After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 2
Abandon all Hope




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Fazia calor. As costas da minha camiseta estão encharcadas e ainda não tive tempo para pensar no quanto estou imundo. No acampamento dos rebeldes instalado nas redondezas da capital, tínhamos apenas um lago raso para eliminar a sujeira do corpo, mas não o faço à mais ou menos onze horas desde que fomos descobertos e obrigados a nos retirar às pressas, então, admitindo, estou fedendo e muito. Mas logo que somos retirados do trem, vejo que não terei problemas com isso, pois fora o fato de que todos os outros rebeldes também estão na mesma situação, as ruínas que nos encontramos estão repleta de corpos queimados e putrificados espalhados em montes pelos becos entre as casas queimadas com paredes derrubadas. O cheiro é insuportável e tenho que pressionar a mão com força contra a boca para evitar que meu café da manhã volte.

Pelo trajeto que a multidão está seguindo, vejo que estão nos levando para a praça central, ou o que restou dela. Agarro com força a parte de trás da camiseta de Geremy que está segurando uma aflita Lucy ente os braços. As pessoas estão se aglomerando cada vez mais e temo me perder da única família que me resta, o empurra-empurra está se tornando insuportável e sufocante. Deve estar fazendo trinta e cinco graus com uma sensação térmica de cinquenta. O cheiro de suor agora está misturado ao de corpos queimados em decomposição e de minutos em minutos vejo de soslaio uma pessoa parando para vomitar, outras desmaiando. Minha cabeça dói e tudo está girando. Por um momento de pânico penso que vou desmaiar também.

Geremy! - Digo aflito dando um puxão na camiseta. Só tenho tempo de me curvar sobre a barriga e assistir todo o meu pobre café da manhã servido no trem sendo expurgado de mim. Caio de joelhos e vejo Geremy tentando voltar sem sucesso. A multidão está levando ele para longe de mim. Minha única família está sendo levada para longe. Entro em pânico porém minhas pernas se recusam a se mover. Tudo parece estar girando mais rápido e minhas vistas escurecem. "Vou morrer aqui" penso. E então meu pai toma conta dos meus pensamentos. Tento imaginar se ele sentiu alguma dor quando foi atingido pelos aerodeslizadores da capital e jogado montanha à baixo. Será que a sensação era tão ruim como a que estou sentindo agora?

Alguém me pega pelos braços me tirando do devaneio.

Vamos lá garoto. Seja forte como o seu pai. - Uma voz desconhecida. Tento olhar para cima porém o leve movimento fez com que eu rangesse os dentes. O homem me coloca de pé e me segura por trás me guiando para a frente. Nunca estive tão grato. E tem mais, ele conhece o meu pai.

De onde... - Quero saber de onde ele conhece meu velho porém minha voz falha. - De onde... - Tento novamente sem sucesso.

Guarde as forças, garoto. - Ele intervém. - Ajudei o seu pai na escalada. Vi ele morrer chamando a atenção daquele aerodeslizador para si para evitar que seus companheiros morressem com ele.

Isso é verdade. Depois que a notícia chegou no acampamento, as pessoas falavam do ato de heroísmo do meu pai. No modo que morreu para que seu esquadrão vivesse.

Na guerra até mesmo a natureza estava do lado da capital. A cidade era rodeada por montanhas dificultando sua invasão. Meu pai era o líder do esquadrão responsável por este ato. Porém foram descobertos durante a escalada e foi aí que tudo deu terrivelmente errado. Dois aerodeslizadores surgiram à cima deles com submetralhadoras derrubando os homens da montanha. Meu pai tendo total percepção do perigo em que seu esquadrão e encontrava, derrubou um dos aerodeslizadores com um lança granadas, chamando toda a atenção do segundo para ele. Meu velho foi perfurado por mais ou menos vinte tiros antes de mergulhar para o abismo, dando tempo suficiente para que seu esquadrão derrubasse o segundo aerodeslizador. Sem capitão e com muitos homens caídos, os rebeldes restantes recuaram desorientados.

