sir! Os dois vão para cama nesse exato momento, já está bem tarde, vocês passaram muito da hora de dormir e amanhã ambos tem aula... Vamos, vamos... – ela saiu empurrando-os divertidamente pelo corredor até chegarem a porta do quarto do rapazinho.

Depois de verificar se dentes estavam escovados, abajures de cabeceira acessos, as camas quentinhas, as duas crianças estavam acomodadas – Cristal na cama de hóspedes do quarto de Henrique – e logo após o beijo de boa noite, ela saiu e foi ao cômodo do lado, onde “Graças a Deus!” ela suspirou rindo, Gabriela ainda dormia, a menina estava sentindo uma falta terrível do pai e isso atingia sobremodo o sono da pequena, a companhia dos gêmeos de Sonia tinha lhe feito bem.

Os três dormiam serenos e sossegados, ela arrumou alguns cobertores que descobriram parte do corpo pequeno deles e depositando mais um beijo na cabeça de cada um, sussurrou um “eu te amo” para sua garotinha de cachinhos loiros retirando-se. Tentou não se exceder ao descer rapidamente a escada, porém ela precisava chegar até o hall de entrada o quanto antes e pegar seu celular, ligar para seu marido e descobrir o que estava acontecendo. Assim como sua amiga correu para ela, Alexandre não teria deixado de pedir ajuda ao seu amigo/irmão.

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Depois de 4 longas chamadas, finalmente Heitor atendeu.

– Oi querida... Eu já ia ligar para você.

– Por que demorou tanto para me atender? Não sabe que não se pode deixar uma grávida esperando, pois elas são ansiosas?! – eles sorriram.

– Desculpa meu amor, esqueci meu celular em casa e precisei sair até um restaurante aqui na rua para comprar meu jantar...

– Tudo bem, eu estava brincando – ela sorriu e suspirou, seu tom de voz se tornou mais aflito – Amor eu sei que Alexandre te ligou... Por favor, clareie minha mente e me diga o que está havendo? O que é toda essa confusão?

O engenheiro jogou a cabeça para trás, fechou os olhos e suspirou. Alexandre lhe disse suas suspeitas a cerca de Vicente, mas não tinha prova, muito menos ideia de como ele poderia ter armado aquilo tudo, o médico apenas sabia que tudo tinha sido arquitetado por ele, por isso, também lhe pediu que não comentasse com ninguém até ele resolver esse problema.

– Bonitona, a única coisa que posso lhe dizer é que mesmo não estando ai e só tendo a versão de Alexandre da história, tenho plena certeza que ele nunca traiu Sonia, confio no meu amigo Helena e o homem estava tão arrasado, nunca ouvi sua voz expressar mais dor que agora quando falamos. Logo ele tão cheio de vida e sonhos empreendedores, hoje estava sem esperança e sem sentido...

– E a Sonia então amore, seus olhos passavam tanta dor que me cortou o coração vê-la naquele estado... Ela chorou até dormir...

– Que merda de situação! – ele resmungou irritado – Mesmo que pareça que estou tentando defender meu amigo e na verdade estou – ele riu – Acho que Sonia foi muito precipitada, ela não deixou nem Alexandre tentar explicar...

– Meu amor e ele podia falar o que? Nem o pobre sabia explicar essa situação... Aquelas fotos são reais Heitor, eu as vi, estou dando o voto de confiança a Alê que Sonia não quer dar por que está magoada, entretanto fica difícil não acreditar... Talvez, se estivesse no lugar dela teria reagido pior...

– Eu queria estar ai agora, ajudá-lo com isso. Ele não faz ideia de onde essas fotos vieram...

– A questão amor, é que Sonia não vai acreditar nele enquanto não houver uma explicação coerente para tudo isso...

– Ela deveria, ele sempre foi um excelente marido, ela tinha que confiar na palavra dele.

– Heitor, me ouça, ela acha que foi traída por anos, o marido em quem ela acreditou, confiou e admirou cegamente, o homem pelo qual ela abriu mão de sua carreira para viver uma vida ao seu lado, sei o quanto foi difícil pra ela tomar a decisão de renunciar as passarelas... De repente está tendo um romance a sei lá quanto tempo com a médica que é seu braço direito, que viveu dentro da casa dela e tinha contato até com seu filhos...

– Vendo por esse lado...

– Toda mulher age pela emoção querido, até mesmo você agiria assim, eu te conheço, você tem a cabeça quente, explode fácil... Imagine só por um minuto que fosse eu tendo um caso, me apaixonei por esse alguém e estamos envolvidos em um romance, então você chega de viagem, finalmente vamos matar a saudade que estamos sentindo um do outro e então, estou te esperando na banheira recheada de espuma e de repente seu celular é bombardeado com dezenas de fotos minhas e desse homem, numa cama, nus e...

