Cape May escrita por Teh Chahin


Capítulo 3
Lá Vamos Nós


Notas iniciais do capítulo

Oooi gente, aqui estou eu... Hoje é meu aniversário, tá gente? pokspdkaposkd De presente eu quero que todos que leram comentem o que acharam do cpítulo.. Quero tanto que eles cheguem em Cape May logo, a fic só começa de vez quando eles chegam no acampamento. Eu estou muito muito adiantada com os capítulos, e já escrevi até o dez, yaaaay... Dependendo do meu humor eu posto outro até domingo, vamos cruzar os dedos. Bpa leitura amoras.



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POV Alex

SÁBADO

Kat e eu acordamos tarde, com era de se imaginar. Um pouco antes das sete, Caleb foi embora, caso a mãe de Kat estivesse em casa era melhor para todos que ele não estivesse lá. Estávamos jogadas no sofá, variando o olhar entre o teto e o chão, sem coragem de fazer qualquer coisa.

Mal me ajeitei no sofá quando a senhora Gilbert ofereceu almoço. Como acontecia com frequência tive de recusar por puro espírito familiar.

– Ah, eu adoraria, mas acho melhor não, meu pai está sozinho em casa, e ele deve estar me esperando para o almoço. – eu disse um pouco envergonhada.

– Bom, querida, fica a sua escolha – disse num tom gentil. Ela usava trajes casuais. Era como mal tivesse saído de casa. Mas eu sabia que isso não foi o que realmente aconteceu. A mãe de Kat fazia isso regularmente, ela saia de noite, bebia até não poder mais e ficava tempos sem aparecer.

– Muito obrigada mesmo, mas vai ficar para a próxima. – era realmente uma oferta tentadora, mas tinha medo da ideia de meu pai sozinho em casa.

Cheguei em casa e como sempre encontrei meu pai sentado no sofá em frente a televisão. Nossa sala não era muito grande, porém era muito confortável, sentei ao seu lado e logo me certifiquei que tudo estava em seu devido lugar.

– Então pai, o que teremos para comer? – perguntei.

–Hã, temos, hã miojo, pão e ovo. – ele pareceu envergonhado. – Que tal sairmos para comer?

–Bom, estou meio cansada, então vou comer um miojo mesmo, quer que eu prepare algo para você? – nem eu acreditei que estava dizendo aquilo. Não sabia ao certo quem era pior na cozinha: eu ou meu pai.

–Não precisa meu amor, vou comer um sanduíche mesmo.

Depois de almoçar, subi para meu quarto, e o resto do dia passou deliciosamente rápido: arrumei as cinco malas que levaria para a viagem. Quando terminei de arrumar as coisas, já se passavam das oito, e meu estômago rugia alto. Meu pai e eu, então, pedimos uma pizza e após comê-la fui deitar, exausta, já que não dormira quase nada na noite anterior.

DOMINGO

A claridade que invadia o meu quarto me fez despertar. Olhei o radio relógio ao lado da cama que marcava 11h30 e percebi que havia dormindo demais. Tomei um ligeiro banho, coloquei um vestido estampado e desci as escadas.

– Bom dia papi – eu saltitei até o sofá, onde meu pai tomava um café enquanto lia seu jornal e lhe dei um beijo.

– Bom dia querida, está tão arrumada! Vai sair? – ele perguntou desconfiado.

– Vou sim! Vou almoçar fora.

– Humm. Então nos vemos mais tarde, volte cedo – disse voltando a atenção a seu jornal.

Surpreendi-me com sua resposta, mas achei melhor não questioná-lo, assim não daria chances para que mudasse de ideia. Caminhei até a porta e rapidamente sai. Entrei em minha Mercedes e fui direto ao The Brew, onde encontraria Kat e Caleb.

[...]

Após o almoço voltei para casa e minha tarde se resumiu em assistir filmes. Vi alguns filmes de romance. Já era quase noite e eu ainda me encontrava vendo TV quando me flagrei pensando no cara que encontrara na locadora. Eu mal o conhecia, porém, a combinação de beleza, inteligência e bom senso de humor lhe garantiam pontos. Perguntava-me se me ligaria, ou se ao menos se eu despertara as mesmas sensações que ele despertara em mim.

Balancei a cabeça. Nada de sentimentos. Esse era meu lema. Desliguei a TV e arrumei a sala, recolhendo os resíduos de comida que meu pai deixara pela casa.

