Venetas Inócuas escrita por Garota Aporrinhada
Uma mulher, de tamanha compostura, deu-se com as mãos nos lábios, correndo par a esquerda da sala, bateu-se no menino quando se adentrou na escuridão total.
Ele, parado, assustado, figurava os horrores que poderiam ter acontecido na arena, queria ver, porém seus pés não se erguiam do chão . As vozes faziam uma barafunda nebulosa em sua mente. Sempre esquizofrênicos sons saíam das salas de avaliação, embora nenhum como este.
Reprimiu o peito e o orgulho, pondo-se a anda em direção ao furor que beirava desrespeito ao silêncio.
Como numa sinfonia, atormentada a mulher parecia, e sem se aguentar regurgitou ao seu lado. Foi o suprassumo de seu a curiosidade.
Levou seu corpo ao local onde fervilhavam aos olhos dos espectadores.
Ao se deparar com tanto sangue teve seu peito empurrado pelo palpitar do coração.
O monte vermelho tremeluzia no chão, jorrando gotas e espalhando a mancha escura em volta da menina.
Todo aquele vermelho o chamava pelo nome. Inevitavelmente se deixou levar, chegando até o vidro.
Colocou as mãos machucadas no gelado e transparente divisor. Socou-lhe com os punhos e largou a cabeça entre os braços esticados que se erguiam contra a parede de vidro.
Seus olhos não acreditavam no que havia visto.
A pequena garota estava de pé, ensanguentada e sorria ferozmente com algo na boca. Mastigava.
A infortuna criatura que havia entrado na cúpula, instantes atrás, jazia morta. Com o rosto aberto desde a boca até os tufos de cabelos negros, o corte havia caminhado toda a maçã do rosto até a orelha.
Parecia uma cena de inferno prematuro aos seus olhos.
Não sabia como tal havia ocorrido. A pequena não respirava mais! como ela fingiu a morte? Confesso que não tenho nada perto da capacidade que ela possui.
Ficou capitoso.
Algo subiu-lhe pelas entranhas, deixando seu abdome rígido e sua mandíbula solta, escancarada. Urrou segurando seu ânimo. Porém, e nada mais que isso, a repudia que sentiu atravessou-lhe o âmago, e nem mesmo a glote fechada foi capaz de deter o que agora lhe percorria a garganta. Inevitável.
Vomitou.
A bile saiu pelo seu nariz e boca ao mesmo tempo, afogando-o no desespero. Seus olhos saltaram das órbitas e sinais de lágrimas brotaram. Só brotaram.
_ Não te disse, Nate? - Jonh segurou-lhe pelos ombros - Esta aí é uma pedra, Rock. Sabe bem o que falo, não?
Natheniel bem sabia, mas fingiu cingir os ouvidos apenas aos ruídos inebriantes de pessoas assustadas.
Não tinha coragem de perguntar como o caso tinha levado a este desfecho.
Do outro lado do vidro, a menina mal sabia o impacto que tinha causado nos que haviam assistido seu "espetáculo".
Sorria e mastigava um pedaço de carne do rosto do corpo que matara. Estava tão concentrada matando sua fome, porém estava alerta, tão alerta que um barulho grotesco a fez erguer os olhos, por puro instinto.
Seguiu o som do barulho e passou de frente para o vidro colocando suas mãos sobre ele, deixou uma marca de sangue.
Natheniel ergueu a cabeça e seu corpo enrijeceu. Ela estava com a mão na direção de seu peito, como se o tocasse. Estou em condição de covarde!
Ele a olhou e a viu mexer os lábios. A garota falava algo que ele não podia entender, pois o susto o fazia fraco demais para decifrar seus lábios.
_ Vamos Nate! Tenho que terminar meu trabalho. Vá descansar!
Nate se endireitou e deu de costas para a menina, que instantes antes já havia feito o mesmo, encaminhando-se para sair da cúpula por onde a sua oponente entrara.
Jonh já estava na porta, sendo engolido pelo negrume.
_ Jonh?
_ Sim? - Ele se virou cofiando-se - O que deseja?
_ Posso ver?
_ Não! - A voz ecoou como um trovão, mas acabou que por pensar e suspirar - Nate?
_ Ãn?
_ Venha comigo.
O garoto se aprumou. Limpou a boca com as costas das mãos e ajeitou os cabelos negros.
Seus olhos fervilhavam de curiosidade.
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