Like Father, Like Son escrita por themuggleriddle


Capítulo 6
Do you think I'm a freak, dad?




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.Capítulo 5.

.Do you think I'm a freak, dad?. 

                O tempo passou. Tom Riddle Jr. foi se acostumando com a vida em Little Hangleton, mesmo que a relação entre ele e seu pai não tivesse melhorado nem um pouco. O homem continuava frio com ele, os dois quase nunca conversavam e, não fosse pela semelhança física, as pessoas poderiam dizer que eles eram totalmente estranhos um para o outro.

                Os avós do garoto providenciaram uma boa educação para ele. Tom agora estudava em um bom colégio em Great Hangleton, que ficava a seis milhas de sua cidade... A escola em Little Hangleton não era muito boa, pelo menos não para um Riddle.

                Com apenas algumas semanas de aula, o menino já havia se mostrado muito inteligente. Os professores o elogiavam pelas boas notas, pelo empenho e pelo bom comportamento... Tal fato fez com que o Sr. Riddle começasse a desenvolver um tipo de afeto pelo neto e a Sra. Riddle apenas começou a gostar ainda mais do pequeno Tom.

                A única reclamação que os professores tinham a respeito do garoto era que ele era muito frio com os outros, não tinha amigos e, vez por outra, era encontrado perto de algum evento esquisito que acontecia no colégio... Mas tudo isso era, no ponto de vista dos Riddle, apenas chatice dos professores.

                O que o Sr. e a Sra. Riddle não sabiam era que o neto deles não contava para eles algumas coisas que aconteciam na escola... Como o dia em que um rapaz mais velho o encontrou falando com uma cobra e o chamou de louco... Ninguém nunca soube como o material do garoto desapareceu misteriosamente, para depois reaparecer jogado em um rio que passava por detrás do colégio.

                As crianças tinham medo de Tom, ou não gostavam dele... Mas, aos olhos de Mary e Thomas, aquilo acontecia devido ao fato de que o neto deles era “inteligente demais” para ficar com os outros garotos da mesma idade.

                Claro que o jovem Riddle sabia que não era isso... Ele sabia que era diferente, mas não sabia o que o fazia ser diferente dos outros, por isso preferia ficar quieto, não tentar argumentar com seus avós.

               

                ****

                Fazia muito frio em Little Hangleton naquele 31 de Dezembro, mas a casa dos Riddle estava fervendo, com empregados correndo para lá e para cá, arrumando as coisas para a festa de Ano Novo que a família estava organizando. A Sra. Riddle não descansava enquanto via os outros fazerem o que ela mandava, na verdade, a mulher apenas se estressava... E estressava os outros também.

                - Maggie? Maggie! Pelo amor de Deus, limpe esta estante, está imunda! – a empregada fez uma careta, olhando para a estante que a patroa havia apontando e vendo que ela a havia limpo fazia cinco minutos – O que você está esperando!?

                - Sim, Sra. Riddle.

                Tom Jr. aprendera a ficar no seu quarto quando a avó começava a ter estes surtos de organização, lá ela não iria mandar os empregados entrarem para limpar, pelo menos não enquanto ele estivesse com a porta fechada.

                - Tom? – o garoto se virou para ver os avós parados na sua porta – Está ocupado?

                - Não, senhor.

                A Sra. Riddle sorriu enquanto ela e o marido se aproximavam do neto.

                - Feliz aniversário, querido – a mulher beijou-lhe a bochecha – Seu primeiro aniversário conosco...

                - Parabéns, garoto – o velho deu um tapinha no ombro do menino e entregou-lhe um embrulho.

                - Senhor, vocês não precisavam me dar nada – Tom falou, sentindo o rosto esquentar – Já me deram presentes suficientes no Natal...

                - Bobagem! – Mary riu alto – Ah, querido, espero que você goste, mas vou ter que ir indo... Tenho que ver se Bryce já arrumou o jardim.

