Juntos por uma Horcrux - Fred & Hermione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 39
Capítulo 39 - Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas.
Venho hoje comemorar que entrei de férias e para isso venho postar mais um capítulo de Fremione o/ Meu deus, serio como eu amei escrever esse capítulo pq além das meninas lindas que mandam uns review lindos e msg no twitter me cobrando, a história esta indo para a parte que eu imaginei desde que comecei a fic há mais de três anos.
Espero que gostem.
Ps. Se eu ainda não te respondi nos review prometo que ainda vou é q eu n tive tempo de responder a todos mas eu já li com certeza.
Boa leitura;



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— Isso tudo é insano. – eu disse depois que terminei de contar todo meu encontro com Lorde Voldemort para o diretor. – Quero dizer, ele odeia trouxas! Como iria me querer como sua comensal? Só que se fosse apenas para me matar, ele teve tanta oportunidade hoje que eu me senti ultrajada por ele não tentar nada.

Dumbledore começou alisar sua longa barba.

— Isso tudo é... Não sei a palavra exata para usar. Talvez peculiar?

O professor parecia estar se divertindo demais com toda essa situação.

— Ele disse que começou a se interessar em mim por causa dos sentimentos que Draco nutria por mim. – continuei. – Draco só me via como amiga, quero dizer, isso eu sei. Eu era a única amiga que ele tinha além de Zabini.

O diretor de Hogwarts olhou dentro de meus olhos.

— Entenda, senhorita Granger, Voldemort nunca experimentou o amor. Nunca teve família, nem amigos, muito menos alguém que o amasse carnalmente. Então para ele esses sentimentos são tudo a mesma coisa.

Assenti, enquanto entendia melhor o que ele queria dizer.

Lembro-me quando pequena que eu não sabia distinguir os sentimentos que eu sentia e aos poucos meus pais foram me ensinando a diferença entre cada um. Voldemort não teve ninguém para lhe ensinar isso logo talvez não saiba dessa diferença.

Pensar um minuto em meus pais fez com que meu coração apertasse pela saudade.

— É uma suposição apenas. – Dumbledore concluiu. – Entretanto, o que mais me intriga é o motivo para que Tom acharia que você um dia aceitaria largar seu namorado e amigos para ser sua comensal.

Mordi meu lábio tentando me conter de falar.

Fred. Ele era o motivo. E sua saúde depois de tudo que aconteceu.

Eu queria falar para Dumbledore mas havia prometido para Harry que ficaria apenas entre nós.

Balancei a cabeça tentando jogar a culpa do que eu faria a seguir para longe. Se eu fosse fazer o que eu sentia que deveria, precisava contar tudo para Dumbledore e ele teria que me ajudar.

— Senhor... Eu sei. – Ele arrumou sua postura como se mudar de posição fosse melhor sua audição enquanto eu contava. – No ataque que teve na casa da minha avó onde ela acabou falecendo... Outra pessoa também morreu naquela noite.

— Como assim outra pessoa morreu? Ninguém me comunicou nada além da sua avó.

Engoli em seco.

— Fred morreu, Dumbledore.

Pela primeira vez eu o vi confuso.

— Como assim senhorita Granger? Eu o vi esses dias.

— Eu o matei por causa de uma  ilusão que Voldemort colocou sobre mim. – expliquei. – Quando vi o que eu tinha feito... Entrei em desespero e não sabia o que fazer, então me lembrei de um feitiço que vi em um livro que achei na biblioteca. E soube na hora que conseguiria trazer Fred de volta.

— Não tem como trazer ninguém de volta a vida, Hermione. Não sem... – então uma luz veio para o olhar do homem. – Você usou magia negra.

Olhei para baixo com medo de encará-lo.

— Nossa biblioteca não tem nenhum livro de magia negra, como você...

— Hoje enquanto eu falava com ele eu soube que foi tudo uma armação. – contei. – Ele que me mostrou o livro, depois colocou o feitiço em mim por saber que eu traria Fred de volta se necessário. E sem saber disso eu fiz exatamente o que Voldemort queria.

