Forever escrita por GabbyWest, BeckandJade FC


Capítulo 12
Tentando Recomeçar


Notas iniciais do capítulo

Hey guy's
Aí está mais um capitulo novinho pra vocês nos vemos lá embaixo



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Conforme a data em que Jade receberia a alta se aproximava, nós dois sentíamos o peso de não saber se ela teria permissão para deixar o programa e voltar a estudar. Eles tomaram nota dos progressos incríveis que ela havia feito e escreveram no relatório:

“Ela está ansiosa para retornar à ficar com Beck e Voltar a estudar.”

Embora ela tivesse dado largos passos no caminho da recuperação, ainda tinha algumas limitações físicas. Por exemplo, ainda não tinha condições de recuperar sua carteira de motorista. Mesmo assim, no fim, todos aprovaram a sua alta, Jade voltou para casa definitivamente e pôde voltar a H.A.

Embora eu tentasse me preparar para o retorno de Jade, não demorou até eu perceber que nossa vida a dois era um desastre em progresso. Não conseguíamos relaxar quando estávamos perto um do outro. Embora ela sentisse saudades de mim quando estávamos longe um do outro, ela nem sempre aceitava que éramos namorados, e não sabia como viver como um dos membros de um casal.

Alguns dias depois de voltar para casa, eu a encontrei em pé no meio da sala, com um olhar confuso no rosto. Perguntei no que ela estava pensando.

Depois de levar um minuto para formular a frase, ela disse:

— O que eu fazia quando não estava na escola ou com você?

Perguntei o que ela queria dizer com aquilo.

— Você sabe as coisas que eu fazia. Eu ligava pra você? conversava com alguém? ficávamos juntos nos fins de semana? Não sei o que devo fazer. Estou muito confusa. Eu sei que estamos juntos. Sei que gosto de você e sinto saudades quando você não está por aqui.

Ela parou por um momento antes de prosseguir.

— Sei que você é fiel. Você sempre esteve comigo quando precisei de você. Eu sei de tudo isso, eu sei. Mas não sei nada sobre estarmos juntos. Eu gostaria de saber, mas não sei.

Quando Jade não estava comigo em meu RV, ou quando eu estava no Canadá, ela ficava sozinha em casa. Ficava preocupado com aquela situação, porque me lembrava de que ela sempre queria sair do hospital para caminhar pelas ruas. Receava que ela saísse para caminhar e que se perdesse no caminho.

— Prometa que não vai sair de casa e se perder. — Eu disse.

— Eu prometo. — Ela disse, tranquilamente.

Um ou dois dias depois, tivemos uma discussão, e, antes que eu percebesse, ela havia saído pela porta. Eu a encontrei a quase um quilômetro de distância.

— Você me prometeu que não sairia de casa. — Eu disse a ela firmemente quando voltamos para dentro.

— Eu não posso lhe prometer nada! — Ela gritou. Em seguida, correu para o quarto e bateu a porta.

— Jade! — Gritei.

— Vá embora! Eu odeio você! — Ela gritou. Logo depois, eu a ouvi se dissolvendo em um choro convulsivo, carregado de frustração e raiva. Eu me afastei e esperei até que ela se acalmasse.

E foi assim que aconteceu. Nós tínhamos momentos de carinho, companheirismo e reconstrução que eram, repentinamente, interrompidos por variações explosivas de humor, típicas de Jade. Havia momentos em que ela perdia completamente o controle, rapidamente seguidos por períodos de medo e confusão em relação ao seu comportamento.

Embora as coisas estivessem tumultuadas em casa, eu estava aliviado por não ter mais que fazer as viagens semanais para N.J. Permanecer em um mesmo lugar me dava à oportunidade de voltar, definitivamente, às minhas atividades na escola. Eu precisava que em algum aspecto da minha vida eu fosse bem sucedido, como nunca precisei antes.

O lado negativo era que não havia qualquer lugar onde eu pudesse ir para escapar da pressão. Como a minha vida havia se transformado em um desastre, ficava cansado e estressado demais. Jade estava melhorando, do ponto de vista clínico, mas nosso relacionamento estava em ruínas. Como os pais de Jade estavam viajando a trabalho eu estava "morando" junto com Jade. Mas nossas interações ainda eram muito parecidas com a relação que há entre um pai e uma filha ou entre um treinador e um atleta.

