Paily: Winter and Pool escrita por tat maslays
Notas iniciais do capítulo
desculpem pela demora, essa semana realmente está corrida...
agora chega fim de ano e sabem como é...
espero que gostem do capitulo, se tudo der certo amanhã volto a postar...
bjoo
Emily estava encontrando forças em seu interior para não prosseguir com aquele mero contato.
A face de Paige era macia e seus lábios rosados entre abertos pediam para serem beijados.
Ter ela tão próxima era uma tortura e sabia que não podia beijá-la, não na sala de estar da residência dos McCullers.
Emily ajeitou uma pequena mecha de cabelo que lhe caiu sobre a face ajeitando-a por detrás da orelha da nadadora.
Podia sentir o perfume floral que Paige usava, parecia ter cheiro de morangos, mesclados a outra fragrância que Emily não conseguia identificar, já que não tinha o olfato tão apurado.
Emily tentou não reparar como a face dela estava pálida, por certo devido ao resfriado. Queria tanto poder cuidar dela, lhe afagar e dizer que estava ali por ela e não deixaria que nada lhe acontecesse.
Mas quando a viu se afastar vislumbrou medo em seu olhar, o mesmo medo que um dia também tivera.
Medo de que seus pais descobrissem aqueles sentimentos que a atormentavam, por isso Emily apenas recuou esperando que ela dissesse algo.
– Por que se importa tanto comigo Em? – questionou a nadadora com uma voz baixa, mas perceptivelmente audível.
– Porque sinto que você precisa de alguém que cuide de você... – respondeu Emily para logo em seguida interromper o que dizia, pois notara um senhor com os cabelos grisalhos entrar ao recinto.
O Sr. estava bem vestido. E mantinha sua atenção para elas.
Paige estava preparando a resposta para o que Em dizia quando viu a mesma silenciar o que dizia e fixar os olhos em algo que estava atrás dela.
Paige girou o rosto observando que se tratava de seu pai.
Nick tinha os olhos curiosos direcionados a filha e tentava entender o que estava acontecendo ali naquela sala.
– Pai?!? – pronuncio Paige, mais assustada que contente com aquela situação.
Até onde Jasmine lhe dissera seu pai não estava em casa, possivelmente acabara de chegar do trabalho.
Ao vê-lo Paige sentiu um calor lhe subir a face e seu rosto queimar. Aquilo não era muito discreto de sua parte, mas não podia controlar as reações de seu corpo.
– Como você está filha? Sua mãe me ligou informando que já estava em casa – perguntou Nick se aproximando da filha e observando seu estado.
Nick a observava atentamente tentando entender o motivo da nadadora ter ficado doente.
– Estou bem pai – Paige deu um breve abraço no pai e ao afastar-se e ver a face curiosa de Emily fez as devidas apresentações - Esta é minha amiga... Emily – proferiu a nadadora efetuando as apresentações.
Reparou a maneira como seu pai ficou sério ao escutar o nome Emily.
– Emily a filha dos Fields? – questionou Nicholas com um certo ar surpreso por Paige ser amiga da garota dos Fields.
– Isso – respondeu Emily se voltando para o pai de Paige.
– Como está seu pai?
– Bem senhor! – afirmou Emily tentando não se sentir intimidada com o olhar sério do Sr. McCullers em sua direção.
– Fique conosco para o jantar, é sempre bom quando um amiga de Paige nos visita – pronunciou o pai de Paige com o rosto ainda sério.
A nadadora tentou interpretar aquela maneira como o pai tratara Emily durante a curta conversa que haviam tido, como uma atitude normal, mas sabia que era algo muito longe disso.
Normal em alguns aspectos, e extremamente tenso em outros.
Será que Nick reparara em algo.
Emily reparava na maneira extremamente impecável que a Sra. McCullers dispusera a mesa para o jantar.
A mesa da sala de jantar da casa dos McCullers possuía oito lugares e Emily sentara-se ao lado de Paige. Jasmine estava a sua frente e o Sr. McCullers na outra ponta oposta, próximo à filha.
Os outros três lugares haviam ficado livres na outra ponta extrema da mesa.
Não estava com fome, e mesmo se estivesse com fome sabia que não conseguiria agir normalmente com os olhos dos pais de Paige em cada gesto que ela fazia.