Assim que cheguei a meu quarto meu telefone tocou com um chiado irritante. Visualizei o nome de Kat na tela e com um rápido toquei atendi a chamada.

– Fala, amiga.

– Alex, posso ir para sua casa? – ela perguntou, em meio a lágrimas.

– Claro amiga, o que houve?

– Foi – ela fungou do outro lado da linha – o Caleb, aquele animal.

– Vem para cá, a gente conversa melhor aqui.

Revirei os olhos. Ela e Caleb não eram do tipo que brigavam regularmente, porém, aquele animal sempre dava um jeito de cismar com alguma coisa, por menor que ela fosse.

Em menos de dez minutos a campainha tocou, e corri para o andar de baixo.

– Entra – eu disse, me encaminhando para a sala, que ficava ao lado da porta de entrada. Ouvi o ruído da porta ao bater e sentei no sofá.

– Me conta, o que aconteceu.

Fungando, e com os olhos inchados, ela sentou-se ao meu lado e fez um beicinho.

– Foi o Caleb – choro – ele... Ele gritou tanto, por que ele faz isso? Eu não fiz nada de mais, juro. Ele mal me deu chance de explicar, nada. Só saiu gritando pela casa. E depois teve aquela maldita mensagem, maldita.

– Uou, Kat, eu não estou entendendo nada, começa do começo. Por que ele gritou?

– Ele... – mais choro. Enquanto ela se acalmava, fui até a cozinha e apanhei rapidamente uma banana no fruteiro – não tinha sorvete.

Ela riu bastante e aceitou a banana.

– Eu precisava disso – ela disse, limpando o rosto.

– De uma banana?

– Não, eu precisava rir. Sabe quando você está na fossa, e precisa extravasar qualquer sentimento?

Assenti com a cabeça, com um gesto carinhoso.

– Agora, respira, e me conta tudo direitinho.

Ela soltou a respiração e cruzou as pernas.

– Depois do almoço, quando fui pega o carro no estacionamento, eu vi aquele menino que estuda com a gente, sabe?! Aquele que eu tinha uma queda há uns dez anos atrás?

– Mark? Aquele Mark? – eu perguntei, formando um O nos lábios.

– Aquele Mark. Claro que agora ele não significa nada para mim, mas do mesmo jeito eu parei para cumprimentar, o que é o certo a fazer, certo?

Assenti novamente com a cabeça.

– E então?

– E então, Caleb ficou com aquele ciúmes bobo dele. E depois que eu contei como conhecia Mark ele surtou, não sei, deu um treco e ficou muito bravo. E começou a gritar e mandou eu sair da casa dele.

– Ele não fez isso! – eu disse, incrédula.

– Ele fez – ela disse, voltando a chorar.

– Não chora amiga. Nada disso. Ele foi tão idiota, ele e aquele ciúme dele! Mas não se preocupa, ele só estava estressado, amanhã tudo vai voltar ao normal.

– Mas ele foi tão estúpido. Por que ele tem que ser tão ciumento? Ninguém merece – ela disse, levantando e percorrendo todo o perímetro da sala.

– Ele sempre foi assim, lembra na oitava série, quando ele morria de ciúmes de quando passávamos o intervalo com os outros meninos?

Ela riu, e sentou no chão, com a casca da banana já comida na mão. Levantei e fui até o seu encontro.

– Vai ficar tudo bem, vocês se amam tanto...

Ela sorriu de canto e me abraçou.

– Você será a melhor namorada de todas.

Pena que não namorarei para descobrir, pensei. Nada de sentimentos. Nada de compromisso.

– Eu não tenho tanta certeza.

Nós rimos e levantamos. Olhei no relógio que marcava dez horas. Naquele momento meu estômago chiou, justificando apenas o que eu já sabia: eu estava com fome.

– Obrigada, amiga – ela disse – a banana estava ótima.

– Quer que eu te leve para casa? – eu perguntei.

– Não precisa, meu carro está aqui fora...

Abracei-a mais uma vez e a acompanhei até a porta. A observei até seu carro desaparecer na escuridão da noite. Girei meu corpo até que pude ver um panorama de minha casa. Cogitei comer alguma coisa, porém já estava tarde, e uma preguiça absurda reinava sobre meu corpo. Amanhã seria um grande dia e não poderia me dar o luxo de acordar atrasada.

