“Onde pensa que está indo, Clarence?”

Castiel encarava a demônio surpreso enquanto ela lançava lhe um olhar desconfiado. Ele tinha planejado que iria embora do hotel antes dela chegar, havia terminado de guardar a Placa dos Anjos em um lugar seguro, (Spoiler) dentro do próprio corpo, foi um procedimento doloroso mas eficaz, ele sabia que cedo ou tarde os anjos comandados por Naomi iriam encontra-lo e Meg não precisava ficar no meio de uma briga celestial. Cass já havia preparado tudo para sair dali mas quando abriu a porta Meg estava do lado de fora com uma sacola de compras na mão.

“E então? Aonde você vai?” ela voltou a perguntar

“Hã... eu vou embora, passei tempo demais aqui os anjos devem estar por perto”

“Anjos? Por que Anjos te perseguiriam?”

Ele havia esquecido que Meg não sabia que estava com a placa e ela nem ninguém poderia saber.

“Fale mais baixo” ele disse puxando–a para dentro do quarto

“Hey!” ela protestou

“Desculpe” ele respondeu “olhe eu desobedeci algumas ordens do céu e os anjos não estão contentes comigo e a menos que você queira ser torturada de novo é melhor ir embora também”

“Você está escondendo algo, o que foi não confia em mim?” ela disse se aproximando

Cass ficou nervoso mesmo o tendo salvado, Meg não era a pessoa mais confiável que conhecia, Sam uma vez contou o que ela já fez pros rapazes, como possuir o corpo dele por uma semana, a demônio não poderia saber de forma alguma que ele estava com a placa.

“Não, mas eu tenho minha lâmina celestial e ela não mata só anjos”

Meg riu e passou os braços em volta do pescoço dele fazendo o enrubescer

“Adoro quando você dá uma de malvado, já te falei isso?” ela o olhava maliciosamente

“Já...você já... me falou isso” Cass queria muito beija-la novamente, estavam tão próximos mas os seus instintos falaram mais alto e ele a afastou “Meg, não” ele disse

Ela o encarou com um pouco de raiva, mas logo se dissipou

“Tanto faz, vai logo os idiotas alados devem estar perto”

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa ela se voltou para ele e sentiu seus lábios se tocando num beijo rápido de despedida, mesmo estando surpresa ela fechou os olhos se entregando aquela sensação de prazer que ele a ofereceu mesmo que por um minuto e quando abriu os olhos novamente Cass já havia desaparecido deixando para atrás apenas um formigamento nos lábios de Meg.

...

Castiel estava sentado em frente a uma praça cheia de crianças brincando, não sabia para onde ir e precisava de um tempo para pensar, não entendia o porquê de ter beijado a demônio só achou que era necessário e mesmo estando confuso não se arrependia do que fez, enquanto refletia um garotinho loiro que aparentava ter uns dez anos sentou se do lado dele, estava com o joelho sangrando e Cass ficou com pena do garoto

“Quer ajuda?” ele perguntou

O garoto o olhou confuso mas disfarçando a dor ele respondeu

“Não preciso de ajuda e minha mãe me disse pra não falar com estranhos”

“Sua mãe está certa, mas o seu machucado está muito feio e posso cura-lo. “ele disse tentando convencer o garoto

“Você não é médico, como vai me curar?” perguntou o garoto insistente

“Desse jeito” Castiel então colocou a mão no machucado do menino e um segundo depois ele estava totalmente curado. Boquiaberto o menino o encarou

“Wow como você fez isso? Que demais” disse o menino animado

“Eu sou um anjo, meu nome é Castiel” ele disse cumprimentando o garoto

“Legal! Meu nome é Dean” disse e depois voltou a brincar com seus amigos

O anjo ficou surpreso com a resposta do garoto

“Dean...” Ele pensou “Será que...”

E então Cass saiu a procura do telefone público mais próximo

...

Meg estava em um bar á quarteirões de distância do hotel, depois de Castiel ter ido embora ela decidiu fazer a única coisa que ninguém poderia impedi-la, beber. Ela se lembrou da última vez que bebeu, estava machucada e com aquele cabelo loiro horrível enquanto bebia Castiel enfaixava seu pulso com cuidado...

“Merda” pensou

O rosto dele sempre voltava a sua mente e aquilo já estava irritando, ela queria ter raiva dele e trata-lo como apenas mais um caçador que conhecia, porém ele era diferente ela havia se afeiçoado a aquele anjinho de sobretudo. Meg não percebeu mas uma mulher de cabelos ruivos sentou-se do lado dela no bar de um jeito desafiador

“Bebendo sozinha e olhando para o nada, se não te conhecesse Meg diria que está aqui por causa de um homem”

Meg arqueou uma sobrancelha e se voltou para a ruiva

“Hum, olá Jeanne. Veio me servir outra bebida, chupa sangue?”

Jeanne sorriu para Meg mostrando a boca cheia de presas de uma vampira faminta

“Não, mas eu soube que estava morta. A última demônio leal a Lúcifer morta pelo Rei do Inferno tinha que ver com os meus próprios olhos”

“Deixa eu adivinhar, agora que descobriu que estou viva vai tentar me capturar e me dar de presente para Crowley após seu caso fracassado com ele?”

“Mais ou menos isso” a vampira disse pulando em cima de Meg como um gato

As pessoas ao redor se assustaram com a vampira, algumas correram para saída enquanto outras ficaram atônitas observando. Meg começou a rir se divertindo muito com a situação

“Acha isso engraçado, vadia?” perguntou Jeanne

“Não” ela respondeu a encarando “Acho hilário”

E o que eram lindos olhos castanhos agora eram duas orbitas totalmente negras cheias de raiva e terror. Com um movimento rápido do seu braço direito Meg lançou a vampira contra a parede a um metro do chão.

“Acha mesmo que pode me matar?” disse gritando “Queridinha eu sou séculos mais velha que você além de ser muito mais forte”

A vampira se contorcia na parede tentando disfarça o medo que sentia.

“Me conte como é o purgatório, okay fofa”

Então Meg pegou sua adaga e cortou a cabeça da vampira que rolou até os seus pés manchando o chão do estabelecimento de sangue. A demônio então voltou para sua mesa, pegou a cerveja que tinha deixado ali e saiu gargalhando do bar como se nada tivesse acontecido.