Estações escrita por Emma


Capítulo 17
A Beleza de uma Pequena Flor Bônus


Notas iniciais do capítulo

Ainda não é a continuação da história, só uma capítulo bônus que eu estava escrevendo... Thaise, esse eu dedico especialmente a você! Prometo que a segunda parte sai logo.



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“Sorte do meu sorriso, ter você como motivo.”

Sonia despertou por volta das 3h da manhã, geralmente ela era acordada pelo choro fino do seu bebê pedindo por comida, entretanto hoje não houve choro, o que era estranho. Ela riu, pois mesmo sem Cristal “chamá-la”, seu organismo e coração de mãe já estava habituado a nova rotina de mamadas pela madrugada.

A sra. Del Rio, agora mais consciente, percebeu-se sozinha na cama, dificilmente ela acordava sem os braços calorosos e fortes de Alexandre a envolvendo. Sentou-se procurando-o com os olhos pelo quarto e não o encontrou, sorriu novamente, não tinha dúvidas de onde ele estaria.

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Seu coração apertou de tanto amor quando ela viu o marido sentado na cadeira de balanço, com a filha adormecida nos braços, olhando-a com a admiração de uma amante de artes a primeira vez no Louvre. A menina era um doce de fato, meiga e linda. Alexandre quase todas as noites desde que ela nascera levantava só para observá-la, como agora. Ficava longos minutos, até horas sobre o berço velando o sono e a beleza da garotinha.

Há pouco mais de um mês eles deixaram a pequena dormir no seu quartinho, uma vez que ela já não despertava tanto durante a noite para mamar, e constantemente Sonia encontrava o marido no dormitório da filha, outras vezes ele a trazia para a cama, pairando sobre ela, encantado com os olhos doces e boquinha pequena sorrindo para ele.

— Eu acho que vou colocar o moisés* em nosso quarto novamente... – a modelo falou baixinho para não acordar o bebê.

— Eu vim ver se nossa filha estava bem, ela dorme tão tranquilamente que as vezes eu acho que ela não está respirando – ele acariciou suavemente a bochecha da menina.

Dear... Admiro sua preocupação com nossa princesa, eu também me sinto assim, mesmo sem ela me “chamar” hoje eu levantei – eles sorriram – porém você tem uma cirurgia amanhã, vamos pegar o vôo cedo, precisamos descansar... Cristal vai ficar bem enquanto seu papaizinho dorme um pouco.

— E se ela precisar de mim? – Alexandre segurou-a mais apertado, temeroso em deixar seu bebê.

— É mais fácil ela precisar de mim – Sonia o olhou sugestivamente e sorriu, seu marido repetiu o gesto – Alê, ela vai ficar bem... Por mais frágil que nossa menina possa parecer, eu gosto de pensar que ela é uma garotinha corajosa!

— Eu apenas quero sempre estar aqui para ela...

— Eu sei amor, eu também... E nós iremos estar!

— Cristal é tão linda Sonia, não canso de olhá-la, pois a cada dia parece que ela tem um detalhe novo... Nossa filha tem crescido tão rápido, que eu sinto como se não tivesse conseguindo acompanhá-la nesses 6 meses. Passo o dia quase todo fora, tenho a sensação de que sempre perdi alguma coisa, só queria passar mais tempo na companhia dela... E eu amo essa pequena flor tanto que chega a doer, com todo meu coração... É diferente de qualquer coisa que eu já senti... Você é minha mulher, se tornou minha vida, me complementando... Já ela é minha carne e meu sangue, nós fizemos esse pequeno ser maravilhoso... e céus! Isso é incrível! Eu só sinto como se fosse explodir de amor por essa menina, pela nossa menina...