Seguimos a multidão em silêncio enquanto tento desesperadamente encontrar Geremy e Lysa com o olhar. Mas é uma quantidade de gente absurdamente grande me tirando qualquer esperança de encontrá-los. Olhando de um lado para o outro, vou me situando. Sei onde estamos, apenas um lugar poderia ter ficado em completa ruína. Distrito treze.

À exatamente um dia antes da missão de escalada. O acampamento recebeu a notícia de que o distrito treze foi completamente obliterado, levando às pessoas a crerem que tudo estava acabado e que existia um informante entre nós. O distrito um e dois foram os primeiros a abandonarem a barca, deixando um abalo muito grande entre todo o acampamento. Mas meu pai persistiu na causa e continuou, mas depois de sua morte a informação de que havia um espião entre nós foi confirmada. Jamais me bateu o pensamento que sua morte foi em vão. Apenas não consigo acreditar nisso. Porém se fosse ao contrário, estaríamos são e salvos com a cabeça do presidente Samwell Snow em uma estaca.

Finalmente chegamos à praça em ruínas. Não posso acreditar no tamanho do local. No distrito nove temos espaço suficiente apenas para acomodar a metade da metade das pessoas que temos aqui hoje. Um palco foi improvisado na frente de um Edifício da Justiça que ainda está fumegando devido aos incêndios recentes. Nele se encontra várias pessoas da capital, com suas vestes coloridas e escandalosamente chamativas. Pude reconhecer o presidente Samwell Snow de longe com seu cabelo totalmente branco assim como o terno. Ao lado, o seu parente, Coriolanus Snow, nosso próximo governante, com as mesmas feições. Olhos de cobra e feição ameaçadora.

Meu pai me contava histórias de como as coisas eram antes da queda da chamada América do Norte. De como as pessoas tinham o direito de escolher por meio de votos populares seus próximos governantes. Gostaria que esses tempos de burocracia jamais tivessem acabado, pois depois da queda da América, a cadeira presidencial passou a ser algo monárquico que passava entre as gerações.

Nos aproximamos do palco achando um lugar em que as pessoas não estejam coladas uma nas outras. Me afasto do homem entranho sentindo as costas da minha camisa desgrudando-se de seu abdômen onde nossos suores se misturaram. Olho para o seu rosto e tento reconhece-lo. Um homem alto e jovem aparentando ter uns vinte e cinco anos, olhos escuros e pele clara, os cabelos negros arrepiavam-se na frente em um topete. A barba escura bem aparada rente a pele, porém claramente feita com um canivete ou facão. O rosto estava suado e sujo de fuligem assim como o meu.

Obrigado! - Digo ainda olhando-o nos olhos.

Não me agradeça. Devo minha vida ao seu pai!

– Então, se deve tanto assim à nós, poderia me ajudar a encontrar meus irmãos.

– Não agora, garoto. É impossível de achá-los aqui, mas prometo que vou te ajudar.

O som do microfone abafa o barulho da multidão até que todos ficaram em um silêncio mórbido.

Queridos cidadãos de Panem! É uma verdadeira honra recebe-los aqui. No coração da sua rebelião, e no ponto vital da nossa vitória. Nosso querido distrito treze já não faz mais parte dessa nação e trouxemos vocês aqui para que saibam do que a capital é capaz para o prol deste país. - O presidente faz uma pausa enquanto uma mulher da capital coloca na mesa em sua frente um recipiente contento uma cera vermelha derretida com um carimbo entalado com o inconfundível símbolo da capital. - Como punição sobre a rebeldia de treze distritos contra a capital que os vigiava e os alimentava, será assinado o Tratado da Traição.

– Isso não pode ser bom. - O homem estranho diz com a voz trêmula. Meu coração está palpitando. Olho para ele e assinto com a cabeça até que o presidente continua.

O tratado de baseia na seguinte obrigação para todos os distritos: Uma vez por ano, cada distrito deverá fornecer um garoto e uma garota entre as idade de doze e dezoito anos, para lutarem até a morte em uma arena aberta até que apenas reste um competidor. - Ele faz uma pausa. - Senhoras e senhores! Conheçam os Jogos Vorazes!


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