Lally me ligou, alguns dias depois. Disse que não tinha graça estar em São Francisco sem companhia, e me convidou pra passar uns dias com ela. Tanto insistiu que eu acabei aceitando,mas sabia que teria que falar com Fury primeiro.

—E então...?-Perguntei.

—O Conselho me pediu para informá-los sobre sua saída da cidade. Mas o Conselho que se dane. Você pode ir. -Sorri.

—Obrigada.

Como meu pai estava sempre muito ocupado, isso me influenciou a ir visitar Lally.

Fiz minhas malas, suspeitando de que pelo menos alguns poucos agentes me seguiriam. Eu não duvidava disso, e seria idiota em acreditar que me deixariam sair das vistas da SHIELD por pelo menos alguns dias.

Assim que cheguei, na super mega mansão da família Finnt, Lally veio correndo me receber. Me instalou em um quarto que era três vezes maior que o meu em Nova York, e então fomos pra sala.

—Tenho uma surpresa pra você, Avery. -Cantarolou.

—Ih, que surpresa?

—É uma surpresa boa, eu garanto!-Um rapaz parecido com ela entrou na sala, sorrindo para nós. -Avery, esse é Theo, meu primo. Diz oi, Theo.

—Oi. -Ele disse, rindo. -Então você é a famosa Avery. Lally não para de falar sobre você. Apenas coisas boas, garanto.

—Por que não vai pra piscina com Will? Avery e eu lá vamos lá.

—Tudo bem. -Assim que Theo saiu, Lally me puxou até meu quarto.

—Ele não é lindo?

—O que está aprontando?-Perguntei, cruzando os braços.

—Só quero que fique com um cara normal, e humano. Meu primo é perfeito pra você.

—Allysia!

—Que? E vamos logo, Will me espera.

—Quem é Will?

—É um amigo de Theo, muito gatinho! Então vamos.

—Eu nem trouxe biquíni.

—Não tem problema, eu comprei um pra você. -E jogou as peças na minha cara. -Azul, pois combina com você. -Suspirei. -Que colar lindo, quem te deu?

—Frigga. Ela me deu de aniversário.

—Ex-sogrinha te mimando, é?

—Lally!

—Que?-Revirei os olhos e fui até o banheiro, anexo ao quarto, para me trocar. Voltei ao quarto, vendo Lally já pronta.

—Preciso de um short, não vou assim.

—Por quê? Tá linda assim. -Revirei os olhos e tentei alcançar o shorts que estava na minha mala, Lally o pegou antes.

—Allysia Finnt! Me devolva a droga da peça de roupa!

—Não.

—Lally! Eu vou te enfiar numa jaula de vidro, estou falando sério. -Bufando, ela me devolveu o shorts, que vesti antes que ela tentasse pegá-lo de novo. -Acho que podemos descer.

—Ótimo! Vamos. -E saiu me puxando. Na beira da piscina, Theo e o garoto que eu presumi ser Will, conversavam. Lally correu e abraçou o moreno, Will. -Chegamos.

Me sentei ao lado de Theo, enquanto minha amiga empurrava o outro garoto na piscina. Os dois pareciam bem... Chegados.

—Lally e ele estão namorando?-Perguntei para Theo, baixinho.

—Não. Mas acho que não falta muito.

—É o que parece. É verdade que Lally falou muito de mim?

—É. Ela fala de você o tempo todo. Você é a heroína dela.

—Então está sabendo do...

—É. Você é a Garota de Vidro. Já fiquei sabendo, sim. -Suspirei. -Mas tudo bem. Fale sobre Avery, a garota, não a Vingadora.

—O que quer saber?

—Do que você gosta? Não vale dizer que é salvar o mundo. -Riu.

—Ah... Gosto de ler.

—Já temos mais uma coisa em comum.

—E o que mais nós temos em comum?

—Respiramos, somos humanos, temos dois olhos, uma boca...

—Engraçadinho.

Passamos muito tempo na piscina, conversando e fazendo bobagens de adolescentes. Logo, uma empregada (Lally é rica, sabia?) veio nos chamar, dizendo que era hora do almoço.

No dia seguinte, nós quatro fomos ao shopping, e à noite, fomos ao cinema. Lally exigiu que fosse filme de ação, por minha causa.

