A Herança escrita por Helgawood


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!Desculpe qualquer erro ^-^



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O tempo estava nublado e o vento gélido quando saiu de casa em Manchester para seguir, por três horas, ao norte de Yorkshire. Os pais haviam decido fazer uma visita a avó que morava sozinha em um casarão no campo. Fazia cinco anos que Susie não visitava a avó e havia esquecido como a viagem era cansativa, mas lembrava-se, mesmo que pouco, como ficava feliz quando viaja para lá. Mas agora isso a irritava. Seus pais tinham conversando semanas antes e decidiram que ela, Susie Plummer, passaria alguns meses da casa da avó em época de aula.

— Falta muito? - perguntou impaciente.

Estava deitada no banco de trás com os pés apoiados na janela.

— Não muito querida. - respondeu seu pai, Oliver. Era um homem baixo e gorducho, de olhos castanhos e os cabelos salpicados de fios brancos.

— Por que eu tenho que fica lá e vocês não?

— Porque você é a netinha querida da vovó. - respondeu com deboche Abigail, a mãe. - Por que não dorme um pouco.

Abigail era alta e esbelta, gostava de comprar roupas, enfeite para os cabelos e tinha sua própria loja de chapéus em Manchester. Seu cabelo era castanho avermelhado, de olhos cor de mel e nariz arrebitado.

— Vou tenta. - bufou.

Deitada no banco de trás pegou uma das cartas que recebeu de suas amigas: Catharine, Lisa e Natalie, que lhe desejavam sorte e pediam para que não demorasse para volta e não ia, dizia para si mesma. Apertou a carta contra o peito para não chorar.

— Falta pouco! - anunciou Oliver. - Logo, logo poderemos comer o maravilhoso bolo de chocolate da mamãe.

— Ótimo. - resmungou.

Quando fechou os olhos sonhou que andava em campos floridos, onde a natureza ainda era jovem. Sentia com se o ar dali lhe trazia calma e algo que não sabia como explicar, mas, com certeza, não existia no mundo real.

Estava descalça mas não se incomodava, a grama era suave de ser sentir. Logo percebeu que usava um longo vestido vermelho iguais os de uma princesa. Quando era pequena sonhava em ser uma e encontrar seu príncipe encantado, mas agora isso era besteira. Sou uma adolescente,dizia para si mesma, meus sonhos têm de serem sérios.

Queria prova para os pais que era independente, que tinha suas próprias opiniões formadas.

Tentou muda o sonho e conseguiu, mas ainda se encontrava no mesmo lugar, com o vestido delicado e os pés descalço, mas havia algum diferente: havia uma guerra. Via as árvores ao fundo do cenário sendo derrubadas e uma mancha negra arrastando e destruindo tudo.

Era um exército.

Do outro lado também apareceu outro exército, mas este era estranho. Animas selvagens, faunos, minotauros e centauros formavam ele. Os animais também gritavam algum nome que Susie não conseguia entender, então começou a rir; era o sonho mais estranho que tivera... Até ouvir:

— Não ria. - dizia uma voz calma, porém, com autoridade. - Isso é algo que pode acontecer, minha jovem, eu não quero que aconteça, muito menos sua avó se alegraria do que está preste acontecer aqui.

Susie soltou um grito quando viu o leão dourado, maior do que o normal. Ele de alguma forma vez com que o tempo caminhasse devagar, fazendo com que os dois lados demorasse a se enfrentarem. O olhar do leão estava distante, muito além do horizonte.

— Saiba Susie que você pode impedir essa guerra.

— Isso é só um sonho. - respondeu cética.

— Talvez seja. - dizia. - Todos os humanos que eu trouxe para cá trouxeram coisas boas para Narnia, agora é sua vez. - levantou-se e pós a andar a caminho do sol. -Eu estarei sempre contigo.

Olhando-o sumi no horizonte e o sonho se desfez.

— Acorde. - Sentiu a mão macia da mãe a sacudindo. - Acorde, Susie.

— O que foi? - sentou-se no banco sonolenta. - Já chegamos?

— Sim! - disse Oliver contente.

O carro estava parado em uma imensidão verde do campo com as casas distantes uma das outros como se os vizinhos não quisessem se conhecer. Oliver havia parado o carro em uma distância considerável da casa da mãe, pois, como dizia, todos precisavam apreciar a pura paisagem da natureza.

A casa da avó de Susie ficava no topo da campina rodeada de flores silvestres e pequenos bebedouros para os pássaros que a mesma fazia para se diverti.