– Chega! Chega! Já entendi – balançou a cabeça afastando esses pensamentos horripilantes de sua mente – Eu realmente iria surtar...

– Ela está de coração partido, eu queria chamá-la de volta a realidade, brigar com ela por acreditar numa armação barata daquela Melissa, tenho certeza que isso tem o dedo daquela vadia Heitor... Porém, minha amiga está devastada, acreditar que Alexandre mentiu para ela todo esse tempo realmente a quebrou e a única coisa que pude fazer foi dar meu ombro para ela chorar...

– Meu amor, eu disse a Alexandre que aquela mulher é traiçoeira, mas ele confia nela cegamente, espero que ao menos esteja certo...

– Ele não está Heitor, precisa se afastar dela o quanto antes ou ela só lhe trará mais problemas...

– Vou tentar conversar com ele novamente sobre isso...

– Tomara que essa bagunça se resolva logo, meus hormônios não aguentarão tudo isso – ela riu.

– Falando na sua gravidez dona Helena, seu pai estava me contando que semana passada você foi a fazenda dirigindo e ainda por cima andou de cavalo... Você sabe que não pode sua teimosa!

– Ah Heitor poupe-me! Eu só estou com 19 semanas, ainda posso cavalgar, e eu não estava correndo, só andando devagar...

– Se eu não te conhecesse até acreditaria... E outra você não tem permissão para dirigir, ordens médicas, foi para isso que contratei um motorista, muito menos para cavalgar, parece que mesmo eu não indo nas consultas contigo, ainda conheço melhor as prescrições de Barbara que você... Eu e seu pai já deixamos uma ordem irretratável na fazenda: Você não monta até esses bebês nascerem! – seu rosto logo formou uma carranca irritada, Heitor não tinha o direito de fazer isso com ela, nem seu pai.

– Vocês não tem o direito Heitor! Nem você, nem papá... Vincenzo jamais me derrubaria, ele é meu cavalo a mais tempo do que eu conheço você, já está muito velho para correr... Eu vou montar sim! – Helena se irritou. A essa altura ela já tinha chegado ao escritório dele, estava sentada na cadeira giratória de couro preta, mexendo num porta retrato com a foto do marido, mas ao receber suas ordens, logo ela virou-a com força sobre a mesa.

– Como sabia que teria essa reação, eu e seu pai chegamos a um acordo, até o nascimento dos nossos filhos, os cavalos foram retirados da fazenda, só os mini pôneis das crianças ficaram.

– O QUE??? – ela respirou fundo, seu punho enrijecendo – Eu não acredito nisso Heitor... – ela ia continuar a reclamar, porém Heitor foi direto e duro.

– FIM DE HISTÓRIA Helena! Qual seu problema?

– Meu problema?

– Sim, você sabe que sua gravidez é de risco caramba! Está querendo se matar? Ou prejudicar nossos filhos?

A amazona se calou e o deixou continuar.

– Eu sei que você sabe montar maravilhosamente bem, mas algo pode acontecer, você pode passar mal ou algo assustar o cavalo... Imagina você caindo? Já pensou quão trágico poderia ser? Isso poderia induzir seu parto ou descolar sua placenta... Nenhuma das opções acabaria de forma positiva para nenhum dos três...

– Desculpe – ela disse com a voz tão baixa que ele quase não ouviu.

– Eu não posso perder você sua teimosa! Não saberia mais viver... – então ele tinha conseguido fisgá-la com suas palavras, inclinando a cabeça e como se ele pudesse ver abriu um sorriso meigo, seu coração inchando de amor por ele novamente...

– Você tem razão, eu agi como uma inconsequente, me arrisquei e aos bebês também... Desculpe-me querido! Prometo que vou me comportar, não quero deixa-lo, nem as crianças... Eu te amo muito! – agora era a raiva dele que se esvaiu tão rapidamente quanto apareceu.

– Também te amo, você é minha amazona, mas vai precisar para um pouco... Não me faça sair daqui para lhe dar umas boas palmadas...

– Bem, já que você virá acho que vou apostar corrida com alguém – eles sorriram.

– E aquele exame detalhado que a doutora pediu? Acusou alguma coisa? Fiquei preocupado...

– Ainda não saiu o resultado, precisa de uma verificação mais específica.

– Assim que souber me avise, vamos torcer para que boas coisas aconteçam, estamos precisando... Vá descansar minha vida, te amo, boa noite!

– Boa noite meu amor, saudades dos seus beijos...

– Nem me diga, eu sonho com sua boca toda noite Helena... Esse lugar me lembra nossa pequena semana como caçadores de relíquias... – ela mordeu o lábio inferior e seu esposo riu maliciosamente – Você se lembra?