— Acredite meu amor, eu entendo seu sentimento... Cristal é o bem mais valioso que eu tenho! E eu sabia que ia perdê-lo para ela, só não imaginava que fosse tão rápido – eles sorriram, Sonia passou seu braço por trás dele, beijou sua bochecha e descansou a cabeça em seu ombro, ambos admirando sua jóia – Vamos para cama – ele a olhou fazendo um pedido silencioso – Tudo bem, traga nossa filha, entretanto não iremos mais trazê-la para cama conosco, o presente que recebemos é muito precioso para estragarmos ele por causa dos nossos caprichos! Ok querido?!

— Você tem razão meu bem, talvez eu só não saiba ainda lidar com essa dádiva maravilhosa que é ser pai... Heitor já tinha me alertado, mas ouvir nem se compara com a emoção de viver – ele se levantou – de sentir seu filho repousando seguro nos seus braços... – Cristal se espertou um pouco de seu sono, Alexandre começou a acalentá-la e ela envolveu o indicador dele na sua pequena mão – De sentir essa mãozinha apertando meu dedo... Dinheiro nenhum paga isso!

— Passarela nenhuma me realizou tanto quanto você e a família que construímos... Eu amo você meu doutor – Sonia se inclinou e beijou a cabeça da filha – e você também princesa.

— Só para você saber, Cristal não me roubou de você. Eu continuo sendo seu antes de ser de qualquer outra... Ela só é mais fofinha, com esses dedinhos, essa boquinha e narizinho minúsculos, cheia dessas dobrinhas, com bochechas gorduchas... Querida você ficou em desvantagem!

Sorriram e fizeram seu caminho para a suíte, colocaram sua filha entre eles na cama, envolvendo cuidadosamente a menina que continuava a descansar tranquila no meio dos seus paizinhos.

— Alê... Cristal sempre vai poder correr para nossa cama quando ela precisar...

— Sempre! – eles selaram seus lábios e depois beijaram a cabeça da filha.

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— Mamãe – Henrique corria para dentro do quarto dos pais com seus passinhos pequenos e ainda trotando um pouco – Para você! Do papai e meu – ele sorriu e ergueu o presente.

— Obrigada meu amorzinho – Helena pegou o presente, colocou em cima da cama onde estava sentada e se inclinou tomando o filho no colo. Heitor acabava de aparecer no quarto – Obrigada bonitão!

— Abra e veja o que acha – ele sorriu se aproximando.

Helena desatou o laço sobre a caixa encontrando um camelinho de pelúcia e duas entradas para o museu do Cairo na inauguração da nova seção de antiguidades, que por sinal a amazona estava com muita vontade de ir.

— Oh amore, obrigada! Eu queria tanto ir a essa exposição, eles encontraram peças raríssimas da primeira dinastia... Adorei! Você é maravilhoso! – ela se levantou, acomodado Henrique em seu lado e beijou o marido.

— Você merece ter tudo o que desejar. E enquanto eu puder, farei todas as suas vontades...

— Para que eu satisfaça as suas não é mesmo?! – ela disse dando um tapinha no braço dele.

— Não meu amor, só pelo simples prazer de ver esse sorriso esplendido no seu rosto! Agora... Eu não tenho culpa se ele mexe de forma absurda com tudo dentro de mim...

— Você é muito sedutor – ele lhe deu outro beijo, dessa vez mais ousado...

— O que é sedutor papai? – Helena sorriu se afastando e Heitor engasgou lembrando que Henrique estava do outro lado de sua esposa, ele até mesmo o estava envolvendo com seu braço.

— Filho... Por que nós não vamos nos arrumar para o almoço?! – Helena disse para salvar o marido da pergunta inocente de Henrique, mas que o deixou desconcertado.

— Você se lembra que dissemos que tinha alguém querendo conhecê-lo garotão?! – ele espalhou o cabelo do menino em um gesto amoroso.

— Sim papai.

— Então vamos nos arrumar meu amor – Helena deu um rápido beijo na cabeça dele e foi na direção do quarto de Henrique para arrumá-lo.

