I Love My Best Friend escrita por Leh


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Nessa parte eu busquei trazer os novos personagens a historia, para que eles se encaixem com os resto então os demais personagens começaram aparecer a partir do 1º capitulo.



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Era tudo aterrorizante as Torres caindo, meu pai comigo no colo, desesperado, gritando o nome da mamãe. Eu só conseguia chorar. Mamãe, tia Claire. Pessoas com quem eu me importava se foram, meu padrinho estava desesperado também a tia Claire se foi, sua amada esposa.

A madrinha também estava muito triste, mas parecia que ela sabia que naquele momento tinha que ser forte, e ajudar as pessoas que ela amava seus melhores amigos: papai e meu padrinho. Eu poderia ter apenas 4 anos mas na minha mente eu entendia que pessoas amadas e queridas se foram naquela manhã.

De repente meu sonho mudou, eu já não estava no dia 11 de setembro, eu estava em um apartamento, eu estava feliz assim como meu pai e meus padrinhos, eles sorriam enquanto cuidavam de mim, da casa. Estávamos todos felizes, a cena era como se fosse real, o apartamento era grande bem decorado com um toque feminino, acredito que minha madrinha tenha dado palpites sobre a decoração. Mesmo sendo em Nova York, o ambiente tinha alguns elementos indígenas e outros com um toque do Brasil, essa parte, creio que tenha sido papai que escolheu, já que ele e mamãe são brasileiros. Mas a cima de tudo tinha uma característica que eu e papai sempre levamos aonde quer que vamos, os inúmeros livros espalhados pelo lugar. Era um ambiente feliz e alegre. Mesmo eu sabendo que era um sonho eu queria ficar ali olhando a cena.

Acordei com o barulho do despertador, olhei envolta identificando o ambiente, ainda era o meu quarto. “Foi só um sonho. Foi só um sonho”, repeti varias vezes tentando me convencer de que aquilo jamais aconteceu ou que um dia aconteceu, gostaria que aqui fosse real e que jamais acabasse, mas quem eu vou enganar, quando eu me levantar e for até a cozinha não vou encontrar minha mãe. Apesar de ter sido há 12 anos e na época eu tinha 4 anos, ainda me lembro dos gritos e do desespero dos familiares ao meu redor no 11 de setembro, e de como tentamos tocar a vida, a nossa felicidade ou tentando sermos felizes novamente.

Levantei da cama, pelo menos eu estava em casa, provavelmente papai estaria na cozinha preparando nosso café e cantarolando a musica que compôs para mim quando nasci. Minha musica favorita, não só pela linda melodia que ela trazia, mas também porque ela representa o amor e carinho de meu pai por mim.

Papai é uma das poucas pessoas em que só por você estar na presença dele, você se sente seguro e protegido. Seu sorriso me conforta nas horas mais difíceis. Sei que os últimos anos foram difíceis, mas ele fez de tudo para me proteger e me criar sozinho após a morte de minha mãe. Até voltamos para o Brasil, estávamos bem de certo modo papai trabalhava na perícia criminal de São José do Rio Preto, eu pela manhã estudava e a tarde fazia estágio no laboratório da perícia. As pessoas podem dizer que fui influenciada pelo meu pai mas não foi algo que eu escolhi e ninguém tirará de mim esse sonho, porque se você perder um sonho continuará a viver, mas deixará de existir.

Me arrumei e fui até a cozinha, papai estava terminando de preparar o café mas essa manhã ele não estava cantando minha musica, mas mesmo assim me pronunciei primeiro.

– Bom dia, papai. – Falei

–Bom dia meu anjo. – Ele falou e deu um meio sorriso - Vamos chegar atrasados, se não se apressar.

– Já estou indo. – Eu disse ainda com sono.

Foi quando ele saiu da cozinha e foi até a sala e se sentou em sua poltrona. Eu continuei ali lutando contra o sono e a fome ao mesmo tempo acho que vai dar empate. Quando recebo uma almofada em meu rosto. Acabei me desequilibrando e caí da cadeira, anotação pra mim mesma se eu estiver dormindo em pé não estar no mesmo ambiente que papai.