—Lally, você não precisa levar tão a sério o fato de eu ser... -Olhei em volta, abaixando o tom de voz. -... Uma Vingadora.

—Eu levo. Você é a minha heroína, sabia disso?-Revirei os olhos.

Após o filme, nós paramos no estacionamento de uma lanchonete. Lally e Will foram buscar alguma coisa pra gente, enquanto Theo e eu nos encostamos no capô do carro dele.

—Eles ainda não estão namorando?-Perguntei. -Não se desgrudam.

—É. Eu ainda não entendi isso. Will é um pouco tímido, e Lally também, por incrível que pareça. -Rimos.

—Totalmente. -Olhei por cima do ombro. Um carro preto estava parado na beira da estrada. A placa era de Nova York. Estava nos seguindo. Primeiro o vi no shopping, depois no cinema, e agora na lanchonete. Eu tinha ignorado, mas isso pareceu importante.

—Avery?

—Oi?-Voltei a olhar para Theo, ele estava perto demais. Lally devia ter dito pra ele insistir em mim, pois mal nos conhecíamos e o garoto já estava dando em cima de mim. -Hã... Theo... Eu acho melhor você... -Aproximou o rosto ainda mais, e me beijou.

Eu quase tive um ataque. Tipo, que isso? Empurrei o garoto e me afastei, irritada. Theo parecia envergonhado. Onde raios Lally se meteu com Will?

—Olha, eu lamento, mas não quero nada com você, ok?

—Avery... -Tentou.

—Não. Ok? Preciso ficar sozinha. -Saí do estacionamento o mais rápido possível, de braços cruzados. Olhei pra trás, o carro de Nova York me seguia. Fui até a janela do carona e bati no vidro, que foi abaixado. Uma mulher loira olhou pra mim, tranquilamente. -SHIELD?

—Senhorita Dhenings... -Ela começou.

—Ah, qual é...

Alguma coisa atingiu o carro, o fazendo ser jogado longe, assim como eu. Tornei-me de vidro e corri para ajudar os agentes, tirando-os do carro. O que tinha sido aquilo? Voltei a forma humana.

—Vocês estão bem?-Perguntei. Eles nem tiveram tempo de responder, alguma coisa se moveu atrás de mim. Me virei. Loki. -Foi você? Por que diabos fez isso? Essas pessoas são inocentes!-A agente loira, mesmo ferida na perna, ergueu a arma. Suspirando, eu a agarrei e tirei das mãos da mulher. -Não!-Loki ergueu o cetro, disparando contra ela. Me tornei de vidro novamente, tirando a agente da mira dele. -Loki, o que deu em você?

Atrás de mim, alguém apareceu correndo. Theo. Ele olhou para o deus, assustado, com certeza sabia quem ele era. Loki mirou no garoto, com o olhar mais mortal que eu já vi na vida. Sabia o que ele ia fazer.

—Loki, não!-Me joguei na frente de Theo, sendo atingida. Caí no chão, rachando. Voltei a forma humana. Sangue sujava o vestido preto que Lally me dera.

—Avery... -Loki murmurou, acima de mim. Uma figura grande apareceu ao lado dele, Thor. Ele agarrou o irmão pela roupa, furioso. Começaram a discutir, mas eu não os ouvia mais. Minha visão estava embaçando, até escurecer de vez.

***

Abri os olhos. O teto branco era alarmante. Hospital. O que tinha acontecido mesmo? Loki. Loki atacando os agentes, então Theo...

Me sentei. Lally saiu de onde estava, vindo pro meu lado.

—Avery, permaneça deitada, por favor.

—Ele machucou mais alguém?-Perguntei.

—Ele quem?

—Loki.

—Thor o levou dali depois que você apagou. -Respirei fundo, meu peito estava dolorido.

—Quanto tempo estive apagada?

—O ataque foi ontem, agora são três da tarde.

—Ok. Por que Loki tentaria matar seu primo?

—Aquele psicopata tentou o que com o pobre Theo?

—Tentou matá-lo. Mas... O beijo. Ele viu o beijo. Heimdall deve ter visto.

—Fala na minha língua.

—Loki ficou sabendo que Theo me beijou e...