— Tom sabe que você faria de tudo para salvar quem ama, até se aliar a ele.

Assenti já que eu havia chegado a mesma conclusão que o direitor.

— Não sabemos o que esse feitiço ocasionou em Fred. Preciso saber mais e Voldemort disse que tem as respostas.

— Nem o que ocasionará em você. – Dumbledore disse. – Senhorita Granger, isso foi uma enorme irresponsabilidade da sua parte e como seu professor eu deveria lhe dar um grande sermão. Entretanto, infelizmente não temos todo esse tempo para algo que eu sei que não surtiria efeito. Se acontecesse de novo é obvio que você traria o senhor Weasley de volta.

Levantei o olhar surpresa.

Pelo jeito o diretor me conhecia mais do que eu imaginava.

— Por isso vou pular a parte do sermão e vamos nos focar em algo mais importante. – Dumbledore entrelaçou suas mãos em cima da mesa. – Você não teria vindo até mim se não soubesse como isso é uma grande oportunidade para nós.

Pressionei meus lábios e concordei com a cabeça enquanto tentava afastar meu medo.

Eu sabia como seria inteligente ter um espião da Ordem dentro dos comensais. Sabia que para vencermos essa guerra sem muitos feridos era o que eu deveria fazer, aceitar a proposta de Voldemort e abandonar todos que eu amo no processo. Mas eu não sabia como sozinha faria esse plano funcionar e falar com meus amigos não era uma opção quando sabia que eles nunca me deixariam fazer isso. E eu estava com medo demais para conseguir fazer isso sem alguém me apoiando.

Eu conhecia Dumbledore acho que até melhor que muitos por ai. Sabia que ele era bondoso mas também via seu lado estrategista e durante uma guerra ele sempre faria o certo mesmo que isso significasse colocar uma garota de 17 anos no meio dos comensais.

— Está mesmo disposta a abandonar a todos para seguir o plano que iremos fazer? – Dumbledore perguntou. – Sei que é pedir muito, senhorita Granger, mas você melhor que muitos sabe como essa guerra está matando muitos tantos bruxos como trouxas.

— Senhor, eu não consigo ver o que eu conseguiria fazer de dentro dos comensais. – falei meu medo. – Voldemort não confiaria em mim para me dizer seus planos maquiavélicos.

Dumbledore sorriu.

— O que você esqueceu de levar em consideração é como os sentimentos nos fazem não raciocinar direito. – ele disse. – Apenas te querer como comensal já vai contra muitos dos princípios de Tom e isso mostra como os sentimentos de Draco por você o esta afetando.

Era verdade, sentimentos mexiam com a gente.

A Hermione sã e racional nunca teria usado magia negra, mas olha o que a Hermione apaixonada fez.

— Entretanto, concordo que apenas isso não faria ele deixar você ter acesso total aos seus planos. – Dumbledore prosseguiu. – Então ele fez uma sacada genial que ouso dizer que Tom anda se superando cada vez mais. Ele poluiu a sua alma com a intenção de te fazer mudar de lado.

Ouvir isso me fez estremecer.

— Poluiu minha alma?

— A senhorita mesmo já sabia que magia negra tem seu custo. Tom sabia que no momento que você trouxesse o senhor Weasley de volta sua alma não estaria tão blindada como antes.

— Diretor, eu não estou entendendo.

— Magia negra tem suas conseqüências e temo dizer que uma delas é a possibilidade de sua mente adoecer. Já ouvi relatos de pessoas que ficaram paranóicas ao extremo depois de usar esse tipo de magia. Achavam que estavam perseguidas e facilmente influenciáveis. Um velho amigo meu chegou a ver coisas e não conseguir mais distinguir fantasia de realidade.

Eu sentia meu coração bater rápido dentro do peito.

— Está dizendo que eu vou enlouquecer aos poucos?

