O amor de Atena escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 19
Capítulo 19 - A esperança do amanhã




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558001/chapter/19

Capítulo 19 – A esperança do amanhã

Seiya tirou as chaves do bolso e destrancou a porta de entrada. Saori estava ao seu lado. Shiryu junto com Shunrei e Aimi, que vinha de mãos dadas com Ryuho e Shoryu. A menina já tinha pouco mais de três anos e meio. Estava ainda mais bonita e seu cabelo curto, agora maior, estava amarrado em dois pony tails nas laterais da cabeça e ondulava nas pontas, a franja um pouco acima dos olhos. Saori assustou-se quando Seiya a pegou no colo de repente e entrou dançando feliz pela casa.

— É um menino! É um menino! É um menino!

Saori e os demais morreram de rir. Seiya estava tão feliz quanto quando haviam descoberto sobre Aimi e ele fizera a mesma coisa.

— Também estou feliz – respondeu.

— Precisamos encontrar um nome! – O cavaleiro de pegasu exclamava, fazendo sua esposa rir novamente.

— Ainda temos pelo menos seis meses e meio pra isso, Seiya.

Ele a colou no chão e olhou para Aimi que o olhava meio ciumenta.

— Vou ter um irmãozinho, papai?

— Vai sim, querida – disse quando a ergueu do chão – Mas isso é uma coisa muito boa! Você vai gostar muito dele e serão bons amigos, não é garotos? – Ele perguntou aos dois meninos, que acenaram positivamente com a cabeça – Você vai ajudar a ensinar as coisas pra ele e tomar conta dele. Terá que aprender a dividir suas coisas e a atenção com a mamãe e o papai. Mas você sempre vai ser nossa princesa – falou, beijando o pescoço da menina, que desatou a rir quando sentiu cócegas, e saiu correndo pela sala com os meninos quando Seiya a colocou no chão.

Um bom tempo havia se passado após tudo que acontecera da última vez no santuário. Embora nenhum deles acreditasse que aquela paz seria permanente, não tinham visto problemas desde então. Felizmente Aimi crescia sem parecer se abalar tanto com o que acontecera, apesar de ter passado semanas assustada e com medo de ficar muito longe de Seiya e Saori. Com a ajuda, paciência e persistência de todos, ela havia voltado ao normal e talvez mais forte do que era antes. E agora que tinha certa consciência de possuir um poder, Seiya e Saori haviam arcado com uma nova responsabilidade, ensinar à filha o que era o cosmo, como e porque controla-lo e usá-lo corretamente, algo no que ela estava se saindo bem.

Vez ou outra notavam belas flores e borboletas surgindo no jardim, ou encantadores pássaros que estranhamente pareciam observá-los, mas não se sentiam ameaçados. Sabiam que aquilo não era uma vigília, era um olá, um meio de seus amigos dos céus matarem as saudades que sentiam, e mandar lembranças a todos, isso quando não apareciam pessoalmente em algumas ocasiões.

— Papai, quando meu irmãozinho vai chegar? – Aimi perguntou, tirando Seiya de seus devaneios.

— Ainda vai demorar um bom tempo, meu amor. Precisamos de tempo pra arrumar as coisas dele, e precisamos de um nome pra ele.

— Ele vai dormir com você no seu quarto quando estiver maiorzinho, querida. Não acha isso bom?

— Sim! – Ela respondeu Saori com um sorriso, deixando-a radiante.

A atenção do grupo foi atraída por Seika e pelo restante dos cinco cavaleiros de bronze, que haviam chegado na casa e todos passaram boa parte do restante da tarde comemorando a descoberta e sugerindo nomes para o bebê, que provavelmente nasceria um pouco depois do dia 10 de junho, aniversário de quatro anos de Aimi.

******

— Saori! – Shun sussurrou o mais alto que pode quando entrou na casa junto com Ikki.

— Shun, Ikki... Vocês chegaram.

Haviam sido os primeiros a chegar. Seiya fechou a porta novamente e sentou-se no outro sofá, ao lado da irmã. Seika estava ali há quatro dias. Ela viera cuidar de Aimi enquanto Seiya estava no hospital com Saori. Tatsumi também estava com eles, mas no momento se ocupava com algumas coisas pela casa.

— Esse sorriso parece ter congelado no seu rosto há três dias – Seika riu baixinho olhando o irmão.

— Talvez você entenda isso daqui um tempo – ele respondeu com uma risada.

Seika conhecera alguém pouco depois da última batalha e os dois vinham mostrando um ótimo relacionamento, que Seiya aprovava. E embora ainda não estivessem tão perto de um “casamento”, ele desejava que um dia a irmã pudesse alcançar a mesma felicidade que ele sentia agora.