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Meia hora depois, a amazona estava no closet procurando um look. Quando Heitor adentrou no recinto um monte de roupas havia se formado sobre um pufe. Sua esposa não tinha esboçado nenhuma reação contrária durante a manhã, todavia ele sabia o quão temerosa ela estava em finalmente apresentar Henrique a Elizabeth. Afinal, ainda existiam feridas para serem cicatrizadas, depois da ligação da mãe, Helena só conseguiu sair com ela meses depois para um almoço.

Como esperado, Elizabeth não recebeu seu perdão nesse primeiro encontro, que poderia ser mais caracterizado por um monólogo por parte da mulher de cabelos escuros mais velha. Helena ouviu, ouviu e tomou mentalmente suas considerações, falou muito pouco, entendeu algumas outras situações. Porém isso foi só o início.

Ao termino da ocasião, Elizabeth sugeriu uma nova saída, no começo Helena hesitou, prontamente a senhora interveio não querendo acuá-la, lhe disse para anotar seu telefone e ligar quando ela achasse melhor. E foi graças a Heitor que a amazona conseguiu realizar a tal ligação, elas foram a uma Cafeteria, conversaram mais um pouco, Helena se expressou mais que na vez passada, entretanto sempre recuando, temendo, como quem pisa em ovos, independente dos esforços da mãe, Helena ainda não confiava nela...

Meses foram passando, a senhora Herrera já não odiava sua mãe com todo seu coração como uma vez tinha sido, porém, ainda existia uma barreira entre elas, era como se a amazona não quisesse deixar tudo ir. Elizabeth sentia isso, mas daria o espaço e tempo necessário a filha. Já tinha ultrapassado uma muralha gigantesca, ultrapassaria outras se necessário. O tempo que lhe restasse dedicaria a reconquistar Helena!

Soriano se manteve neutro com relação a toda essa história. Como a filha que nunca escondeu nada do pai, Helena desde a primeira ligação relatou a proposta ao homem, que se irritou ao ouvir tudo, mas foi suavizando ao ver a confusão e medo nos olhos da sua amazona, por isso tentou se manter imparcial, mesmo temendo o que Elizabeth poderia fazer com ela e com ele próprio.

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“- Eu te ensinei a se defender bem minha querida, sei que podes lidar com Elizabeth... Faça o que seu coração achar melhor. Nunca quis que carregasse um fardo tão grande, se perdoá-la é a solução para deixar os fantasmas do passado irem embora, perdoe-a. Quero que fiques livre de vez desse pesadelo que por noites lhe assombrou...

— Obrigada papá, por sempre estar comigo! Você é a pessoa que mais eu prezo em todo o mundo, te amo! – ela o abraçou apertado e suspirou perguntando – Você um dia será capaz de perdoá-la também?

— Eu não sei meu bem... Elizabeth me machucou mais do que eu pensei, feriu meu orgulho de homem, despedaçou meu coração e magoou o que eu tinha de mais precioso... Você! Não sei qual caminho seguir para perdoá-la... Talvez quando você conseguir trilhar essa rota possa me ensinar o percurso?! – ele sorriu e beijou o topo da cabeça da filha.

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Heitor envolveu os braços pela cintura de Helena, ficando por trás dela, beijando seu ombro. Sua esposa suspirou, relaxando com as carícias.

Hey linda... É só um almoço, Henrique vai ficar bem, tudo vai dar certo – ele a virou, fitando seus olhos – E se não der, eu vou estar com vocês, ok?! – Helena balançou a cabeça concordando e seu marido deu-lhe um beijo suave – Agora termine de se arrumar, nosso menino está impaciente lá em baixo.

A amazona sorriu e seu marido foi caminhando na direção da porta:

— Heitor – ele parou e olhou para ela – Obrigada por estar me ajudando tanto nessa história com Elizabeth, meu pai não poderia me oferecer tamanho apoio, sei o quanto tudo isso o machucou...