— Estou dizendo que é uma possibilidade. – ele respondeu. – A magia negra afeta cada bruxo de uma maneira diferente. Entenda, a alma de Fred já havia passado para o limbo e estava pronta para seguir em frente, então você foi lá e a puxou de volta para seu corpo. Nesse momento de transição é o mais delicado por que existem seres malignos que não conseguem habitar em nosso mundo e ficam a espreita apenas esperando para se agarrar ao primeiro que volte para o mundo dos vivos.

— São tipo demônios da mitologia trouxa? – perguntei.

— O mito dos demônios se originou deles sim, mas não são em um todo parecidos. Demônios se apoderam do corpo e tomar o livre arbítrio das pessoas, já esses seres não tem tanto poderes então apenas ficam lá sussurrando em seus ouvidos, os enlouquecendo aos poucos e convencendo a fazer decisões errados. Eles se alimentam de dor e arrependimento.

— Eles podem estar com Fred? – perguntei assustada.

— É uma possibilidade. – Dumbledore concordou. – Só que Fred não estava com a intenção impura na hora da volta, Hermione. Você estava, você que estava sendo a egoísta naquele momento, então a chance de um ser desse ter se agarrado a você é mil vezes maior.

Assenti.

E com isso eu lembrei de Tom. Não, não de Voldemort. De Tom, aquele vulto que acabou aparecendo depois do enterro de vovó. Achei que era um fantasma e depois associei com estresse pós-traumatico. Será que era possível... Ele ser um desses demônios que o diretor falou?

Expliquei para ele e fiz a pergunta.

— Meu conhecimento sobre isso é bem limitado senhorita, mas pelo que eu fiquei sabendo eles não conseguem virar um ser corpóreo. – respondeu e eu via em seus olhos a curiosidade. – Só que pelo que eu já ouvi falar podem sim criar alucinações para anganar.

— E o que eu faço? – perguntei tentando fazer parar a minha perna de tremer. – Não posso entrar no covil de comensais prestes a pirar. Estaria fazendo o que Voldemort quer.

Dumbledore sorriu novamente.

Esse homem tem que parar com isso por que acaba me assustando ainda mais.

— A diferença entre você e outros bruxos que já usaram magia negra, senhorita Granger, é a finalidade. Você não o fez por um motivo egoísta ou querendo poder para subjugar outros bruxos. Você o fez por amor e quero que se lembre que o amor é a nossa maior arma, Hermione.

O amor é nossa maior arma?

Ah como eu preferia que a resposta fosse uma bazuca ou algo assim.

— Mas se eu já estiver enlouquecendo...

— Talvez tenha como revertermos isso. – Dumbledore me cortou. – Só que precisamos do livro onde você viu o feitiço. Talvez se você voltasse para o limbo onde puxou a alma de Fred de volta, você consiga prender esse ser novamente lá. Mas para isso precisamos do livro que esta com Voldemort.

Tudo bem, entendi, de qualquer maneira eu acabaria nos comensais.

— Mas como eu faço para estar no meio de tanta maldade e não pirar? Voldemort fez tudo isso sabendo que talvez eu pire e realmente acredite em seus ideais. Então isso é uma possibilidade.

— Estou dizendo senhorita, se apegue ao amor. Lembre de seus amigos, de Fred, de sua família. Eles sempre serão a solução. – Dumbledore respondeu. – Para Voldemort você terá que fingir estar sendo dominada por esse entidade. Acha que consegue isso, Hermione?

Eu conseguiria?

Afastar-me do mal mas fingir ser dominada por ele?

Conseguiria estar no meio de pessoas que queriam me matar e fingir gostar?

Conseguiria olhar para o rosto de Draco e saber que não é mais ele?

— O que quer que eu faça enquanto estiver lá? – perguntei depois de um minuto de silêncio enquanto eu me decidia.

Dumbledore assentiu.

— Você será nossa chave para esse guerra. – ele disse com o olhar longe. – Enquanto estiver lá procure o livro enquanto isso eu vou atrás de um amigo que pode saber mais sobre isso, não prometo que conseguiremos te curar mas faremos tudo que estiver ao nosso alcance.  – Assenti. – E também não podemos perder a chance que você tanto queria para salvar Draco.