– Claro – ela sorriu divertida – Acho que foram os lugares mais excêntricos onde fizemos amor – eles gargalharam.

– Com certeza... Precisamos repetir aquilo quando os gêmeos estiverem maiores – Heitor suspirou com um sorriso convencido.

– Tive a certeza que você era louco nessa viagem...

– E ainda sim aceitou casar comigo... Sou louco apenas por uma coisa: VOCÊ! – Helena corou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– Esse era o nosso sonho – disse nostálgica enquanto esfregava a barriga – ter nosso nome marcado em alguma obra no Egito e você está vivendo isso sem mim...

– Ei bonitona, por mais grandioso e incrível que isso seja, meu sonho está sendo realizado ai no México, com você e a família que estamos construindo... Não duvide disso nunca! Boa noite.

– Eu sei! – ela sorriu novamente, ele estava certo – Boa querido...

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Campus da Faculdade Mexicana de Medicina, 5 anos e meio atrás...

– Eu custeio seus estudos se você me fizer um favor...

– Que favor seria esse? – a menina perguntou desconfiada, encarando seu professor.

O homem a olhou com um sorriso sádico:

– Você só tem que conseguir se infiltrar no hospital Del Rio e fazer com que o Dr. Alexandre se apaixone por ti...

– Alexandre... O senhor não está falando de Alexandre Del Rio não é?! – Vicente acenou com a cabeça – Você está brincando comigo?! Isso é loucura! – ela se levantou da cadeira, recolhendo sua bolsa sobre a mesa do modesto escritório dele, situado no terceiro andar, no prédio da melhor faculdade de medicina da capital mexicana.

– Oh querida – ele segurou-a pelo antebraço – não se preocupe que eu tenho conhecidos lá dentro e te consigo uma vaga como residente...

– Quando você disse que podia me ajudar, eu achei que falava de um empréstimo ou qualquer outra coisa que não fosse tão estúpida – a moça tentou se soltar.

– Garota tola – ele apertou seu pulso – Veja como fala comigo! Eu posso tanto ajudá-la como prejudicá-la seriamente... Você não tem mais ninguém por ti, não é obrigatório por lei em nosso país que a instituição continue a bancar sua graduação só porque seus pais morreram, simplesmente pelo fato de teres atingido a maioridade... Sua família nunca foi rica, eles se esforçaram para manter seus estudos e mesmo que consiga um emprego nunca poderá pagar a faculdade e suas despesas padrões... Acho que você deveria repensar na minha oferta! – ele riu arrogante e soltou-a, enquanto ela novamente se sentava a sua frente.

– Ok. Digamos que eu entre no hospital... Como achas que vou conseguir me aproximar desse homem? Ele é o dono, um médico conceituadíssimo e ainda por cima, você se esqueceu do principal, ele é casado e para dificultar mais seu pedido insano, sua mulher é aquela modelo linda, ele nunca olharia para uma menina como eu...

– Acho que não fui direto o suficiente mocinha... Eu quero que faças com que ele se apaixone por você e então destrua o casamento dele! Quero ver a imagem dele na lama, quero que Alexandre sinta como é estar por baixo, sinta a ira das pessoas que ele ama...

– Eu não sei se consigo, muito menos se deveria... – a jovem rapidamente pensou em todos os ensinamentos que seus pais lhe deram... Prejudicar uma família certamente não era nenhum deles...

– Então esqueça seu sonho de concluir seu curso e se tornar médica! Seria uma pena que todo esforço e investimento de seus pais em ti até agora se esvaísse pelo ralo...

Depois de um longo período de silêncio, Melissa levantou a cabeça derrotada, seus olhos cor de amêndoas estavam avermelhados, encarando Vicente odiosamente.

– Nós temos um acordo garota? Não tenho todo tempo do mundo...

– Por que eu? – indagou com um suspiro de rendição.

– Eu sei reconhecer uma alma desesperada...

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Hospital Del Rio, 3 meses depois...

Alexandre vinha andando por um dos corredores do hospital, com os olhos focados na prancheta contendo relatórios de um paciente, analisando-os enquanto guiava um copo de café a boca quando de repente esbarra em alguém, derrubando um pouco da bebida na pessoa.

O jaleco branco que a moça vestia logo exibiu uma mancha escura de café e o doutor se apressou em reparar seu pequeno desastre:

– Oh meu Deus! Desculpe, não estava olhando – ele retirou um guardanapo de papel do bolso e ajudou-a a limpar-se – Sinto-muito...

– Não tudo bem – Melissa esfregava a mancha com o guardanapo – Eu também não estava olhando – ela tentou sorrir, mas logo abaixou a cabeça.