— Eu sempre vou estar aqui para você meu amor, sempre! – Heitor jogou-lhe um beijo e saiu rumo a sala de estar, onde Henrique estava esperando por eles.

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— Venha com o tio menininha...

Pietro estendeu as mãos para pegar Cristal no colo e Sonia prontamente atendeu ao pedido. Enquanto o irmão sorria e provocava o sorriso da sobrinha ela sentou-se no sofá próximo ao tio, alguns minutos depois Viviene chegou em casa e logo se dirigiu a eles.

— Querida que surpresa agradável! Não sabia que estava vindo aos EUA... – ela deu um abraço na filha e se apressou para perto do filho na intenção de beijar a neta – Como você está linda princesinha... Vovó estava morrendo de saudade! – Viviene virou-se para Sonia – Cristal está crescendo muito rápido...

— É verdade mom... E isso era o que eu mais temia – elas sorriram.

— Fico impressionada com o quanto ela se parece com você, não tem nada do pai...

— Tenho que concordar Sonia, Cristal é uma versão em miniatura sua – Guilhermino entrou na conversa.

— Eu sei... Talvez seja por isso que ele é tão apaixonado por ela.

— Cadê seu doutor por falar nisso? – a mãe perguntou, ainda envolvida com a neta, que agora tinha sido “roubada” do colo de Pietro.

— Chegamos há duas horas mais ou menos e ele foi direto para o Saint Louis, tinha uma cirurgia complicada... Eu fui ao nosso apartamento e deixei as malas, depois viemos para cá.

— Eu pedi para Amelie colocar mais lugares na mesa mãe, não se preocupe! – Pietro disse quando percebeu a senhora começar a se locomover para a cozinha.

— Obrigada! – ela sorriu e sentou-se ao lado da filha no sofá, enquanto Cristal se entretia com uma das pulseiras da avó – E como andam as coisas por lá meu bem? Tudo dando certo com Cristal e Alexandre?

— Sim mãe, apesar de não saber mais o que é uma boa noite de sono tudo está indo muito bem... Cristal dificilmente acordou durante a madrugada nesse último mês, porém eu sempre acabo por levantar e ir dar uma olhada nela... Alexandre é maravilhoso com ela, tenho certeza que minha filha não poderia pedir um pai melhor e eu um marido, sempre tentando me poupar, sendo atencioso... Enfim, sendo Alexandre – elas sorriram – Ele só está um pouco atarefado ultimamente, começou a especialização em neurologia que era um sonho, e isso está exigindo muito dele... O importante é que estamos bem, melhor que bem na verdade, ótimos! Ótimos como dois pais novatos e apaixonados podem ser.

— Isso é maravilhoso Sonia, fico feliz... E sua carreira? Quando pretende retornar?

— Para ser sincera mamãe eu não sei... Não quero deixar minha filha ainda, muito menos tirá-la de perto do pai, isso o arrasaria, mesmo eu sabendo que jamais ele iria se opor... De uma coisa tenho certeza, só depois que ela fizer 1 ano, também não assinarei mais contratos a longo prazo, focarei nas semanas de moda e desfiles de algumas marcas com quem sempre trabalhei.

Viviene ouvia apenas para testificar o que ela já sabia, os dias de Sonia nas passarelas estavam contados. Ela já tinha visto esse filme antes, suspirou, mas nada disse. Ela havia prometido a Guilhermino e a Arthur também. Sua filha seguiria a vida da forma como julgasse melhor.

— Acredito que você saiba o que é melhor a se fazer Sonia, não é mesmo bonequinha linda da vovó?! – Cristal sorriu para sua avó e esta ficou envolvida pela graciosidade da menina.