— Finalmente alguém que me ouviu. – resmunguei lembrando como ninguém havia se importado com o loiro depois da possessão.

— Descubra que ritual foi feito para colocar Tom dentro do corpo de Voldemort e eu vou arranjar algum jeito de reverter isso. – suspirei agradecida. – E preste atenção em cada passo que eles darão, preciso que me noticie tudo.

Concordei.

— Mas como irei me comunicar com o senhor? Duvido muito que Voldemort vai me deixar andando por ai com a maior liberdade.

— Eu sei, por isso vou pedir para um amigo meu te trazer até mim sempre que foi possível.

— Amigo? – perguntei confusa.

— Snape é um espião meu, senhorita Granger.

Meu coração quase parou de bater por um segundo.

Lembro-me como todo mundo ficou chocado quando descobriram que Snape era um traidor. E agora Dumbledore esta mesmo me dizendo que tudo foi apenas uma encenação e que na verdade ele esta do nosso lado?

— Tem certeza? – perguntei e depois notei como soei idiota.

É claro que ele teria certeza.

Dumbledore soltou uma risada.

— Tudo que conseguir descobrir terá que me comunicar. – ele ignorou minha pergunta. – Mesmo que achar bobo, me conte tudo. – Assenti. – Agora me diga senhorita, como está sua Oclumência?

Minha mente voou por alguns minutos para as aulas que Fred me deu e depois como eu ensinei Harry.

— Acho que consigo ocultar minha mente por bastante tempo.

— Espero por que você conseguir ocultar seus pensamentos pode ser o que fará sua missão ter sucesso ou fracassar.

Assenti sabendo bem disso.

Mordi o lábio enquanto o desespero tentava dominar meu corpo.

— Hermione. – ele me chamou. – Sabe bem no que esta se metendo, certo? No minuto que você entrar na mansão Malfoy será considerada uma traidora por todos aqueles que ama, a ordem irá te caçar caso te vejam.

— Eu sei quais são os riscos.

— Estão boa sorte, Hermione. – Dumbledore se levantou de sua cadeira e estendeu a mão para que eu a pegasse. – E espero que consiga voltar com vida.

***

Quando voltei para Toca a lua já estava brilhando alta no céu.

Entre Hogwarts e voltar para casa eu tive que parar um pouco e colocar meus pensamentos em ordem. Eu tinha uma semana para fingir para meus amigos que era como minha família que estava enlouquecendo como conseqüência do feitiço para que quando Dumbledore contasse que eu virei uma comensal todos conseguissem acreditar.

Entretanto, não seria fácil convencer a Fred.

Meu coração me implorava para não fazer essa missão. Para continuar ao lado do ruivo que eu tanto amava mas sabia que se tivesse qualquer chance de algum ser maligno estivesse com Fred, eu devia essa chance de recuperação para ele.

Além de que eu reclamei tanto por ninguém estar disposto a ajudar Draco. Agora era a minha chance de fazer algo por ele também. Eu descobriria como Voldemort conseguiu se infiltrar no meu amigo e acharia uma solução para tirar aquele parasita dele.

Tudo isso enquanto eu fingia ter mudado de lado.

Assim que aparatei fora dos limites da Toca e andei até a porta senti meu desespero aumentar. Como eu poderia ir embora e deixar Harry e Ron para trás? Como eles iriam caçar as horcruxes sem mim? Não sobreviveriam dois dias sozinhos numa floresta.

Acho que eles sentiram que eu pensava neles que antes que eu subisse os degraus para chegar até a porta, ela foi aberta e os dois saíram com expressões preocupadas no rosto.

— Aonde você estava? – Rony perguntou com aquele seu jeito cavalo de ser.

— Não deveria nos deixar preocupados assim, Hermione. – Harry reclamou.

Então eu notei como eu sai apressada de casa depois da briga com Fred.

Eles deveriam estar mesmo preocupados.

Nossa, tudo isso parecia ser há tanto tempo.

— Desculpe-me... Eu precisava pensar. – respondi.

