Predestinados - Perina escrita por Amellie Lawson


Capítulo 20
Vinte


Notas iniciais do capítulo

E LÁ VOU EU SURTAR DE NOVO ld~kd]fk~fk Isyyyy,sua diva!!! Eu a-m-e-i a sua recomendação! Muito,muuito obrigada! Dedico esse capitulo a você,sua linda. Esse cap ficou IMENSO e eu demorei seculos pra fazer,espero que gostem e que nao fique cansativo. Ficou desse tamanhão todo porque eu prometi que ia ter uma certa cena nesse cap,mas algumas coisas tinham que acontecer antes,e se eu tirasse vcs iam me esganar,entãaao eu fiz ele grandinho assim mesmo. Fiz ele todo de uma vez,então se ficar chato de ler ou tiver algum erro,me desculpem,mas foi de coração. Tem muito drama,personagem novo começando a aparecer e a BENDITA cena no final. Sem mais delongas,vamos lá. Enjoy xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/557863/chapter/20

Abri os olhos um a um,sentindo os raios de sol atravessarem a cortina e me despertarem.

A primeira coisa que enxerguei foi um fundo branco.....seria um teto? Eu estava de volta ao céu? Tentei me lembrar dos últimos acontecimentos,mas foi inútil. Tudo em minha mente era um borrão,eu via alguns flashes,mas nada que pudesse me fazer lembrar o por quê de eu estar ali.

Tentei me sentar,mas notei que meus braços estavam presos a vários fios. Meu corpo doía,o que eu descobri ser pelos diversos hematomas roxos que marcam minha pele clara.

– Karina! – Ouvi uma voz conhecida dizer. Quando vi de onde vinha,reconheci ser a de João,que estava sentado em uma cadeira ao lado de onde eu estava e agora vinha em minha direção.

– João? – sibilei,minha cabeça agora latejava num ritmo incessante.

– Cê quer me matar do coração,é??? – Sussurrou o grito,beijando minha testa e me abraçando.

– Aonde eu tô? – perguntei.

– Nós estamos no hospital. – respondeu. Do jeito que me olhava,parecia que queria me matar e me proteger ao mesmo tempo.

Aquele nome me era familiar,e eu me lambrava muito bem de onde. Eu rezei internamente para que eu estivesse errada,mas a resposta de João fez todos os meus medos virem a tona.

– Maldita a hora que te coloquei nessa! Tudo culpa daquele guitarrista desafinado..... – Bradou João,seus olhos faiscavam raiva.

Meu olhar cruzou com o dele,e como num flash,todas as lembranças vieram.

O Racha. Pedro. A promessa. Fogo. O acidente.

Pedro estava no carro.

O carro pegou fogo.

Pedro estava....

Minha respiração falhava,meus olhos marejavam só de imaginar aquela possibilidade. O bipe incessante dos aparelhos me tiraram do transe,e percebi que meu irmão me chamava para a realidade.

– O que foi que aconteceu com o Pedro? – perguntei com cautela,sem coragem nenhuma para ouvir sua resposta.

Ele emudeceu e meu pânico só aumentou. Meu coração batia descompassado,parecia que ia sair do meu peito. Aquele sentimento ruim só aumentava,e eu temi pelo pior.

– João pelo amor de Deus,me diz O QUE HOUVE COM ELE? – Implorei,meu grito saiu quase inaudível. Sentia minha garganta se fechar e as lágrimas vieram,sem aviso.

– Calma,Karina. Fica calma,por favor. Olha o seu estado... – Ele se sentou na cama do tal hospital,parecia pensativo. – Pra começar,o Pedro tá bem. – Respondeu e eu suspirei aliviada,sem dar muita atenção ao modo como ele começou a frase.

– Ele teve só alguns arranhões,por incrível que pareça. Eu já fui falar com ele,os pais dele estão lá. – Eu assentia a cada palavra,e uma sensação de paz me acometeu.

Eu me lembrava muito bem que deveria estar furiosa com ele,por ele não ter me ouvido,mas não queria pensar naquilo enquanto não o tivesse perto de mim novamente.

– Parece que o ano da guarda dele é bom.... – João brincou com o trocadilho,e eu apenas sorri,desviando o olhar.