                O avô acenou para o neto uma última vez antes de sair do quarto. O menino não pôde deixar de sentir uma pontada de receio dentro de si... A festa que os Riddle estavam organizando era grande e parecia ser muito elegante, e aquilo tudo não combinava com ele. Além disso, amigos da família estariam lá... E todos estavam ansiosos para conhecer o filho de Tom Riddle.

               

                ***

                Tom Riddle Sr. não conseguia se acalmar. Ele teria que enfrentar cara a cara vários conhecidos lhe fazendo perguntas sobre o seu filho... Filho que ele não conhecia direito! Como é que ele iria falar para alguém como o garoto era se ele não sabia? E se perguntassem sobre a mãe dele!?

                - Desvie do assunto, é fácil – ele sussurrou para si mesmo enquanto dava um nó em sua gravata.

                Havia outro motivo para o seu nervosismo: Cecília, sua antiga namorada. Fazia muito tempo que os dois não se viam, mas ele sabia que ela estava casada e já tinha uma família constituída.

                - Tom? Você já está pronto? – a voz do pai o chamou.

                - Já estou indo.

                Deu um sorriso para o seu reflexo no espelho e respirou fundo, antes de sair do quarto e descer as escadas.

                Havia muitos convidados, todos vestidos com roupas caras e elegantes, tentando aparecer o máximo possível... Quando o dono da casa queria poder apenas se esconder embaixo de uma das mesas.

                - Tom, quanto tempo.

                Ele conhecia aquela voz e, quando se virou para ver quem era, reconheceu a mulher imediatamente. Alta e elegante, usando um vestido azul claro, com um encharpe branco enrolado em volta dos ombros. Os cabelos loiros estavam presos e seus olhos azuis não desgrudavam de seu rosto. Fria e elegante... Assim era Cecilia.

                - Cecilia...

                - Willian, querido, venha aqui – um homem de cabelos loiros e olhos verdes foi até eles, seguido por um menino – Este é Tom Riddle. Tom, este é o meu marido, William Wright, e meu filho, Peter.

                - É um prazer conhecê-lo – Riddle apertou a mão do outro.

                - O mesmo... Vocês sabem dar uma boa festa! – William riu.

                - É, meus pais gostam de festas... – um sorrisinho falso apareceu nos lábios do dono da casa.

                Não demorou muito para que o homem saísse de perto dele e de Cecilia, levando o menino pela mão.

                - Então, é verdade o que estão dizendo? Tom Riddle tem um filho? – a voz da mulher o estava provocando – Como ele é? Parecido com você?

                - Muito – Tom respondeu, dando um sorriso sem graça – É quase assustador...

                - Deve ser... Posso conhecê-lo?

                Riddle olhou para a Sra. Wright e, suspirando, guiou-a até o andar de cima, onde ele sabia que o garoto estava. Bateu na porta e, sem esperar resposta, entrou.

                - Ah, Tom! Ele é a sua cara! – a mulher falou e deu um risinho afetado enquanto olhava para o garoto, que estava sentado na cama, terminando de amarrar os cadarços dos sapatos – Tão lindo...

                - Tom esta é... Cecilia Wright, uma antiga amiga minha.

                - É um prazer – o menino fez um leve aceno com a cabeça.

                - O prazer é todo meu, querido... Quantos anos ele tem?

                - Seis... – o homem respondeu.

                - Sete – o mais novo murmurou, mas nenhum dos adultos pareceu ouvir.

                - Meu filho tem a sua idade! Por que vocês dois não vão brincar juntos? – o sorriso da moça se intensificou – Ele está lá embaixo com o meu marido, é uma das poucas crianças desta festa... O nome dele é Peter.

                O garoto olhou para o pai, como se pedisse a aprovação dele.

                - Pode ir.

                - Crianças – Cecilia suspirou, indo até a porta para ver o pequeno sair apressado do quarto.

                - Quando foi que você se casou? – Tom perguntou, vendo a mulher fechar a porta.

                - Logo depois que você fugiu com... Você sabe quem – ela foi até o homem e levou uma mão enluvada até o rosto dele – Você não sabe o quanto eu senti a sua falta...

                - Cecilia...

                - Shh.

                Os lábios dela cobriram os dele suavemente. Como ele queria aquilo... Ele queria Cecília, queria tê-la ao seu lado!