Sonia sabia bem o que Viviene pensava, mas nada mudaria sua mente, ela tinha uma filha agora que lhe importava mais que qualquer outra coisa no mundo, tinha um marido incrivelmente maravilhoso e amoroso, se existia algo que ela queria se dedicar e amar era sua preciosa família. Se para isso tivesse que deixar a carreira de modelo de lado, faria de bom grado.

— Dona Vivi... Eu ainda voltarei as passarelas, pois eu adoro desfilar – ela encarou a mãe com uma expressão suave – mas eu amo muito mais essa pequena flor em seus braços e o pai dela – Viviene sorriu e beijou a bochecha da filha.

— Eu sei querida... Como não amar tamanha perfeição?! – ela levantou a netinha e beijou o alto de sua cabeça com os fios lisos castanhos da cor dos cabelos de Arthur.

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Helena estava de mãos dadas a Heitor, que com o braço livre segurava Henrique, eles se aproximaram da mesa onde Elizabeth estava, o engenheiro sentia a esposa apertar suas mãos temerosa e este devolvia o aperto junto com um sorriso. Ela levantou-se ao vê-los, seus olhos encheram-se de lágrimas quando focou no garoto e um sorriso genuíno apareceu em seus lábios.

— Estou muito feliz que vocês vieram – ela se colocou diante do genro e sorriu para o menino que lhe devolveu o sorriso – Você é muito lindo rapazinho! – Ela olhou para Helena e esta assentiu – Sou Elizabeth e você?

— Henrique – ele respondeu docemente e da forma mais audível que uma criança de dois anos conseguiria.

— Seu nome é lindo assim como você! Nome de um príncipe...

— Amigão... Você sabe quem é essa senhora?

— Não papai... – Heitor olhou para a esposa e esta assentiu novamente com um suspiro.

— Ela é sua outra vovó, mãe da sua mamãe.

Henrique sorriu e se inclinou abraçando a mulher que não esperava o contato, mas que de bom grado o recebeu em seus braços e chorou alegremente, dando beijos no garotinho. Helena estava tensa, Heitor percebeu. Seu instinto materno a todo custo a incitava a tirar seu filho dos braços de Elizabeth e correr com ele para o mais longe possível da mulher.

— Você tem os cabelos bonitos como o da minha mamãe – ele passou as mãos pelo rosto dela e tocou suas pálpebras quando Elizabeth fechou os olhos apreciando o contato – E os olhinhos também...

— Sim querido – ela abriu os olhos outra vez e algumas lágrimas felizes desceram pela bochecha.

— Por que você está chorando vovó? – seu rostinho angelical mostrou uma expressão confusa.

— Por que eu achei que nunca teria essa oportunidade, de abraçar você, de te ouvir me chamando de vovó... Mas não se preocupe, estou feliz – ela olhou para Helena que segurava as próprias lágrimas a todo custo.

— Vovó – Henrique disse mais uma vez e depois beijou a bochecha da senhora.

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O casal estava sentado em um banco, situado na praça próxima ao restaurante onde estavam, observando Elizabeth brincar com o menino alguns metros a sua frente.

— Você está tensa desde a hora em que a vimos... Eu sei que estás louca para pegar Henrique e sair correndo daqui não é mesmo? – a amazona soltou a respiração com o nariz e sorriu torto.

— Está tão evidente assim? – ela o encarou.

— Não, você está disfarçando bem, a questão é que eu te conheço querida... Sei quando fica insatisfeita com algo... Conheço suas expressões e gestos, quando essa sua boquinha se torce assim ou quando franze as sobrancelhas dessa maneira quer dizer que está incomodada, é assim toda vez que estamos na cama e eu...

EU— ele foi cortado rapidamente – não acredito que você ia falar isso Heitor! – ela o encarou totalmente corada e ele exibia um sorriso sínico, com sua habitual expressão sexy – Você é um sem vergonha, um descarado sabia?!

— Um descarado por quem você é completamente apaixonada! – Helena deu um tapa no seu bíceps, o repreendendo divertidamente.