Alexandre notou que ela não estava bem, seus olhos estavam vermelhos assim como seu nariz, caminhos de lágrimas marcaram seu rosto.

– Não, não está tudo bem... – ele tocou respeitosamente seu ombro, fazendo-a encará-lo desconfiadamente – E não digo isso pelo pequeno incidente com o café – sorriu solidário.

– Não se preocupe – ela pareceu procurar por algo em seu jaleco – Oh minha nossa – seus olhos se arregalaram quando viu o nome no crachá que assim como ela, ele também carregava em seu uniforme – Dr. Del Rio me perdoe, sou uma desastrada – a jovem abaixou a cabeça constrangida.

O homem logo procurou pelo nome dela no jaleco manchado e sorrindo chamou-a:

– Melissa... certo?! – ela afirmou com a cabeça – Olhe para mim por favor... – a moça obedeceu seu comando – Sou eu quem devo desculpas aqui, acidentalmente acabei derrubando café em você, sorte minha que não cheguei a machucá-la com a quentura da bebida...

– Não tudo bem, não foi nada, não há necessidade de desculpas senhor...

– Claro que há! – sorriu – Deixe-me conseguir outro jaleco para você, enquanto você leva este a lavanderia...

– Por favor senhor, não se incomode...

– Me encontre na lanchonete em 15 minutos – mais um sorriso gentil e o médico se virou saindo.

Melissa mordeu o lábio inferior sorrindo, tinha sido mais fácil do que ela esperava.

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– Aqui, um café pela minha desatenção e seu jaleco novo como prometido – ele entregou ambos nas mãos da moça, ajudando-a segurar a bebida enquanto ela colocava a peça de seu uniforme.

– Não precisava senhor – ela sorriu tímida, mas logo desviou o olhar.

– Você gostaria de conversar sobre o porquê estava chorando Melissa? – seus olhos encontraram os dele rapidamente, desconfiada ela encarou a xícara descansando sobre o balcão.

– Nada com o que o senhor deva perder seu tempo, já fez muito por mim, pode se sentir mais que desculpado – ela tentou sorrir.

– Alguém lhe tratou mal ou tentou algo desrespeitoso contra você? Esse hospital tem políticas de relacionamento que eu prezo para que mesmo o menor dos colaboradores daqui as cumpram. Ninguém deve ser injustiçado, maltratado ou sofrer qualquer espécie de abuso, então eu gostaria de ser comunicado se algo está indo contra isso...

– Sr. Alexandre eu sou apenas uma residente aqui e... – a moça foi interrompida.

– Melissa se não lhe informaram, a residência também a torna parte do quadro de colabores deste local, então, por favor, se algo estiver errado, não hesite em me comunicar, ok?! – ele sorriu para ela novamente e ia se afastando para sair quando a voz fina da menina se ecoou.

– Não foi nenhum dos motivos que o senhor disse antes que me levou a chorar – Alexandre se virou e viu quando uma lágrima fez caminho pela bochecha corada – Eu só estou passando por tantas coisas... Perdi meus pais a pouco tempo em um acidente de carro, hoje seria o aniversário da minha mãe – ela engoliu um nó que se formou em sua garganta. Alexandre voltou, permanecendo a sua frente enquanto ela falava de cabeça baixa, os cabelos dourados escondendo seu rosto choroso – Não tem sido fácil, trabalhar para me manter e equilibrar tudo com os estudos... Toda essa pressão está acabando comigo, eu só sinto falta deles mais que tudo – Melissa quebrou e mais lágrimas acompanhadas de soluços saíram dela, ela o abraçou e ele instintivamente devolveu em o abraço.

– Ouça – ele se afastou e levantou o rosto dela – por que você não tira o resto do dia de folga? Me diga o nome do seu supervisor e eu vou conversar com ele.

– Não doutor, não será preciso – ela alcançou uma caixa de guardanapos e começou a enxugar o rosto rapidamente – Por favor me desculpe por isso, foi só minhas emoções falando, não quero que me entenda mal, eu amo medicina, isso é a realização de um sonho, trabalhar aqui com sua equipe... Foi só o estresse falando, não durmo há não sei quantas horas... Mas acho que o senhor não quer saber disso – ela novamente sorriu tímida.

– Ah eu quero sim, por que se você resolver medicar algum paciente errado com certeza eu terei que assumir as consequências... Então faça como eu disse, vá para casa descansar... Agora me diga o nome do seu supervisor...

– Dr. Alvarez

– Ok. Vou passar na sala dele logo mais.

– Obrigada doutor, não sei como agradecê-lo, realmente o que as pessoas dizem do senhor é verdade...

– Não foi nada, basta dar o melhor de si por esse hospital... – curiosamente ele se virou e indagou – Oh e o que elas dizem?