—Espera, espera, pausa! Theo beijou você?-Ela sorriu. -Conta tudo!

—Lally, Loki quase o matou, foca na droga do assunto! Por que ele faria isso?

—Theo e você se beijaram...

—Por quê? Por que ele estava com rai... Não, não, não pode ser isso.

—Hã... Hum?

—Loki estava com ciúmes. Isso... É... Bizarro.

—Você gostou do beijo de Theo?

—Lally!-Me levantei, a dor no peito ficou mais forte. -Droga.

—Você está machucada, não pode sair daqui.

—Eu preciso ir para Asgard. Onde estão minhas roupas?

—Você não pode...

—Allysia, não me faça sair daqui vestida desse jeito, por favor.

—Tudo bem. -Suspirou.

Assim que me vesti, saí sorrateiramente, levando Lally comigo. Ela não parava de falar sobre Theo e eu, além de insistir que eu não devia sair do hospital sem receber alta. Ignorei-a completamente.

—Como pretende ir pra lá?-Ela perguntou, cruzando os braços. Estávamos no estacionamento.

—Alguém de lá precisa me ajudar. -Olhei pra cima. -Heimdall? Eu meio que preciso de uma ajudinha. É sobre Loki, e eu sei que sou bem vinda aí.

—Com quem você está falando?

—Shh, Allysia. -Suspirei. -Heimdall? E então?-Fechei os olhos, desejando fortemente que ele me ouvisse e me ajudasse, quando voltei a abri-los, estava na Bifrost. -Valeu, de verdade. Eu poderia te abraçar, - Ele olhou pra mim. -ou talvez não. Sabe onde Loki está?

—Na Sala do Trono. Mas talvez não deva entrar lá agora.

—Na verdade, eu definitivamente devo entrar lá agora. Nos vemos. -E saí correndo.

Enquanto passava, as pessoas abriam caminho, talvez motivadas pelo medo (“invadi” Asgard uma vez, lembram?). Os guardas me deixaram passar, sem falar nada, porém, na tal sala onde Loki estava, eles hesitaram.

—Eu realmente preciso passar, gente. -Avisei. Eles trocaram olhares, então saíram do meu caminho. Entrei ao mesmo tempo em que Odin gritava:

—... Além disso quase matou mortais por um motivo fútil!

Loki estava na frente do Pai de Todos (menos do próprio Loki, não é?), ajoelhado e de cabeça baixa, porém, a ergueu como se soubesse da minha presença; Frigga e Thor estavam lado a lado, e pareciam surpresos em me ver. Odin estava apenas furioso por seu monólogo ter sido interrompido por... Bem, uma mortal.

—Sinto em interromper, senhor... -Comecei. -mas preciso falar com Loki.

—E para que, Avery de Midgard?

—Colocar juízo na cabeça dele.

—Não adiantará nada. Mas tente. Não tem nada a perder. -Loki se levantou e veio na minha direção, fazendo sinal, me mandando sair. Em silêncio, o segui até a biblioteca.

—Tudo bem, dessa vez você mereceu aquele sermão todo.

—Por que veio aqui?-Perguntou, irritado.

—Loki, você é o deus mais tonto e idiota que eu já conheci, sem ofensas. Tentou matar Theo, simplesmente por um motivo besta. Você não pode sair por aí matando as pessoas. Ciúme não deve ser um motivo para...

—Ciúme? Acha que estou aberto a isso?

—Você tem sentimentos, não tem? Não é por ser um deus que você não sente.

—Acha que eu teria ciúmes de uma simples mortal como você?

—Também não precisa me ofender. -Me afastei. -Eu quase morri, Loki, por causa dessa... Palhaçada que você fez em São Francisco.

—Tinha esquecido disso. -Murmurou.

—É, esqueceu,foi? Pois bem, estou te lembrando. -Respirei fundo. -Eu apenas... Foi ele que me beijou. Mas não significa que ele tem que morrer. Theo é um cara legal, mas... Não gosto dele desse jeito.

—E gosta de quem?

—Não é da sua conta. -Coloquei a mão no peito. -Droga.

—Que foi?

—Eu ainda não devia ter saído do hospital, não estou cem por cento. -Loki estendeu a mão. - Que?