— Você é muito convencido Sr. Herrera! Entretanto, eu não posso discordar de sua afirmação – eles se olharam significativamente e a amazona abriu um lindo sorriso.

— Isso ai! Era isso que eu queria ver, esse seu sorriso pelo qual sou apaixonado... Eu te amo tanto Helena, estou muito orgulhoso de você! Fizeste um grande avanço hoje.

— Eu também te amo querido! – ela se esticou sobre ele, dando-lhe um beijo um tanto intenso que foi interrompido por um pigarreio de Elizabeth.

— Desculpe interromper – Helena e Heitor se separaram e ela estava corada assim como a mãe – Esse mocinho está querendo sorve... – Elizabeth cambaleou, e o engenheiro rapidamente se levantou para apoiá-la, logo a amazona também levantou assustada.

— Elizabeth, está tudo bem? – Heitor perguntou enquanto a guiava para o banco.

— Vovó? – Henrique se manifestou tocando seus joelhos, Helena apenas olhava aflita.

— Está tudo bem pessoal – a senhora respondeu sorrindo – Acho que o sol está muito forte hoje – levantou-se e pegou nas mãos de Henrique.

— Bom... alguém estava querendo sorvete... Tudo bem para vocês papais?

Heitor mais despreocupado fitou Helena que olhava Elizabeth sondando-a, não pelo sorvete, mas pelo súbito mal estar. A mulher a olhou e sorriu, isso suavizou a expressão “investigativa” de Helena que devolveu o sorriso não tão aberto quanto o da mãe, cedendo o pedido com um aceno de cabeça.

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Doutor Del Rio tinha tido um dia agitado no Saint Louis, ultimamente seus dias estavam bem atarefados, as cirurgias mais complicadas era ele quem assumia, sua equipe era extremamente capacitada, porém alguns casos exigiam sua presença, havia ainda assuntos administrativos do Vila Real cuja as ações agora pertenciam 75% a ele, as pesquisas que ele chefiava e o começo de sua especialização em neurologia.

Alexandre se realizava com tudo isso, eram muitas responsabilidades, entretanto ele se satisfazia com sua carreira e conquistas. Porém nada comparado ao quanto ele se deliciava ao poder chegar em casa e se deparar com a cena diante dele. Sonia e Cristal desfrutando de um momento genuíno e singelo de carinho e afeição, e ele se punha a admirar os dois sorrisos que ele mais amava em todo mundo. Sua esposa era tão linda, tão completa, não só como as revistas e passarelas a revelavam, mas linda da forma como apenas ele conhecia: a Sonia mãe, mulher, amiga e amante. E ele se encantava em ser o homem que a transformava nessa mulher.

Sua menina chegou para mudar a vida deles, antes de Cristal tudo ia bem, duas pessoas completamente apaixonadas uma pela outra, gastando seu tempo e amor apenas com eles próprios. Então ela nasceu, era como se de repente todo o amor que os unia começasse a correr em um rio de fluxo intenso que desaguava em um vasto oceano. E Alexandre gostava de pensar que a nascente nunca deixaria de fluir amor, já que sua essência era muito mais profundada e consolidada.

— Já chegou meu amor?! – Sonia perguntou quando percebeu Alexandre encostado no castilho da porta, as observando com seu sorriso inigual – Veja princesa, seu papai – ele já havia se aproximado e estava ao lado da banheira.

— Eu não acredito que minhas duas garotas preferidas estavam no banho sem mim?! – ele ajoelhou e beijou Sonia, depois pegou Cristal que estendia os bracinhos na direção dele.

— Querido você vai se molhar todo! Estamos só espuma...

— Eu não me importo – ele sorriu, beijou o topo da cabeça de sua filha e olhou para a esposa – Nada me faz mais feliz do que poder voltar para casa, para vocês. – Sonia sorriu.