Aimi estava de joelhos no tapete, olhando fascinada para o irmão. Ela tinha agora quatro anos e havia crescido alguns centímetros em poucos meses, seu cabelo preso em duas tranças estava um pouco maior também. Saori estava meio deitada no sofá com as pernas estendidas e as costas apoiadas no braço do estofado. O pequeno bebê dormia tranquilamente aconchegado em seu tórax. Shun e Ikki se ajoelharam ao lado de Aimi, Shun afagando a cabeça da menina enquanto fitava o recém nascido, que vez ou outra se mexia, bocejava ou mudava de posição, ainda dormindo. Saori também o olhava com o sorriso mais lindo e o olhar mais doce que tinha.

— Ele é tão pequenininho e é muito parecido com o Seiya – o cavaleiro de Andrômeda comentou.

— É sim – Ikki confirmou.

Yuji também era branquinho, mas não tanto quanto Aimi. Tinha cabelo castanho claro e os mesmos olhos de Seiya. Todos já o haviam visto no dia em que nascera no hospital, mas rapidamente. Saori estava cansada e o bebê com fome, por isso os haviam visitado apenas por alguns minutos, mas ainda era impossível não olhá-lo como se fosse a primeira vez.

Logo Marin, Shaina, Hyoga, Shiryu, Shunrei e os dois meninos chegaram à casa também e Seika levantou-se para recebe-los. Já dentro da casa, todos cumprimentaram os já presentes e se acomodaram em silêncio ao redor de Saori e o bebê, que em poucos minutos emitiu um chorinho e abriu os olhos, olhando ao redor, sem realmente se importar com tantas pessoas em volta, uma vez que ainda nem enxergava perfeitamente e estava confortável nos braços de sua mãe. Ele olhou para Saori e riu, tornando impossível que ela não fizesse o mesmo. A deusa aproximou-se e beijou com cuidado a testa do filho.

— Ele é uma gracinha – Shaina falou, se derretendo com o pequeno.

— Parece que estou vendo Seiya bebê – Marin comentou ao analisar atentamente cada traço do menino, apesar de obviamente ele também se parecer com Saori.

— Ele é tão lindo, Saori... – Shunrei lhe disse.

— Igualzinho ao Seiya – Shiryu repetiu as palavras de Shun.

— Será que vai ser tão cabeça dura quanto ele? – Hyoga brincou, e riu junto com os demais da cara de Seiya, que o olhou zangado, mas por pouquíssimo tempo.

— Você está feliz, querida? – Seiya perguntou a Aimi quando se ajoelhou ao lado dela.

— Sim – ela respondeu com um sorriso – Ele é tão bonitinho.

— E vai ficar ainda mais quando crescer, assim com você – Saori lhe disse.

Momentos mais tarde todos haviam saído. Seika estava cochilando no quarto de hóspedes da casa e Aimi se distraía com seus brinquedos no tapete.

— Precisam de alguma coisa? – Tatsumi perguntou, entrando na sala.

— Não. Não se preocupe, Tatsumi. Obrigada – Saori lhe disse.

— Estou às ordens – ele disse e se retirou para a cozinha.

Seiya recostou-se novamente ao sofá, com o filho adormecido em seus braços. Saori encolheu-se ao seu lado e deitou a cabeça em seu ombro, olhando de Aimi para Yuji.

— Quer ir pro quarto dormir?

— Não, ainda não.

— Não está cansada? Ainda dói?

— Não está doendo mais. Estou com sono, mas não quero dormir agora. Quero ficar com minha família.

Seiya sorriu e lhe deu um selinho, voltando a observar as duas crianças também.

— Nossa família... Tão linda e perfeita. Quem diria naquele dia que eu voltei da Grécia e nós brigamos que um dia estaríamos assim?

— Não venha me lembrar de todas aquelas brigas bobas que tivemos, nem daquelas batalhas, é o que menos quero agora – ela disse com uma risada.

— Mas foi numa daquelas batalhas, numa das mais difíceis, que eu descobri o quanto eu te amava.

— Eu me lembro daquela noite... Apesar dos problemas que tivemos, e de quase termos morrido naquele abismo, eu não quero esquecer.

— Eu te amo muito. Obrigado, Saori.

— Obrigada, Seiya. Eu também te amo muito.

******

— É uma bela criança. E tão poderoso quanto a irmã. E falando nisso, Seiya é muito parecido com a irmã.

— Você já se encantou pelo garoto... Está gostando ainda mais de crianças.

Ela riu, apesar do jeito sério com que o irmão dissera aquilo.

— Foi pra isso que nosso pai nos fez como um casal. Eu cuido dos assuntos delicados e você dos mais complicados. Mas não diga que também não ganhou certa simpatia por eles porque eu não acredito. Onde está toda aquela arrogância e superioridade do meu irmão mais velho?

— Você tem razão, esses humanos fazem eu me sentir muito estranho, ainda não entendo completamente tudo que você costuma me dizer – falou, ouvindo Ignis rir novamente.

— Vai se acostumar.

Os dois estavam bem camuflados entre as árvores que cresciam em bom número perto do lago em frente da casa, apesar do brilho das armaduras douradas.