                - Pare.

                - Tom...

                - Você é casada.

                - Como se isso fosse um problema para você.

                - Se eu fizer mais alguma coisa que possa me meter em confusão, meu pai me esgana – Riddle falou, afastando a mulher de perto de si e indo até a porta – Você é casada e tem um filho, vá cuidar da sua família... Eu... Eu tenho a minha família para cuidar.

                - Sua família? Um garoto que você não conhecia até alguns meses atrás! – a irritação dela estava presente em sua voz agora – Você vai me deixar de novo, dessa vez por causa de um menino? Um menino que veio daquela... daquela mulher horrível!

                - Cecilia, por favor...

                Ela suspirou fundo e ajeitou o encharpe em volta dos ombros, antes de sair do quarto.

                - Vou ver se William precisa de mim.

                “Muito bem, Tom, você é um gênio”

                ***

                - Então, o que você gosta de fazer?

                - Ler...

                - Ler? Só isso? – o garotinho loiro perguntou, sentando-se ao lado do outro na varanda da casa dos Riddle.

                - Basicamente isso...

                - Você não tem amigos? – Tom olhou para o menino e viu uma expressão de desprezo em seu rosto.

                - Não muitos – ele mentiu. Ele não tinha amigos – Acho que é porque eu sou... diferente.

                - Como assim diferente?

                O jovem Riddle suspirou. Ele não queria falar para aquele Peter  o que ele conseguia fazer, mas ele não agüentava mais esconder isso de todo mundo... E, afinal das contas, talvez ele conseguisse um amigo caso conversasse com ele.

                - Eu... consigo fazer coisas, sabe? – os olhos do loiro brilharam de curiosidade – Quando eu estava no orfanato... Eu conseguia fazer as coisas se mexerem sem tocar nelas e conseguia fazer os animais me obedecerem sem treiná-los.

                - Você está de brincadeira.

                - E... – um sorrisinho apareceu nos lábios dele – Por favor, não conte nada disso para ninguém!

                - Não vou contar! – Peter sorriu falsamente – Eu juro! O que mais você consegue fazer?

                - Consigo conversar com cobras também.

                - Não!

                - Sim... Elas vêm até mim, sussurram coisas...

                - Quero ver – o loirinho cruzou os braços na frente do peito - Me mostre.

                - Está frio, as cobras não ficam fora no frio...

                - Você está com medo de não conseguir, Tom?

                - Claro que não!

                - Então chame as cobras... Vamos.

                Ele não devia fazer isso, mas alguma coisa dentro de si falou mais alto... Ele tinha que mostrar para aquele garoto que ele era capaz de falar com serpentes.

                - Tudo bem – o menino de cabelos escuros murmurou – Tem alguém aí?

                - Siiiim.

                - Venha até aqui, por favor.

                Tom viu uma pequena cobra subir pela beirada da varanda e ir até eles, mas não percebeu como os olhos verdes de Peter se arregalaram ao verem como aquele animal estava perto deles e como o outro menino sibilava coisas incompreensíveis para ela.

                - Não vamos te machucar.

                - O que você querrrr?

                - Só quero vê-la – ele estendeu a mão e deixou que a serpente se enroscasse entre os seus dedos – Não me machuque.

                - Não me machuque e eu não irei machucá-lo.

                - Certo... Viu? Eu falo com...

                Tom ficou quieto ao ver como o rosto do outro garoto estava pálido e como ele o encarava de um jeito estranho. Fora uma questão de segundos para Peter sair correndo de perto do jovem Riddle, entrando na casa e chamando pela mãe.

                - O que houve?

                - Ele ficou com medo de você – ele sibilou para a cobra – Ou de mim... Pode ir agora.

                ***

                - Mamãe! Mamãe!

                - Peter, o que houve? – Cecilia olhou para o filho, que tinha os olhos verdes arregalados e o rosto branco – Querido, o que aconteceu? Quer um pouco de água? Venha, a mamãe vai buscar...

                A mulher foi com o filho até uma mesa pegar um copo de água. O garoto bebeu tudo rapidamente e ainda tinha a respiração acelerada.