Os pais de Susie andavam contente, principalmente seu pai que se lembrava dos momentos de infância passado ali. Mas Susie não. Ela havia esquecido do sonho, do leão e da guerra que estava preste a acontecer. Então voltou a achar que seus pais foram maus com ela, de a terem deixado longe das amigas, da casa e da cidade.

A casa da avó logo ficou visível e podia se vê uma mulher de cabelos brancos, vestido azul e avental esperando na porta de casa. Para Susie a avó não mudara em nada, continuava com a aparência de uma idosa não tão idosa.

Oliver abraçou-a apertado, a erguendo. Polly reclamou dizendo que ficaria com terríveis dores nas costas. Abigail também a abraçou, bateu de leve no ombro do marido pedido para respeita a sogra.

Susie se manteu afastada.

— Não vai vir me abraça, Susie? – perguntou Polly.

— Ela esta irritada por ser separa das amiguinhas. – disse Abigail com um olhar repreensor pra filha. – Não vai vir abraça sua vó, Susie?

A garota não respondeu, apenas cruzou os braços. Imaginava seus dias em livros, caminhadas e cuida dos animais que a avó criava.

— Sei como se sente querida. – disse Polly pousando a mão no ombro da neta e sorrindo solidaria. – Mas se elas são de verdade suas amigas vão te esperá pacientemente. – depois voltou para Oliver. - Coloque as malas no segundo quarto, por favor, arrumei ele especialmente para Susie.

Quando entrou em casa viu que os moveis da casa eram rústicos, diferente de como era há alguns anos atrás. No canto da parede da sala ainda tinha o piano que um dia foi do avô de Susie e que, mesmo após tanto tempo, ainda lembrava-se dele tocando Pour Elise nos sábados à noite.

— Vamos para cozinha. - disse Polly.

A cozinha era espaçosa com uma porta ao fundo que dava para o quintal onde ficavam os cachorros e vacas que Polly criava. A mesa era grande e sobre ela encontrava-se o que Susie mais gosta: bolo de chocolate, torta de morango, biscoito com passas, pudim e muosse de uva.

— Sente-se querida. – disse Polly puxando a cadeira para garota. – E coma a vontade.

Susie bebeu um pouco do chá e sentiu-se um pouco melhor, a fome já a estava incomodando desde a metade da viagem. Os pais e a avó conversavam sobre o passado e atualidade, e sobre como a loja de Abigail estava se tornando famosa. Susie achava aquilo desinteressante. Depois de ter comido um pedaço de tudo pediu licença e saiu da cozinha.

Na sala de estar olhava para as prateleiras onde pequenos objetos e porta-retratos o preenchia. Tinha foto de seu avô ainda vivo segurando-a no colo quando tinha, mais ou menos, três anos.

Sentou-se no sofá e fechou olhos, tranquilizando-se. Tudo era muito, muito calmo. Imaginou-se boiando em mar aberto tranquilamente, sem medo de se afoga ou dos feroz animais aquáticos. Então ouviu um barulho de tilintar no chão. Algum havia caído, mas Susie não se importou.

— Susie durma no quarto. - Ouviu a voz de seu pai.

Ele estava sentado ao lado dela segurando um retrato antigo onde havia três garotos com seus carrinhos de madeiras.

— Isso aqui é tão antigo. - disse com um ar nostálgico. - Faz muito tempo que não os vejo.

— Eles moravam aqui? - pegou a foto da mão dele. - Eram gémeos?

— Moravam a dois quilômetros daqui em uma pequena casa. - respondeu. - Talvez um deles estejam morando lá. - levantou-se e pôs o retrato no lugar. - Antes de eu ir embora passo lá. - Olhou para Susie. – Sei que está irritada, mas pense como aqui é mil vezes melhor que a cidade. – voltou pra cozinha.

— Até parece. – murmurou.

Lembrou-se do barulho metálico que tinha ouvido minutos antes e procurou o causador do barulho; era um anel. Um simples anel amarelo caído no chão. Era até que bonito, mas, ao se aproximava, ouviu um zumbindo igual à de uma colmeia de abelhas. Não sabia ao certo se o barulho vinha diretamente do anel ou era um barulho de fora da casa.

Certamente o barulho é de fora, pensou Susie, anéis não fazem barulhos.

Lembrou-se que a avó não costumada a usar anéis, e o que tinha no dedo era só o de casamento. Susie nunca se perguntou o por quê dela não gosta anéis, mas provavelmente era algum trauma.

