I Love My Best Friend escrita por Leh


Capítulo 2
Capitulo 1: Rhyea


Notas iniciais do capítulo

Cada capitulo será escrito na visão de um determinado personagem, mas isso dependerá da situação.



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Capitulo 1

Rhyea

Acordei em um quarto estranho, aquele lugar não era meu quarto, nem um quarto de hotel. Naquela noite acabei tendo um sonho estranho, aterrorizante e ao mesmo tempo perturbador. Meu pai sendo morto na minha frente, por pessoas que jamais tinha visto em minha insignificante vida. Forcei meus olhos mais um pouco e acabei identificando o lugar como um quarto de hospital, mas como eu havia parado ali? Observei mais o ambiente e percebi que no canto direito do quarto, sentada em um sofá estava uma mulher, ela estava com os olhos fechados, indicando que provavelmente ela estaria dormindo, ou talvez apenas pensando com os olhos fechados.

A mulher tinha belos cabelos cacheados e loiros, tinha um rosto sereno e calmo, mas ao mesmo tempo ela transferia um ar de segurança, como quando precisasse ela pularia na frente de um carro para te salvar. No fundo eu tinha a impressão que já conhecia aquela mulher, na minha infância em uma lembrança muito distante.

Tentei me levantar, lutando contra uma dor de cabeça terrível, provavelmente eu tinha batido a cabeça. Ela abriu os olhos, levantou-se assustada e veio ao meu encontro.

– Pequena se acalme, vai ficar tudo bem. Você vai ficar bem.

Oque ela estava querendo dizer com VOCÊ vai ficar bem, onde estava meu pai?

– Onde está meu pai?

Ela não falou, apenas baixou a cabeça tentando reprimir as lagrimas que começavam a escorrer por seu rosto, aquilo me fez perceber que o que aconteceu não foi um sonho, realmente tinha acontecido, meu pai estava morto, uma onda de desespero me tomou, era uma dor insuportável, não daquelas que você toma um remédio e logo passa era uma dor que não podia ser curada, foi aqui que comecei realmente a entender o sentido da morte, da perda. A única coisa que eu realmente não entenderia nem perdoaria era as pessoas que fizeram isso.

Chorei, porque chorar era a única coisa a se fazer naquele momento, meu pai não estaria mais ali, a minha única família. Agora eu estava sozinha. Lentamente entre lagrimas e soluços fui caindo no sono, a ultima imagem que veio em minha mente foi a de meu pai.

Acordei tentando ainda absorver tudo o que tinha acontecido a algumas horas atrás, tentando entender o real motivo por traz daquilo.

Tentei levantar da cama, e fui impedida pela mesma mulher. Ela ainda estava ali. Por que?

– Calma não se levante tão rápido, você bateu a cabeça e ainda deve estar um pouco tonta. – Sua voz era como uma melodia, que me trazia uma parte esquecida de minha infância. Como aquilo poderia ser tão familiar.

– Eu quero um pouco de agua.

– Eu vou buscar fique aqui.

Ela se virou e quando foi sair, dois homens apareceram na porta, eles eram altos tinham os cabelos escuros apesar do cabelo de um ser mais escuro do que o do outro. Os dois tinham olhos azuis e eram azuis que se destacavam de longe. A mulher se surpreendeu ao ver os dois ali, mas sem pensar duas vezes ela correu para abraça-los. Ela abraçou calorosamente um dos homens, pela atitude da mulher e dele tinha algo a mais que uma simples amizade entre eles. Enquanto os dois se abraçavam e diziam algo no ouvido um do outro, o outro homem observava a cena com uma expessão como se estivesse feliz por aquele casal estarem se encontrando creio eu que já havia muito tempo em que não se viam.

– Stella. Stell. Stell. Quanto tempo. – Dizia o homem.

– Pareceu uma eternidade, Mac. – Mac e Stella se olhavam como se nada mais importasse naquele instante. Era somente os dois em seu mundo particular, em uma bolha que envolvia os dois, que mantinha a profunda ligação entre eles e que sustentava o olhar um do outro.

O outro homem tentou passar despercebido, creio eu que assim como eu não queria que aquela cena acabasse, pois ali estava a mais pura forma de amor. Não era preciso dizer nada, todos que passavam percebiam e sorriam talvez pensando o quão sortudos eram Mac e Stella.

Stella sorriu novamente e saiu de seu transe, e percebeu que mais alguém estava no quarto e o abraçou, como um irmão, ele a protegia com o abraço como um irmão quer proteger sua irmã do resto do mundo.

– Don, como é bom ver vocês. Depois de tanto tempo. Mesmo assim como senti falta da minha família. – E ela sorriu novamente mas seu sorriso foi tomado por uma onda de tristeza. Ela olhou em minha direção, era um olhar de proteção, de compaixão.

– É ela? – Perguntou Mac. – É a pequena, nossa pequena?