—Vou te levar até a sala de cura.

—Não, valeu. Estou bem assim.

—Não vai morrer. Vem. -Revirei os olhos, mas aceitei a mão estendida.

—Saiba que não posso ficar muito tempo, tenho que voltar.

—Como quiser.

***

—Se Fury souber que esteve em Asgard de novo... -Tony começou. Estava falando com ele pelo celular, horas depois de voltar para Terra. -Pior, e se o Conselho descobre?

—Eles não precisam saber. Os únicos que sabem são Lally, eu e você. E nenhum de nós gosta ou confia na SHIELD.

—Você tem razão, mas se mantenha na linha.

—Olha só quem fala!-Ele riu e desligou.

Eu não tinha pensado em nada daquilo. Os agentes que estavam me seguindo, podiam estar lá naquela hora. Droga. Adeus Coração de Vidro...

Talvez eu devesse começar a pensar no plano... Como meu plano devia se chamar? Acho que “Plano-de-forjar-minha-morte-para-me-manter-viva-e-longe-das-garras-do-Conselho” ia ficar muito grande.

Quando desci pra jantar, todos estavam lá. Lally estava mexendo no celular, enquanto os garotos conversavam.

—... Um psicopata. -Theo dizia para Will. -Os Vingadores deviam ter matado ele quando tiveram a oportunidade.

—Se estiver falando de Loki, - Comecei.-é bom se calar enquanto eu estiver aqui.

—Que roupa é essa?-Lally sussurrou, parando de digitar.

—Nada demais. -Era apenas um vestido estilo Asgardiano, verde e dourado, porém, não longo. -É apenas... Um vestido.

—Com as cores de Loki.

—Eu sei. -Sorri pra ela e me sentei. Will e Theo pareciam chocados. -Ah, e só pra constar: qualquer comentário ruim ou pejorativo sobre Loki... Terá graves consequências. Tudo bem?-Silêncio. -Eu fiz uma pergunta. Tudo bem?-Fizeram que sim, sorri de novo. -Ótimo, já podemos jantar.

Assim que terminaram de comer, os garotos saíram correndo pro segundo andar, desesperados. Acho que os assustei, só acho.

—O que raios foi isso?-Lally perguntou. -Traumatizou os dois.

—Só não posso ouvir alguém falar mal de Loki, ok? Isso começa a me irritar. Por que ele é sempre visto como vilão?

—Por que ele é o vilão?-Suspirei.

—Lally, ele precisa de uma chance. Tudo bem, que ele passa a maior parte do tempo pensando em como subir ao poder, e provavelmente matar Odin, mas... Ele é um cara legal, entende?

—Não. Mas sei que está pensando desse jeito porque gosta dele. Só te desejo boa sorte. - Se levantou. -Será que pode parar de assustar os meninos? Seria ótimo. Acho que essa noite eles não dormem, de tanto medo de você. -Rimos.

—Eles bem que mereceram.

***

"Era a Sala do Trono, em Asgard. Havia muita, muita gente mesmo, porém, seus rostos eram borrões. Uma mulher, vestida de verde e dourado, passou por entre a multidão, que a deixava passar, com certo... Respeito que se tinha para com gente da nobreza. Ela devia ser importante.

Então a imagem sumiu, e agora a mulher estava... Na SHIELD, com o mesmo vestido verde e dourado, mas dessa vez, eu pude ver seu rosto, era eu.

Dois agentes estavam levando-a, ou melhor, me levando, eu estava com algemas estranhas, com os braços atrás das costas. E, bem, eu estava gritando e chorando.

Um dos agentes abriu uma porta, a imagem voltou a sumir, e quando voltou, eu estava presa em uma maca, desesperada.

—Nós dissemos que devia tomar cuidado com suas escolhas. -Várias vozes disseram, juntas. Era o Conselho, e Fury."

Acordei, me sentando e passando a mão no rosto. Que raio de sonho tinha sido aquele?

Me levantei e fui até a cozinha, enchendo um copo com água.

—Também perdeu o sono?-Alguém perguntou, atrás de mim. Me virei, Theo.

—Sim.