Naqueles dias, Jade perdia a calma por motivos insignificantes. Ela esquecia em que lugar da casa havia colocado as coisas. Era raro conseguir passar um dia sem quebrar alguma coisa. Ela se cansava facilmente. Como ainda não podia dirigir, ficava entediada por ter que passar o dia inteiro dentro de casa. Quando estava conversando comigo ou outras pessoas, ela às vezes ria quando pretendia chorar, e frequentemente interrompia outras pessoas enquanto estavam falando para contar uma outra história, longa e sem qualquer relação com o assunto sendo discutido.

Era como se eu estivesse vivendo com duas mulheres que habitavam o mesmo corpo. Uma era como a Cat doce e gentil, fazendo tudo o que podia para reconstruir nossa vida. A outra era como a antiga Jade mal humorada com acessos de fúria, e que não se importava com o fato de que suas palavras me magoavam.

Eu sabia que Jade provavelmente ainda sentia dores físicas, porque eu ainda sentia as minhas, e ela havia sofrido ferimentos muito mais graves do que os meus. Minhas costas ainda me incomodavam, mas os problemas físicos não eram os mais importantes. Eu havia sido diagnosticado com estresse pós-traumático. De acordo com os médicos, aquela era uma das principais razões por trás da minha tensão constante e da impossibilidade de relaxar. Eles me receitaram antidepressivos, analgésicos e comprimidos para dormir potentes para que eu conseguisse suportar os dias, um após o outro.

Como se a vida em casa não estivesse complicada o bastante, também estávamos afogados em contas a pagar, ligações de empresas de cobrança e conversas com o nosso advogado. Desde que as empresas de cobrança começaram a telefonar, poucas semanas após o acidente, várias empresas de planos de saúde e suas agências de cobrança mantinham uma rotina diária de telefonemas e cartas. Descobrimos que o outro motorista não tinha seguro para o caminhão, e, assim, todas as despesas recaíram sobre a nossa seguradora. E eles ainda não estavam cooperando.

Vários meses depois que Jade voltou para casa, quando estávamos na escola André me pediu que fosse conversar com ele. Quando me sentei, ele olhou para mim com uma expressão de compaixão. Ele me disse que eu precisava de aconselhamento psicológico.

— É Jade que está com problemas, não eu. — Insisti.

— Cara Jade tem muitos médicos e terapeutas para acompanhar seu progresso. Ela recebeu a melhor terapia possível. Acima de tudo, Beck, ela tem a você para amá-la e cuidar dela. Mas quem é que está cuidando de você?

— Eu vou ficar bem. As coisas estão melhorando, Jade está progredindo com o tratamento, e eu me sinto bem. De verdade. — Respondi.

André não se convenceu com a minha resposta.

— Cara, eu venho observando a maneira como você lida com a escola. Ninguém questiona seu comprometimento conosco a paixão que você tem pela Atuação. Mas você precisa de ajuda. Precisa de aconselhamento psicológico, e precisa disso agora.

Eu respondi com alguns insultos e palavras duras, tomado pela raiva. Comecei a ficar ressentido, mas, ironicamente, estava recebendo minha própria dose de “amor exigente”.

No fundo, eu sabia que ele tinha razão; eu simplesmente não queria acreditar naquilo. Queria ser forte para todas as pessoas que confiavam e dependiam de mim.

Jade precisava de um namorado em quem pudesse confiar e que estaria ao seu lado para apoiá-la. Eu não queria aceitar que estivesse perdendo terreno em ambas as frentes, a cada minuto que passava. E para completar a situação, a última coisa que eu precisava era aumentar ainda mais as minhas despesas de saúde. Mesmo assim, o assistente social com quem pediram que eu conversasse me garantiu que o plano de saúde da escola cobriria as minhas sessões de aconselhamento.


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Notas finais do capítulo

Então aqui esta mais um capitulo
Ás minha fiéis leitoras e aos leitores fantasmas também espero que tenham gostado :)
não esqueçam de comentar.