– Que o senhor tem a alma mais bondosa e o coração mais caridoso desse hospital, e claro, as enfermeiras e todas as outras mulheres daqui dizem que o senhor também é muito bonito!

– Nossa, minha imagem é muito boa por aqui então – sorriu descontraído.

– Novamente obrigada!

– Boa tarde senhorita... Até mais – Alexandre estendeu a mão que ela prontamente apertou e saiu.

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– Dr. Alvarez, boa tarde! – Alexandre, depois de uma batida, colocou a cabeça para dentro da porta – Posso entrar?

– Boa tarde Dr. Del Rio – o homem se levantou com um sorriso – claro, por favor – indicando a cadeira continuou – sente-se.

– Obrigado! – sorriu – vim aqui por que queria lhe informar que dei folga a uma das residentes de sua equipe... Melissa. A moça não estava bem, então a mandei para casa para descansar. Espero não ter atrapalhado sua agenda, mas caso haja algum dano no seu cronograma, por favor, telefone para algum outro substituí-la, a diária fica por conta do hospital.

– Sim senhor, não se preocupe, Melissa é uma das minhas melhores residentes...

– Fico feliz em saber.

– Mas estou preocupado Dr. Del Rio, a moça está tão sobrecarregada ultimamente que anda pensando em largar o curso.

– Oh, sério Alvarez? – ele perguntou enquanto um vinco se formou entre suas sobrancelhas – Não posso acreditar... Não há nada que possamos fazer para ajudá-la?

– Eu venho fazendo o que posso por ela, desde a morte dos pais a pobre menina teve que assumir muitas responsabilidades... Já está na minha equipe há 1 ano e meio, se forma no próximo, sonha em ser neurologista e sua grande inspiração é o senhor, ela vive elogiando-o e se informando sobre suas pesquisas...

Alexandre pensou por alguns minutos, tamborilando os dedos sobre o tampo branco da mesa.

– Essa noite vou para os EUA, finalmente consegui fechar a compra do Saint Louis, agora será a mais nova filial do nosso hospital – seu sorriso se ampliou e o homem a sua frente o parabenizou – Além dos assuntos desse negócio, vou passar um tempo com Sonia e Cristal, mas na segunda por favor, peça para Melissa se dirigir a minha sala por volta das 10h, já sei uma forma de ajudá-la. Obrigado doutor – ele estendeu a mão e Alvarez apertou-a, sorrindo ele levantou-se.

– Sempre as ordens senhor. Boa viagem!

– Obrigado!

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Capital Mexicana – Dias Atuais

Alexandre já havia andado pelo quarto inteiro depois de sua conversa com Heitor, sem saber o que fazer, estava se sentindo tão perdido, Sonia no momento o odiava por algo que ele não fez, vê-la daquela forma o tinha destruído, aquele olhar que recebera ele jamais esqueceria.

Nunca tinha visto os doces olhos azuis de sua esposa refletirem tanta mágoa e dor, com certeza era a pior de todas as sensações, sentir tanto asco por parte da mulher que se ama, principalmente quando se é inocente. Eles já tinham brigado antes, claro, mas logo alguém cedia e terminava em menos de uma hora. Não podia nem mesmo ser chamado de briga, eram apenas momentos onde um discordava do outro, saudades que traziam consigo chateação por estar longe, as vezes ela quando viaja para algum desfile ou ele a trabalho, porém, nada comparado ao que aconteceu hoje.

Abriu a porta da suíte e andou até o final do corredor, encontrando e entrando no quarto de Charlotte, olhou a caminha feita, sentou-se cuidadosamente em cima da colcha rosa bebê e pegou uma boneca de pano em forma de bailarina, a preferida da sua caçula e a qual ela se agarrava toda noite antes de dormir, abraçou-a e trouxe o travesseiro ao nariz, suspirou sentindo o cheiro doce de flores próprio das três mulheres de sua vida.

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“- Então meu amorzinho... Quartinho aprovado? – ele embalava a pequena menina em seus braços, sorrindo como um bobo, era seu primeiro dia em casa – Tia Helena e sua mamãe pensaram com carinho em cada parte, elas disseram que você ia gostar de ballet, então puseram aquele mobile de bailarinas em cima do seu bercinho... – Alexandre apontou para o objeto citado, inclinando sua filha que o olhava com curiosidade – Será que você aprovou sweetheart? – Charlotte mexeu os lábios no que pode ser considerado o esboço de um sorriso e seu pai quase derreteu de amor...

– Seu irmãozinho vai estar dormindo ao seu lado, colocamos uma porta entre os quartos de vocês para facilitar as coisas para a mamãe... Mas este aparelhinho aqui - indicou a babá eletrônica - serve para acionar o papai, então meu doce, sempre que precisar de mim é só 'chamar' que eu vou até você... – ele beijou a testa da pequena, absorvendo seu cheirinho delicado e suave, embalando-a como se fosse o mais precioso dos seres. Para ele de fato era...