E então, faltavam menos de 24 horas para minha grande viagem. Mal podia acreditar. Ao longo de minha vida inteira eu criei expectativas e alimentei esperanças sobre essa viagem, e mesmo assim não sabia o que esperar, não sabia como seria. Só sabia que não dormiria essa noite. ­

[...]

5:15 AM

Círculos redondos contornavam meus olhos quando olhei para meu próprio reflexo no espelho. Como era de se esperar, eu acordei atrasada. Tive que lembrar a mim mesma diversas vezes que hoje era o grande dia, assim conseguiria levantar da cama.

Tomei um banho ligeiro, e me vesti. Meu shorts jeans entrou rapidamente, e minha regata amarela combinou, como eu previa. Sem ao menos revistar as malar, eu desci correndo as escadas, levando uma por vez.

Em menos de quinze minutos teria de estar na escola. Minha prioridade era viajar. Então, deixando diversas tarefas pendentes, liguei o carro, e corri pelas avenidas.

POV Chaz

Pulei com a música que vinha de meu despertador. Era Jesus of Suburbia, e deveriam ser 4 horas da manhã, pelo menos esse era o horário que eu havia ajustado no despertador. Odiava acordar cedo, mas hoje seria por um bom motivo. Eu havia sido escolhido pela diretora do Mission Charter School para acompanhar a turma do último ano em um acampamento.

Levantei da cama e fui direto para o banheiro, lá tomei um banho bem gelado do jeito que eu gostava e fiz minha higiene matinal. Enrolado na toalha, voltei para o quarto e procurei uma bermuda verde-escura e uma camiseta branca. Com a mesma toalha enxuguei meus cabelos loiros escuros e logo após passei minhas mãos sobre eles, bagunçando-os ainda mais. Olhei-me no espelho, meus olhos eram claros brilhando pelo sol que refletia e minha pele, um tom bronzeado.

Olhei no relógio e já eram 4h 15 da manhã; estava realmente atrasado, já que eu tinha que estar na escola às 4h 30 e ela não ficava perto de minha casa, na verdade nada ficava perto dela. Eu morava em um bairro afastado do centro de Rosewood e para chegar até minha casa, era preciso percorrer um grande trecho da rodovia principal e depois entrar em uma pequena estrada de terra, que levaria até a minha pequena casa de madeira. Eu amava morar lá, eu tinha toda a privacidade que sempre quis ter, pois além de não ter vizinhos, eu morava sozinho.

Chequei minha mala uma última vez antes de levá-la para o andar de baixo e colocá-la ao lado do sofá. Juntei rapidamente mais algumas coisas que já estavam aqui em baixo e que eu levaria em minha bagagem de mão. Passei pela cozinha e peguei uma maçã para comer durante o caminho. Tirei minha caminhonete da garagem e a estacionei em frente a minha residência. Voltei para a casa em busca de minhas malas e dei uma olhada ao redor procurando achar algo esquecido. Agilmente coloquei minha pequena mala no porta-malas e a bagagem de mão no banco do passageiro.

Durante o caminho escutei o CD de Ed Sheeran, atento em cada acorde, em cada letra. Como músico, era impossível negar que suas músicas eram de fato, muito boas. Variava a atenção entre a maçã, a música e ao caminho. Cheguei à escola às 4h 35 em ponto, e corri para a sala da diretora como o combinado.

TOC TOC

– Com licença Sra. Shannon – a encontrei sentada à sua mesa, mexendo em seu notebook enquanto conversava com um sujeito alto de cabelos escuros, que parecia ter a mesma idade que eu, por volta dos vinte e três. Ele estava sentado em uma cadeira em frente à mesa da diretora. Assim que ouviu minha voz, ela se virou e pediu que eu me sentasse.

– Bom dia professor. Está preparado? – ela falava em um tom sedutor.

– Estou sim! – disse me direcionando hora ao homem hora a diretora.

– Assim espero. Bom, Chaz, não sei se vocês se conhecem, mas este é nosso enfermeiro Daniel Johnson, ele também irá à viagem. – me direcionei a Daniel e fiz um cumprimento com a cabeça.

– Prazer, Chaz, o novo professor de inglês. – ele assentiu de leve com a cabeça

– Agora que já se conhecem, vou dar alguns detalhes da viagem: primeiramente vocês têm que saber que estarão acompanhando uma turma de 32 alunos. Daqui a pouco vou dar a cada um de vocês uma pasta que contém as informações dos alunos, as autorizações de viagem e as fichas médicas de cada um deles. – Daniel fez um movimento positivo com a cabeça e ela continuou. – É importante que vocês estejam sempre atentos se todos os estudantes estão presentes, a final de contas, eles estão sob suas responsabilidades, mas disso vocês já sabem.

