Stay escrita por With


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, bem vindo ao mundo de "Stay". Sim, cá estou eu com uma nova fanfic de "House" porque eu amo esse médico e não consigo guardar as ideias, elas simplesmente imploram para sair.Como sempre houve muita pesquisa e espero que vocês compreendam. Apenas avisando, já que o prólogo é bem tranquilo.Agradeço novamente a Sweet Rai por ter feito essa cap linda para mim! A todos: Boa leitura!



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Stay

Prólogo

A imunologista acompanhava a luta de MMA pela pequena televisão na sala particular do infectologista Gregory House, conhecido também como seu chefe. Fazia alguns meses que trabalhava para o médico ranzinza, integrando ao grupo logo após a saída de Allison Cameron. Ela não se incomodava com fatos e motivos, afinal dar atenção ao passado não era de seu feitio.

— Vai, acerte ele! — Barbara Shaw gritava enfurecida, gesticulando e imitando os golpes. — Vamos lá, um soco no nariz não é nada!

Apesar de sua face apresentar resquícios de doçura, sua personalidade não condizia em nada. Com um humor tão ácido quanto de seu chefe, Bárbara Shaw poderia ser considerada uma versão feminina de House. E ela prezava sua profissão. Custara-lhe muito alcançar aquele topo e recusava-se a despencar. Aos vinte e cindo anos sua carreira havia finalmente alcançado o prestígio que sonhara.

— O que são alguns hematomas? — Ela ralhou com o lutador, como se ele pudesse ouvi-la. — E daí que dói? Você treinou para isso, não foi? Não me faça perder duzentos dólares!

— Acho que a vitória será minha. — Gregory House adentrou a sala bem a tempo de vê-la mostrar um sinal obsceno para a televisão. — E vou explicar por que: Esse franguinho que você tanto preza não tem chance alguma contra o El Tanque. Até um bebê não apostaria nele.

— Cale a boca, Greg. — Bárbara bufou irritada. E sim, a intimidade entre os dois permitia que ela a chamasse pelo apelido. — Ou terei que dar um jeito em você, e não será no sentido malicioso.

— Ah, por que acabar com minhas fantasias? — House se fez de rogado, atravessando a outra parte da sala. — Onde está o resto do clubinho?

— Hm... No meu bolso não estão, que eu saiba. — Bárbara respondeu malcriada, contendo um riso de escárnio pela cara que o médico fizera.

— Você costumava ser mais boazinha quando era uma residente. — House teve o prazer de lembrá-la daquela época, afinal fora ele quem assinara as horas de estágio dela.

— Se não sabe brincar nem aperta o play. — Ela suspirou irritada, percebendo que seu lutador havia perdido e agora devia duzentos dólares a House. Desligou a televisão e caminhou até ele, oferecendo-lhe o dinheiro. — Teve sorte.

House riu abertamente, tratando o prêmio recebido com exímio de provocação. Porém, Bárbara apenas revirou os olhos e sorriu. Ela era uma boa perdedora.

— Sorte não existe. Temos algum caso?

— Por que usou o plural? Você está sem mim hoje, Cuddy me colocou na Clínica. — Apesar de ser chato não participar daquele dia com sua equipe, Bárbara gostava de servir a Clínica. — Já que está com dinheiro, me paga o almoço.

— Quem disse que você é a chefe?

Ela apenas largou sua risada no ar enquanto cingia o quadril e abandonava-o sozinho na sala. Ter seu estágio assinado por House e supervisionado pela equipe dele abriu-lhe muitas portas e não foi surpresa quando ele lhe ligou naquela madrugada, pedindo para que comparecesse ao Hospital Princeton-Plainsboro na mesma hora. Como morava relativamente perto, Bárbara deu atenção ao pedido e desde então ela vinha fazendo parte da equipe de House. Saber ou não os motivos de House para contratá-la era de mínima importância, era irrelevante.

E Bárbara gostava da relação que se estabeleceu entre eles. Desde o começo House nunca foi uma pessoa fácil de lidar, porém ela descobriu uma forma de fazê-lo confiar nela. O súbito entrosamento entre eles causou suspeitas na maioria dos empregados, principalmente em Lisa Cuddy e James Wilson. Muitos comentavam que eles estavam realmente juntos, como um casal, outros especulavam se os dois faziam aquilo para impressionar.

Em todo caso, foram o centro dos assuntos durante alguns meses, logo depois veio a tona que o fato de se darem bem se tratava de Bárbara ser uma versão feminina de Gregory House. Ácida e muitas das vezes rude, ambos formavam a dupla temida do hospital. O que não queria dizer muita coisa, já que ela se comovia com diversas situações dos pacientes.

House ainda se recordava do dia em que a pegara chorando no banheiro por ter perdido um paciente.

“Se não consegue lidar com a morte de um paciente e se martiriza por isso, deveria mudar de profissão.”

Foi o que ele dissera e ao invés de Bárbara retrucá-lo sentimentalmente, ela apenas enxugou as lágrimas e agradeceu pelas palavras. No dia seguinte ela agia como se nada de ruim houvesse acontecido. Nesse momento ele pensou que tinha encontrado alguém que não fosse desinteressante, alguém que não se queimaria em sua acidez, que desafiasse suas ordens e não temia ir contra se achasse que ele estava errado. Entretanto, preocupava-lhe até quando Bárbara seria essa mulher incrível.