– Você terminou primeiro que eu?! Não posso acreditar – Sonia declarou entrando no quarto com César em seu colo – Será que estou perdendo meu jeito?! – eles riram – Esse rapazinho sujou a fralda logo depois que terminei de dar banho, então comecei tudo outra vez... – Ela se aproximou beijando a bochecha de seu marido e os fios dourados quase inexistentes na cabeça de sua filha – Graças a Deus ela já está aqui conosco, não aguentava mais vê-la naquele hospital querido...

O parto dos gêmeos foi tranquilo, porém Charlotte nasceu pequena demais e precisou ficar 10 dias na incubadora para fortalecer sua imunidade e seus pulmões. O coração de Sonia se partiu por ter de deixar sua caçula sozinha, ela queria ficar, porém César precisava dela também, Cristal estava em casa ansiosa pela chegada deles. Com muito pesar ela deixou a filha aos cuidados da pediatra que Alexandre designou especialmente para sua pequena.

Todos os dias, pela manhã e a tarde, a senhora Del Rio ia até o hospital junto com o marido para amamentar e desfrutar da garotinha que a cada nascer do sol ia ficando mais forte... Eles nunca tiveram tanta certeza de que tinham escolhido o nome certo para ela...

– Agora eu vejo que não poderíamos ter dado um nome melhor a nossa filha – Sonia já estava sentada na generosa poltrona (que mais podia ser considerada um sofá) de amamentação, enquanto seu filho mamava avidamente. Ainda encantado com a filha, Alexandre continuou – Charlotte – o papai saboreou a palavra alguns segundos – ... Aquela que é forte! – sua esposa o olhou e sorriu.

– Sim, nossa garotinha forte! – seus olhos se encontraram, era impossível saber se eles ou suas bocas sorriam mais.

– Papai? – Cristal chamou entrando no quarto – Lolo já está em casa?

– Sim minha princesa – ele se ajoelhou cuidadosamente, Cristal buscou ansiosamente o rostinho da irmã.

– Ela é linda! – a menina riu feliz – Eu tenho um presente para ela – estendendo a mãozinha, ela entregou ao pai uma boneca de pano vestida de bailarina – Será que ela vai gostar? Eu cuidei direitinho dela, vovó Vivi e eu escolhemos quando fui visita-la da última vez...

– É adorável sweet – Sonia disse emocionada, enquanto Alexandre acomodava a boneca no berço da filha.

– Posso segurá-la? – perguntou ansiosa com os olhinhos brilhando.

– Claro amor, sente aqui do lado da mamãe e seu pai vai coloca-la em seu colo.

Depois de acomodar a caçulinha no colo da primogênita, Alexandre sentiu o peito inchar de amor pela cena diante dele. Sonia amamentando seu menino, enquanto Cristal encarava os irmãos encantada, usando toda sua habilidade para segurar com conforto sua irmãzinha.

Uma aura incomum cercava o ambiente, o calor apaziguador que só o amor pode trazer, tirando seu celular do bolso ele chamou a atenção das mulheres mais velhas que logo abriram seus sorrisos idênticos e a foto foi tirada e programada como proteção de tela, foto essa que logo estamparia um porta retrato nesse mesmo quartinho.

Sussurrando um “Eu te amo” para sua esposa, ele beijou o topo de sua cabeça enquanto se sentava no braço do sofá ao seu lado.”

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Sem perceber algumas lágrimas pularam soltas de seus olhos... O doutor sentia tanta saudade de seus filhos, suas meninas inteligentes e tão diferentes, Cristal sempre falante ou dedilhando seu violino, Charlotte mais calada e atenta, rodopiando os passos de ballet e pintando, enquanto ele e César apenas se agraciavam dos pequenos grandes feitos das mulheres da casa. Ele era um garoto tímido, ambos os gêmeos eram, uma característica sua que ele aprendeu a superar com o tempo. Apesar de terem muito mais de Sonia, como os olhos azuis doces e profundos, a característica mais marcante que o rapazinho carregava da mãe era o sorriso.

Alexandre sempre achou que ele leria cedo, o garoto era muito esperto e atento a tudo a sua volta, era completamente encantado por livros, mesmo os sem ilustrações. Olhou para a mesinha de cabeceira e riu fracamente ao ver um porta retrato com a imagem dos três filhos e a mãe, no dia que Charlotte viera para casa... Se tinha algo que ele amava mais que Sonia era suas crianças...

