Paraíso de Verão escrita por Sorvete de Limão, Risurn


Capítulo 10
Alguém Sempre Descobre Uma Nova Forma de te Decepcionar.


Notas iniciais do capítulo

~Sorvete de Limão: Oi oi tortinhas de limão *---*
Poucos comentários né galera? Tô me sentindo uma chata de tanto pedir, cansei kkkkkkkk. Sério.
Mudando de assunto alguém aqui assiste Game of Thrones? Já leu? U.U tô lendo e assistindo gente e uma coisa resume tudo isso: Tretas.
Boa leitura!

~Risurn: Eu DISSE que não ia demorar. E eu não demorei. Na verdade já tem um tempinho que isso está escrito.
Aos que não desistiram, não nos abandonaram... Obrigada. Amamos vocês. E, eu estou com a Sorvete: cansei.
Aiai... Esperamos que gostem, porque eu simplesmente AMEI voltar a narrar esses encontros de Percabeth



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Eu não sei exatamente o que estava esperando daquela coisa toda.

Sério, não precisava ter flores, nem chocolates, ou música romântica. Precisava ser normal. Bom, um normal agradável. Não que o encontro com Percy não tenha sido agradável. Até certo ponto, estava agradável até demais, mas ai... Meu deus, eu tenho que parar de enrolar.

Sentei em uma cadeira do quarto de hóspedes de Nico enquanto tentava secar o meu cabelo. Quinze minutos esfregando para ele voltar ao normal.

Eu sabia que havia agido estranho mais cedo e ele também. Que doçura era aquela? Era obvio que isso não podia resultar em nada de bom. Mais do que obvio, era fato.

Revirei os olhos enquanto me lembrava do quanto eu podia ser trouxa e me superar vez após vez.

(...)

Respirei fundo quando chegamos a um quiosque em algum canto daquela cidade que eu ainda não havia ido conhecer.

— Então... – tentou ele.

— Então...? – eu sabia que me encorajamento não estava sendo um dos melhores, mas a situação era meio desconfortável, pra ser honesta.

Eu já havia ficado com Percy duas vezes, sendo que na primeira fui beijada a foça — ou nem tanto — e na segunda ele havia deixado uma ameaça no ar, do tipo “eu ainda vou te pegar outra vez”. Mais cedo passei pela constrangedora situação das regras de convivência/poemas, que eu joguei fora. Aliás, por que eu joguei fora? Além do mais, Thalia não estava gostando da ideia de me ver saindo com Percy e provavelmente existe algum motivo para isso, principalmente porque quando se diz respeito aos meus namorados ela quase sempre está certa. E, pior, eu parei de chama-lo de Senhor Ego. Ruim. Muito ruim.

— Annabeth?

Pelo tom de voz dele, eu viajei.

— Oi? Sim? Desculpe. Disse alguma coisa?

— Sim. – ele deu uma risadinha. — Vai querer beber alguma coisa?

— Ah não, eu espero voltar sóbria essa noite.

— Certo... Dois sucos então? Laranja. Você gosta?

Assenti com a cabeça e dei um meio sorriso. Tudo bem Annie. Ele está se comportando perfeitamente bem. Tem sido um cavalheiro desde que saíram de casa. Sem ironias nem malcriações. Um poço de educação.

— Você, hm, gosta de peixe?

Ele me olhou como se fosse obvio, “Querida, eu te trouxe à um quiosque, onde tem só frutos do mar e batata frita. O que você acha?”

Me senti estupida assim que perguntei, prevendo que ele ia dizer exatamente o que pensei, mas ele deu um sorriso bondoso e olhou para o mar.

— Eu gosto de tudo o que vem do mar.

— Jura? Uau. Que resposta... Leve.

— Leve? – ele me olhou sem entender – Como assim “leve”?

— Ah, você sabe. Sem ser o cara que me agarrou em um lugar lindo, ou que quase me espancou em uma festa, ou o...

— Já entendi. Bom, eu ainda sou aquele cara – ele deu um sorriso de lado, fazendo minhas mãos ficarem um pouco molhadas. Peguei o copo de suco e tomei um gole – Só acho que não convém usar... Bom, de força bruta agora. Você tá controlada.

