Whole Lotta Love escrita por mlleariane


Capítulo 17
Juntos


Notas iniciais do capítulo

Lendo os comentários do capítulo anterior cheguei a duas conclusões:
1. Todo mundo é #TeamKate
2. Vocês gostam de uma briga, heim? hahaha

Meninas, eu também acho que discussões são inevitáveis, e muitas vezes até dão uma apimentada na relação (não é esse caso), porém como diz Gabi, minha fic é "de fofura", então vocês já podem esperar que não deixarei os dois brigados por muito tempo.
Concordo com Kate, Castle é o errado nessa história toda. Porém, vocês não acham que ela pegou pesado ao insinuar que ele não sabe cuidar das crianças? Um "soco no estômago", como disse Grazi, afinal, é ele quem fica com elas todos os dias.

Conclusões à parte, vejamos o que aconteceu depois daquela discussão...

Beijo, Ari ;)

ps: Outras discussões virão, e fantasmas do passado também. Aguardem...



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Lanie: Cinco tiros no peito. Está vendo essa marca aqui?

Kate: Aham.

Lanie: Eu ainda não posso afirmar, mas parece que ela foi arrastada ou arranhada. Kate?

Kate: Oi. – ela estava aérea.

Lanie: Algum problema?

Kate: Eu tive uma briga feia com Castle. – Kate desabafou enfim.

Lanie: Quando?

Kate: Agora. Exatamente antes de eu vir para cá. Na verdade eu saí no meio da briga.

Lanie: Foi tão grave assim?

Kate: Foi. Tem a ver com as crianças... Nós nunca brigamos por causa deles, Lanie. Sempre concordamos em tudo. É isso que tem me deixado tão mal.

Lanie: Divergências são normais, Kate. Mas vocês vão se entender.

Kate suspirou.

Kate: O que você me dizia sobre a vítima mesmo?

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Castle havia pedido que Martha e Alexis olhassem as crianças por um tempo. Se fechou no escritório com um copo de uísque, que bebeu quase tudo de uma vez. Castle sabia que Kate tinha razão, seu trabalho era mesmo perigoso, e expor as crianças não era realmente uma boa ideia. Mas questionar sua paternidade? Castle era bom e sabia disso. Amava os filhos e faria qualquer coisa por eles. Como Kate não enxergava isso? Castle estava mesmo irritado, e ficou mais um tempo ali pensando. Depois percebeu que as crianças precisavam dele, e foi até elas.

Já era tarde da noite e Kate não voltava. Ele sabia que haviam casos complicados que se estendiam noite afora, mas naquele dia Castle teve dúvidas se ela estava fugindo dele ou estava mesmo em algum caso difícil.

Era quase dez da noite quando seu telefone tocou, e ele avistou o nome dela no visor.

Castle: Castle – ele atendeu sério. Geralmente atendia com um “Oi amor”, e agora a tratava como se fosse qualquer um ligando. Kate percebeu.

Kate: Oi. – Kate parou e engoliu seco – É, eu... não sei que hora sairei daqui. Eles estão bem?

Castle: Sim, acabaram de dormir.

Kate: Posso vê-los?

Castle não respondeu, apenas ligou a vídeo-chamada e mostrou as crianças dormindo tranquilamente.

Kate: Eu amo vocês, meus amores... – Kate disse passando a mão na tela. – Pode tirar.

Castle tirou a vídeo-chamada. Em nenhum momento Kate o viu.

Kate: Obrigada.

Castle: Bom trabalho.

Kate: Obrigada – ela agradeceu de novo e desligou.

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Kate trabalhou aquela noite com a cabeça longe, em sua casa, em seus filhos e principalmente em Castle. Ela odiava brigar com ele por qualquer coisa que fosse, mas brigar por algo que envolvesse as crianças era triste demais.

Lanie: Hey.

Kate: Oi. Está indo?

Lanie: Acho que minha parte acabou.

Kate: Você precisa repousar, se continuar nesse ritmo meu afilhado já vai nascer cansado.

Lanie: Olha quem fala, você quase teve os seus aqui nessa sala!

Kate sorriu e passou a mão na barriga de sete meses da amiga, que esperava um menino.

Lanie: Falou com ele?

Kate: Liguei para avisar que não tenho hora para chegar, e pra perguntar das crianças.

Lanie: E?

Kate: E foi daquele jeito.

Lanie: Ele está chateado.

Kate: Eu falei coisas que não devia, Lanie. Ele é tão bom com as crianças e eu questionei isso.

Lanie: Na raiva a gente fala o que não deve. Mas vai passar.

Kate: Eu espero que sim.

Lanie se despediu e saiu. Kate continuou ainda envolvida com o trabalho por muitas horas. Chegou em casa por volta das duas da manhã. Passou pelo quarto das crianças, e as observou em silêncio. Depois foi até seu quarto e se deitou do jeito que estava, tirando apenas a bota. Castle estava acordado, mas fingiu dormir. Ele nem se moveu, e cada um dormiu virado para um lado da cama. Era a primeira vez que dormiam assim.

