A História dos Selvagens - Parte 2 - Raiva escrita por ShiroMachine


Capítulo 4
Lucas: Mais sonhos e mais problemas


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de tanto tempo sem escrever, voltando com a fic. Estou um tanto decepcionado pela história ainda não ter comentários, mas vou continuar escrevendo. Espero que gostem desse capítulo!



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Entramos no avião sem muito entusiasmo. Nos sentamos nas poltronas, Vitor no lado da janela, Tatiane no lado do corredor e eu no meio dos dois. Nossas mães se sentaram nas poltronas da frente. Antes de se sentar, minha mãe perguntou se precisávamos de algo. Nós três balançamos as cabeças negativamente.

As aeromoças entraram e começaram a dar as instruções. Eu não prestei muita atenção, pois estava tentando fazer um plano mais completo. Porém, o sono me dominava por completo. A ansiedade por causa do começo da missão, o sonho com o líder dos Revolucionários e as reflexões sobre a segunda fita praticamente não me deixaram dormir.

Quando as aeromoças saíram, Vitor se inclinou e perguntou:

_Alguém ouviu uma palavra o que elas disseram?

Eu balancei a cabeça negativamente, e Tatiane assentiu.

_Ótimo._ Disse Vitor. _Parece que a Tati vai ser nossas salva-vidas.

Eu e ele rimos, mas ela não pareceu achar a brincadeira tão engraçada.

_Então, vamos elaborar mais o nosso plano?_ Perguntou.

Eu me recostei no banco.

_Podemos fazer isso depois? Estou muito cansado.

Tatiane franziu a testa.

_Por quê?

Eu suspirei e contei sobre o meu sonho com o líder dos Revolucionários. Meus amigos ficaram em silêncio por alguns segundos.

_Era isso que você queria falar com a gente?_ Perguntou Vitor e eu assenti. _Por que você não falou antes?

_Porque eu queria achar um sentido pra ele._ Respondi. _Queria entender alguma coisa antes de falar com vocês.

Tatiane assentiu e olhou pra mim, erguendo uma sobrancelha.

_E você conseguiu?

Balancei a cabeça negativamente. Ela suspirou, recostando-se na poltrona. Vitor ficou olhando para o nada, tamborilando os dedos na perna. Os dois também pareciam muito cansados.

_Vamos descansar um pouco._ Falou Vitor.

_Não sei. Acho melhor elaborarmos mais o nosso plano._ Retrucou Tatiane.

_Tati, todos nós estamos muito cansados e vamos ficar mais ainda durante a viagem._ Eu disse. _O melhor é descansar agora, só por meia hora. Afinal, são duas horas de voo, temos muito tempo.

Ela olhou para o chão, balançando a perna.

_Ok._ Disse, embora parecesse que ela não havia gostado da ideia.

Eu me recostei na poltrona e fechei os olhos, e logo estava dormindo. E, obviamente, isso me trouxe sonhos.

Eu estremeci ao ver onde estava no sonho. Estava no corredor da prisão em que eu havia falado com a mãe-natureza. Imediatamente pude sentir meu coração bater mais depressa.

Ela estava mais à frente, no mesmo lugar de antes. Eu fechei os olhos e suspirei para me acalmar. E comecei a andar em direção a ela.

_Olá, Lucas._ Disse ela.

Como da última vez, eu falei um "olá" sem querer.

_O que você quer dessa vez?_ Perguntei.

Ela fingiu parecer ofendida.

_Quanta rispidez. Eu esperava que você fosse mais educado.

Eu cerrei os punhos, respirando fundo.

_Desculpa. Eu só queria ter uma hora de um sono pacífico. É pedir demais?

Ela tomou uma expressão de tristeza.

_Infelizmente, na situação em você está, é pedir demais sim. Entenda, eu estou aqui para te dar avisos.

Eu suspirei e fiz um sinal para que ela falasse.

_Vocês tem que tomar cuidado daqui pra frente. Vai ter muita gente querendo enganar vocês. Vão ter problemas difíceis de resolver, então tentem manter a calma.

Me conte uma novidade, pensei. Lembrei da conversa que eu tinha tido com os meus amigos na casa de Tatiane.

_Tati disse que talvez estávamos vendo as coisas do ângulo errado.

A mãe-natureza não respondeu de imediato.

_Eu não sei o que vocês tem que fazer exatamente. Se eu soubesse, eu diria. Mas, provavelmente, vocês vão ter que descobrir algo a mais.

Eu ergui uma sobrancelha.

_E o que seria esse algo?

Ela balançou a cabeça negativamente.

_Eu já disse: eu não sei de tudo o que vocês tem que fazer. Mas vou tentar ajudar a medida do possível.

Eu assenti, mas estava me sentindo um tanto desconfortável. Me lembrei do que havia pensado no aeroporto, sobre a mãe-natureza estar tentando matar Felipe e Letícia. Fiquei tentado a perguntar, mas pensei duas vezes. Ela era uma força maior, quem sabe o que podia fazer caso se sentisse ofendida?

_Posso ir agora?_ Perguntei.

_Só mais uma coisa. Eu não vou fazer nada pra atrapalhar nenhum de vocês. Nem pra você e pra seus amigos, nem pra Fernando e os amigos dele. Lembre-se o porquê de tudo isto estar acontecendo.

Então o sonho escureceu e eu acordei.

Eu estava suando, com a respiração pesada. Meus amigos estavam do meu lado, Vitor ainda dormindo e Tatiane balançando a perna novamente. Ela olhou pra mim quando acordou, parecendo ansiosa.

_Por quanto tempo eu dormi?_ Perguntei.

Ela olhou pro relógio antes de responder.

_Exatamente meia hora.

Eu esfreguei a mão no rosto, sentindo uma pequena dor de cabeça.

_O que foi?_ Perguntou Tatiane.

_Eu sonhei com a mãe-natureza de novo.

Ela arregalou os olhos. Eu assenti e contei todo o sonho pra ela, menos a parte em que a mãe-natureza falou sobre atrapalhar alguém. Ela olhou para o nada por um segundo.

_Você não falou com ela sobre o seu sonho com os Revolucionários, certo?

Eu assenti, me sentindo idiota por não ter falado. Ela ficou em silêncio, balançando a perna nervosamente, roendo as unhas e parecendo murmurar algo.

_O que foi?_ Perguntei, franzindo a testa.

Ela olhou pra mim, distraidamente.

_Eu estava pensando..._ Disse ela. _Você primeiro sonhou com o governante. Depois você sonhou com a mãe-natureza. E agora você teve esse sonho com o líder dos Revolucionários. Além disso, nós temos a fita com a narração do Fernando. Então, se foi realmente ela que induziu isso tudo...

_Tatiane..._ Falei, sentindo o coração bater mais forte e a respiração voltando a pesar. _Vai direto ao ponto. Você tá me assustando.

Ela suspirou, fechou os olhos e estremeceu. Então olhou nos meus olhos e disse:

_Eu acho que a mãe-natureza quer que você escolha um lado.


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