Os Contos do Gelo - O Deus Esquecido escrita por Carlos Eduardo Rici


Capítulo 6
Status: Viajando com novos amigos!


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá crianças, capítulo novo!



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Aquela garota não saía de minha mente, eu estava tentando me esquecer dela mas, ela ficava lá, tomei meu banho na água quente, que naturalmente se resfriou, não sentia o frio em si, mas de algum modo sabia que a água ficara fria.

Me encaminhei até o refeitório, o salão estava cheio, vários semideuses estavam sentados as mesas de seus respectivos pais. Caminhei até a mesa do chalé de Ares. Do prato de mármore branco surgiu como um toque mágico três pedaços de pizza de queijo, claro, eu tinha que dar a maldita oferenda a meu pai! Mesmo não gostando nada de dividir a comida, fui até as chamas que crepitavam laranjas, joguei o pedaço mais bonito do prato.

O fogo congelou, tudo bem, eu sei que isso é quase que impossível, mas, estava bem na minha frente, o fogo congelado.

– Como e por que? – Ao meu lado surgiu Violleta, seus olhos pretos me hipnotizaram. – Diga-me!

– Foi sem querer, – respondi meio que sem jeito.

Quíron aparaceu trotando com seu corpo real, medonho, mas real.

– Barry, chegou a hora!

...

Quíron me levou até a Casa Grande em cima de suas costas, as da parte animal, claro. Ficamos em frente a casa.

– Chegou a hora, Barry, você precisa ir para sua missão. – Ele se abaixou e pegou algo no escuro da varanda. Jogou a bolsa azul em meus braços. – Dentro dessa bolsa está tudo que necessita para a missão.

– Eu vou sozinho? – Não, eu tenho medo de viajar sozinho.

– Barry, não. – Quíron olhou para a porta da casa. – Lucas irá te acompanhar.

Das sombras surgiu um garoto magricela, ele tinha os cabelo preto jogado em frente aos olhos, que mudavam constantemente de cor, usava uma jaqueta de couro branca por cima de roupas totalmente pretas, sua pele branca refletia as sombras.

– Tu irás viajar com novos amigos, a solidão deixarás para trás. – O garoto disse cantarolando.

– Apolo? – Perguntei ao garoto.

– É a minha profecia, na verdade sou de Afrodite.

Quíron olhou para Lucas, depois para mim.

– Vão, sigam até o seu destino.

– Qual é o nosso destino? – Perguntei a Quíron.

Venha para o mar, uma voz soou em minha cabeça.

– Vocês ouviram isso? – Quíron e Lucas balançaram a cabeça com um não.

...

Sem destino eu e Lucas saímos do acampamento, ao passar perto do pinheiro no topo do lugar, o mundo tomou outro patamar, algumas nuvens cinzas se formaram céu acima, as folhas das árvores começaram a secar, a grama morreu, neve começou a cair em minha cabeça.

Desta vez não poderia enganar a ninguém, eu estava sentindo frio, meu corpo estava congelando, meus dentes tremiam e os pelos dos meus braços se arrepiaram. Olhei dentro da bolsa e achei uma blusa moletom azul, coloquei em meu corpo.

– Vou com vocês!

Quando virei, encostada no pinheiro, estava Violleta. Ela se vestia com roupas pretas pelo corpo inteiro, a jaqueta de couro era igual a de Lucas, mas feminina e preta.

– Quíron mandou você vir com a gente? – Lucas perguntou a ela.

– Não... mas tenho pernas. – Seu rosto estava vermelho, ela deveria guardar uma paixão pelo garoto.

– Ok, então vamos para onde, – estava com essa dúvida desde quando Quíron me contou sobre a missão.

– Fácil, vamos viajar pelo mar, – Lucas me olhou, – precisamos encontrar uma ilha de gelo.

– Afinal, qual é o principal sentido desta missão?

– Precisamos impedir que Carius de despertar. – Sério? Aquele garoto tinha tudo na ponta da língua?

De minha mão, vários flocos de gelo começaram a surgir, minha mão ficou pálida.

– Achei que ele já estava acordado.

– Não, – Lucas deveria ter algum segredo. – Ele está criando um exército dormindo mesmo, sua aura exala poder o bastante para isso, aquele cão infernal que te atacou, era somente um cão infernal, mas Caríus o dominou.

– E como o derrotaremos? – Dúvida cruel.

– Eu não sei. – Até que enfim algo que esse garoto não saiba.

Quando olhei para o lado vi Violleta, ainda em pé, nos olhando pasma.

– Que tal se derretermos ele? – Ela era até que bem humorada.

Fomos andando rumo para o mar.

...

Depois de conseguir alugar um barco pequeno na loja Veleiros Premiun, nós três saímos em direção a imensidão do mar. Nosso barco era pequeno comparado aos outros veleiros na baía da praia, mas era maior que uma simples canoa, sua cor vermelha não o fazia tão bonito e as palavras pintadas ao lado diziam seu nome Cacura Caca, com certeza esse não era o melhor barco.

No mar, a água transparente brilhava em um tom verde, ela chacoalhava fortemente, Lucas ia em frente a nós, eu e Violleta, ficamos conversando sobre como "gostávamos" de sermos filhos de deuses. Foi então que o pior aconteceu, as ondas começaram a bater no casco frágil do barco com muita força, de dentro do oceano lindo, surgiu a criatura mais horrenda que poderia existir, o monstro tinha pelo menos nove metros de altura, a cabeça triangular era maior que o corpo de foca gigante, o pior de tudo, ele era feito de neve pura, somente os olhos e as presas eram concretos naquele corpo, o monstro começou a descer a boca em nosso barco.

– Seu monstro mal vestido, – Lucas puxou uma faca vermelha de seu cinto. – Vou dar um jeito nesse seu look horrível.

E o garoto saltou contra a cabeça do boneco de neve gigante.


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