— Como existem mães chatas! Ela queria saber até o formato da bactéria. — Ela reclamou enquanto almoçava no refeitório do hospital, gesticulando irritada. — O nariz do pirralho estava parecendo o Monstro do Lago Nes, era só ela imaginar.

— Não desconte em mim, a puxa saco da Cuddy aqui é você. — House rebateu, roubando a batata frita do prato da médica e consequentemente recebeu um belo e dolorido tapa na mão. — Já cumpriu suas horas de Clínica?

— Por quê? — Ela sorriu irônica. — Saudades?

— Sabe como é, preciso da minha dose diária da sua chatice. — Ele deu de ombros, ouvindo-a rir.

— Já que está tão romântico, preciso de uma carona. Meu carro foi para o conserto e não estou com ânimo para esperar ônibus.

— Agora eu tenho cara de instituição de caridade? — House levantou-se, não fazendo a mínina questão de respondê-la, afinal ela já o conhecia. — Te pego as oito no estacionamento.

— Às nove! — Bárbara gritou antes que a figura dele sumisse de sua vista.

Fazia exatamente meia hora que House aguardava por Bárbara. Teve ímpetos de ir atrás dela e dizer que não abusasse de sua bondade, contudo a silhueta feminina o fez diminuir os passos. O semblante dela tinha expressões carregadas, os olhos caídos e vermelhos, além do cabelo preso em um coque mal feito. Ela não lhe disse nada ao se aproximar, apenas tomou o capacete das mãos dele e subiu na moto, mostrando que por enquanto ela não falaria nada.

Ao invés de levá-la para casa, House estacionou em frente a um bar por perto, arrastando-a para o estabelecimento. O número de pessoas ali era considerável comparado com o horário que para muitos avançara, todavia não para os médicos. Sentaram-se numa mesa ao fundo.

— Foi um bebê e por minha causa. — Ela começou devagar, despejando as palavras sem ordem alguma. — Dei a dosagem errada e causei uma convulsão. O coração parou, a garganta se fechou e a sonda não queria passar. Mal tive coragem de olhar para os pais e pedir desculpas. Tudo bem que estou parecendo patética para você, mas sem piadas. Estou um lixo!

— Nem tanto assim, ainda dá um caldo. — Ele comentou divertido, fazendo um pequeno sorriso contornar os lábios dela.

— Você não presta o chão que pisa, mas surpreendentemente eu gosto disso. — Bárbara virou o líquido amargo de uma vez, sacudindo o corpo em espasmos. — Isso é bom, quero mais um!

— Ei, não é você que está pagando. — House fez um gesto ao barman para que encerrasse o pedido. — Esse é o terceiro copo, acho que por hoje chega.

— Estou deprimida, me deixe afogar as mágoas na bebida ou dê um jeito em mim.

E estranhamente House acabou aceitando a segunda opção. Foi incapaz de se soltar das mãos que o puxavam para perto necessitadas, os corpos unidos em carícias quentes e sensuais, além dos gemidos que impregnavam as paredes com um eco delicioso. House jamais pensou em ir para cama com Bárbara, mas a ideia se converteu ao vê-la se revelando para ele. Bonita e contagiante conseguiu domá-lo rapidamente e agora não havia mais forma de voltar a trás, até porque nenhum dos dois fazia questão. Encontravam-se envolvidos demais para refrear os instintos e quando acordou na manhã seguinte, ao som da chamada no celular, House percebeu que o momento intenso que compartilharam havia sido mais do que real. Fugindo, ele arrumou-se e voltou para casa, na mente todas as expressões de puro prazer de Bárbara Shaw.

— Nunca mais contrato estagiárias. — Ele virou comprimidos de Vicodin na boca, engolindo-os a seco.

— Disse alguma coisa? — Chase perguntou, não entendendo a súbita reclamação de House.

O silêncio pesou constante após a chegada de Bárbara, no rosto ela carregava uma expressão preocupada e constrangida e tudo piorou quando se encontrou com House: Ele tentando sair da sala e ela conquistando passagem para entrar.

— Fique parado. — Ela o segurou no lugar, passando sem dificuldade. A todo o momento os olhos castanhos fixos nos próprios pés.

A situação estava se tornando ridícula! Ambos adultos e responsáveis evitando-se como adolescentes virgens, o cúmulo da infantilidade. Ao trocarem informações sobre os pacientes, Bárbara sempre resumia o máximo possível, a presença de House passou a intoxicá-la de uma maneira agradável e ela não queria dar ouvidos às sensações que a assolavam quando recebia os olhos azuis sobre ela. Sabiam que mais cedo ou mais tarde teriam que conversar sobre o que acontecera aquela noite, afinal os outros dois médicos da equipe começaram a suspeitar do comportamento estranho que abraçavam ambos.

O clima na sala já não era o mesmo há um mês. E foi quando aquela noite completou dois meses que Bárbara Shaw, imunologista de vinte e cinco anos, não apareceu na manhã seguinte para trabalhar. Aliás, nem nas outras semanas nos próximos cinco anos.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, espero que tenham gostado. Qualquer dúvida, crítica construtiva, sugestões fiquem a vontade. Tudo será bem vindo.Agradeço mais uma vez pela leitura e nos vemos no próximo!Beijos!



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