Paily: Winter and Pool escrita por tat maslays


Capítulo 17
E se eu disser... Eu sou gay...


Notas iniciais do capítulo

Estou animada com a história, e acredito que também estão... espero que gostem do capítulo :)



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Paige se afastou da amiga e tentou recompor-se.

Aos poucos as lágrimas pararam de escorrer.

Sabia que havia estragado tudo porque não precisava beijar Sean para saber, que não era aquilo que queria.

E que provavelmente após aquele episódio os rumores de sua sexualidade se espalhariam como fogo em pólvora em Rosewood High. Rápido.

Ainda não sabia como fora fraca o suficiente para chegar aquele estado, mas não se orgulhava.

Não era de seu feitio consumir bebida alcoólica, principalmente pela rotina de treinos que mantinha.

Não combinava com bebida alcoólica, na verdade não gostava, muito menos de vinho. Vinho Cabernet Sauvignon.

Após beber quase meio litro de água sentiu seu estômago pesar.

Paige começou a analisar a situação com mais cautela, tentando buscar em sua mente motivo de sua atitude.

Só ela sabia o quanto estava se esforçando para ignorar aqueles sentimentos que Emily despertava em seu interior.

Por isso não a respondera durante a tarde, todos seus esforços estavam concentrados em ignorar a morena. Ignorá-la e prestar atenção na maneira como seu corpo reagia a Sean.

Emily não estava na cidade e isso era um sinal para não recorrer a ela.

Tudo o que fizera nos últimos dois dias se resumia a uma coisa. Emily.

Pensar em Emily. Beijar Emily. Querer Emily.

O que Paige não podia negar durante todo aquele processo de tentar se entrosar com o capitão de futebol, era que quanto, mais tempo ficava longe de Emily, mais sentia sua falta.

Era como se durante todo aquele tempo ali, estivesse fingindo ser alguém que não era. Como se fosse alguém que assistisse tudo aquilo acontecer, mas não ela.

Paige sabia que não fora muito inteligente se sua parte encher a cara, mas já estava sem alternativas para voltar a vida que, acreditava ser normal.

Estava desesperada, e Sean era sua última alternativa. Seu último recurso.

Sean era um cara legal. Um garoto que ela em um passado não muito distante daria tudo para namorar. O único problema era que ela não se sentia atraída por ele.

O único problema ali era ela. Ela estava fingindo ser o que não era. Uma garota que gostava de garotos.

Paige acreditara em sua estúpida cabeça que beber algumas taças de vinho a deixaria mais à vontade e descontraída para se envolver com ele.

Paige era uma garota inteligente, de sua turma uma das mais dedicadas. Não se classificava como nerd, embora algumas pessoas de sua sala o fizessem, se classificava simplesmente como esforçada. Como em tudo que fazia, principalmente na natação.

Garotas inteligentes não faziam o que ela fizera. Encher a cara para dormir com um garoto.

Tudo bem que ela não dormira com o garoto, até onde sabia, mas sua razão para não o tê-lo feito poderia acabar com a reputação que tinha com a equipe de natação.

E isso implicava em problemas com seu pai. Porque a equipe poderia boicotá-la e acabar com seus esforços para a única coisa com a qual estava se importando naquela estúpida escola.

Ser capitã da equipe de natação.

Sentia como se tivesse traído Emily, embora elas não tivessem absolutamente nada, porque sentir os braços de Sean percorrendo seu corpo não era a mesma coisa do que sentir Emily.

Porque querer que os braços fortes de Sean fosse suaves como o de Em, era pedir demais, já eles possuíam compleições físicas totalmente distintas.

Paige não o afastara quando ele a puxou para perto e a beijou.

Os lábios de Sean eram ásperos e os de Emily tinham gosto de morango.

Correspondera ao beijo, mas a todo o tempo que pareceu uma eternidade em que tivera o garoto próximo a ela, buscava em sua mente a lembrança de Emily, pois só ela era capaz de tornar aquele momento suportável.

Paige o afastara, simplesmente porque não suportara os avanços que indicava para onde aquilo levaria. Um quarto.

Não dormiria com ele. A única pessoa que ela queria fazer sexo naqueles últimos dias era Emily, e já estava certa após aquele amasso com Sean de que aquilo não mudaria.