– Droga – ele suspirou alto e frustrado, passando a mão pelos cabelos – Estou com saudades de vocês meus pequenos – ele pegou o porta retrato e passou o polegar pela imagem – Papai promete que vai resolver toda essa bagunça! – terminou com um beijo na foto e colocando-a de volta no lugar original.

Retornar ao seu quarto não estava sendo uma boa ideia, Sonia estava impregnada em cada canto daquele cômodo, tudo tinha um toque dela. Era impossível andar pela casa e não sentir sua presença, pensar nos filhos e não lembrar dela, do quanto as crianças se pareciam com ela, em especial Cristal, que parecia uma sósia em miniatura perfeita dela, eles até costumavam brincar dizendo que ele tinha sido apenas um doador, pois a menina só carregava dele traços do caráter.

Ela era a deusa daquele lar, tudo refletia sua pessoa, seu bom gosto para decoração, seu toque de originalidade e sempre uma marquinha de sua doçura em algum canto com uma cor ou objeto decorativo “fofo” como ela própria gostava de chamar.

Alcançou o champanhe que estava quente sobre a mesa, juntamente com o frio jantar, tomando uma taça de um só gole. Entretanto, a bebida era muita fraca, ele realmente precisava de algo mais forte, nunca foi dado a bebedeiras, porém hoje ele precisava, não queria ser o médico responsável que sempre fora, o pai e marido exemplar, ele só queria tentar extinguir a dor que crescia em seu coração juntamente com o desespero. A sensação de perder sua família era aterrorizadora, ele só esperava que não durasse e logo os tivesse de volta.

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Sonia acordou no meio da noite e olhou para o lado, ao ver Helena dormindo tranquilamente logo percebeu que não tinha sonhado. Era tudo real. Alexandre, seu Alexandre, seu marido, estava traindo-a com Melissa, a mulher para a qual ela abriu sua casa, seu coração e confiança... Quando se atentou, novamente lágrimas desciam de seus olhos como um sereno fino e inaudível, molhando o travesseiro de algodão egípcio de sua amiga.

As costas das mãos tocaram seu rosto, na intenção de secá-lo, quando sentiu o metal frio fazer contato com a pele quente. Encarando a mão esquerda, ela olhou a aliança de ouro branco, fina, com diamantes cravejados em todo o círculo e seu anel de noivado prata, com uma pedra modesta de diamante rosa, que servia como um aparador. Retirando ambos, ela viu as iniciais do nome de seu marido gravados juntamente com um minúsculo coração.

“Estou condenado a te amar pelo resto da vida - segurou uma de suas mãos, a outra colocou no bolso retirando uma blue box, respirou fundo e continuou - por favor, aceite se tornar minha esposa!?”

Sonia achava que não podia sentir mais dor, porém ao ser golpeadas com as lembranças daquela manhã oito anos atrás, na cerimônia perfeita e encantadora que tinha sido seu casamento, ela se levantou soluçando e correndo para a sacada do quarto da amazona, pois já não podia mais conter suas emoções...

“Meu bem quero dizer-te que todo meu desejo e amor são para você, prometo ser fiel a nossa aliança, cuidar de ti, te fazer feliz e te mostrar todos os dias que você tomou a decisão certa ao me dizer sim naquele pôr do sol há alguns meses, por que tudo em mim ama profundamente tudo em você, agora e por toda vida...”

A ex-modelo sentou-se numa poltrona no canto, o lugar tinha uma vista ampla da área externa da casa de Helena, trazendo os pés para o assento, abraçou as pernas, colocando o queixo sobre os joelhos e deixou as lágrimas varrerem seu rosto, enquanto sua mente tratava de destruir seu coração com cada momento trazido diante dela quando seus olhos se fecharam.

“Agora quero prometer que serás a única mulher para mim pelo resto de nossas vidas... Mesmo se... mesmo se eu te perdesse, nunca saberia tocar outra pele – suas mãos desciam e subiam pelas costas dela – beijar outros lábios – ele se inclinou levando sua boca na dela apaixonadamente – apreciar outro sorriso tão radiante como o seu – seu polegar deslizou pela bochecha macia – meu corpo não se encaixaria tão perfeitamente em outro corpo – Alê a puxou contra si, não deixando distância alguma entre eles – muito menos meu coração bateria tão intensamente por qualquer outra...

– Eu te amo tanto! Não sei como compensá-lo por tudo o que você faz por mim...

– Me ame, dê-me tudo de você, assim como eu me entrego por completo ao nosso amor...”

– Você prometeu Alexandre! Prometeu que jamais tocaria em outra mulher – ela suspirou – Por que me enganou dessa forma? Eu fiz o que você me pediu aquele dia... Dei tudo de mim – ela dizia com os olhos focados nas jóias em sua mão, ela apertou os pulsos, a vontade de atirá-las fora foi tão grande... Tudo tinha sido uma mentira, ela só tinha sido tola o suficiente para acreditar.