                - Cecilia! Olá.

                - Ah, olá, Ellen... – a Sra.Wright não gostava muito da Sra.Campbell, pois a outra era gentil quase que demais, aquilo a irritava – Não sabia que você havia vindo de Londres só para uma festa de Ano Novo...

                - Você sabe como Charles e Tom são amigos... Oh! É o seu filho? Que amor... Mas, o que houve com ele?

                - Não sei, era isso o que eu queria saber. Peter, querido, o que aconteceu?

                - Mamãe, ele é louco! – o garoto sussurrou.

                - Ele quem?

                - Aquele garoto, Tom, ele é estranho – Peter explicou, vendo como o olhar da mãe ficou sério – Ele disse que podia fazer coisas... Disse que podia falar com as cobras! Ele falou com uma cobra, mãe! Ele quase fez a cobra me atacar!

                - O que!? – a mulher quase gritou.

                - Cecilia, fique calma!

                - Meu filho acaba de me dizer que um psicopata em miniatura tentou matar ele e você quer que eu fique calma!?

                - Sim, eu quero... Peter, amor, por que você não vai com o seu pai? Peça para ele lhe dar algo para comer.

                O menino concordou com a cabeça e saiu de perto delas. Ellen segurou a amiga pelo pulso e puxou-a para longe de todos, para a varanda da casa.

                - O que foi aquilo?

                - Você não ouviu? Aquele pirralho tentou atacar o meu filho!

                - Peter deve ter entendido mal as coias, Tom não faria mal à ele... – a Sra. Campbell falou.

                - Olha aqui, Ellen, eu conheço muito bem o tipo de gente que esse garoto é! – Cecilia quase enfiou o dedo na cara da outra – Os Gaunt, aqueles vagabundos que moram aqui perto... Foi com aquela idiota que Tom fugiu! É filho dela que esse pirralho é! Não me importa o quão parecido com os Riddle ele seja... Ele é, e sempre será, uma aberração como a mãe! Me ouviu bem? Uma aberração!

                - Cecília! Não fale assim, pelo amor de Deus!

                - Um dia você vai ver que eu estou certa, Ellen.

                ***

                Tudo transcorrera bem na festa, Tom estava surpreso. Nenhuma briga, nenhum acidente... Só alegria, bebida e comida. Agora era só deixar que os empregados arrumassem tudo.

                - Tom? Volte logo, daqui a pouco é meia noite! – a Sra. Riddle falou quando viu o filho subir as escadas.

                O homem sorriu para si mesmo, estava tudo bem... Ele só precisava pegar uma gravata nova, porque algum infeliz decidiu que seria legal bater nele enquanto ele estava com uma taça de champagne na mão... Mas tirando isso, estava tudo bem.

                Arrancando a gravata suja do pescoço, o jovem Riddle olhou de esguelha para dentro do quarto do filho, vendo que o garoto já estava na cama... Sua mãe devia tê-lo mandado para o quarto mais cedo, alegando que já havia passado da hora dele ir dormir.

                Já estava seguindo o seu caminho quando alguma coisa estalou em sua mente...

                31 de Dezembro... Virada do ano... Aniversário do Tom.

                Ele esquecera do aniversário do próprio filho! Como diabos ele conseguira tal proeza? E por que ninguém o lembrara daquilo durante todo o dia!?

                - T-Tom? – ele chamou o garoto, que se virou na cama e olhou para ele.

                - Sim?

                Tom Sr. entrou no quarto e encostou a porta atrás de si, indo até a cama do garoto.

                - Ahm... Feliz aniversário – ele sussurrou, vendo como o menino apenas o encarou com aqueles olhos azuis inexpressivos.

                - Obrigado.

                - É melhor você ir dormir agora...

                O mais novo concordou e desviou o olhar do pai. O homem deu as costas para ele e dirigiu-se para a saída do quarto, já estava com a mão na maçaneta da porta quando ouviu a vozinha do filho o chamar.

                - Você acha que eu sou uma aberração, pai? – era a primeira vez que ele percebia algum tipo de emoção na voz do menino.