— Então tire a roupa e venha tomar um banho conosco – ela se inclinou um pouco mais e sussurrou em seu ouvido – Imagino o quanto deva estar exausto, prometo fazer algo para relaxá-lo mais tarde – terminou sua sentença beijando de leve seu pescoço e ele se virou sorrindo.

Alexandre devolveu Cristal para Sonia, a pequena voltou a brincar com a espuma proveniente do sabonete enquanto ele tirava a roupa e se sentava atrás da esposa, a envolvendo com seus braços e beijando suavemente seu pescoço.

— Há dois anos muitos achavam que eu tinha tudo que um homem podia ter, dinheiro, prestígio, uma carreira em promissora, mas eu sabia que faltava algo. Então te conheci e meu coração foi preenchido, como se a parte que sempre faltou tivesse finalmente se agrupado. E para ficar mais perfeito, Cristal foi acrescentada a história – Sonia se acomodou nele, descansando contra o corpo forte e agradável de seu marido, enquanto as mãos de ambos seguravam e acariciavam a filha – Eu te amo mais a cada dia!

— Você me deu tudo o que faltava na minha vida que todos diziam que ser perfeita, mas agora vejo claramente o quão incompleta eu era sem você e sem nossa Cristal... Isso sim é a perfeição! Eu te amo tanto meu doutor – ela sorriu, virando a cabeça e dando-lhe outro beijo, até que a filha pareceu se sentir incomodada batendo as mãozinhas na água, os atingindo no rosto. Os três permaneceram sorrindo até o final do banho.

Mais tarde, depois que sua filha estava alimentada e dormindo tranquila em seu bercinho oval, no quartinho rosa repleto de coroas, bailarinas, notas musicais e instrumentos clássicos espalhados de forma discreta pela decoração. Sonia e Alexandre estavam admirando as estrelas e os arranha-céus de NY na calada da noite, sentados em uma chaise confortável na sacada de sua suíte, com o doutor a envolvendo por trás e ela acariciando os braços que circulavam sua barriga.

A modelo se virou, ficando entre as pernas do marido fitando-o, seu sorriso apareceu meio envergonhado, fazendo com que ela corasse um pouco, Alê adorava aquilo, pois a deixava ainda mais bela e ele sabia exatamente o que indicava.

Sorrindo também, ele a puxou para si, abraçando-a. Logo conseguiu sentir o cheiro maravilhoso dos óleos e sabonetes adocicados dela, enquanto suas mãos passeavam pelo seu corpo esbelto. Sonia sentia os braços fortes do esposo ao seu redor, apertando-a contra si, fazendo-a absorver o perfume viril dele, sentindo a dureza de seus músculos bem definidos, o que era um contraste para a delicadeza embriagante de seu toque. Era simplesmente delicioso, mágico, ser tocada com tanto amor. E quando os toques e beijos se tornaram muito intensos, roubando seus fôlegos e sentidos, eles moveram-se para dentro, se perdendo da forma mais apaixonada e eloquente possível nos braços um do outro.

Essa era uma das primeiras vezes que Alexandre dormia antes que sua amada, talvez por estar muito exausto do dia intenso. Sonia estava deitada sobre seu peito nu, acariciando-o delicadamente, contornando os músculos vagarosamente para não acordá-lo. Sua expressão era serena e a modelo não se cansava de admirá-lo, se inclinou, apoiando-se sobre seu cotovelo, tocando suavemente seu rosto, passando os dedos entre seus sedosos e escuros cabelos castanhos, o maxilar forte e bem esculpido...

Suspirando feliz, beijou sua bochecha e aconchegando-se outra vez no peitoral dele, envolvida pelo seu calor enquanto pensava nele “Eu te amarei por toda vida, você mudou meu mundo e me enche de tudo o que é bom e verdadeiro! Não suportaria te perder... Como pode alguém amar tanto outra pessoa assim? Basta olhar para você que eu fico sem chão... Com certeza fostes a melhor coisa que aconteceu na minha vida meu doutor, meu Alexandre, meu... Apenas meu.” Sonia dormiu sorrindo, com a mente no homem maravilhoso que agora tinha um dos braços envolta dela.