– Aquele guitarrista estúpido,imbecil,babaca.... – xinguei,sentindo as lágrimas voltarem. Não consegui continuar,pois me lembrei de seu sorriso,de seus olhos,e acabei desmoronando. - .....lindo,fofo,gato,que tem o sorriso mais....

Eu não podia ver,mas sabia que tinha um sorriso bobo no rosto. Percebi que João também tinha notado,e agora me chamava,estalando os dedos na minha frente.

Eu o encarei,assustada. Pior do que ter todos aqueles sentimentos por Pedro,ainda que ele não merecesse,era fazer João perceber isso.

Ele não sabia de muitas coisas que tinham acontecido,como o nosso quase beijo. Eu não havia contado,porque sabia que ele me recriminaria por isso.

E foi o que ele fez,com apenas um olhar e um suspiro fundo e cansado.

Eu amava meu amigo – as vezes até esquecia o que ele realmente era,por tanto trata-lo como um irmão -,mas tê-lo em minha vida naquele momento só me lembrava que Pedro era um humano que eu não poderia tê-lo em minha vida,que eu iria embora e que muito em breve a missão acabaria.

– João.... – chamei,tentando corrigir a besteira que havia feito. – N-não é n-nada disso,eu juro...

– Tudo bem,Ka. Depois a gente fala sobre isso,agora o nosso problema é outro. – Respondeu calmamente,e eu o encarei,confusa.

– Do que você tá falando?

– O anjo Gabriel tá aqui. – disse sem rodeios,e eu arregalei os olhos.

– Você não pode estar falando sério.... – ri nervosa. Tudo,menos aquilo.

Eu olhei pra ele,na esperança de ser alguma brincadeira de mal gosto,mas ele continuou com a mesma expressão preocupada.

– Infelizmente é verdade,K. – Retrucou. Aquela invasão era claramente uma ofensa para nós dois. – Parece que aquele filho de Judas resolveu dar as caras por aqui.

– E agora,o quê que e gente faz? – Indaguei,minha mente trabalhando para achar alguma saída para mais aquele problema.

– Não tem nada que a gente possa fazer,Karina. – João se deu por vencido,mas eu recusei a fazer o mesmo. – Mas o que não fazer,eu posso te dizer muito bem. – Deu ênfase na parte negativa da frase,referindo-se a Pedro.

Eu ignorei a indireta e continuei meu pensamento.

– Nós precisamos provar pra ele que essa missão tá dando certo. – Afirmei convicta,ainda que não tivesse nenhuma ideia por onde começar.

– Esquece isso por enquanto,ouviu? Você precisa descansar agora,isso sim. – Ordenou,cheio de cuidados. – Eu vou buscar alguma coisa pra você comer. Não sai daqui,ok? – E beijou minha testa,da mesma forma que Pedro havia feito,antes de tudo acontecer.

– E pra aonde mais eu iria? – Retruquei,mas ele não ouviu,saindo porta afora.

– X –

Pedro se despediu de João,vendo ele sair do quarto e a enfermeira entrar. Sua cabeça doía,bem como as outras partes de seu corpo,mas se sentiu mais leve quando ouviu o que tanto queria.

Sua esquentadinha estava bem. Estava sedada e em observação,por ter inalado tanta fumaça,e tinha algumas escoriações pelo corpo,mas logo teria alta. Sentiu parte daquele peso sair de suas costas,e pela primeira vez respirou aliviado. Ele contava os segundos para vê-la.

A enfermeira terminava de fazer um curativo na testa de Pedro quando os pais apareceram.

Ele os encarou,e viu o que tanto temia. Sua mãe tinha os olhos vermelhos,ainda marejados. Seu pai tinha um semblante de decepção estampado no rosto,para ele era o que tinha sobrado,depois da raiva que sentiu.

– O que você fez com a sua vida,meu filho? – Delma disse,depois de alguns instantes de silêncio.

Ela se aproximou da cama,juntamente coom Marcelo. A essa altura,se lembrou que além do Racha,eles também já haviam tomado conhecimento sobre seu vício em drogas.

Ele tentou proferir alguma palavra,mas as lágrimas chegaram antes. Seu choro era copiso,e sentiu os braços da mãe o envolverem. Ele aceitou o afago sem hesitar.

– M-me desculpa. – Ele sibilou,fitando as íris maternas. – Eu juro que não queria ter feito nada disso....mas...

