Like Father, Like Son escrita por themuggleriddle


Capítulo 20
Amor-perfeito




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.Capítulo 19. 

.Amor-perfeito.

 

                Tom Riddle estava parado no meio da Plataforma 9 ¾ , vendo o seu filho desaparecer no meio da multidão de bruxos que se apinhavam ao lado da locomotiva vermelha. Desde que descobrira sobre os Gaunts, o garoto estava se afastando cada vez mais dele... A situação estava ficando quase pior do que quando os dois haviam acabado de se conhecer.

 

 

                - Não se esqueça de escrever! – o homem gritou, mas viu que o filho nem ao menos se virou para olhá-lo.

 

 

                Tom fechou os olhos e esfregou o rosto com a mão, desejando que tudo o que acontecera no final de agosto pudesse ser apagado da memória dele e do garoto.

 

 

                - Olá.

 

 

                O homem abriu os olhos e viu Evelyn Shaw parada na sua frente. A bruxa sorriu para ele, antes de continuar falando.

 

 

                - Você parece cansado, Sr. Riddle.

 

 

                - Não é nada – ele riu – Sua afilhada, ela já...?

 

 

                - Já foi para o trem – Evelyn respondeu – Ela estava procurando o seu filho.

 

 

                - Tom também já entrou...

 

 

                - É... Já está voltando para a sua cidade?

 

 

                - Ahm, na verdade, não – Tom falou, encarando o trem que começava a se mover – Eu tenho que fazer algumas coisas aqui em Londres.

 

 

                - Oh... Então, acho melhor eu parar de segurá-lo aqui – a bruxa sorriu – Adeus, Sr. Riddle.

 

 

                O homem observou enquanto a ruiva se distanciava e, antes que ela pudesse desaparecer no meio da multidão de gente, saiu quase que correndo atrás dela.

 

 

                - Evelyn! Digo... Srta. Shaw! – a mulher parou de andar e se voltou para encará-lo – O que você acha de nós... Quero dizer, eu só preciso fazer uns negócios bem rápidos e depois tenho o resto da tarde livre...

 

 

                - Que tal acabarmos com esse negócio de só nos encontrarmos na plataforma? – a bruxa o interrompeu.

 

 

                Tom não pôde deixar de sorrir.

 

 

                - Isso mesmo...

 

 

 

                ***

 

 

               - Faz muito tempo desde a última vez que nós nos vimos, Sr. Riddle... Como vai o Tom?

 

 

                - Ahm... Ele está ótimo, Sra. Cole – o homem respondeu, vendo como a diretora do orfanato lançava um olhar sério para Evelyn, que estava parada ao seu lado.

 

 

                - Ele já deve ter... quinze anos, se não estou enganada, certo? – a senhora perguntou, enquanto abria um armário e começava a procurar um papel entre os seus arquivos – Parece que foi ontem que ele saiu daqui com seis anos.

 

 

                - É...

 

 

                - E, me desculpe a curiosidade, esta é...? – a Sra. Cole indicou a mulher ruiva com a cabeça.

 

 

                - Ah, esta é Evelyn Shaw, uma amiga minha.

 

 

                - É um prazer conhecê-la, Sra. Shaw.

 

 

                - Senhorita... Não sou casada – a ruiva deu um sorrisinho sem graça – Mas, o prazer é meu, Sra. Cole.

 

 

                - Aqui está, Sr. Riddle – a diretora falou, tirando do armário uma ficha e começando a anotar alguma coisa em um pedaço de papel –Rua Stoke Newington High... Abney Park Cemetery Trust...

 

 

                - Muito obrigado, Sra. Cole – Tom pegou o papel onde a mulher havia anotado o endereço.

 

 

                - Não é por nada.

 

 

                Os dois se despediram da diretora do orfanato enquanto seguiam para a porta de saída do prédio. Durante todo o tempo, a Sra. Cole não desgrudou os olhos de Evelyn... Analisando como ela se comportava, como se vestia e como parecia ser íntima do Sr. Riddle.