Harry segurou a minha mão.

— Ouvimos sua briga com Fred mais cedo. – comentou. – Se precisar conversar estamos aqui.

Sorri e apertei sua mão.

— Está tudo bem. – prometi. – Na verdade, precisamos sim conversar, mas sobre outra coisa.

— O que? – Rony perguntou.

Suspirei.

— Nossa caça as horcruxes. – falei.

Os dois assentiram.

— Eu vou tomar banho e depois vou no quarto de vocês, pode ser? – pedi.

Eles assentiram e me deram passagem para entrar.

Tomei coragem para entrar achando que Fred estaria na sala apenas me esperando mas não havia ninguém. Na verdade a casa toda parecia um breu. Fui tomar realmente meu banho e depois Gina me explicou que seus pais haviam ido jantar com Gui e Fleur no mundo trouxa para falarem sobre o casamento que seria em alguns dias.

Enquanto eu me trocava notei que eu não estaria para o casamento.

Ouço batidas na porta depois que Gina saiu para a cozinha. Paro de pentear meu cabelo molhado pelo banho e abro. Fred esta parado meio constrangido e sem jeito o que me surpreende já que ele sempre tem uma resposta para tudo.

Meu coração dói ao vê-lo e saber que em uma semana ele estaria me odiando.

Nossa, como eu o amava.

— Hermione... – ele fala meu nome mas não complementa.

Eu não espero mais nada e corro para seus braços a procura de um abraço.

— Me desculpe. – peço querendo aproveitar o máximo o tempo que ainda me restava. – Eu... Fred, você estava certo, me desculpe por tudo. Eu amo você.

Ele me aperta mais contra o seu corpo.

— Eu também amo você. – sussurra em meus ouvidos. – Desculpe não ter entendido a sua dor.

Solto-me dele e sorrio ao ver seus olhos brilhando quando me aproximo e colo nossos lábios. Entrelaço meus braços em seu pescoço e ele usa isso como apoio para me puxar para cima para diminuir a nossa diferença de altura.

Por um momento sinto-me completa e sem medo.

Mas todo o pavor volta quando nos separamos.

— Eu estava pensando. – comecei. – Que tal você fugir de George amanhã e nos sairmos para um passeio que vai durar o dia todo?

Ele sorriu sacana.

— Esta tentando me raptar senhorita Granger?

Revirei os olhos.

— Não é rapto se você vier por livre e espontânea vontade, senhor Weasley.

— Vou ver com George se tudo bem...

— Avise a ele que se não estiver você irá sumir mesmo assim. – avisei. – Querendo ou não.

Fred sorriu ainda mais.

— Ele estará avisado.

E eu sorri de volta enquanto tentava não pensar que seria a última vez que estaríamos juntos e bem.

***

— Preciso que vocês se atentem para isso. – falei para Harry e Rony quando fui para seu quarto mais tarde. – Depois do casamento de Gui e Fleur temos que ir e ninguém poderá saber para onde vamos.

Os dois assentiram.

— Eu estou me distanciando de Gina aos poucos. – Harry confessou. – Eu sei que devo terminar mas não consigo, eu... a amo tanto.

Isso ai é a guerra meus caros.

Acabando com casais.

— Eu não sei como dizer a Lilá para ficar escondida enquanto eu luto. – Rony confessa também. – Mas ela tem o nosso bebê. Tenho medo de usarem ela para chegar até mim.

Suspirei.

— Fred não faz idéia que eu pretendo deixá-lo. – fui o mais honesta possível. – E eu não quero que ele me odeie por isso.

Os dois pegam minhas mãos.

— Ele nunca odiaria você. – Harry diz.

— Mas é claro que não, ele é totalmente louco por você. – Rony complementa. – É até nojento as vezes.

— Harry eu não acho que terminar com Gina vai fazer com que ela vire menos alvo. – respondi. – Todos sabem que vocês namoraram e que você faria tudo por ela, finjam que terminaram para o resto mas ela ainda tem que tomar cuidado. E Ron... No minuto que descobrirem que Lilá e você serão pais a criança vai virar um alvo, eu lembro dela ter comentado que tem uma tia morando na América, peça que ela vá pra lá. Não é seguro ficar aqui.