Ele tentava encontrar palavras,mas só conseguia encontrar mais tristeza e frustração em si mesmo. Ela o calou com um cafuné e disse:

– Eu sei disso,meu bem. Eu acredito em você. – Aquelas palavras eram ternas e verdadeiras,e ele se pegou querendo saber como era possível. - Mas isso não quer dzer que eu não esteja decepcionada com você.

Ele desviou o olhar com aquelas palavras tão duras,encarando o pai.

– Nós esperávamos mais de você,Pedro. – Marcelo respondeu,num oitavo mais alto que o da mãe. – Esperávamos que você iria cuidar da sua irmã enquanto estávamos fora,e olha só o que aconteceu,em uma só noite!

Se antes ele se sentia culpado,agora aquele sentimento havia duplicado seu peso,em questão de segundos.

– O que houve com a Bianca? – perguntou,confuso e com medo da resposta. Não se perdoaria se seus erros também tivessem a prejudicado,de alguma forma. – Aonde ela tá,mãe? O que tá acontecendo?

Ele se desesperou com o silêncio dos pais. Delma,que tinha conseguido parar de chorar,sentiu as lágrimas brotarem novamente,e viu ela assentir para o pai,pedindo que ele contasse sobre o estado da irmã.

– A sua irmã também está aqui no hospital,Pedro. Ela... – parou a frase ali,se lembrando dos cortes am todo o corpo da filha,do desespero de Duca ao encontra-la,de sua palidez mórbida numa cama de hospital.

– O que ela tem? – O guitarrista pediu por respostas,temendo pelo pior. Mal sabia ele que não estava errado.

– Ela foi encontrada pelo Duca. Tinha cortes pelo corpo.... – Delma explicou,reprimindo um grito de dor pelo sofrimento da filha.

Se os pais sofriam pelo estado da filha,Pedro não estava diferente. Não tinha coragem de encarar os pais e viu no teto o seu refúgio,fechando os olhos e deixando as lágrimas o dominarem.

O sentimento de culpa só aumentava,bem como os soluços que reverberavam naquele quarto.

Ele deveria saber. Ele deveria ter ficado ao lado de Bianca,a amparando e a salvando daquele limbo que a vida dela se tornara. No entanto,a única coisa que conseguiu foi mostrar o quanto podia ser fraco e incompetente ante as adversidades que tivera ao longo do caminho,afetando não só a sua vida,mas também a de todos em volta dele.

Constatar aqueles fatos doeu. Uma dor que não parecia ter fim,era incessante e fazia questão de mostrar que as consequências de seus atos não terminariam ali.

Sentiu a presença de seus pais ao seu lado,e agradeceu por tê-los por perto,se aconchegando como podia naquele abraço meio desajeitado,mas único e tão necessário.

– Eu quero ver a minha irmã. – Pediu,fungando e tentando secar as lágrimas,inutilmente. – Eu posso?

Os pais assentiram e lhe informaram o número do quarto,e ele rumou para perto de Bianca.

– X –

Duca já havia perdido a conta de quantas vezes tinha se aproximado do leito de Bianca. Tinha anseio de confeir,a cada momento que passava ali,se ela havia se mexido,se respirava,se poderia vir a acordar.

Aproximou-se dela e acarinhou levemente o seu rosto,se lembrando do sorriso sapeca da morena. Ah,como ele sentia falta daquele sorriso,das suas manias.....até das vezes em que ela batia nele.

Ele se esforçou para afastar aquela cena de sua mente,mas a cada vez que se aproximava dela,aqueles momentos voltavam com devera nitidez,fazendo seus olhos marejarem.

Duca saiu do treino de Muay Thai e rumou para a casa de Bianca.

Tinha combinado com a menina que iria passar lá e eles iriam assistir a um filme qualquer,eles ainda não tinham decidido qual. Para ele,o que importava era ter a companhia dela,independente de como fosse.

Estranhou ver as luzes da casa todas apagadas,salvo por uma,que ele sabia ser do quarto de Bianca. Tocou a campainha e ninguém atendeu. Será que ela tinha saído? Questionou,enquanto esperava.

Os instantes passavam e nada dela ou Pedro aparecer. Forçou a maçaneta da porta,constatando que estava trancada. Foi até o carpete que ficava logo na entrada e o levantou,encontrando uma chave reserva.