— Celeste ficará feliz em ter notícias deles – Astrapih comentou.

— Tenha muita certeza disso. Farei o possível para trazê-la aqui amanhã mesmo. Ela precisa ver isso. Venha, temos que voltar agora.

Os dois seguiram para um pouco mais longe a fim de abrir o portal que os levaria de volta, mas não sem antes olharem uma última vez pra trás. Astrapih se manteve sério como sempre, apesar de estar feliz. Ignis abriu seu mais lindo sorriso e virou-se novamente, indo embora satisfeita.

******

— Yuji, guloso – Aimi, que estava jogada na cama o lado de Saori, brincou com o irmão, tirando risadas de seus pais.

— Você também era assim, Aimi – Saori lhe disse – Mas seu irmão é mais um pouquinho.

Seiya sentou-se ao lado dos três e observou sua esposa amamentando Yuji.

— Ele está dormindo e comendo ao mesmo tempo? – Ergueu uma sobrancelha.

— Não, não está – Saori lhe respondeu.

O menino emitiu um ruído quanto soltou a mãe e abriu os olhos novamente. Saori arrumou a roupa e ajeitou o bebê em seus braços.

— Viu? Estava acordado. Nosso garotinho só estava com preguiça de manter os olhos abertos – ela riu, beijando a bochecha do recém-nascido.

— Deixa eu segurar ele!

— Tem que ter muito cuidado, Aimi. Ele é muito pequeno e frágil. Venha pra cá – Seiya chamou.

A garota tirou os sapatos e subiu completamente na cama, se acomodando entre Saori e Seiya, e jogando as costas contra os travesseiros atrás de si. Com todo o cuidado, Saori entregou o filho para sua irmã e a instruiu sobre com segurá-lo. Felizmente Aimi absorvia facilmente o que lhe ensinavam e seguia tudo à risca, ao menos quase sempre, mas não tiveram problemas. Ela segurava o irmão com toda a alegria e cuidado do mundo e o bebê morria de rir junto com Aimi. Seiya e Saori estenderam as pernas na cama ao lado das duas crianças, para evitar que qualquer uma rolasse para o lado e olharam para a cena encantados, sentindo os olhos marejarem de alegria.

******

— Achei que ela não fosse parar de me perguntar quando Yuji vai crescer pra dormir junto com ela.

Saori riu baixinho para não despertar Yuji, vendo Seiya voltar do quarto de Aimi, já à noite. Ele andou em passos silenciosos até o berço e viu o bebê adormecido, bem protegido pelas cobertas.

— Eles parecem gostar muito um do outro. É uma pena que não vão ficar juntos pra sempre no mesmo quarto.

— Mas isso é só quando eles crescerem bastante. Até lá tem muito tempo pra se divertirem juntos – Seiya a abraçou por trás e beijou o topo de sua cabeça – E eu espero que nada mais nos atrapalhe.

Saori deixou de lado sua observação da linda lua cheia para virar-se para ele e beijá-lo.

— Não pense nessas coisas, está tudo bem. E se um dia não estiver mais, nós vamos dar um jeito de novo. Não permita, Seiya, que tais coisas te impeçam de aproveitar a nossa felicidade. Eu confio em você e sei que vai ficar tudo bem.

— Se é Atena que está dizendo isso, quem sou eu pra discordar? – Ouviu-a rir – Você tem razão.

Levou uma de suas mãos para trás de sua cabeça, brincando com os fios sedosos por algum tempo e mergulhando seu olhar no profundo azul dos olhos dela.

— Meu cavaleiro... – ela sussurrou.

— Minha deusa...

Ambos fecharam os olhos e Seiya finalmente a puxou para perto, fazendo seus lábios se encontrarem apaixonadamente.

FIM

“O sonho se torna amor e apenas converte-se milagrosamente em trilhas das memórias

E assim memórias vão misteriosamente para uma jornada sem fim

Voltam para um sonho sem fim.”

Shine On – Horie Mitsuko

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Enfim chegamos ao último capítulo da fic. Estou triste, sentirei saudades, e estou muito feliz pelo bom resultado que vi escrevendo essa história. Agradeço novamente a Claudio Gama que me ajudou a desenvolver vários pontos da fanfic em quase todos os capítulos, fazendo com que a história ficasse ainda melhor, e ainda ajudou a criar nossos queridos gêmeos dourados. O que seria da história sem eles?

Agradeço a todos que leram, acompanharam e me incentivaram. Espero que que tenham se divertido e se emocionado, que acompanhem também futuras histórias, e o mais importante, que tenham captado mais uma vez a importante mensagem que CDZ traz para todos nós: Nunca desista daquilo que você ama, por mais impossível que pareça de se alcançar ou proteger algo ou alguém. Supere seus limites e lute até o fim! Voe, o mais alto que puder e cada vez mais forte! Faça elevar o cosmo no seu coração, pois as asas de um coração sonhador ninguém irá roubar!

Muito obrigada a todos! Por Atena! o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O amor de Atena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.