A Herança escrita por Helgawood


Capítulo 12
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

Depois de um tempo eu apareci de novo, Hello!! Turu bom com vocês?
Bem, finalmente nossos reis apareceram.
Lembrando que a fic é inspirada tanto no livro como no filme.



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Ériu estava certa. Algo estava mudando e Susie pôde sentir em seu coração tal como batidas de tambores, como se anunciasse a chegada de algo há muito esperado.

— Tenho que falar com o doutor Cornelius! — Ela não esperou a resposta da centáurides, e correu em disparada.

O doutor talvez esteja com o mesmo pressentimento, pensou Susie. Os reis e rainhas de Nárnia estavam por perto, a trompa de Caspian havia funcionado. Trumpkin estava de volta.

Enquanto corria pela mata, pôde ver uma luz dourada pela visão periférica e estagnou. A poucos metros de distância estava o maior leão que já vira. Estava sentado sobre suas patas traseiras e, mesmo imóvel, transmitia uma aura imponente, de profundo respeito.

— A-Aslam… — sussurrou Susie, embasbacada.

Ela não se moveu. A surpreendente presença do leão era magnífica e assustadora ao mesmo tempo. Susie jamais pensou que veria o leão assim tão de perto sem ser em seus sonhos.

Ele caminhou até a garota e ao chegar perto, soprou uma lufada de ar. Por um instante Susie se sentiu sonolenta, como se estivesse diante de uma lareira num dia de chuva. Aslam era como o fogo.

— Como está, Susie?

— E-eu vou bem — gaguejou. — Você… realmente existe!

— De carne, osso e pelos.

Susie tentou sorrir, mas seus lábios tremeram e começou a chorar. Mordeu seus lábios para segurar o choro, mas era inútil; as lágrimas vinham involuntariamente.

— Fiquei com tanto medo! — disse entre o choro. —Achei que nunca ia te ver, que ia ficar sozinha.

O leão encostou a cabeça na garota, que abraçou sua juba com força e chorou em seu pelo.

— Está tudo bem agora, Susie — disse ele, a tranquilizando. — Você passou por muita coisa, e aguentou tudo como uma verdadeira guerreira. Mas ainda precisa fazer mais uma coisa.

Ela fungou, afastou-se do leão e secou as lágrimas.

— Preciso?

Ele aquiesceu.

— Neste exato momento Pedro e Edmundo estão indo para o monte junto com Trumpkin. As rainhas Susana e Lúcia estão aqui perto, mas preciso de você no monte. Você sabe o que eles vão encontrar lá?

— Eu acho que sim. Nikabrik acreditava que…

— Eu sei no que ele acreditava e no que acredita agora. — interveio o leão. — Você precisa está lá para ajudá-los. Seu coração lhe avisou isso, não foi.

Susie ficou surpresa, levou a mão ao peito e aquiesceu.

— Senti que precisava ir pra lá imediatamente.

— E tem ir. Precisa ajudá-los.

— Mas… Aslam, e a guerra? — perguntou ela, receosa. — Você disse que eu poderia impedi-la, mas não fiz nada certo até agora. A guerra já começou e até mesmo eu estou sendo preparada para lutar contra os Telmarinos. Você me colocou junto com eles. Eu me sentei, comi e dormir debaixo do teto deles, fiz até amizades. Só pra no final ter que lutar contra eles…

— Susie, não deixe que a opinião de alguns a entristeça, você fez mais do que era cabível a uma criança. Você lutou, ajudou e sobreviveu. Se quisesse, poderia não ter feito nada disso e ficado em Telmar. Mas procurou os meios de ajudar não só a você, mas todos aqueles que estavam ao seu redor. — Ele apoiou a pata sobre a cabeça da garota, fazendo-a desequilibrar com o peso. — Você deveria pensar que tudo de bom que aconteceu aos narnianos até agora foi graças a você. Eu a escolhi, Susie, e será recompensada no momento certo. Agora vá, se apresse e ajude os reis e rainhas de Nárnia.

A garota aquiesceu, limpou as bochechas molhadas e abraçou mais uma vez o leão.

— Eu vou ter ver de novo?

— Com toda certeza.

Despediu-se e correu o mais rápido que suas pernas conseguiam. Sentia-se cheia de calor e esperança, pronta para tudo.



A voz exacerbada do anão Nikabrik ecoava pelo longo túnel que levava ao centro do monte, onde o conselho se reunia. No começo, o grito do anão fez Susie pensa no pior e correu as cegas pelo túnel.

— Ei, que vem lá! — o grito repentino fez Susie congelar.

A pouca luz que irradiava por debaixo da porta dificultava a visão, mas era visível que tinha mais de uma pessoa junto a porta.

— Quem são vo… Trumpkin! — gritou a garota alegre ao reconhecer o anão.

— Shh! — Alguém pediu por silêncio.

Susie se agachou para abraçar o anão que resmungou, embora tenha a abraçado também.

Ao erguer a cabeça, conseguiu enxergar mais duas pessoas: os reis de Nárnia. Soltou o ar da boca surpresa, pôs um dos joelhos no chão e os reverenciou.