Abriu a porta e acendeu a luz da sala. Tudo estava em perfeita ordem,e questionou se havia realmente alguém em casa,talvez ela tivesse esquecido a luz do quarto acesa.

– Bianca? – chamou pela menina,mas não obteve resposta.

Em vez disso,ouviu soluços,enquanto subia as escadas. Já ia chamar por ela novamente quando ouviu um baque surdo vindo do quarto dela,mais especificamente do banheiro dela. Tentou abrir a porta,mas esta estava trancada.

– Bianca,você tá aí? – Ele gritou,esmurrando a porta. – Bianca,fala comigo pelo amor de Deus!

A aquela altura,ele já se encontrava desesperado. Começou a revirar o quarto,a procura da chave,e a encontrou na porta do quarto,num chaveiro de flor rosa.

Abriu a porta com dificuldade,e deduziu ser o corpo dela a atrapalhar a passagem. Tentou não mentalizar o piorr,mas era tarde demais. Seu pesadelo já estava ali,estirado diante de seus olhos.

Reprimiu um grito de horror quando a viu. Estava pálida,tinha marcas de cortes por todo o corpo,entre eles,os pulsos e as pernas. Seu rosto estava molhado de lágrimas e sangue. Sua silhueta,que antes era um brilho para os olhos dele,agora estava inerte e nem vida.

Sem vida. Ela não podia estar.....podia?

– BIANCA! – Gritou,ajoelhado ao lado dela.

Apoiou sua cabeça em seu braço,a trazendo mais para si. Tocou seu rosto,tentando reanimá-la. Ela continuou inerte,seu corpo frio entrando em choque térmico com o corpo quente do lutador.

Pegou o celular e discou para o hospital,pedindo uma ambulância o mais rápido possível. Enquanto esperava,tocou seus machucados recém abertos,um a um,e logo suas mãos estavam vermelhas.

– Por quê você fez isso,meu amor? Por quê? – Beijou o topo da testa da menina,unindo suas testas e vendo as suas lágrimas chegarem até o rosto dela.

Estava tão preso as suas lembranças que não notou quando Pedro chegara. Ele estava ao seu lado,observando a irmã ressonar por conta dos sedativos,tão aterrorizado quanto ele.

Pedro tentou por diversas vezes iniciar algum diálogo,mas não conseguiu. O medo de que o amigo o acusasse de negligência – ainda que fosse verdade – era grande,e ele não sabia até quando conseguiria ser forte e dizer alguma palavra sem cair no choro.

– A quanto tempo ela tá assim? – perguntou com a voz embagada e os lábios trêmulos.

– Eu...eu não faço ideia. – Respondeu,voltando seu olhar para o guitarrista. – Eu só queria que ela acordasse logo,cara.

– Eu queria ficar um pouco aqui com ela. Tudo bem pra você? – Enfim tomou coragem e fez o pedido ao lutadoe,que assentiu sem delongas.

Esperou o amigo sair e voltou a pousar seu olhar sobre ela. Tocou seu rosto e o beijou,esperando que ela sentisse o quão arrependido ele estava,e o quanto ele a queria ali,de volta,nem que fosse para implicar com ele pelo controle da tv.

– Forças superiores,por favor me ajudem. – Pediu para o cara lá de cima.

Nunca foi muito de ir a igrejas,tampouco de acreditar na existência de Deus,mas sabia que existia algo além daquele mundo,optando por chamar daquela forma.

Fechou os olhos e mentalizou os bons momentos com a irmã. Apesar de ser mais realista do que otimista,reuniu todos os seus resquícios de fé e depositou naquele momento,torcendo para ter a irmã de volta.

Quando abriu os olhos,encontrou duas íris cor de mel a fitá-lo. Ele sorriu emocionado,enquanto ela se limitou a encará-lo,perdida.

– Pedro? – sibilou,e o irmã a encarou com zelo.

– Como é que você tá,maninha? – perguntou,tentando transformar aquele momento no mais normal possível.

– Eu tô....bem,eu acho. – Mentiu. Bastou abrir os olhos e recuperar os sentidos para que sentisse o corpo inteiro arder em chamas,marcado pelo descontrole da noite passada.