Diferente da avó, Susie gostava de anéis o colocou no dedo e de repente, de forma perturbadora, tudo havia desaparecido inexplicavelmente. Seu estômago estava embrulhado, e o que viu por alguns instantes foi um cenário branco que depois mudou para um verde. Não tem palavra para dizer o que Susie havia sentido quando “acordou” e encontrou-se em uma floresta, deitada no chão de lama. Seu vestido azul marinho, o que mais gostava de usar, estava sujo de lama, terrivelmente sujo.

Era uma floresta de densa grama rasteira e árvores que impediam a luz do sol, deixando-a com uma aparência sombria. Não conseguia ouvir os pássaros, nem som de outros animais. O silêncio ali era ensurdecedor.

Os galhos caídos no chão machucava seus pés e rasgava seu melhor vestido, eos arranhões que faziam sua pele arder . Queria que tudo aquilo fosse um pesadelo, mas a dor era demais para parecesse um sonho...

Por todo o caminho que prosseguiu o silêncio a acompanhou brincado com a mente da garota fazendo a ouvir a vozes de seus pais a chamando para o chá do tarde. Porém, havia uma gritaria perto dali que a fez duvida se não estava ficando louca, mas não estava. Havia pegadas tanto de pessoas e quantos a de cavalos e seguiu em sua direção.

Havia um grupo de homens a alguma distancia quando Susie os avistou em uma pequena clareira. Eram seis homens usando armaduras completas com espadas e escudos, iguais as da idade média.

Todos conversavam sobre coisas banais, rindo exageradamente e bebendo. Susie achou melhor fica escondida por um tempo, eles não pareciam confiáveis. Pelos livros que já tinha lido, tirando os contos de fadas, sabia que alguns soldados não eram gentis, muitos até eram orgulhosos e assustadores demais.

Ficou agachada olhando-os atentamente e então percebeu uma coisa, todos tinham características marcantes de espanhóis. O anel lhe havia levado para a Espanha da Idade Média, mas não sabia por quê, não tinha ligações genética com espanhóis.
Ouviu passos próximos mas não teve tempo de ver que era, sentiu uma dor terrível na cabeça que a vez desmaiar.
—--

Susie acordou com a pior dor de cabeça de sua vida.

Ainda estava tonta e o pior de tudo era que sentia-se sacolejava desconfortavelmente, como se estivesse sendo carregada. Abriu os olhos e ainda continuava com a visão turva, mas via o cenários mudar a cada barulho de casco que ouvia. Estava montada em um cavalo, com alguém segurando as rédeas.
Suas mãos estavam amarradas com uma corda grossa que a impedia de move-las. Estava amordaçada com um pano velho, fedido e molhado que só de senti o cheiro dava enjoou.

Olhou para trás vendo seu captor que usava armadura completa e carregava uma espada na cintura.

— Finalmente a princesinha acordou. - disse seu captor.

— Agora podemos mata-la? - perguntou um soldado. - Fomos respeitosos em espera-la acorda. - Olhou para Susie - Deve saber que não gostamos de espiões.

— Malditos Narnianos! - travejou um. - Achamos que todos estão mortos e depois aparecem mais. - o mesmo olhou para as pernas de Susie. - Sabe, adoraria ver minha mulher em um vestido desse. - riu.

Olhou para baixo vendo sua situação lamentável com vestido rasgado, suja de lama e o cabelo bagunçado. Não se conhecia mais. Susie sempre fora uma garota vaidosa como a mãe: gostava de pintar as unhas,dos cabelos loiros ondulados e de compra roupas, principalmente vestidos estampados.

Mas ali não era ela.

— Para onde estão me levando? - perguntou, sua voz saiu abafada mas todos podarem ouvir. - Que são vocês?

— Acho que nós que deveríamos fazer essa pergunta, garota. - disse um dos cavaleiros que cavalgar a frente, era o líder deles. Era um homem alto, moreno e de barba negra.

— Vocês me sequestraram? - estava assustada.

— Claro que não. - disse o captor de Susie sarcástico. - Apenas estava no lugar errado e na hora errada. Estamos levando-na a Telmar, mas não se preocupe nada acontecerá com você... A menos....

— A menos que sejá espiã ou aliada aos narnianos. - disse um cavaleiro alto e careca, com uma cicatiz terrivel no rosto.
— Não sou nenhum dos dois! - respondeu ríspida.- E vocês me sequestraram,sim! Meu pai é rico o suficiente para coloca-los na cadeia. Prisão perpetua para todos! - não sabia se isso iria funcionar, estava em outro século e pouco sabia das coisas que acontecia ali. - Me soltem que talvez, pouco provável, eu os perdoe. Então me sol...