—Olha... Desculpa, tá? É que... Lally falou tanto de você, que eu quis conhecê-la. E... Ela disse que eu devia insistir em você. -Passei um tempo em silêncio, bebendo a água, então deixando o copo na pia. -Você gosta daquele cara, não é?

—O nome dele é Loki. E isso não é da sua conta.

—Ele matou um monte de gente! Quase destruiu Manhattam, e você vai ficar com ele?

—Theo, cuide da sua vida, não da minha, ok? Muito obrigada.

—Só não quero que se machuque.

—Não vou me machucar, Loki não me machucaria.

—Espero que não esteja enganada. -E saiu da cozinha.

***

Eu fui embora de São Francisco uma semana depois. A convivência com Theo se tornou insuportável.

Naquele começo de tarde, eu estava no elevador da Torre Stark, quando as luzes apagaram e o elevador parou. Não podia ser falta de energia, era a droga da Torre de Tony Stark!

Me abaixei para pegar o celular na mala e vi que estava desligado. Tinha bateria, mas não ligava. O que era aquilo, afinal? Alguma coisa estava interferindo na energia da Terra? Oou... Isso parece... Invasão.

Abri o elevador com o botão de emergência, que graças a Deus Tony tinha colocado, e saí para os corredores. Eu era a única na Torre.

Deixei minhas coisas no elevador e saí correndo pra sala principal. O céu estava completamente negro.

—Mas... Que...?-Murmurei.

Comecei a voltar, quando ouvi vozes e me escondi, não era ninguém que eu conhecia. Por um momento, eu torci para estar vendo errado. Chitauri? Mas... Não podia haver mais deles...

Um dos aliens foi até a sacada, ele usava uma capa com capuz, sem chance de ver seu rosto.

—É assim que vamos dominar a Terra. -Ele disse. -E então, iremos destruir Asgard, e mostrar a Loki que não pode falhar conosco e sair ileso. -Esse cara disse o que eu acho que ele disse? Ele ia machucar Loki! Espera... A Terra...

Saí do meu esconderijo lentamente, tentando não fazer barulho. Uma estaca de vidro surgiu na minha mão. Mirei no cara que me parecia o líder, e lancei a estaca. Ele se virou e ergueu a mão, fazendo o objeto explodir em vários pedacinhos.

—Ah, maravilha. A tal Garota de Vidro. -Recuei.

—Como sabe?

—Ficou meio óbvio depois da sua tentativa ridícula de ataque. -Um dos Chitauri veio pelas minhas costas e me lançou na mesa de centro, tentei não mostrar que tinha machucado. Ia virar de vidro quando me puxaram pra trás, prendendo meus braços. Não conseguia me transformar.

—O que é isso?

—Um tipo especial de algema. Não poderá usar seus poderes.

—E quem é você?

—Pode me chamar de... Outro.

—Outro? Seus pais te odiavam, no mínimo, pra te dar um nome desses, sério. -Um dos Chitauri me empurrou no chão, de novo.

—Amarrem essa peste humana.

Depois de amarrada, eu fui jogada (sem cuidado nenhum) num canto da sala. Tinha que sair dali, tinha definitivamente que sair dali. Estava sem meus poderes, dados pelo Coração de Vidro. E, sem querer dar ideias, mas eu sabia que o Outro ia arrancá-lo de mim no fim de tudo.

Comecei a tentar cortar as cordas com um pedaço de vidro que tinha pegado após me jogarem na mesinha de centro, assim que soltei as mãos, comecei a soltar as pernas, torcendo pros aliens estarem muito distraídos, ou eu estava ferrada.

Me levantei, foi quando um Chitauri me viu, e atirou uma cadeira na minha direção. Desviei, mas outro conseguiu me puxar pelo cabelo. O Outro se virou, irritado.

—A amarrem direito!

Enquanto me amarravam ,alguém apareceu, jogando cada Chitauri próximo para longe. Era Loki. Assisti em silêncio a luta que se desenrolou na sala de Tony, sabendo que ele piraria quando visse a bagunça.

—Bancando o herói, Laufeyson?-O Outro perguntou, rindo. -Veio salvar sua namorada, imagino. -Loki olhou pra mim, foi quando o pegaram. -O amarrem também. Quero que ele veja sua... Amada humana sofrer...