Paily: Winter and Pool escrita por tat maslays


Capítulo 8
O primeiro beijo




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Emily entrara no banheiro e após passar uma água no rosto, esperava que seus batimentos voltassem ao normal. Aquela situação com Paige estava ficando muito tensa e não queria deixar transparecer a nadadora o que se passava em seu interior.

Foi quando seu celular tocou. Uma ligação de seu pai, o que não esperava que fosse acontecer tão cedo, muito menos naquele momento. .

Em saíra do Grill para atender e devido a urgência provavelmente Paige não a vira.

Era a primeira vez que seu pai ligava desde que havia saído do país.

E era tão bom escutar a voz dele novamente, pois sentia muita saudade do pai.

Wayne queria saber como estavam as coisas com sua mãe, como estava a escola nova, se já havia feito amigos, queria saber praticamente tudo o que se passava.

E a meia hora que ficara falando com ele, parecera cinco minutos.

Ao desligar o telefone ainda refletia sobre o rumo que a sua vida estava tomando naquelas últimas semanas.

Sobre como o fato de seu pai estar longe lhe deprimia.

E nisso viu quando Paige saiu praticamente correndo do Grill.

Não podia deixa-la ir embora sem se desculpar por sua estupidez de deixá-la sozinha.

– Paige!

Pode escutar Emily chama-la logo atrás, e pelo barulho que os cascalhos faziam pode sentir que ela estava se aproximando.

Se desse mais alguns passos chegaria a seu carro, e poderia ir embora sem ao menos olhá-la de novo, no entanto sabia que seria inútil fugir.

Uma hora ou outra teria que falar com ela, afinal elas agora nadavam na mesma equipe, fora os outros mil motivos.

– Está indo embora? – perguntou Emily diminuindo ainda mais a distância que as separava.

– Sim! – desconversou ela tentando encontrar a chave do carro na bolsa.

Havia pouca luz no exterior do Grill, e Paige não estava enxergando muito bem, por isso pegou o celular e ligou o display tentando iluminar o interior da pequena bolsa.

Sem muito sucesso

– Precisa de ajuda? – questionou a morena a poucos centímetros dela.

Estava escuro e Paige não conseguia ver muita coisa, mas pode sentir o hálito quente dela em seu rosto, pode também sentir a fragrância do perfume doce dela, em misto a outra fragrância que ela não conseguiu identificar, parecia algum tipo shampoo ou condicionador.

Porque aquilo tinha que estar acontecendo justo com ela. Em um momento ela e Emily estavam em sintonia total e em outro, Emily a ignorava sem nem ao menos lhe dirigir uma palavra. E sumia do mapa.

Ficara magoada com a maneira que Emily lhe tratara, e durante todo o tempo que a aguardara sair do banheiro, chegara à conclusão do quanto aquilo tudo era insano.

Em menos de vinte e quatro horas aquela garota conseguira virar seu mundo.

Por aquela gama de motivos, tinha que sumir dali, não queria ficar mais encrencada do que já estava.

Se seu pai chegasse a sonhar que aquilo estava acontecendo estaria muito ferrada, para dizer o mínimo.

Seu pai não era o tipo de pessoa que tinha a mente aberta para muitas coisas e se soubesse que sua filha estava se interessando por outra garota...

Era melhor tirar aquele pensamento de sua cabeça, por que não era nem possível imaginar o que seu pai faria naquela situação.

Paige sempre fora uma garota curiosa, desde pequena. E estava tentando se convencer que aquilo que Emily a fazia sentir tinha muito haver com a curiosidade de nunca o tê-lo feito. Nunca ter estado com uma garota.

E talvez pela criação que tivera fosse aceitável que aquela barreira entre o moralmente aceito e o que estava sentindo se levantasse. Sua família sempre fora preconceituosa em todos os aspectos, e seu pai nunca escondera isso dela.

– Não! Já achei o que estava procurando! – respondeu ela erguendo a chave entre os dedos para logo em seguida destravar as portas do utilitário.