Levantei uma sobrancelha.

— Controlada?

— Por favor, Chase, não implica. – ele revirou os olhos. – Estávamos falando de que mesmo?

— De como eu sou uma doida fora de controle.

— Não, antes disso. – revirei os olhos. – Olha, você vai acabar tendo um deslocamento de retina se não parar de revirar esses olhos. Só porque são cinza, azul, cinza azulado, ou sei lá que cor é essa, acha que pode ficar se exibindo?

Revirei os olhos outra vez, sem pensar, mas segurei um sorriso.

— Ai, falou o senhor com olhos feios. Fala sério, são verdes, tipo, muito verdes. Parece um pedacinho do mar na sua cara. E eu gosto muito do mar.

— Gosta é? – ele se aproximou um pouco encarando o fundo dos meus olhos enquanto sorria, sedutor. – E de mim, você gosta?

Abri a boca, pronta para responder quando uma voz levemente insuportável atravessou o estabelecimento.

— Percynho!

Virei meu corpo para a direção da voz e uma loira fenomenal vinha em nossa direção bebendo uma vitamina. Veja bem, ela usava um vestido branco um pouco acima dos joelhos, soltinho abaixo da cintura – muito fina, devo acrescentar – e de um ombro só. Seu cabelo estava com uma trança frouxa de lado e ela era simplesmente linda sem ter que forçar nada. Me senti uma zero à esquerda ali.

— Droga. – murmurou ele, passando a mão pelo cabelo rapidamente, o sorrindo confiante se esvaindo, enquanto tomava um longo gole de suco. — Olá Cally, como vai?

— Achei que estivesse... Ocupado para sair essa noite. – pude vê-la franzir o nariz perfeito ao olhar para mim de cima a baixo. Odeio isso.

— Eu estou ocupado, conversando com uma... prima.

Levantei a sobrancelha.

— Prima? – perguntou ela.

— Prima? – eu repeti. – Você, por acaso, beija as suas primas?

— Você a beijou? – gritou ela olhando para mim, como se eu tivesse culpa de alguma coisa – Não... Acredito nisso! Você me paga!

Ela avançou em direção à Percy e lhe deu um beijo um tanto quanto obsceno para um estabelecimento público. Quando ela finalmente terminou de desentupir a pia, eu já estava me levantando para ir embora.

— Calma queridinha, - murmurou ela tirando o canudinho de sua vitamina. – Isso... É só pra te mostrar a quem ele pertence.

E então, ela fez algo que eu nem pude acreditar: despejou toda a vitamina na minha cabeça, abri a boca em choque.

— O que...?

— Adeus!

E então saiu rebolando quiosque à fora, me deixando com cara de tacho. Olhei para um Percy ainda ofegante.

— Tá... Tá calor aqui né?

Senti meu rosto esquentar de raiva.

— Uma doida chega aqui, você diz que sou sua prima, ela te beija de uma forma que devia ser proibida para observação pública e ainda por cima despeja vitamina na minha cabeça e a única coisa que você diz em sua defesa é “Tá calor aqui”?

— É... Bom, me deixa explicar...

— Não, não quero explicações. E, quer saber? – peguei meu copo de suco, quase cheio. – Aproveita e se refresca um pouco.

Joguei o conteúdo do copo na cara dele e sai dali, com o orgulho ferido o bastante, querendo só chegar em casa e tomar um bom banho.

(...)

Agora, eu estava com o cabelo seco e a dignidade em algum banco de algum dos vários quiosques da cidade.

Ouvi alguém bater à porta.

— Vá embora! – gritei.

— A casa é minha, eu não vou embora. – Percy abriu a porta e entrou abruptamente no meu quarto.

— Sua casa, meu quarto. Saia, ou saio eu! – falei, levantando da cadeira.

— Quero ver tentar. – ele cruzou os braços enquanto ficava à frente da porta. Ótimo, agora tem um projeto de armário impedindo a passagem.

— O que você quer?

— Eu estava gostando do nosso encontro, por que você foi embora daquele jeito?

