After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 6
The First Weeping




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Ironicamente, aquela noite foi a que dormi melhor nos últimos cinco meses. Estava tendo bons sonhos quando fui acordado por um Geremy insistente.

Acorda! - Ele me balança pelos ombros. - Não está ouvindo?

Me apoio sobre os cotovelos e apuro os ouvidos, realmente estou ouvindo alguma coisa. Um som distante mas que se aproxima pouco à pouco até conseguirmos identifica-lo. Uma sirene! Olho para Geremy com os olhos arregalados.

O que está acontecendo? - Pergunta Lysa parada diante da porta do quarto esfregando os olhos.

Ainda não sabemos. - Responde Geremy. Vamos pra fora.

Saio da cama em um salto e juntos descemos para o andar de baixo. Geremy destranca a porta e ao abri-la, inunda a casa com o ar frio da manha. Ambos estamos sem camisa e Lucy está usando um pequeno short e uma camiseta grande demais para ela. Abraço-a no intuito de aquece-la e saímos para a rua.

Todas as pessoas do nosso quarteirão saíram de suas casas para saber qual é a fonte da sirene que não cessa. Mas na realidade, todos sabemos do que se trata, apenas estamos se negando a acreditar. Uma ventania repentina nos atinge em cheio. Os cabelos longos e loiros de Lucy esvoaçam como uma cortina em chamas. Foi quando um aerodeslizador se materializou sobre nossas cabeças. Senti Lucy se encolhendo ao meu lado e a puxei par perto, então, uma voz feminina anuncia:

Senhoras e senhores. Favor comparecer à praça central do distrito às duas da tarde para darmos início a Colheita dos tributos. O não comparecimento é punível severamente. E as ausências poderão ser justificadas no caso de enfermidade. - Quanto parece ter terminado, a voz fala novamente. - Bons Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre ao seu favor. - Com outro tufão de vento, o aerodeslizador desaparece no céu enevoado da manhã.

Lanço um olhar para Geremy e meu nervosismo aumenta quando vejo o espanto estampado em seus olhos.

Vai acontecer. - Digo com a voz falhando. "Não posso chorar agora", penso. - Eu avisei.

Com isso, Geremy parte para sima de mim. Me encolho defensivamente esperando o pior. Foi quando senti pares de braços envolta do meu corpo. Geremy estava me abraçando. Suas lágrimas escorreram pela pele nua do meu ombro.

Me desculpa. – Ele fala em meu ouvido. - Eu só tava tentando ser forte o bastante par vocês dois, mas isso é de mais.

– Geremy. - Seguro-o pelos ombros o forçando a ficar cara à cara comigo. - Juntos! Lembra? Não importa a situação, temos que ficar juntos. - Ele fica em silêncio apenas me encarando. Até que assente com a cabeça e um sorriso formado nos lábios.

– Geremy? - Escutamos a vozinha suave e delicada de Lucy. Vejo que ela está prestes à chorar também pelas lágrimas lhe encharcando os olhos. Geremy tenta acalmá-la e com um sorriso. Pega-a pela mão.

Vamos. Vou fazer um café pra nós. - E ambos entram na casa.

Fico aqui fora por um momento sentindo o frio da manhã se infiltrando em minhas costelas. Observo as feições de pânico e desesperança da nossa vizinhança. Todos achamos que nada disso passava de um trote para que lembrássemos do poder da capital. Achávamos que era apenas um susto. Mas aqui estão eles, vindos de longe para levar à uma chacina de crianças um garoto e uma garota do nosso distrito.

A manhã passou incrivelmente rápido, e depois do nosso pobre almoço feito com as tésseras que retiramos, nos encaminhamos para a praça. Depois do anúncio sobre as tésseras, tivemos várias discussões sobre o que fazer, pois iríamos necessitar delas para sobreviver. Então para diminuir os riscos, cada um de nós tirou apenas uma téssera. No começo não queríamos deixar com que Lucy tirasse alguma, mesmo que tivéssemos mais chances de ir para a arena, o fato de Lucy ter duas vezes seu nome inscrito na colheita era assustador. Mas ela nos pediu tanto para ajudar em alguma coisa que consentimos. E também não tínhamos certeza de que a colheita iria realmente acontecer. Mas enfim, cá estamos.

Chegamos à praça e fico boquiaberto com as modificações feitas no local. Vários telões estão sobre a parede do edifício da justiça e na frente da entrada, um palco foi temporariamente construído. Enquanto o povo do distrito ia chegando, uma mulher horrenda da capital ia dando informações no palco. A pele dela era completamente branca e os cabelos exageradamente negros lhe corriam sintura à baixo.

Por favor, os jovens elegíveis devem estar no centro da área restrita. Mais velhos na frente, menores atrás. Quanto aos familiares, é proibido a ultrapassagem da faixa.

– Ok! – Começa Geremy. - Vamos ter que nos separar agora. Tudo bem, Lucy? - Ela assente com a cabeça e caminha a passos rápidos para onde estão sendo posicionadas as crianças de 12 anos. - Boa sorte, irmão. - Ele diz levando uma mão ao meu ombro.

Pra você também.

Ele me dá as costas e segue até o pé do palco onde estão sendo posicionados os mais velhos. Os jovens de 16 anos estão um pouco mais atrás e me esgueiro até um lugar.

O tempo vai passando e meu nervosismo começa a tomar conta. Já roí minhas unhas até a carne e meus pés estão inquietos. Dou um último puxão na unha do meu dedo indicador e minha boca é preenchida com gosto de sangue. A praça está ficando mais cheia e consequentemente, mais sufocante.

Bem vindos! Sejam todos bem vindos à Primeira Colheita da Primeira edição dos Jogos Vorazes. Meu nome é Philippa Howtorn e serei a representante do distrito nove daqui em diante. - Ela abre um sorriso bizarro com dentes extremamente brilhantes. - Nunca se esqueçam! Bons Jogos Vorazes! E que a sorte esteja sempre ao seu favor. - A tonicidade que ela usa ao dizer "Primeira", seixa bem claro que haverá muitas outras. Ela passa a palavra para o Prefeito Gerard Scuiziany que começa a falar sobre os recentes atos de revolução. Falou como os rebeldes caíram diante da altíssima capital. E até mesmo do dia em que foi assinado o tratado da traição e emfim, a criação dos Jogos Vorazes. Enquanto o prefeito falava, várias imagens da guerra iam passando em dois imensos telões, mostrando pessoas mutiladas e áreas quase completamente varridas por bombas. Aquilo nos fazia pensar em como éramos realmente inferiores à capital. Precisamos de treze distritos para derrotar um, e assim que o primeiro de nós caiu, a guerra foi perdida. O prefeito encerra o discurso e passa a palavra para a mulher da capital.

Como o cortês costume de sempre. Primeiramente irei selecionar um nome feminino. - Ela caminha a passos rápidos e curtos até uma enorme esfera de vidro contendo inúmeros nomes escritos. Encaro a bola pensando o quão pequena é a chance de Lucy ser sorteada. Dois papeizinhos entre centenas. Philippa retira da esfera do vidro uma pequena tira e desdobra com os dedos ossudos e pálidos.

Charlizi Greenwood.


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