                - O que? – Tom virou-se para olhar o garoto, que estava sentado na cama agora.

                - Você acha... Você achar que eu sou uma aberração? – medo? Era medo que se demonstrava na expressão do garoto?

                - Dá onde você tirou isso? – o mais velho voltou para perto da cama do filho, onde se sentou na beirada.

                - Ouvi a Sra.Wright falando com a Sra.Campbell... Ela falou que eu era uma aberração.

                Tom Sr. franziu o cenho, olhando para o rosto tristonho do filho. Por que diabos Cecilia diria uma coisa dessas?

                - Eu juro que não fiz nada! – o garoto falou, antes que o pai perguntasse alguma coisa – Eu estava na varanda com Peter e acabei falando para ele algumas coisas... E acho que ele se assustou, mas eu não fiz nada!

                - O que foi que você falou para ele, Tom?

                - Eu achei que seria melhor se eu contasse para ele antes da gente se conhecer melhor... – o menino murmurou, não olhando para o pai – Todo mundo se afasta quando descobre, achei que se contasse antes... Ele não iria se assustar...

                - Pelo amor de Deus, Tom! – a voz alta do homem fez com que o mais novo se encolhesse – O que foi que você fez para o garoto ficar assustado?

                - E-Eu contei para ele que eu posso fazer coisas acontecerem – o menino olhou para o pai, antes de voltar a abaixar a cabeça, tentando esconder algumas lágrimas que lhe escapavam dos olhos – Que eu posso fazer as coisas se mexerem sem tocar nelas... E consigo fazer os animais me obedecerem sem treinamento...

                Tom Riddle Sr. sentiu um arrepio e arregalou os olhos. Não, não e não! Era impossível que aquele garoto fosse igual àquelas esquisitices da casa dos Gaunt.

                - E que eu posso falar com cobras.

                - Como?!

                - E-Eu consigo falar com cobras, não sei por que! – Tom Jr. estava a beira de um ataque de nervosismo – Eu simplesmente consigo, sempre foi assim... Peter me pediu para mostrar pra ele, eu mostrei! Mas eu não iria deixar a cobra o atacar, eu juro que não, pai!

                O homem ficou observando o filho por um tempo. Os olhos azuis marejados de lágrimas do menino estavam implorando para que o pai o perdoasse, mas Tom não sabia o que fazer... Ele estava com medo, com medo do que o mais novo era capaz, com medo que ele acabasse se tornando como a mãe.

                Mas ao mesmo tempo, a única coisa que ele queria fazer era abraçar o garotinho e dizer para ele que não, ele não era uma aberração, Cecilia estava apenas com inveja porque o filho dela não era tão perfeito quanto ele.

                - Tom, olhe para mim – o mais velho ergueu o rosto do filho e o fez olhar para ele – Desde quando você consegue fazer essas coisas?

                - Desde sempre.

                - É por isso que você não ficava perto das crianças do orfanato? – o menino concordou com a cabeça – Elas tinham medo do que você conseguia fazer? E agora, no colégio, é a mesma coisa?

                - Sim...

                - E as cobras? – o homem perguntou, lembrando-se da imagem de Morfin Gaunt conversando aos sussurros com uma cobra.

                - Elas simplesmente falam comigo e, quando eu falo com elas, elas entendem, pai.

                Por que é que o garoto decidira começar chamá-lo de pai bem naquele dia? Aquilo apenas desviava a sua atenção da conversa.

                Suspirando, Tom Sr. passou um braço em volta do filho e puxou-o para mais perto. O menino não resistiu, pelo contrário, jogou os braços em volta do corpo do pai e o abraçou com força. O homem não pôde deixar de sentir pena do garoto por ele estar naquele estado.

                - Você não é uma aberração, filho – Tom murmurou enquanto afagava os cabelos negros do outro.

                - Então por que... Por que você não gosta de mim? – a voz abafada do menino perguntou.

                - Não é que eu não goste de você, mas... Eu não estou acostumado com todo este negócio de ser pai, se é que você me entende.