“- Esta noite eu lhe entrego este corpo, pois a alma que o habita e o coração que aqui bate há muito lhe pertencem. E serão seus, apenas seus, para sempre.”

– Eu jurei que seria apenas sua e por te amar tanto eu fui, mas você foi infiel, disse que sempre seria honesto e agora eu me pergunto quantas vezes você falou a verdade?! – ela fungou em meio as lágrimas, afundando o rosto contra suas pernas. Até sentir uma afago suave em suas costas – Você deveria dormir Lê...

– E deixar minha amiga aqui fora no frio sofrendo? – disse com um riso suave – Querida, vamos para dentro, essa noite realmente esfriou, não quero que você fique doente outra vez, sua imunidade pode estar baixa ainda...

– Eu quero ficar aqui um pouco, não vou conseguir dormir, Alexandre me persegue até nos sonhos... E dói tanto, minha mente ainda fica brincando comigo trazendo tantas lembranças de nós dois, isso machuca mais ainda...

– Sonia olha para mim – ela obedeceu – Essa história precisa ser resolvida, então, não acredite em todas as teorias que sua mente está formulando, ouça o Alexandre primeiro...

Ela ficou calada por algum tempo.

– Sabe o que mais machuca Helena? – a amazona a encarou atenta – É saber que eu estava me sentindo tão feliz, tão completa, tinha um marido maravilhoso, que além de ser tudo o que uma mulher sonha em um homem, também era intenso, me realizava, fazia eu me sentir a mulher dele, fazia eu me sentir amada... Eu pensava, acreditava que ele sentia o mesmo, que quando estávamos juntos eu o fazia se sentir um homem completo, que eu podia satisfazê-lo, seu corpo, mas também seu coração, que nos bastávamos, que ele me desejava e queria com cada minúscula parte dele assim como eu o queria, que tudo dele era exclusivamente para mim assim como tudo de mim eu sempre dei a ele... – quando terminou de falar ela chorava novamente.

– Não se torture assim Sonia! – Helena tinha envolvido o braço em torno dela – Você é uma mulher linda, inteligente e completa, qualquer um pode perceber isso.

– Exatamente, eu acho que sempre fui um troféu para o Alexandre, aqueles que você deixa no topo de uma prateleira, que se exibe para todos, pois foi uma conquista épica... A mulher que ele quis que me tornasse, a mãe dos seus filhos, a dona de casa atenciosa, que vive em função dele, a que o enche de mimos e ele pode exibir em aberturas de coquetéis, seminários e congressos, mas no fim, ele acaba na cama com a doutora, o tempo que ele investiu em mim, em nós, eram só para eu não perceber tudo...

– Não Sonia, me recuso acreditar nisso! Alexandre não é assim...

– Talvez ele tenha se tornado isso sem perceber, ele pode estar apaixonado por ela Helena... Melissa é interessante, eles tem tanto conteúdo em comum, tantos anos trabalhando juntos lhes trouxe intimidade, logo o sexo deve ter sido adicionado a história...

– Pare com isso, venha – ela se pôs de pé e estendeu a mão para a amiga que hesitou – a falta de sono e as lágrimas já estão prejudicando seus pensamentos minha querida, vamos voltar lá para dentro – ela sorriu e continuou com a mão erguida – Anda Sonia, não se deve testar a paciência de uma italiana sangue quente como eu, ainda mais grávida de gêmeos, tenho hormônios de sobra correndo pelo meu corpo – Helena tentou quebrar a tristeza do clima, porém a mulher levantou cabisbaixa e ambas se moveram para o quarto, subindo na cama e acomodando-se embaixo das cobertas quentes.

– Como estão meus filhos? – ela questionou deitada de costas, enquanto Helena dedilhava seus cabelos emaranhados.

– Preocupados contigo e com saudades do pai...

– Eu não sei nem o que dizer para eles...

– Sonia olhe para mim só mais uma vez – ela se virou um pouco a encarando – Tudo isso vai se resolver! Por mais que esteja doendo, suas emoções estão uma bagunça, nada fará sentido agora, só te peço que você por favor, tenha fé no homem que você amou por mais de 9 anos...

– Eu não sei se posso Helena, pois nem sei se esse homem existe! – virando-se novamente, suspirou cansada, chorando até cair no sono de novo...


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Notas finais do capítulo

O gif com a Blair e a Serena descreve um pouco essa última cena, então...
Para quem está curioso em conhecer Melissa: representada pela atriz Olivia Palermo (http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2013/09/29/article-0-185A556B00000578-334_634x916.jpg)
Prometo que logo eu posto de alguns outros, pq eu percebi que nunca fiz isso antes kkkkk



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