Rony começou a rir e em seguida Harry depois foi a minha vez de me juntar a eles. Cai na cama e me acomodei no colo do meu cunhado.

— Estamos tão ferrados. – Rony comentou.

— Estamos mesmo. – Harry concordou.

E continuamos rindo mais.

Mais tarde eu explicaria a eles tudo que precisavam para sobreviver sem mim na caça as horcruxes. Mostraria tudo que eles iriam necessitar. Nesse momento eu só queria rir com eles. Como os melhores amigos que éramos.

***

— Aonde estamos indo? – Fred perguntou no dia seguinte quando eu pedi sua mão para aparatarmos.

— Não sei. – respondi sincera. – Vamos apenas nos deixar ir.

Fred riu.

— A senhorita controladora não sabe para onde vamos? – Fred brincou. – Acho que temos uma mudança ai.

Revirei os olhos e nos aparatei.

Não sei por que mais minha mente nos levou até uma sorveteria no mundo trouxa que ficava há algumas quadras da casa dos meus pais. Fred ficou confuso quando me olhou mas sorriu e entramos.

Pedi nossos sorvetes.

— Quando tivermos nossos filhos viremos aqui todo fim de semana. – Fred avisou.

Ri pelo entusiasmo dele com o sorvete.

— Quem disse que eu iria querer ter um filho com você? – perguntei.

— Então você esta apenas me usando? – Fred dramatizou. – Apenas usando meu corpo para depois jogar fora como uma folha de papel rasgada?

Sorri.

— Exatamente isso mesmo. – concordei.

— E depois falam que as mulheres que são românticas. – ele resmungou. – Sempre só sou abusado pela minha namorada.

Tomei meu sorvete e em seguida aproximei dele e quando minha boca estava perto de seu ouvido sussurrei:

— E você adora isso.

Fred riu.

— Adoro mesmo.

Terminamos o sorvete e fomos dar uma volta pelo bairro e logo Fred teve a idéia de irmos novamente para a Londo Eye como fomos antes de começarmos a namorar. Concordei e minutos depois já havíamos aparatado e agora esperávamos na fila para entrar.

— Cara, eu amo a Londres trouxa. – ele comentou assim que entramos na cabine. – Podemos morar aqui depois que casarmos.

Sorri tentando não demonstrar como meu coração doía ao vê-lo planejar tanta coisa e eu não sabia se ele me amaria depois disso tudo.

— Podemos. – concordei. – E teremos dois cachorros.

— Ronald e Guilherme. – ele disse. – Serão os nomes.

Ri.

— Duvido que seus irmãos vão gostar de saber que o nome dos nossos cachorros são o mesmo que o deles. – comentei.

— Eles terão que aceitar.

Assenti.

— E por que não George?

— Por que George será o nome do nosso papagaio. – respondeu.

A cabine começou a subir e já começamos a ver o horizonte e o resto da Londres Trouxa.

— Não sei se eu quero um papagaio. – falei.

— Mas temos que homenagear o George de alguma maneira!

— Por que um papagaio?

— Porque ele fala demais.

Revirei os olhos.

— Olha que fala. – resmunguei sorrindo. – O senhor matraca.

Ele me puxou para mais perto me dando um meio abraço.

— Se não fosse assim você nem teria gostado de mim.

— Mas eu só gosto de você pela beleza, então não faria diferença. – brinquei.

Fred se abaixou para chegar até meus lábios.

— Só me usa. – comentou um pouco antes de me beijar.

— Eu amo essa visão. – comentei lembrando que tivemos uma conversa semelhante na última vez que viemos. – E eu amo você.

Fred sorriu.

— Eu também amo você. – respondeu. – Amo tanto que não sei o que faria sem você.

Ele me abraçou e eu deixei uma lágrima escapar.

Você teria que descobrir Fred.

— Vamos para a sua casa? – perguntei.