                - Eu não estou acostumado a ter um pai.

                - Viu? Estamos do mesmo jeito – Tom Sr. riu, ouvindo um riso abafado vindo do garoto – Mas eu gosto de você, não tenha dúvida disso.

                O mais velho olhou para o seu relógio de pulso, faltavam cinco minutos para a meia-noite, ele tinha que voltar para a festa.

                - Feliz aniversário, Tom – o homem murmurou, beijando o topo da cabeça do filho.

                - Você já disse isso... – o garoto falou, finalmente erguendo a cabeça e olhando para ele.

                - Eu quis dizer de novo – enxugou as lágrimas do rosto do menino com a mão e olhou para o relógio novamente – Sua avó vai me matar, mas tudo bem.

                - O que?

                Tom não respondeu, apenas olhou ficou olhando para o relógio. Depois de alguns minutos, pode-se ouvir algumas pessoas no andar de baixo batendo palmas e rindo. O garoto já ia perguntar o que estava acontecendo quando o pai o abraçou novamente.

                - Feliz Ano Novo, Tom.

                - Feliz Ano Novo, pai...

                Não demorou muito para que o menino adormecesse em seus braços. O mais velho ficou observando o filho dormir por um tempo, tentando decidir se voltava para a festa ou ficava ali mais um pouco.

                “Minha mãe vai me matar”, Tom pensou enquanto chutava os sapatos longe e se deitava ao lado do garoto. Ele não estava com muita vontade de ir para a festa.


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Notas finais do capítulo

****

N/A: Cara, eu amo esse cap! Meu preferido! Tão amor, tão lindo, tão fofo! [ta, parei].

1- O começo foi corrido, só mostrando que os avôs do Tom já haviam começado a gostar dele, e que ele já estava se destacando no colégio, etc etc...

2- Ceciliaaaa! Eu nunca fui com a cara dela XD Eu a imagino meio como a Narcissa Malfoy, mas a Cissy ainda é mais carinhosa do que ela [fã da Cissy!]... Eu desenhei ela :D http://arileli.deviantart.com/art/Pretty-Cecilia-150283381 Mas não ficou tão parcida com o que eu imagino... Na real, eu peguei a imagem dela depois desse desenho... Sabem aquela mulher da novela Alma Gêmea? A Cristina? Eu esqueci o nome dela... Acho que é Flávia Alessandra, então, eu imagino a Cecilia parecida com ela em Alma Gêmea.

3- Eu acho que o Tom ficaria meio "mimimi, preciso contar pra alguém o que eu posso fazer!" depois de um tempo... Principalmente estando na casa do pai e dos avós, onde ele tenta esconder isso ainda mais para ter a aprovação deles.

4- A cena cuti-cuti do fim surgiu tipo... um pouco antes de eu dormir, eu fiquei imaginando essa cena enquanto esperava o sono chegar 8D ... Eu amei ela XD Acho que os dois Tom's chegariam a um momento em que não aguentariam mais toda aquela tensão... Sei lá, minha opinião... E eu desenhei também! Ficou tosco, mas ok... http://arileli.deviantart.com/art/Do-you-think-I-m-a-freak-dad-150283205

5- Fui só eu que fiquei toda lufa quando o Tom finalmente chama o Tom Sr. de "pai" ? :D



Uma coisinha... Ju_Vassallo, muito obrigada por deixar uma indicação na fic! Valeu mesmo! ♥

Outra coisa... Não sei se vocês viram, mas ta tendo a maior campanha no Twitter para trazer uma Premiere de Deatlhy Hallows aqui no Brasil e seria mara se vocês ajudassem ^^ Sigam o @PremiereRdMBR no Twitter! Ajudem a divulgara campanha para fazer uma premiere de Harry Potter and the Deatlhy Hallows no Brasil!


No twitter, postem #PremiereHP7inBR para ajudar a campanha, para que a gente possa ir para os TT's :D

[tem uma comunidade no orkut, mas, como eu sou muito bem informada, eu esqueci o nome D:]



Espero que tenham gostado (:
Digam o que acharam nos reviews.



Beijos ;*
Ari.