 

 

                - Mande lembranças para o Tom – a senhora falou quando os dois já estavam atravessando o jardim, quase chegando ao portão do orfanato.

 

 

 

                ***

 

 

                - Deixe-me ver se eu entendi direito... Você deixou a sua mulher quando descobriu que ela era uma bruxa?

 

 

                - Não, eu deixei dela quando, de repente, acordei um dia e descobri que estava casado com ela e não me lembrava de nada do que tinha acontecido nos últimos meses – o homem explicou enquanto observava as lápides que se erguiam do chão, algumas parcialmente escondidas por detrás das plantas.

 

 

                - Como é que você não se lembra...?

 

 

                - Você é a bruxa aqui, deveria saber desse tipo de coisa, não? Quero dizer... Vocês conhecem esses feitiços...

 

 

                - Nem toda a bruxa usa feitiços para conseguir o homem que quer, Sr. Riddle – Evelyn riu e segurou o braço de Tom para não perder o equilíbrio enquanto atravessava o terreno acidentado do cemitério – E o que o fez se interessar pelo lugar onde a sua mulher está enterrada?

 

 

                - Tom... Ele descobriu sobre a mãe e...  Na realidade, eu não sei a razão de eu ter vindo até aqui – suspirando, o homem parou de andar e olhou em volta – Ali.

 

 

                A ruiva olhou para onde Riddle estava apontando e viu uma lápide simples quase totalmente escondida no meio da vegetação. Os dois se aproximaram para olhar melhor... As letras estavam quase totalmente apagadas da rocha.

 

 

Merope Riddle

31 de dezembro de 1926

 

 

                Tom encarou o túmulo, sem saber o que fazer... Ele não se lembrava bem de Merope e todas as lembranças que ele tinha dela estavam, de alguma forma, relacionadas com o pavor que ele sentiu quando descobriu que estava casado com ela.

 

 

                - Como ela era?

 

 

                - Eu... não lembro – Riddle murmurou – Só lembro dela de antes de toda aquela confusão acontecer. A família dela era esquisita e eu só lembro dela se escondendo nos cantos, tentando não aparecer quando o pai e o irmão começavam a arranjar briga...

 

 

                Os dois ficaram em silêncio, apenas olhando a lápide, até Evelyn começar a procurar alguma coisa nos bolsos de sua roupa.

 

 

                - O que você...? – o homem murmurou, vendo a mulher tirar a varinha do bolso da saia e sorrir para ele.

 

 

                 - Perfectus Diligo – a bruxa murmurou e, quando Tom olhou para o túmulo de Merope, viu que a grama ali agora estava cheia de florzinhas pequenas e delicadas – Estava muito triste isso aqui... Então, amores-perfeitos.

 

 

                Riddle deu um leve sorrisinho, ainda observando as flores que tomaram conta da grama em frente à lápide... Realmente, ficava muito menos depressivo com um pouco de cor.

 

 

                - Como o Tom reagiu? – Evelyn finalmente quebrou o silêncio entre eles.

 

 

                - Ficou irado. Desde que descobriu a verdade, ele vem me evitando o tempo todo...

 

 

                - Então é por isso que você parece tão triste – Evelyn olhou para ele e deu um sorrisinho, tentando fazê-lo se sentir melhor – Não se preocupe, logo ele irá ver que você não teve culpa de tudo o que aconteceu...

 

 

                Tom sorriu tristemente uma última vez antes de responder:

 

 

                - Espero que sim.

 

 

 

                ***

 

 

               

                A sala comunal da Sonserina estava apinhada de estudantes quando Tom finalmente voltou para lá. Primeiranistas e alunos mais velhos se misturavam, conversando sobre suas férias e sobre o novo ano que acabava de começar...

 

 

                - Primeiranistas! - a garota que havia sido escolhida como monitora aquele ano, Dorea Black, chamou as crianças – Por favor... Precisamos explicar algumas regras antes de vocês irem se deitar.