Quando ele falou isso me lembrei, a impressão de que os conhecia não era apenas impressão, em um passado também feliz, só que era aqui em Nova York. Meus padrinhos, minha família, me lembrei como erámos felizes, lembrei deles de seus rostos, de seus sorrisos e da forma como cuidavam de mim juntamente com meu pai.

Eles se aproximaram de mim, Mac de mãos dadas com Stella. Eles faziam aquilo tão naturalmente, como se já fossem casados e aquilo simplesmente fazia parte da vida de casados. Don veio um pouco mais atrás, como se não quisesse interferir no momento. Stella foi a primeira a falar.

– Rhyea! Querida, você sabe quem somos? – Acenei com a cabeça indicando que sim, eles eram minha família, ou parte dela. – Como você cresceu minha pequena.

– A divisão perfeita entre Peter e Mary. Como você me lembra os dois. – Ele falou em um tom triste a ultima frase, ele também estava sofrendo assim como eu a morte de meu pai. – Não se preocupe somos a sua família também vamos te proteger e cuidar de você. Esqueci esse é Don Flack, eles é uma das pessoas que virão falar com você, eles passaram um bom tempo aqui, faz parte da investigação.

– Investigação?

– É, nós vamos encontrar quem fez isso com seu pai, eu juro. Nada mais vai ameaçar sua segurança, pequena.

Eu estava me controlando, eu precisava ser concentrada e forte naquele momento, papai sempre me preparou para quando essa hora chegasse, ele dizia que apesar da dor eu precisava seguir e fazer o que devia ser feito, e uma dessas coisas era ser feliz e fazer as pessoas ao meu redor, que me queriam bem felizes também. E isso incluía que até, faze-los enxergar a verdade sobre o amor da vida deles. Bom, essa ultima parte eu nunca entendi, mas ele sempre dizia que na hora certa eu saberia o que fazer e eu teria todos os meios para executa-lo.

Mac e Stella acompanhados de Don caminharam até a porta do quarto.

– Você sabe o que aconteceu realmente? – Mac perguntava em tom baixo.

– Não, parei para ajudar, quando ouvi os gritos eu estava indo para o hotel, vi um carro preto, um Celta, acelerando do beco, parei e me deparei com Rhyea chorando sobre o corpo do pai, ela estava desesperada, eu ainda acho que ela está em choque, perder o pai dessa forma. A menina já perdeu a mãe de uma forma trágica e agora o pai foi morto em sua frente. – Stella parou pensou, provavelmente lidando com uma lembrança dolorosa. – Eu queria ver Peter e Rhyea, mas não dessa forma, Mac.

Mac a abraçou novamente.

– Temos que ser fortes por ela, somos sua única família. – Ele beijou o alto da cabeça de Stella, aquela cena era como seu eu estivesse em uma família tipicamente americana. - O que acontecerá com ela agora?

– O medico falou que durante a investigação ela poderá ficar sob os meus cuidados, e após a conclusão da investigação será feita a leitura do testamento. O advogado de Peter já foi comunicado e ele está vinda para Nova York , mas ele disse que no testamento está todo o futuro dela e se caso algo como o que está acontecendo, acontecesse no testamento está explicito os guardiões dela.

– Tudo vai se resolver. – Don se pronunciou agora, e sorriu em minha direção, eu acho que vou me dar bem com ele , seu sorriso era como de um irmão, bom pelo menos eu acho já que eu nunca tive um irmão. Mas Don era acolhedor, gentil e carinhoso como um irmão protetor poderia ser.

– Devemos aguardar, a equipe já está analisando a cena do crime. Don volte para a cena e ajude-os qualquer coisa me liguem essa noite eu ficarei aqui no hospital com Stella, para cuidar da pequena.

Don se retirou, e voltou nem sequer contestou talvez porque soubesse que o memento dos dois seria importante depois de anos passados.

– Mac não precisa eu fico, é o seu trabalho e a equipe precisa de você.

– Nada de contestar, ela também é minha afiliada, e caso ela for liberada eu vou levar vocês para o meu apartamento.

– Mac claro que não, leve então só a Rhyea, eu não vou ficar no seu apartamento, você está noite, além de tudo.

– Você vai Stella e eu preciso da sua ajuda para cuidar dela. Ela é como se fosse uma filha para nós, então vamos dar um pouco de conforto familiar para ela, vivermos como uma família por um tempo não nos fará mal.

Stella desistiu sabendo que meu padrinho não cederia, eles sorriram e se encararam. Aquela seria um longo dia e uma longa noite, pois eu sabia que eles dariam o conforto que eu preciso mas eles também buscavam conforto um nos braços do outro, no olhar do outro, na voz do outro. A ultima coisa que me lembro foi da enfermeira entrando no quarto pedindo licença e injetando sedativo em minhas veias, para que eu conseguisse dormir tranquilamente, e enfim visitasse meu pai em meus sonhos.


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