Novamente sentiu uma dor terrível vinda da parte de trás de sua cabeça que a deixou tonta, e então tudo ficou escuro, e Susie não viu mais nada.

Com o ponho fechado havia batido com força a cabeça de Susie.

— Idiota. - resmungou o captor.
—--

Quando abriu os olhos encarou um teto de pedras acinzentadas e o cheiro de mofo. Sentiu muito frio, muito frio mesmo. Seus dentes batiam devido ao frio daquele lugar. O local onde estava era úmido e escuro, e a única luz que via vinha era de um relance de escadas. Levantou-se meio tonta e agarrou nas barras de ferro enferrujada.

Estava em uma prisão.

— Acordou.- ouviu uma voz masculina.

Não conseguia enxergar mas sabia que o dono na voz estava ali perto, a olhando. Ouviu passos metálicos e som de molho de chaves quando a cela foi aberta. Sentiu uma mão pesada sobre seu ombro esquerdo que a assustou, mas lembrou-se do homem que estava ali. Susie não tinha medo do escuro, mas quando se estava longe de casa até o vento a assusta.

— Onde estou? - perguntou com a voz rouca. Sentiu um gosto amargo e seco na boca. A quanto tempo estava ali? Sua barriga estava fazia e reclamava de fome. A garganta seca como um rio que a muito implorava por água.

— No castelo do rei Miraz. - respondeu o homem. - Irei leva-la até ele, mas antes...

Amarrou as mãos de Susie com uma corda grossa, idêntica a antiga. Sentiu uma dor terrível nos pulsos, como um corte profundo.

— Por que isso. Estão achando que eu sou perigosa?

— Qualquer pessoa ou coisa encontrada na Floresta Proibida é inimigo do povo e do rei de Telmar... A menos que prove o contrario. - disse ele guiando Susie para fora da prisão.

Do lado de fora suspirou aliviada pela luz clara do dia. Não havia nada melhor do que o sol nos dias difíceis.

Os corredores eram longos e agitados de criados que a olhavam de cara feia, fofocando uns aos outros alguma coisa que Susie não tinha vontade de saber. Depois de corredores assustadores com retratos de fidalgos pararam uma porta de aço e com desenho de dois grifos em cada uma. A voz de alguém furioso era ouvida de longe.

— Esse é o rei Miraz. - disse o homem com um sorriso nada gentil. - Tente não deixa-lo com raiva, e talvez sobreviva.

Engoliu em seco.

O cavaleiro abriu a porta encontrando o rei Miraz, um homem alto de cabelo preto e barba parado no meio do salão com o olhar furioso. 

— Majestade. - disse homem fazendo uma mesura com a mão sobre o coração. - Trago a garota suspeita de ser aliada dos narnianos.

— Quem? - Susie arqueou as sobrancelhas.

— Bem, já estava na hora de acorda. - disse Miraz voltando a seu trono. Havia engolido sua raiva. - Não se importa em fica algum tempo em pé, né.

— Não. - respondeu. - Apenas quero volta para casa.

— Sim... - murmurou. - É claro que voltara para casa, mas antes explique ao meu conselho por que estava na Floresta Proibida.

— Eu não sabia que a floresta era proibida. - Susie disse.

Todos presentes ali reprimiram uma risada, menos Miraz.

— Não gosto de brincadeira. - disse alterado, encarando-a com seus olhos frios. - Você é muito bonita, mas não sentiria pena em mata-la.

— De, desculpa. - sussurrou assustada.

Pensou nos pais que provavelmente haviam chamado a policia para procura-la, mas o que aconteceria quando não a achassem? Quando desistissem de procura-la? Preferiu não pensar.

— Eu apenas desejo volta para casa, nada mais do que isso.

— Solte-a Miraz. - ouviu um dos fidalgos dizer. Era um homem muito próximo da velhice, com os cabelos curtos brancos que outrora foram loiros. - Ela é apenas uma garota perdida, não a o que temer. Se ela fosse realmente aliada dos narnianos não viria assim... - olhou-a de cima a abaixo. - ... Tão imunda. Provavelmente teria armas escondida na roupa, mas olhe, é apenas uma garota suja e medrosa. Solte-a.