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No outro dia de manhã...

Castle: Mãe, você viu a Kate? – Castle já chegou perguntando, quando viu sua mãe na cozinha.

Martha: Bom dia filho amado. – Martha estava incrivelmente feliz.

Castle: Bom dia mãe. Você viu a Kate?

Martha: Não, acabei de chegar aqui. Ela já saiu?

Castle: Parece que sim.

Castle saiu e deu uma olhada pela casa. Não eram nem sete horas e Kate já havia saído.

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Kate: Eu acho que solucionei o crime – ela disse ligando para Espo, ainda no carro.

Espo: Ei, você não dorme não?

Kate: Na verdade não dormi nada. Enfim... quanto tempo você demora para chegar?

Espo: To aí em meia hora – ele disse ainda ensonado.

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Martha: Vocês brigaram? – ela perguntou ao ver Castle voltando à cozinha.

Castle: Mais ou menos.

Martha: Não se briga mais ou menos. Ou brigaram ou não brigaram.

Castle a encarou.

Martha: Ok, vocês brigaram. Foi sério?

Castle: Eu prefiro não falar sobre isso.

Martha: Foi por causa da foto com as crianças, não foi?

Ele não respondeu. Era óbvio que era por isso.

Martha: Richard, ela sempre disse que não queria.

Castle: Eu pensei que fosse uma besteira. Mas Kate levou a sério demais.

Martha: Talvez não tenha sido só a questão da foto em si.

Castle: O que você quer dizer?

Martha: Eu acho que Kate está incomodada por você ter feito algo diferente do que haviam combinado. Você decide tudo sozinho, Richard!

Castle: Eu não decido sozinho!

Martha: Richard...

Castle: Não decido! Decido?

Martha: Querido, eu sei que você criou Alexis sozinho e sempre tomou conta da situação, mas agora é diferente. Johanna e Alexander tem uma mãe presente, uma mãe que os ama e que quer fazer parte de todas as decisões que envolvam os dois. E ela está certa, Richard.

Castle: Eu sei...

Castle estava ainda pensativo quando ouviu Alexis chegando. Ela trazia Johanna no colo.

Alexis: Olha quem eu encontrei quase pulando a grade da cama!

Castle: Ei, você nem chorou? Que milagre é esse?

Castle pegou a filha, que revirou no seu colo olhando para os lados.

Johanna: Mama... mama...

Castle: Vocês... ouviram isso?

Martha e Alexis se olharam surpresas.

Alexis: O que você disse? – Alexis olhou para a irmãzinha.

Johanna: Mama... mama...

Castle: Você está falando, minha princesa! Cadê sua mãe que não está aqui para ver isso?

Johanna: Mama...

Martha: Você está procurando a mamãe, não é?

Johanna esticou os bracinhos para Martha.

Martha: Sua mamãe está trabalhando, mas vai ficar louca quando souber que você falou “mamãe” primeiro. Vai sim!

Castle olhou para Martha e pegou o telefone. Ligou várias vezes mas Kate não atendeu.

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Kate realmente tinha uma pista muito boa, algo que ninguém tinha pensado antes, mas que envolvia muita cautela, além de algumas horas na estrada. O esconderijo do suspeito, se ela estivesse mesmo certa, ficava a 200km de NY.

Na hora do almoço, Castle ligou para a delegacia, e informaram que Kate havia passado a manhã fora com Ryan e Esposito, e que agora eles estavam em interrogatório, pois a busca tinha dado resultado positivo. Kate, mais uma vez, havia desvendado o caso. Castle desligou aliviado, já estava preocupado. Por mais que estivessem brigados, sabia que ela jamais deixaria de atender um telefonema dele. Kate era preocupada demais com os filhos para fazer uma coisa dessas.

Castle pensou que logo ela chegaria, mas as coisas se complicaram e o interrogatório se estendeu por toda a tarde. Eram quase cinco horas quando ele estava na sala e ouviu a porta se abrir. Martha dava aula todas as tardes, e Alexis estava na universidade. Susie estava na lavanderia, e as crianças dormiam na sala, afinal, elas sempre dormiam nesse mesmo horário da tarde.

Apesar da empolgação pelo que tinha acontecido durante o café da manhã, Castle não sabia como começar uma conversa com Kate.

Castle: Oi.

Kate: Oi.

Os dois trocaram um olhar. Kate passou por ele e se ajoelhou, beijando as crianças delicadamente.

Castle: Você saiu cedo...

Kate: É, eu tive uma opinião sobre o caso... que foi verdadeira. Nós prendemos o cara.

Castle: Que bom.

Os dois fizeram um silêncio.

Castle: É... você está muito cansada ou a gente pode conversar?

Kate: Eu não quero brigar de novo, Rick.