Sua mãe havia ensinado a não fazer desfeita alguma ainda mais quando estava na casa dos outros e Pam até ficara feliz quando Emily avisara que os pais de Paige a haviam convidado para o jantar, disse que seria uma boa oportunidade para ela se socializar.
Estava dispensando aquele tipo de socialização, parecia um novilho indo para o abate, para ser gentil.
Emily olhou para a salada em seu prato, olhando logo em seguida para o prato de Paige que também tinha apenas salada.
– Espero que não esteja fazendo desfeita da comida da minha mãe – brincou Paige colocando comida a boca e olhando para Em com o canto do olho.
– Longe de mim, fazer alguma coisa desse tipo! – respondeu prontamente Emily, deixando que aquele contato visual entre ela e Paige durasse um tempo maior que o necessário.
Aquele foi um dos seus erros, pois notou como os olhos cúmplices de Jasmine a olharam.
Emily aceitou aquela observação e se concentrou em comer o que havia colocado ao prato.
– Você nada a muito tempo Emily ? – questionou o Sr. McCullers extremamente interessado em uma resposta a altura.
– Desde pequena – informou a morena tentando ser breve para não dar assunto para que a conversa se seguisse.
Pressentia que aquelas indagações tinham no fundo algum fundamento não muito amistoso.
– Paige também – completou Nick - Deve ter sido difícil essa mudança de cidade para você? – voltou a questionar o Sr. McCullers.
– Foi – respondeu Emily, sentindo-se na necessidade de esclarecer o porque daquela resposta – Está sendo difícil, mas algumas vezes as coisas mudam para melhor – observou Emily atenta a reação de Paige, que parecia muito mais interessada em seu brócolis do que naquela conversa.
Os olhos da nadadora não desviavam de seu prato, e quando o faziam era para fita-la ou Sarah, jamais fazendo para seu pai.
O pai de Paige não lhe fez mais perguntas, mas Em sentiu como se ele estivesse apenas esperando o momento certo para voltar a questioná-la.
O Sr. McCullers exibia uma certa agressividade ao questioná-la e Emily não sabia ao certo o que tudo aquilo significava, sabia apenas que não deveria estar ali.
Agora estava começando a lhe fazer sentido do porque Paige tinha tanto medo.
– O jantar estava muito bom Sra. McCullers, fico muito honrada por terem me convidado – agradeceu Emily encaminhando-se a porta e se despedindo da mãe de Paige.
– Fico feliz que tenha gostado, e espero que venha mais vezes.
Emily sabia que aquela possibilidade era um tanto quanto remota, mas nada disse.
A morena abaixou-se e deu um terno abraço em Jasmine que não queria mais se desvencilhar do contato.
Adorava aquela garotinha.
– Você precisa mesmo ir? – perguntou a criança ainda lhe abraçando.
– Preciso Jass, mas logo nos vemos – Emily fitou os pequenos olhos verdes e seu coração se enterneceu – Ok?!?
– Tá – respondeu a criança se afastando do contato, permitindo que Emily levanta-se e ajeita-se os cabelos que haviam ficado revoltos devido a maneira desajeitada como Jasmine lhe segurava.
Paige observou enquanto a morena ajeitava os cabelos e aquela sensação voltou a lhe invadir.
Estava muito feliz por ver ela, ter Emily ali em sua casa fizera Paige esquecer-se que passara o dia todo no hospital, fizera Paige esquecer-se estava doente.
Queria poder abraça-la como Jasmine o fizera, mas tinha muito medo.
Principalmente pela maneira como seu pai tratara Emily. Nick sabia de algo.
O que mais assustava a nadadora em toda aquela situação é que sabia que, depois que Emily saísse por aquela porta ele iria querer saber a verdade.
– Obrigada por ter vindo Emily – murmurou a nadadora ao ver que ela já havia arrumado o cabelo.
– Não foi nada Paige. Até amanhã – proferiu Emily antes de lhe lançar um olhar cúmplice e porque não, apaixonado. Saindo logo em seguida pela porta principal da residência dos McCullers.
– Até – murmurou Paige como que para si mesma para logo em seguida fechar a porta atrás da morena.
Paige suspirou tentando tomar coragem para o que provavelmente viria a seguir.
A nadadora encaminhava-se para o quarto, quando escutou seu pai lhe chamando do escritório.
– PAIGE!!!
Estava cansada de fingir, talvez aquele fosse o momento de dizer a verdade.
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