— Ótimo Scythley, adorei sua opinião. - disse fingido. - Mas não vamos esquecer do que encontramos antes-de-ontem. Meus homens acharam um narniano, precisamente um anão, meu pai de lei. E ontem encontraram essa garota de roupas e linguagem estranha na mesma floresta, que coincidência magnifica!

— Não devemos nos leva pelas aparências, meu amigo. - disse outro de fidalgo de nome Sopespian. - A garota pode parece "normal" em alguns termos, mas não vamos esquecer o que meu primo disse; ela estava os espionando.

— Não estava, não!

Miraz olhou-a de cima a baixo.

— Estávamos dizendo muitas coisas, mas vamos ver o que a garota...

— Susie, só Susie. - respondeu.

— Susie... Vamos ver que Susie tem a dizer a sua defesa.

Levantou a cabeça e estufou o peito, diria tudo que havia acontecido e então, com sorte, sairia dali sã e salva.

— Eu não sei como vim parar aqui, senhor...

—"Majestade" - corrigiu Miraz. - Prossiga, por favor.

— A historia pode parecer louca mas foi um anel que trouxe, e então foi sequestrada, jogada em uma cela e sendo julgada agora.

— Susie, você não foi sequestrada. - dizia ele sutilmente. - Qualquer pessoa suspeita em meu território será levada até minha presença, julgada e depois morta. Mas creio que não seja seu caso.

— Espero que não. - murmurou.

— Então, onde está o anel ?

Susie olhou para suas mãos onde o anel deveria está, mas não, nenhum sinal dele ali.

— Eu não sei... Talvez eu o tenha perdido na floresta ou roubado quando estava desmaiada.

— Está chamando meus homens de ladrão?

— Não sen... Majestade. - apertou as mãos tremulas. - Talvez, se senhor permite, eu posso volta para floresta, encontra o anel e volta para o meu mundo.

—" meu mundo" - disse olhando para todos os fidalgos, depois voltou-se para ela. - Qual seria o nome?

— Inglaterra.

Sopespian bateu a mão em seu trono furioso.

— Minha Majestade, ela está mentindo! Todos nós sabemos que esse lugarzinho não existe, é historia dos extintos narnianos. E outra, esse nome não deve se mencionado.

— Não estou mentindo! - gritou Susie. - Eu quero ir embora!

Miraz levantou-se de seu trono e andou até ela, olhando-a nos olhos.

— Não goste que ninguém grite em meu conselho, Susie, apenas eu posso. - dizia ele. Olhou para um dos fidalgos. - Gregoire que você tem a dizer?

Gregoire se levantou.

— Poderia pedi para mata-la como qualquer outro inimigo, mas a garota é misteriosa e muito suspeita. Porém, não devemos esquecer que ela é apenas uma menina e, se nossas suspeitas estiverem certas, usadas pelos narnianos que ainda estão vivos. Espero que sejam poucos. - dizia. - Vossa mulher não ficaria contente ao saber que decidiu matar uma garotinha como essa. Então, como bom rei que é a convide para ser vossa hospede até que a garota se mostre inocente.

Miraz assentiu passando o dedo sobre o cabelo embaraçado de Susie.

— ótima ideia, Gregoire. - olhou para Susie. - Mas não podemos negar que a historia é fantasiosa demais. Onde encontrou esse anel?

— Ele apareceu na sala da minha avó.

Miraz assentiu e voltou para seu trono.

— O que vocês acham de aceita-la como convidada?

— Uma ideia perigosa, meu senhor.- disse Sopespian

Scythly balançou negativamente a cabeça. O restante do conselho concordou, achando que ter um inimigo por perto era uma boa ideia, mas Susie não gostou; não era inimiga de ninguém.

— Se não acredita no que sou, então quem acha que eu sou? - indagou.

Miraz voltou para seu trono suspirando vitoriosamente.

— Uma garotinha perdida precisando de ajuda. - disse sarcástico. - Seja minha convidada de honra, senhorita Susie. - olhou para o soldado. - Tabor leva-a até Zerdali, na cozinha, e peça para cuidar de Susie muito bem até o fim de sua permanência no castelo.

Tabor segurou novamente em seu ombro a retirando do salão. Mas antes de sair ouvir Miraz dizer: Até sabemos quem você realmente é.

Tudo havia piorado de forma extrema para Susie. Queria entender o que realmente estava acontecendo com ela, mas talvez fosse um daqueles sonhos que acordamos e não sabemos ao certo se foi real ou não. Mas tudo era real demais.

Se ao menos se lembrasse do sonho,saberia que tudo tinha um propósito.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capitulo!



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