Pedro não precisava de muito para saber que a irmã mentia. O esforço dela em querer parecer bem para ele quando não estava foi a gota d’água para ele,que desabou em lágrimas.

– Pedro.... – chamou,mas o guitarrista não deu ouvidos. Estava sentado de lado na cama,sem coragem de olhá-la. – Pê,por favor...

– Eu sou um merda de irmão! – A súplica da irmã fez desencadear aquele grito de pura ira que estava contido a tempos. – Você merecia um irmão melhor,Bi. – Murmurou para aquele olhar piedoso,que insistia em negar aquelas palavras. - Eu peço desculpas por não ser tudo o que você precisa.

Ela apertou firme a mão de Pedro,beijando-na em seguida.

– Ei,olha pra mim. – Pediu,e ele assim fez. – Eu não admito que você se recrimine dessa forma. O erro foi meu,você nãio tem culpa de nada,ouviu? – Ele assentiu,ainda que não concordasse.

Ah,se ela soubesse de tudo. ...

– Você precisa de alguma coisa? – perguntou,e viu o rosto da menina se iluminar. – Está com fome? Se você quiser eu posso....Posso não,eu vou até a....

– Calma maninho,tá tudo bem. Eu só preciso de uma coisa de você agora.

Ele assentiu,esperando sua resposta.

– Eu quero que você vá atrás da Karina. – Ela sorriu travessa,e ele apertou suas bochechas.

– E te deixar aqui sozinha? – Negou,e a irmã revirou os olhos.

– Ai Pê,nem vem com desculpa não,eu tô ótima já. E nós sabemos o quanto você quer isso.

– Ah é? E eu posso saber como? – Indagou ante a perspicácia da irmã. Como ela poderia saber algo que nem ele tinha tanta certeza assim?

– É muito simples,maninho. Eu vou te fazer uma pergunta,e você vai me responder com sinceridade,ok? – Ele assentiu,tentando imaginar o que se pssava na cabeça dela. – O que você sente pela Karina? Ou quando está perto dela?

Ele se assustou com os questionamentos dela. Era bem verdade que já tinha perdido o sono pensando exatamente sobre isso,mas dizer em alto e bom som era completamente diferente.

– São duas perguntas,dona Bianca. Isso não vale! – Brincou o guitarrista,e ela lhe mostrou a língua. – Ah,aquela loirinha é toda linda. Tem aqueles olhos azuis que lembram o mar,dá pra s perder fácil fácil neles,mas eu sempre me acho neles. Ela tem aquele jeitinho todo especial,um sorriso que tira suspiros de qualquer cara. E aquela risada que dá vontade de ficar a vida toda ouvindo.... – Pedro dizia as qualidades de Karina com um sorriso bobo no rosto,e a irmã ria internamente. – E quando eu tô perto dela,eu fico...

– Todo bobo e apaixonado? – Bianca completou a frase,e Pedro assentiu automaticamente.

– É,isso mesmo. E.... – parou a frase ali,quando percebeu o que havia dito.

Bianca riu,se pudesse ela jurava que daria pulinhos de felicidade.

– Agora é oficial: VOCÊ TÁ APAIXONAAADO,MANINHO! – Gritou Bianca,apertando as bochechas dele.

– Você acha mesmo? – indagou,duvidando do que estava óbvio,e no fundo ele sabia disso.

– Quer saber mesmo o que eu acho,Pê? Que você devia sair daqui agora e ir atrás da sua esquentadinha,antes que outro faça em seu lugar,isso sim! Tá esperando o quê?

Ele riu,beijando a bochecha da irmã.

– Fui! – E saiu em disparada porta afora.

– X –

Karina estava entediada. João tinha saído a horas e não dava as caras,e ela estava sozinha num quarto de hospital,que ela descobriu odiar a medida que o tempo passava.

Temia ser algum problema com o anjo Gabriel. O que ele faria com eles? Imporia regras a missão? Assumiria o comando? Tiraria ela do campo,obrigando-na a voltar mais cedo para o céu?

Todas aquelas questões martelavam em sua cabeça,e de costas para a porta,não percebeu quem chegara ao quarto.

Ouviu a porta sendo aberta e logo estava fechada novamente.

– Até quem enfim,João! – Gritou,se virando para ele com um pouco de dificuldade devido aos fios presos em seu corpo.