Ela se levantou de sua cadeira, e pegou as pastas de um grande armário perto da janela. Ela nos entregou os documentos, me encarando brevemente e voltou a falar.

– O ônibus sairá daqui às seis horas, então estejam com tudo preparado as quinze para seis. Certifiquem-se de que todos os alunos estejam no ônibus antes deste horário. O nome dos adolescentes deve ser marcado na lista de presença de ida, que também está dentro desta pasta, conforme eles forem entrando no ônibus, e o mesmo terá de acontecer na volta. Espero que façam uma boa viagem, quaisquer dúvidas liguem para a escola. Obrigada, e até a volta. – ela terminou as informações e nos acompanhou até a porta, onde nos cumprimentou. Daniel com um aperto de mãos e eu com um abraço. Suspeito.

Daniel e eu atravessamos os silenciosos corredores do colégio e fomos até a entrada principal do colégio, onde ficava o estacionamento.

– Ei, cara, eu estava pensando em dividir as tarefas, o que acha?! Conforme os alunos forem chegando você ficaria responsável por colocar as malas no ônibus e eu cuidarei da lista de presença.

– Assim está ótimo para mim – respondeu em um tom baixo. Essas foram as únicas palavras que trocamos até chegarmos ao estacionamento, onde o ônibus já estava parado.

Daniel sentou em um banco perto do jardim e começou a folhear os documentos da pasta. Eu fui em direção ao não tão grande ônibus para falar com o motorista. Troquei algumas ideias sobre o tempo do percurso e mais alguns detalhes. Fui em direção ao enfermeiro e sentei-me ao seu lado.

– Ei, você tem alguma noção de tempo? – perguntei.

Ele sacou seu celular do bolso e visualizou o horário:

– Já são cinco e cinco. Daqui a pouco os alunos começarão a chegar. – ele disse, devolvendo seu celular ao bolso.

– Sim... Eu estou tão animado! Essa vai ser a minha primeira viagem com eles... E eles parecem bons rapazes. – eu disse.

– É, eles são. Então, há quanto tempo você trabalha aqui?

– Bom, eu mudei para a cidade faz uns cinco meses, foi quando comecei a trabalhar aqui... – disse - e você?

– Faz um bom tempo, mas não tenho muito contato com os alunos, parece que eles não se machucam muito.

Soltei um riso e continuei:

– Ahn, isso não é bom?

– Acho que sim – ele disse, sorrindo – mas cai entre nós, tem umas alunas que olha!

Gargalhei ao reparar em seu olhar malicioso.

– Isso não é ilegal, cara? – eu perguntei me aproximando de seu rosto.

– Não, claro que não – ele continuou em um tom brincalhão – afinal de contas, admirar não é crime.

Gargalhei mais uma vez e balancei a cabeça.

– Agora sei por que os alunos não se machucam.

Ele estendeu os braços, em sinal de rendimento.

– Eu mereci essa.

Assenti com a cabeça, e antes que pudesse responder ouvimos alguns barulhos vindos do portão principal, e ele logo se levantou e foi em direção aos alunos que chegavam. Peguei minha pasta e me posicionei em frente ao ônibus, ainda rindo do cafajeste.

Como o combinado, fiquei encarregado de anotar os nomes dos alunos conforme eles fossem chegando. Logo, um fila não muito grande de adolescentes se formou atrás de um rapaz alto. Passaram mais uns 20 alunos e quando pensei que a fila já estava acabando chegaram mais 3 garotos. Não via a hora de partir, não aguentava mais ficar lá parado anotando nomes. Alguns sabia de cor. Poucos. Queria me mexer, andar, fazer alguma coisa que não envolvesse uma pasta amarela e piadas idiotas sobre nomes.

Finalmente os últimos da fila se aproximaram.

– Seus nomes, por favor.

– Kat Gilbert.

– Caleb Rivers, professor.

Os dois anteriores entraram no ônibus. Anotei seus nomes e quando levantei a cabeça para ver a próxima, soltei uma risada, surpreso.

– Você!

– Ai meu Deus.


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Notas finais do capítulo

Esses primeiros capítulos estão meio zzz, não é?! Mas prometo, juro juradinho que vai melhorar bastante.. Bomm, o que acharam? Até a próxima amores



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