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Enquanto isso no México...

“Eu me sinto tão cativo, envolvido em seu toque. Me sinto tão apaixonado, com você me segurando firmemente dentro do seu abraço. Como você faz isso? Me fazendo perder todo o fôlego, como é que você permite eu ter meu coração fora do corpo?”

Henrique tinha finalmente acabado de dormir, o garoto tinha uma energia inacreditável, Helena sorriu pensando no seu menino esperto, enquanto ia fechando a porta do quarto dele esbarrou em Heitor, que vestia apenas um short de pijama azul. Antes que ela pudesse pensar ou dizer algo, ele a puxou pela cintura e prensou-a contra a parede, beijando-a languidamente. Quando o ar faltou, ele se inclinou, a amazona ainda ofegava e sentia sua pernas bambas, sussurrando no ouvido dela:

— Eu estava te procurando – ele encontrou um ponto extremamente sensível no pescoço dela, levando-a a gemer – Acho que merece uma recompensar por ter sido uma boa garota hoje – terminou mordendo levemente seu pescoço.

— Isso vai deixar uma marca! – Helena sorriu, descendo as mãos pelas costas dele, chegando na região lombar cavou as unhas, o fazendo sibilar e apertá-la mais firmemente contra a parede – Agora é a minha vez! – ela o encarou com uma expressão sensual e dissimulada, subindo pelas costas dele com as unhas, deixando um rastro de linhas vermelhas.

Ele a beijou novamente com volúpia, desejo transbordando pelos seus poros, desceu as mãos para as nádegas de Helena, espalmando-as, voltando para as coxas, suspendo-as e enlaçando em volta de sua cintura...

— Vamos terminar isso no quarto bonitona! – Helena olhou nos olhos do marido e sorrindo, desceu a boca para o pescoço dele, enlouquecendo-o.

Dentro da suíte Helena sentiu ele a jogar na cama, com certa força, segurando com uma mão seus braços acima da cabeça, a imobilizando. Com a mão livre ele espalmava a coxa dela e subia a camisola. Voltando os beijos para o pescoço ele encontrou algo preso no cabelo dela, quando percebeu o que era começou a rir e soltou-a.

Sua esposa o olhou confusa enquanto ele desprendia o objeto de seu cabelo, mostrando a ela. Então, ambos riram.

— Henrique – ele afirmou mostrando o cavalinho esculpido em madeira, que fazia parte de uma coleção, presente do nono Soriano.

— Estávamos em uma batalha antes de você me capturar na porta do quarto dele – eles pararam de sorrir e se encararam mais uma vez, Helena acariciou o maxilar dele – Você perdeu o clima?

— Quando se trata de você... Nunca lovely! Já devias saber... – o engenheiro beijou entre os seios dela.

— O que? – a amazona se fazia de desentendida, enlaçando as coxas em sua cintura.

— Que eu sou completamente apaixonado por ti! – Heitor beijou Helena com tanta força e vontade que ela precisou de um tempo para recuperar o ar.

O que veio a seguir foi lânguido e intenso, ousado e apaixonado, como era característico deles. Basta dizer que era para ser uma noite fria na capital mexicana, entretanto Helena e Heitor mesmo sem roupas, não sentiram nem parcela desse tal frio e mantiveram-se aquecidos por muitas horas.

“Nunca houve dois corações mais abertos, nem gostos mais semelhantes, ou sentimentos mais em sintonia.”

Persuasão, Jane Austen


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Notas finais do capítulo

Pra quem não sabe:
*moisés são aqueles berços pequenos, geralmente no formato oval, que parecem uma cesta.

Vou aproveitar que estou de férias e escrever... Até mais! Xoxo



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