— Minhas majestades.

— Quem é você? — perguntou um deles.

— Eu me chamo Susie Plummer. Também sou da Inglaterra.

— Como? — perguntou outro, surpreso. — Você já veio antes?

— É a primeira vez que venho parar aqui em Nárnia. Acho que foi pela herança da minha avó, a lady Polly.

— La…

— Ei! — gritou Trumpkin. — é hora de agirmos.

Foi tudo muito de repente. Trumpkin se jogou contra a porta e todos entraram correndo, causando a maior confusão. Susie viu tudo muito rápido; o doutor Cornelius sendo atacado por uma mulher de nariz e queixo proeminentes; uma criatura horrenda atacar o príncipe Caspian e Caça-trufas e Nikabrik lutando ferozmente.

Susie desembainhou sua espada e a única fonte de luz que tinha foi apagada, deixando tudo no maior breu. Tudo que dava para ouvir era o choque de espadas, dentes, punhos e pés.

Assim que a confusão cessou, todos passaram a perguntar pela segurança um do outro.

— Senhorita Susie, — chamou o doutor Cornelius. — você está bem?

— Acho que sim. — respondeu ela. — Alguém tem luz?

Um dos reis riscou um fósforo e a acendeu sobre uma lamparina e colocou sobre a mesa. Susie se apoiou na parede para se por de pé e fitou os rostos de todos.

— Parece que acabamos com os nossos inimigos. — comentou o rei olhando ao redor.

— Senhorita Susie, você está sangrando! — espantou Cornelius.

Susie tocou no sangue em sua roupa e não sentiu dor alguma.

— O sangue não é dela. Acho que da megera ali, morta — disse o rei e rapidamente desviou o olhar do cadáver. — O anão também está morto. E isso aqui era um lobisomem. Há tempos que não via um bicho desses!

Caspian se aproximou do cadáver dividido entre homem e lobo.

— É o que parece…. — observou o príncipe. — Mas não faço a menor ideia de quem seja você.

— É o Grande Rei Pedro! — declarou Trumpkin, animado.

Caspian afastou alguns passos surpreso e o reverenciou.

— Bem-vindo, Real Senhor!

Pedro também o reverenciou.

— Igualmente, majestade. Pode está pensando que vim para tomar seu lugar, mas estou aqui para que ele lhe seja restituído.

Enquanto todos chamavam a atenção do Grande Rei Pedro e Edmundo, Susie afastou-se e se aproximo do corpo do Nikabrik. Não era fã de dele, mas a morte não era algo que desejava a ele.

— Tenho pena de Nikabrik. —disse Caspian, surpreendo Susie. —, ainda que me tenha odiado desde o momento que nos conhecemos, ele não merecia isso. Se ao menos tivéssemos num período de paz, sei que ele teria sido um anão bom.

Susie aquiesceu. Entendia muito bem o que Caspian queria dizer, afinal seu mundo saia de uma longa guerra. Quantas pessoas lá eram gentis e pelas circunstancias tornaram-se amargas. O mesmo era com os narnianos que sofreram por tanto tempo.

— Você está perdendo sangue! — avisou Pedro.

Caspian olhou para a marca no ombro.

— Foi uma dentada — respondeu. — Daquela… daquela espécie de lobo.

— É melhor cuidarmos nos ferimentos. — disse o doutor Cornelius. — E removermos os corpos. Senhorita Susie, você pode me ajudar?



Susie enrolava a pata do Caça-trufas quando o Grande Rei Pedro se agachou ao lado dela.

— Majestade — disse ela fazendo uma mesura.

— Quero agradecer sua valentia. Caspian me contou um pouco do que você fez.

Ela riu.

— Eu realmente fiz pouca coisa.

— Não seja modesta. Sei que tem mais coisa para contar e ficaria grato se me contasse. É neta da Lady Polly, não é? Me lembro da história dela no meu tempo de rei sobre Cair Parável. Ela ainda estava viva?

— E com muita saúde. — respondeu. — É estranho imaginar que é um grande rei e que somos do mesmo país.

Ele sorriu.

— O mais estranho ainda é saber que além de meus irmãos e eu, você está aqui também. Será que tem outras pessoas do nosso mundo aqui?

— Eu não sei… Acho que Aslam teria falado sobre mais uma pessoa perdida por ai.

De repente foram interrompidos pelo grito do anão vermelho, Trumpkin, chamando todos para comer.

De súbito Pedro ficou de pé e o encarou.

— Aqui, não.

— Os corpos ainda não foram removidos. — observou Caspian.

— Que atirem esses traidores em um poço! — disse o Grande Rei Pedro. — Quanto ao anão, é melhor que seja entregue ao seu povo, para que o enterrem a maneira deles.

Susie olhou surpresa para Pedro. Ele agia feito um nobre rei ha muito tempo no poder quando era somente um garoto um pouco mais velho que ela.

— Já estava morrendo de fome. — resmungou Edmundo.

o.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que a fic é inspirada tanto no livro como no filme.



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