– Acorda- Ele conseguia falar serio só ria de mim ali no chão ainda pensando no que aconteceu, todas as manhãs eu demoro para acordar de fato eu posso até levantar mas ainda estou dormindo, então papai todas as manhãs arranja um jeito diferente de me acordar e ainda faz questão de tirar fotos para usar contra mim futuramente, mas se pensam que eu deixo por barato, não. Ele sabe que sempre quando me chateio o troco virá bem pior.

– Bom dia para o senhor também.

– Essa foto dará uma semana de serviço em casa. Filha descabelada, parecendo zumbi.

– Muito engraçado o que esta guardado para o senhor é bem pior.

– Vamos mal humorada, eu te levo pra escola.

– Depois do despertar, eu vou a pé.

– Então vai. Chantagem não funciona mais. – Disse pegando a chave

– Droga. Nem aumento de mesada.

– Bate a cabeça na mesa e você ganha a sua mesada.

– Muito engraçado. – Eu disse com deboche.

Aquela manhã parecia tudo normal. Papai me levou na escola e foi trabalhar.

Eu estava na terceira aula quando a diretora me chamou até sua sala. Estranhei o fato de que ainda era nove horas. Entrei na sala e vi papai sentado à cadeira de frente a diretora.

– Rhyea, seu pai irá te levar para casa, vá para sua sala e pegue seus materiais, todos os materiais. – Disse a diretora, com um tom apreensivo em sua voz.

Não contestei dei meia volta e fui pegar meu material. Mal sabia eu que seria a ultima vez que entraria novamente naquela escola.

Estávamos em um avião que tinha como destino Nova York, não sei bem o porquê dessa viajem, saímos tão depressa do Brasil não sei ao certo o que esta acontecendo meu pai não me contou desde ontem quando ele chegou na escola no meio da aula e me lavou pra casa para arrumar minhas coisas e disse que iriamos para Nova York, ele apenas disse “Não é seguro aqui, Rhyea , eu preciso te proteger.”, e não disse mais nada só me mandou arrumar as malas. Eu não sei, estou confusa sei que passamos por muitas coisas desde que minha mãe morreu. Papai ainda conta historias dela para mim de como ela era bondosa e especial ela sempre diz que eu me pareço muito com ela. Às vezes eu sinto falta de ter uma mãe ai eu pego fotos antigas e fico imaginando em como seria nossas vidas se mamãe ainda estivesse conosco. A aeromoça se aproximou de nós e perguntou.

– Senhor McCarthy, o que o senhor deseja comer?

– Nada obrigado. – respondeu papai rapidamente. – E você Rhyea?

–Nada também. – logo respondi.

Ele deve ter percebido que eu estava irritada, uma coisa que eu e papai tínhamos é que nunca escondemos nada um do outro e o que ele estava fazendo quando tentava mudar de assunto toda vez que eu perguntava o porquê estávamos nos mudando para Nova York assim do nada sem nos planejarmos e sem ele pelo menos me perguntar se eu queria ir, isso era quebra nossa confiança e nosso trato de sempre dizermos a verdade um para o outro.

Não que eu não gostasse de Nova York, eu gostava de lá, mas meus amigos estão no Brasil, porque motivo estávamos indo para Nova York estávamos ótimos no Brasil tínhamos uma bela casa com empregados que considerávamos amigos, papai tinha um bom emprego, estava tudo ótimo. Eu simplesmente não entendia, apesar de já ter morado em Nova York desde o meu nascimento até meus cinco anos é estranho voltar depois de 10 anos para um lugar que mal conheço.

Eu estava virada para o lado com a cabeça encostada em minha poltrona, com os olhos fechados eu tentava dormir meu pai percebeu e logo se pronunciou sobre o assunto.

– Rhyea. – papai chamou. – Sei que você esta chateada, mas é para seu bem, lá seremos felizes de novo não se preocupe você estará rodeada de pessoas que te amam e vão te proteger. Seus padrinhos estarão lá você vai poder se reencontrar com eles.