Franzi a testa e olhei para ele sem entender.

— Você não pode estar falando sério.

— Claro que estou. Você me deixou lá, plantado, e pior, jogou suco na minha camisa favorita.

— Meu Deus Percy, você disse pra sua namoradinha que eu era sua prima e ainda por cima tem a audácia de me perguntar por que eu fui embora?

— Você não entende, a Callypso é doida. Não pode me ver com garota nenhuma e bate a síndrome da possessividade.

Nota mental: ele não negou a parte do “namoradinha”.

— Você e Nico tem um histórico bem grande com garotas por aqui, não é?

— Você também teria um longo histórico com garotos se não se comportasse como uma velha, presa dentro de casa nesses livros e sendo a senhora certinha o tempo todo!

Abri a boca, surpresa e com raiva.

— Como ousa falar de mim desse jeito? – me aproximei dele, encarando os olhos verdes que faiscavam.

— Como ouso? Ora essa, porque eu não falaria?

— Por que você é um narcisista barato, não tem o menor direito de falar nada de mim! – gritei, colocando um dedo em seu peito, acusatoriamente – Egoísta, arrogante, dono da verdade, sem escrúpulos ou o menor conceito de moral. Um serzinho deplorável!

— A princesa já terminou? Essa sua recusa em admitir que está doida por mim só me deixa mais louco por você.

— Como ousa f... – franzi o rosto, parando de gritar. – Espera. O que?

Ele rolou os olhos, sorrindo de lado, enquanto passava um braço pela minha cintura e me trazia para si.

— Exatamente o que você ouviu. – seu nariz roçava meu pescoço. – Você está doidinha por mim, só não admite.

— E-eu não sei do que você está falando.

— Ah, não sabe? – perguntou ele, depositando beijos cálidos onde antes estivera seu nariz. Um arrepio subiu minha coluna, instantaneamente. Seu nariz agora roçava meu maxilar e aos poucos subia, sua boca estava rente a minha e eu já respirava descompassadamente. Os olhos verdes encaravam os meus, divertidos e os mesmo tempo, me desafiando. Quando finalmente decidi acabar com o espaço entre nós, ele deu um passo para trás, me largando. – Tem razão, acho que eu estava errado. Você não sente nadinha por mim. Boa noite Annabeth.

Então ele me deu as costas e fechou a porta, me deixando sozinha em um quarto grande e vazio, respirando descompassadamente e vermelha até o último fio de cabelo.

— Jackson... – murmurei para mim mesma – Esse é um jogo onde dois podem jogar.

***

POV Thalia

Um clima estranho se instalou nesta casa. Mais especificamente entre Annie e Percy, sério. Eu nem sei o que pensar deles. Annie meio que fuzilava ele com os olhos e Percy, ao contrário de Annie, levava a vida como se nada tivesse acontecido, mudando sua expressão vez por outra para um sorriso quando me encarava ou olhava para a loira. Estamos os três sentados na pequena mesa que tem na varanda tomando o café da manhã. Annie despedaçava as panquecas, eu comia-as lentamente, Nico não tinha descido ainda e Percy se sujava todo com a calda azul em excesso que melecava suas panquecas, parecia uma criança cortando sua comida pela primeira vez pelo tamanho da felicidade.

É tanta tensão que exala de Annie que eu já estou me sentindo sufocada.

— Gente. – empurrei meu prato. – eu não sei o que vocês têm. Eu estou sentindo uma tensão aqui. Não é tensão sexual então só pode ser uma tensão nervosa. Então resolvam logo isso antes que eu morra asfixiada. – levantei-me e senti os olhos de Annie em mim, olhei para seu prato e vi as panquecas despedaçadas e afogadas em calda de morango. Pobres panquecas.

Fui até a cozinha e joguei meu prato na pia pouco me importando com quem iria lavar, não tínhamos estabelecido tarefas ainda. Pude ouvir Annabeth batendo a mão na mesa e levantando, trazendo seu prato para a pia, pondo ao lado do meu e saindo as pressas. Danadinha.