– Não é o João.

Um misto de alegria e alívio lhe invadiram sem aviso quando a loira ouviu aquela voz,tão perto dela e ao mesmo tempo tão longe. Ela sorriu para ele,como se implorasse para que ele viesse logo ao seu encontro.

E ele assim fez. Andou até ela a passos largos,envolvendo seus braços eo redor do corpo de sua pequena esquentadinha. Ela retribuiu o abraço,repousando sua cabeça no ombro do guitarrista da Ribalta,fechando os olhos.

Permaneceram assim por alguns minutos,em silêncio. Não eram preciso palavras. Estavam inconscientes em seus próprios sentimentos,até então,velados um ao outro.

Quando Karina finalmente recobrou a consciência,se lembrou que deveria estar brava com Pedro,e que toda aquela proximidade não ajudaria a se manter firme.

– Me solta,Pedro. – Pediu,desviando seu olhar com certa dificuldade.

– Quê que houve,esquentadinha? – ele perguntou,confuso.

– E-eu tô brava com você. Por....você sabe o quê. – Ela referiu-se a noite anterior.

Ele não lhe tirava a razão,mas não ia deixar que ela o afastasse assim,ainda que ficasse tão linda,toda vermelha e brava com ele.

– Me perdoa. – Pediu,erguendo seu rosto e olhando-na,mas ela não cedeu. – Me perdoa... – Aproximou suas testas e roçou seus lábios nos dela.

– Com licença. – Ouviram uma voz desconhecida ecoar pelo recinto,e se afastaram de imediato. – Eu sou o doutor Marcos e vim ver como voc~e está.

Pedro viu a menina responder a algumas perguntas. Quando o médico lhe perguntou aonde ela estava para inalar tanta fumaça,ela desconversou e respondeu algo vago e superficial. Alguns exames depois,ouviu ele dizer:

– É meu rapaz,a sua namorada passou por maus bocados. Mas a boa notícia é que ela está ótima,e acaba de receber alta.

Karina tinha os olhos arregalados para a primeira parte da frase,enquanto Pedro ria do espanto dela. Tentou dizer ao médico que ele não era nada disso,mas ele foi mais rápido.

– Muito obrigado,doutor. Pode deixar que eu vou cuidar muito bem dela. – E distribuiu beijos por seu rosto,sob o olhar zeloso da enfermeira que acabara de entrar para tirar os fios e agulhas.

– X –

No caminho para casa,Pedro teve pouco tempo para colocar seu plano em ação. A irmã ainda ficaria algum tempo no hospital,e ele se despediu dela antes de ir embora.

Sabia que João era um bocado ciumento,riscando a possibilidade de pedir ajuda a ele para ter Karina só para ele durante algumas horas.

Quando saíram do hospital,Karina estava apoiada em Pedro. Ela disse que não precisara,mas ele ignorou e passou seu braço por seus ombros,a trazendo para si. Diminuiu o passo e fez com que João andasse mais a frente.

Karina viu João conversando com Duca,e Pedro riu internamente. O amigo estava fazendo um bom trabalho distraindo o futuro cunhado. A loira fez menção de ir até ele,mas Pedro a puxou para si,a trazendo para o seu carro e entrando do lado do motorista.

– Cê ficou maluco??? – Berrou,quando viu ele dar partida. – Pra aonde você tá me levando,seu maluco?

Ele riu internamente. ‘’Maluco? Só se for por você,esquentadinha.’’

– Eu já vou te contar. Agora fica quietinha aí que já estamos chegando.

Ela não tentou discutir,tampouco tentar adivinhar para aonde iriam.

– Pedro.... – indagou para as ruas desconhecidas. – Esse não é o nosso bairro.

– Eu nunca disse que te levaria pra casa. – Respondeu concentrado no volante.

Quando chegaram,viu os olhos da menina brilharem. O brilho daqueles olhos se dividiam entre admirar aquele lugar ou continuarem bravos com o garoto.

– O mar é lindo visto daqui.... – Ela disse,sem encará-lo. Estavam sentados na areia. – Por quê me trouxe aqui,Pedro?

– Porque esse é um dos meus lugares preferidos. – respondeu com sinceridade,fazendo com ela se virasse para olhá-lo. – E porque eu quero que você me perdoe.