– Vai me ignorar? – voltou Emily a questioná-la.

– A menos de meia hora você fez o mesmo comigo, então estamos quites!

Paige deu as costas para ela e abriu a porta do carro com mais força do que o necessário.

– Não foi minha intenção te deixar esperando – proferiu Emily segurando-a pelo pulso impedindo que ela entrasse no carro. Seu tom de voz ainda se mantinha normal.

Emily não imaginara que ela ficaria tão chateada por ter esperado seu retorno. Tudo bem que não fora a mais receptiva das pessoas ao descer do palco, mas precisava de um tempo para processar aquilo que a estava consumindo.

Por isso não falara com ela, estava muito confusa.

Emily não era o tipo de garota que se deixava seduzir por um par de olhos verdes e uma serenata, mas Paige McCullers estava mudando alguns conceitos que ela acreditava serem imutáveis.

Porque quando tentava se convencer que estava interessada por garotos, procurava garotos como ela. Do tipo que a seguraria pela mão e a arrastaria para um palco, para cantar, porque ela não teria coragem de fazê-lo sozinha.

Paige era totalmente o oposto de Maya, mas ao mesmo tempo tudo o que Emily ansiara encontrar em uma garota.

– Preciso ir... já passou das onze e disse a meu pai que não demoraria – explicou ela tentando puxar o braço do contato da garota Fields.

– Não faça com que eu me arrependa de ter vindo até aqui falar com você!

– É o mínimo que deveria ter feito depois de ter me deixado esperando como uma idiota naquela mesa. – declarou Paige sarcástica, tentando fitá-la nos olhos.

– Deixa eu me explicar!

– Não preciso de suas explicações Emily, não somos amigas, e não tem porque me dar explicação de nada.

Ela jogou a bolsa sob o banco do motorista e voltou a olhar Emily que ainda segurava seu pulso.

– Não diga que não somos amigas.

– Não somos, e você sabe disso. Agora me solta, que preciso ir embora! – proferiu a nadadora com um tom incisivo. Tentando puxar o braço.

– Não enquanto você estiver agindo como criança! – tentou se explicar Em.

– Se eu fosse criança eu não faria isso...

Paige diminuiu a pequena distância que ainda as separava e fez o que queria fazer desde o momento que conhecera Emily Fields.

Aproximou seus lábios dos dela e a beijou.

Paige sabia que nenhuma experiência que tivera se comparava com aquele beijo.

Os lábios de Emily eram tão doces e macios que não queria mais se afastar deles. Não enquanto ainda podia beijá-los.

Paige aprofundou o beijo e ao sentir que Emily não ofereceu resistência continuou.

Emily subiu as mãos a até a nuca da nadadora impedindo que ela se afastasse e mateve o contato. Sua respiração estava ofegante, mas isso não a interrompeu, porque queira muito aquilo.

Paige a pegara de surpresa.

Não que não quisesse beijá-la, mas Emily era o tipo de garota que não gostava de ser surpreendida, ainda mais quando se tratava de um contato físico como aquele.

Emily trouxe as mãos até o rosto dela, e quando Paige se afastou pode ver, mesmo com a pouca luz ambiente que suas bochechas queimavam e seus lábios tremiam.

No entanto o que mais impressionou Emily foi constatar que os olhos da garota estavam marejados.

Paige fechou os olhos como que para guardar aquele momento em suas lembranças.

Céus! Como aquilo fora bom. – pensou Paige consigo.

Ela sorriu e ao olhar para Emily, percebeu que ela a olhava, como se ainda não acreditasse no que ocorrera.

Paige também não acreditava que havia feito aquilo.

– Preciso ir! – proferiu Paige como que se convencesse que realmente precisava ir embora.

Olhou uma última vez para Emily e entrou no carro.

Sabia que depois daquilo, sua vida não seria mais a mesma.

Tudo graças a Emily Fields.


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