– Eu sei. – Continuei virada para que ele não pudesse ver minhas lagrimas escorrerem, será que ele não percebe voltar para Nova York traria mais sofrimento á nós, porque tudo na cidade nos fazia lembrar do fatídico dia da queda das Torres Gêmeas e isso nos lembrava a mamãe.

Fechei os olhos novamente e consegui dormir, meus sonhos estavam calmos como se nada no mundo real estivesse errado como se fosse perfeito, sonhei que estava caminhando por uma campina e ao fim da campina sob a sombra de uma arvore estava minha mãe, ela estava tão linda com um vestido branco com renda e o cabelo com cachos que desciam até a cintura. Aproximei-me e ela me abraçou. Sonhar com mamãe era comum para mim, mas ela nunca conversou comigo, mas eu senti que hoje era um dia especial.

– Rhyea. Minha pequena princesa, você esta linda minha filha. – Eu sorri tímida. – Têm o sorriso de Peter, e como ele esta?

–Papai esta bem a medida do possível.

– Isso é bom, mas não temos muito tempo. Rhyea haverá algumas mudanças de agora para frente, mas não se preocupe a felicidade estará a sua espera.

Acordei com a voz da aeromoça nos autofalantes dizendo que iriamos pousar em Nova York. Um pouco desorientada me arrumei para que pudéssemos pousar. Pousamos e quando íamos descer do avião meu pai se esbarrou com um cara o homem pediu desculpas, mas meu pai ainda sim não o perdia de vista, estava observado o cara.

Pegamos nossas malas ainda sem nos falarmos muito e fomos em direção onde os taxis deviam estar estacionados, mas não tinha nenhum então papai resolveu que iriamos a pé até a casa do tio Mac. Estávamos andando pelas ruas de Manhattan, puxando nossas malas e resolvi perguntar novamente.

– Papai por que viemos fara NY? Por que vamos morar aqui? – Encarei-o percebendo que ela estava cedendo.

– Você se lembra do caso que resolvi há um mês?

– Sim.

– Então, há algumas semanas me enviaram mensagens ameaçadoras. No começo não me importei o que eles poderiam fazer contra mim? Depois começaram a enviar fotos que da nossa rotina, já era tarde demais eles estavam ameaçando que iam te matar, iam se vingar, iam tirar a coisa mais importante para mim assim como eu tirei a deles prendendo o culpado. Será melhor assim Rhea. Depois te explico mais, mas agora vamos já é meia noite.

Aquilo foi tão rápido papai mal terminou de falar e nos atacaram eram dois homens nos derrubaram e nos golpearam de todas as formas, me bateram tanto que eu mal aguentava ficar com os olhos abertos, mas mesmo imóvel no chão eu vi a hora em que eles pegaram a arma e atiram contra meu pai, assim que dispararam correram para um carro que estava parado perto de onde estávamos e fugiram, tentei me levantar, mas tudo doía então me rastejei até meu pai para tentar ajuda-lo, mas ele já estava morto, sua vida fora tirada, sua alma já não estava lá. Agarrei-me ao corpo esperando morrer também, quando um carro parou escutei uma voz chocada com a cena que via, mas ao mesmo tempo era reconfortante, como se eu já a estivesse escutado, como se essa voz embalasse meus sonos quando pequena.

– Meu Deus o que aconteceu aqui. – Ela disse se aproximando, quando chegou perto o suficiente, ela se apavorou mais ainda. - Peter, Ryhea. – Ela tentou me separar do corpo de meu pai onde eu só conseguia chorar de desespero e medo porque perdi minha família. Ela conseguiu me soltar e me acolheu em seus braços. – Rhyea, minha pequena o que aconteceu aqui? Não se preocupe. – Ela se moveu e pegou o celular. – Emergência, temos um policial morto e sua filha gravemente ferida, preciso de uma ambulância agora, próximo a ponte do Brookling, rápido. – Desligou o celular e voltou a me dar atenção – O socorro já vai chegar você vai ficar bem.

Naquele momento a única coisa que consegui falar foi.

– Papai.


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Notas finais do capítulo

Por favor deixem seus comentarios do que acharam desse inicio, eu sou curiosa quando se trata disso.