Ela voltou a encarar o mar,perdida em seus pensamentos.

– Então perdeu seu tempo guitarrista,porque isso não vai acontecer.

–Ah é? - Ele encarou a resposta dela como um desafio,com um sorriso de canto no rosto.

Ela assentiu convicta,e ele a olhou,travesso.

– Então eu vou me afogar. – Ele respondeu simplesmente.

– Você o quê??? – Gritou,sem acreditar no que ouvia. Ele não podia estar falando sério....podia?

– É isso aí que você ouviu,esquentadinha. – Respondeu calmamente. As aulas de teatro até que não foram tão inúteis assim,afinal de contas. – Se você não quer meu perdão,eu não tenho mais nada pra fazer nesse mundo.

E saiu andando,sem olhar pra trás. Notou que a pequena loira era dura na queda e ainda não o seguia,mas gritava de longe.

– PEDRO,VOLTA AQUI! – Gritava,e ele fingiu não dar ouvidos.

– Tá decidido,K. Eu vou e ponto.

– Ah,mas não vai mesmo! – Berrou,indo atrás dele,sem perceber que ele havia diminuído passo para que ela pudesse alcançá-lo.

– E eu posso saber por quê? – Perguntou,de braços cruzados.

Karina ignorou o quanto ele ficava irresistível daquele jeito e continuou.

– Porque EU não vou deixar! – Parou na frente dele,autoritária.

– Ah,não vai não? – Ela assentiu. – Mas olha só como eu vou. - ele desviou dela e seguiu em direção ao mar.

Ela disparou a correr atrás dele,vendo ele entrar no mar e começar a se deixar levar pelo mar.

– PEDRO,PODE SAIR JÁ DAÍ! EU TÔ MANDANDO! – Tentou tirá-lo de lá,mas ele a molhou de volta,e eles começaram uma guerrinha de água.

– Você não manda em mim,esquentadinha. – Disse,tirando a camiseta preta. – Cê nem devia ter vindo atrás de mim.

Karina perdeu um pouco a linha de raciocínio. Ele ali,sem camisa,as gotas da água do mar escorrendo por toda a extensão de seu......Ela arfou,tentando esquecer aquela visão e desviando o olhar.

– Vamos embora daqui,Pê. Por favor. – pediu manhosa.

– Só se você vier me tirar daqui. – Desafiou,assistindo a loirinha morder a isca,aproximando seu corpo no dele. – E não é que você veio mesmo?

– Agora vem comigo. – Tentou puxá-lo,mas ele foi mais forte e colou seus corpos.

– M-me solta,Ped-ro. – Ela sibilou. Ela fitou os olhos dele e depois desceu para sua boca,e mordeu o lábio inferior.

– E se eu não quiser?. – Sussurrou. Ele roçava seu nariz no dela,e a sentiu entregue em seus braços.

Sem conseguir mais controlar aquela vontade, uniu seus lábios aos dela,iniciando um beijo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EU TÕ OUVINDO UM CORO DE ALELUIA??? É A KARINA E O JOÃO CANTANDO? HAHAHAHAHAH FINALMEEENTE!! O tão esperado dia chegou! Eu confesso que eu nao ia fazer bem isso,mas a ideia surgiu e eu achei mt fofo e perfeito,tive que fazer haha. O que acharam do Pedro descobrindo que tá apaixonado? já não era sem tempo. E o Duca? E os pais dele? é mt coisa hahahahah como vcs viram,tem personagem novo pra aparecer hahahah alguém aí curioso pro proximo capitulo? mereço comentarios? recomendações divas que me fazem surtar? quero ver td mundo comentando,já aviso que a sequencia desse cap vai ser meu novo xodó,tem umas cenas que eu to looouca pra escrever hihi. Ah,e antes que eue esqueça! Hoje,dia 28,é um dia MUITO importante pra mim. A um ano atrás eu estava criando a minha primeira conta no nyah,escrevendo a minha primeira fic (que foi super flopada COF COF,mas deixa pra lá). oBRIGADA POR SEREM ESSES LEITORES MARAVILHOSOS!! Enfimm,meu povo,agora eu vou dormir. Perdoem qualquer erro,se tiver mais tarde eu arrumo. BEIJOOOOS e até o próximo < 3