— Ei ei! Você vai lavar isso aí né? – Nico aparece descendo as escadas quando eu já me virava para sair. Ele está com uma bermuda preta, chinelos e seu cabelo está molhado. Forço minha cabeça e meus olhos para cima.

Tento não pensar no seu tom autoritário para cima de mim. Tento não analisar demais o cós de sua bermuda. Tento reprimir a vontade de lhe xingar de alguma coisa. Tento não morder os lábios. Tento reprimir os desejos mais obscuros do meu ser de jogar o garoto escada a baixo. Respiro fundo, satisfeita por conseguir tudo isso. Minha expressão continua impassível.

— Não. – passei reto por ele e subi as escadas rapidamente. Ao fim da subida não sabia por qual motivo meu coração batia mais rápido. Mas ele batia. E queria sair pulando pela casa toda.

***

Depois de todos os acontecimentos matinais, eu tentei dormir. Cochilei, acordei, dormi. Quando me cansei disto, já eram quatro da tarde. Levanto, a casa está sinistramente silenciosa. Consigo ouvir o barulho das ondas, mas somente isso. Saio do quarto e vou até o quarto dos meninos, Nico está lá esparramado na cama. Um headphone cobre suas orelhas e seus olhos estão fechados. Desço as escadas e ninguém está lá também, nem Percy e nem Annabeth. Viro os olhos e penso que somente Nico deve saber onde estão. Subo as escadas e entro no quarto dele. Os headphones estão em um volume ensurdecedor e eu me pergunto como essa criatura não está com os ouvidos sangrando ou como não está surdo. Bem, ele não está. Ainda. Balanço seu corpo e ele dá um gemido e vira pro outro lado.

Tiro os fones e começo a chama-lo.

— Nico. – balanço ele mais. Em resposta, ele coloca um travesseiro no ouvido. – Nico! – balanço ele mais. Ele permanece quieto, mas a minha paciência está diminuindo. Olho em volta e pego um livro de aparência pesada. Pego ele e descubro que ele não só parece pesado, ele é pesado. Nem sei como um livro desses está aqui. Pego ele e reúno forças para jogar em Nico. O livro voa e bate em sua cabeça.

— Jesus! – ele dá um grito. Levanta e se vira. – Meu Deus mulher! O que foi?

— A culpa não é minha se você não me ouviu nas primeiras tentativas, o jeito é apelar. – dou de ombros. Ele se levanta e coloca o livro no lugar, ficando perigosamente e desconfortavelmente perto de mim.

— O que foi? – dou um passo pra trás ele dá um pra frente. Um sorriso travesso surge em seu rosto e viro minha cabeça para o outro lado. Encaro um ponto fixo atrás de seus ombros.

— Onde estão Percy e Annabeth?

— Você me acordou para perguntar isso?

— Eu não sei como você conseguiu dormir ouvindo música naquela altura! E tenho certeza que você não estava dormindo. – ele deu de ombros.

— Eles saíram. Não sei para onde. – ele voltou e se sentou na cama. Comecei a encará-lo.

— Juntos?

— Sim. – continuei encarando-o. Prestando atenção em mínimos detalhes, no quarto, na cama, na parede, no teto. Voltei meu olhar para ele.

— Vai continuar me encarando? – bufei. E fui em direção a porta. Abri a mesma e quando coloquei um pé para fora do corredor ouço a voz de Nico.

— Thalia.- me virei. – Quer sair hoje comigo?


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Notas finais do capítulo

Sorvete de Limão: Thalico feelings. Estão sentindo? Se não, releiam e sintam bj bj.
A partir de agora, vão ocorrer altas tretas entre Thalico. Não sei nada de Percabeth porque a Risurn não fala de Percabeth pra mim. Sério. Kkkkkkkkk. É tudo em sigilo 2 bjs.
Tomara que vocês tenham gostado :D
Beijos e cócegas,
Sorvete de Limão.

~Risurn: Estão sentindo? Eu senti. Menina! Eu disse que ela ia ficar Thalico aos poucos e nem notar. Por conta disso eu QUASE me sinto mal por não ter contado nada, de fato. Aiai...
Esperamos que tenham gostado, um grande beijo! ^^
P.S.: Eu amei essa foto.