— Por quê? Pensei que queria sair.

Sorri sacana.

— Porque eu quero te amar de outro jeito. – respondi.

O sorriso do meu ruivo aumentou.

— Eu criei um monstro. – comentou.

— Sim, você criou. – brinquei.

Vendo que estávamos sozinhos na cabine nem esperamos sair para encontrar um beco e aparatar. Fizemos ali mesmo e depois quando chegamos em sua casa eu o beijei como se fosse o último. Por que talvez fosse.

Eu amava tanto Fred.

E sabia que nunca amaria ninguém como a ele.

***

A semana se passou da pior maneira possível.

Eu tive que fingir esta começando a paranóia e depois tive que ficar mais na minha. Todo mundo ali notou que tinha algo errado comigo e quando vinham conversar eu apenas respondia grossamente.

Fred estava triste eu sabia e por isso com ele eu não tinha tanta coragem para ser má. Ainda tivemos momentos bons mas eu sempre tentava mostrar para ele que tinha algo errado comigo quando eu esquecia e voltava a ser normal.  Eu queria que ele acreditasse que no fundo não era eu que estava virando comensal e sim uma versão quebrada de mim.

Deixei de comer para que minha aparência parecesse ainda mais fragilizada.

Então chegou o dia.

O que todos acharam que era apenas um dia qualquer, para mim era o último.

Estando com meus amigos.

Estando com meu amor.

Estando com a minha família.

Eu sabia o que deveria fazer.

Então, a noite quando muito já estavam recolhidos em seus quartos eu fiquei na sala e gritei. Com todos meus pulmões para chamar a atenção de alguém. Quando eu ouvi alguém descendo a escada para ver o que era comecei a falar.

— Me deixa em paz. – gritei pro nada. – Eu disse para parar de me seguir. Eu não vou fazer isso, eu não vou.

Harry apareceu e me viu falando com o nada.

Em seguida foi Rony.

— Com quem você esta falando Hermione? – meu cunhado perguntou.

— Com ele. – apontei para um espaço vazio.

— Ele quem? – essa era a voz de Fred.

Ele estava ali e meu coração se quebrava.

— Vocês não tão vendo? – perguntei tentando parecer que eu acreditava em tudo que eu falava. – Ele... quer que eu faça coisas ruins. Cale a boca!

Vi os meninos olharem para onde eu olhava.

— Hermione...

— Vocês estão com ele, não estão?- acusei. – Eu sabia que não poderia confiar em ninguém.

Antes que qualquer um pudesse ter uma reação eu peguei minha capa que estava pendurada perto da porta e sai para fora correndo para sair do campo de proteção da Toca.

— Você encenou muito bem. – vejo Tom, a alucinação falar.

Ignoro e corro até que enfim posso aparatar.

***

A primeira coisa que eu penso é em Fred quando vejo a mansão Malfoy.

E por isso eu acabo lembrando. Nas férias de Natal quando anunciamos a família que estávamos namorando. Fred estava testando algum produto novo que fazia a gente ver um pedaço do futuro.

Me espanto ao notar que era esse pedaço do futuro.

Tínhamos visto eu entrar na mansão Malfoy.

Eu ri na época já que o que eu estaria fazendo ali. Mas agora estou aqui concretizando aquela imagem.

Puxo minha varinha das vestes e balanço como fiz naquela visão e logo os portões se abrem. Supondo que Voldemort deve ter feito um feitiço para me deixar entrar caso eu quisesse transformo tudo que tem em meu corpo em coragem para eu entrar naquele lugar.

A porta de frente se abre e Voldemort saiu parando na porta e sorri para mim de um jeito sinistro.

— Bem vinda, querida. – diz depois de estender a mão.

Então eu levanto meu braço e pegou sua mão.

Com muito medo.

E sem saber o que o futuro me aguardava no covil dos comensais. Sem Harry. Sem Rony. Sem Fred. Apenas com Voldemort.  


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Esperavam que isso fosse realmente acontecer?
Review?
Recomendação?
Até o próximo.