 

 

                Riddle observou enquanto todos os mais novo se aproximavam deles, ainda murmurando uns para os outros.

 

 

                -  Eu sou Dorea Black e este é Tom Riddle, nós somos os monitores da Sonserina, ou seja, se precisarem de qualquer coisa, podem vir falar conosco – a garota sorriu.

 

 

                - Como vocês já devem ter visto em seus horários, as aulas começam as oito da manhã – o monitor explicou – O toque de recolher é as dez da noite, ou seja, a não ser que vocês tenham alguma aula no horário da noite, como Astronomia, vocês não devem mais sair da masmorra da Sonserina depois das dez...

 

 

                - Suas coisas já foram levadas para os dormitórios – Dorea terminou de falar – E... É isso. Como eu já disse: caso precisem de alguma coisa, falem conosco.

 

 

                Os alunos do primeiro ano concordaram e voltar a cochichar. Não demorou muito para que eles se dispersassem pela sala, misturando-se com os sonserinos mais velhos. Tom percebeu seus amigos – Avery, Lestrange e Malfoy – conversando com alguns meninos e meninas novos e não pôde deixar de revirar os olhos ao perceber que os colegas estavam apenas tentando importunar os mais novos.

 

 

                - Ou seja, se vocês não forem bons sonserininhos, o Herdeiro irá levá-los para a Câmara Secreta! – Abraxas riu alto e ergueu os olhos para ver Tom se aproximando – Ah, oi, Riddle...

 

 

                - Oi... O que vocês estão fazendo? – o rapaz perguntou, vendo como as crianças paradas ao lado deles pareciam apavoradas.

 

 

                - Só estamos contando algumas historinhas para os nossos novos amiguinhos – Avery sorriu, brincalhão.

 

 

                - É verdade que existe uma Câmara Secreta no castelo? – uma garotinha loira perguntou, seus olhos verdes estavam arregalados enquanto ela encarava Tom.

 

 

                - E é verdade que dentro da tal Câmara existe um monstro? – um menino perguntou – E que o Herdeiro de Slytherin pode controlá-lo?

 

 

                - Que tipo de monstro tem lá dentro?

 

 

                - Ele pode matar?

 

 

                - Quem é o Herdeiro de Slytherin?

 

 

                - Onde fica a Câmara...?

 

 

                - Pelo amor de Merlin! – Tom falou, fazendo com que os mais novos se calassem – Não existe nenhuma Câmara Secreta e nenhum monstro que um suposto herdeiro de Salazar possa controlar!  - o monitor explicou, vendo como as crianças pareciam agora estarem com medo dele e de seu comportamento ríspido – E vocês... – ele se voltou para os colegas – Parem com essas histórias sem sentido.

 

 

                - Deixe de ser estraga prazeres, Tom! É só uma lenda antiga da escola – Malfoy fez uma careta enquanto o encarava – Você sabe... A Câmara Secreta que Slytherin construiu antes de deixar Hogwarts e onde ele escondeu um monstro que serviria para “expurgar” os sangues-ruins do castelo...

 

 

                - E que só o herdeiro poderia controlar, não se esqueça disso – Lestrange comentou, antes empurrar de leve uma garota do primeiro ano e sussurrar ao ouvido dela – Então cuidado com o Herdeiro!

 

 

                A menina deu um gritinho e saiu correndo de perto deles, deixando os três rapazes mais velhos rindo. Riddle ficou sério, apenas os encarando... Ele já havia ouvido falar da tal Câmara, mas o assunto nunca havia chamado a sua atenção...

 

 

                Mas é claro, naquela época ele ainda não sabia que ele era o Herdeiro de Salazar Slytherin.

 

 

****

 

Um desenho... bem rapidinho: Evelyn :D

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Eu gostei desse cap.
Anyway, como as notas seriam muito grandes [um monte de pesquisa sobre os lugares + fotos], eu fiz elas no meu livejournal... aqui está o link: http://aribh.livejournal.com/16157.html#cutid1