Ela falou sem encará-lo, olhando para as crianças.

Castle: Eu também não, não mesmo.

Kate então olhou para ele e se levantou do sofá. Os dois foram para o escritório, que ficava logo ao lado da sala, mas deixaram a porta aberta para ouvirem as crianças.

Castle: Você tem razão. Eu não devia ter exposto nossos filhos. Aquela foto foi uma decisão impensada, e pior, uma decisão unilateral. Nós havíamos decididos juntos que não divulgaríamos fotos e eu quebrei isso. Me desculpa.

Kate: Eu só quero protegê-los, Rick...

Castle: Eu sei. E você está certa.

Kate: Mas... você também tem razão. Eu passei dos limites. Eu nunca, em hipótese alguma, poderia questionar seu papel com as crianças. Você é excelente, Rick. É o melhor pai do mundo, e eu nunca me arrependerei de ter escolhido você para ser pai dos meus filhos.

Os dois se olharam e sorriram. Castle sentou-se numa cadeira e a chamou para seu colo.

Castle: Eu posso pedir para tirarem a foto do site.

Kate: Rick, a foto já deve ter sido compartilhada um milhão de vezes.

Castle a olhou com uma cara culpada.

Kate: Tudo bem.

Castle: Tudo?

Kate: Nós não podemos escondê-los para sempre, não foi o que você me disse?

Castle fez que sim.

Kate: Mas não vamos fazer mais isso, ok?

Castle: Ok. E tem mais uma coisa que eu quero falar... quanto ao berçário... bem, eu não posso te impor o que a Alexis ficou. Faz muito tempo, eu não sei como eles estão. E além do mais, essa é uma decisão que temos que tomar juntos. Então nós vamos olhar todas as possibilidades de NY e...

Castle parou de falar ao perceber a expressão de Kate, de quem queria dizer algo e não sabia como.

Castle: Que foi?

Kate: É que... eu não queria que eles fossem para um berçário, Rick. Eles são tão novinhos... Eu sei que não posso te pedir isso, eu voltei ao meu trabalho e não posso me dedicar a eles o dia todo, e você tem meio que adiado sua carreira e...

Castle: Tudo bem. – ele a interrompeu. – Eu fico mais um tempo com eles em casa.

Kate: Isso é só o que eu acho, mas nós vamos decidir juntos, então se você não quiser...

Castle: Kate, tudo bem. Eu quero.

Ela sorriu e o beijou.

Kate: Obrigada.

Castle: Mas daqui um tempo nós os colocamos, ok? Vai ser bom para eles conviverem com outras crianças.

Kate: Ok.

Os dois ficaram se olhando por um minuto.

Kate: Eu gosto quando nós decidimos as coisas juntos.

Castle: É, eu também. De agora em diante faremos sempre assim.

Kate: Sempre juntos.

Castle: É, sempre.

Castle passou as mãos em volta do pescoço dela e a trouxe para si, num beijo apaixonado. Os dois interromperam o beijo ao ouvirem o barulhinho de um bebê engatinhando.

Castle: Johanna ou Alexander? – Ele perguntou, já sabendo a resposta.

Kate prestou um pouco mais de atenção ao barulho.

Kate: Johanna.

Ela sorriu e ele sorriu de volta. A menina apareceu no corredor, e Castle desejou que ela falasse de novo “mama”, e seu desejo se cumpriu. Assim que avistou Kate, Johanna engatinhou mais rápido e começou a chamá-la.

Kate: Você... você ouviu isso?

Kate foi em direção à filha e a pegou no colo.

Johanna: Mama. – Johanna falou uma última vez e repousou a cabeça no colo de Kate.

Kate: Rick...

Castle: Eu sei – ele sorriu – ela falou hoje cedo. Acho que ela tem sentido a sua falta.

Kate: Ah meu amor, a mamãe está aqui. E eu estou tão orgulhosa de você! Principalmente porque você falou “mamãe” primeiro, e não “papai”.

Castle: Ei! Você vai ver Alexander!

Kate: Por que? Ele falou “papai”?

Castle: Não, mas vai falar.

Kate deu os ombros.

Kate: Papai ta com ciúme! Papai ta com ciúme!

Castle: Mulheres!

Os dois olharam para o corredor ao mesmo tempo ao ouvirem Alexander se aproximando. Ele vinha engatinhando, mas quando chegou perto da porta segurou e tentou levantar.

Castle: Isso filho, vem – Castle esticou os braços tentando fazer o filho andar. Alexander deu dois passinhos e caiu no chão.

Castle: Ta vendo? Ele está andando primeiro!

Kate: Rick, isso não é uma competição.

Castle: É, eu sei.

Os dois se olharam orgulhosos e sorriram. Se aproximaram e se beijaram, com os filhos no colo. Apesar da discussão, eles sabiam que estavam fazendo um bom trabalho, e que, juntos, seriam cada vez melhores.


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