Não enquanto não tivesse aquele corpo moreno junto ao seu novamente.

Paige voltou para a sala tentando não acordar Sean, que estava praticamente do mesmo jeito de quando ela saíra a alguns minutos atrás.

A nadadora pegou o celular sobre a mesa de centro e verificou a hora. Já se passava das dez.

Sua cabeça ainda lateja, não na mesma intensidade de que quando acordara, mas ainda incomodava. E trazer a tona aquelas lembranças da tarde tornava tudo ainda mais difícil de lidar.

Não conseguia lembrar o que tanto conversara com Sean, mas sabia que havia realmente dito a ele que gostava de garotas.

Lucy havia ficado na cozinha procurando algo para David comer.

– Ele está com fome – alegara a amiga. Deixando claro que eles haviam feito algo no quarto que deixara o namorado com apetite. Paige tentou dissipar aquela imagem de sua cabeça.

Odiava quando Lucy fazia aqueles comentários. Afinal não tinha uma vida sexual como a dela e não precisava que aquilo fosse esfregado em sua cara.

Precisava ir para casa. Já estava tarde.

Avisara a mãe que estava na casa de Lucy, mas sabia que no dia seguinte teria aula pela manhã e precisava pelo estado em que estava ao menos uma boa noite de sono.

Com aquela chuva que caía seria a melhor coisa.

No entanto havia algo para resolver antes de ir para casa.

Paige pegou suas chaves sobre a mesa e correu para o carro sem se despedir de Lucy.

Lucy não deixaria ela sair naquele estado, mas já estava melhor e não era nenhuma criança para ser monitorada daquela maneira, embora naquele dia houvesse agido pior que uma.

Emily já estava deitada a cinco minutos.

Já se passara das dez, e o dia fora cansativo.

A chuva ainda era torrencial e sua noite se resumira a filmes e chocolate quente. E quanto a isso não tinha o que reclamar.

Não tivera notícia alguma de Paige, e talvez aquilo fosse o melhor. Estava pensando muito nela e não queria depender tanto de alguém novamente. Não depois do que acontecera no seu último relacionamento.

Escutou seu celular tocando e após alguns segundos pode ver pelo display que era Paige que lhe ligava. Talvez se ignorasse ela não voltasse a ligar.

Após a terceira vez que o aparelho chamou Emily resolveu atender.

– Preciso te ver Emily – escutou Paige murmurando do outro lado da linha.

Aquela voz tinha o poder de lhe tirar a linha de raciocínio.

– Já está tarde – conseguiu por fim dizer Emily após voltar a seu estado normal - Amanhã cedo temos aula – completou a morena com um longo suspiro.

– Eu sei – informou Paige, não entendendo a atitude evasiva de Emily – Desculpe se te acordei, mas já estou aqui na frente da sua casa e a chuva está realmente forte.

Emily levantou da cama e se aproximou da janela puxando uma pequena parte da cortina. Pode ver o carro de Paige estacionado logo em frente a garagem.

Paige realmente estava lá.

– Eu vou entender se não quiser vir aqui – proferiu a nadadora ao perceber o silencio de Emily – Eu realmente estou tentando...

Emily não conseguiu se conter e acabou desligando o telefone.

A morena desceu as escadas e quando abriu a porta pode ver que Paige já caminhava para o carro na chuva.

– Paige, espera! – gritou Emily.

Emily pode notar que a nadadora estava completamente encharcada devido a chuva e parecia um pouco perdida.

– PAIGE! – voltou Emily a gritar.

Paige ainda não acreditara que Emily desligara o telefone em sua cara.

A raiva lhe subiu a cabeça e se estivesse em seu estado normal ligaria para confrontá-la, mas já havia feito merda suficiente para um único dia. Era melhor usar o pouco de juízo que ainda tinha.

Todas suas barreiras foram derrubadas ao ouvi-la chamando da porta.

Ela realmente estava lá.

Como não se apaixonar por uma garota como ela? Com aquele pijama de coraçõezinhos – Paige se perguntou, caminhando de volta a casa dos Fields.


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Notas finais do capítulo

E aí? o que estão achando?



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