POV PAUL

Foxy já estava comprimindo a faca no meu pescoço, quando Julia pulou em cima dele. Ela havia se transformado de novo, mas agora estava mais horrível ainda. Seu rosto havia mudado completamente. A boca dela havia aumentado, como a de um tubarão. Sua pele estava pálida, quase cinza. Seus cabelos castanhos cacheados, agora estavam vermelhos incandescentes, como o das outras meninas, só que mais sinistros. Seus olhos estavam tão perturbadores quanto os do seu irmão. A parte branca estava preta, mas tinha profundidade, como um buraco negro. E a pupila vermelha, agora estava em chamas.

Ela conseguiu derrubar o Foxy sozinha. Lançou o facão dele longe, e ainda fez um belo corte no rosto dele. Mas o sangue dele não era vermelho. Era preto.

O que eles eram?

Depois que a Julia viu o corte que ela fez no Foxy, ela começou a voltar ao normal.

– Por que você fez isso?! – Foxy gritou – eu só estava te protegendo!

– Me proteger?! Você ia matar ele – Julia disse ofegante – eu não sou mais uma criancinha, Foxy.

– Não para mim. Você sempre vai ser minha irmãzinha. – Foxy abaixou a cabeça – se não fosse por mim, nós não estaríamos desse jeito. Se eu não tivesse seguido a Marissa, em vez de te escutar, nós não estaríamos desse jeito. ESSES MONSTROS QUE NÓS SOMOS AGORA! E eu não vou deixar nada acontecer com você. Nunca mais.

– Ei, eu sei fazer isso também! – disse Marceline. Ela era uma garotinha de uns sete anos de idade. Sua pele era pálida, e ela tinha mordidas no pescoço. – o meu papai me ensinou. Olha só:

Então ela virou um morcegão horrível de uns três metros de altura. Esse dia está ficando cada vez mais perturbador.

– Marcy, por favor – disse Simon – você sabe que isso me assusta.

– Desculpe Simon – ela riu e se transformou em garotinha de volta.

– Espera, – eu notei a coroa do lado da calça de Simon – você é Simon Petricov? O arqueólogo do jornal?

– Sou sim, mas – ele suspirou – agora eu sou um velho acabado. E tudo por causa dessa coroa.

Ele parecia muito triste.

Bom, seria uma longa noite tentando salvar minha pele. E eu não me refiro aos monstros de gosma, e sim ao fato da minha namorada (ué, por que não?) ser beeeeeeeeem sinistra, e que o irmão dela é bem pior, e que ele quer me matar... Bom, digamos que eu não dormi como um anjinho.

Já era de manhã. Todos tinham levantado menos eu. Eu levantei, e me deparei com o facão do Foxy apontado para a minha barriga.

– Bom dia, Bela Adormecida. – ele sorriu, mostrando os caninos pontudos – Dormiu bem?

– O que você quer? – eu afastei o facão.

– Olha, só pra avisar, ontem você ficou me devendo uma lutinha... Amigável. Eu não quero falar nada, mas meus dentes são tão afiados quanto a “Lucy”

– Lucy?

– O meu facão. E aquele jeito que a Julia ficou, pense nisso 150 vezes pior. Eu consigo fazer isso. E se você encostar em um fio de cabelo da minha irmã, – ele apontou Lucy para a minha nuca – Já sabe, né?

E com essa declaração feliz, minha manhã começou.

Eu queria muito conversar com a Julia, mas Foxy e a Lucy estavam sempre me encarando. E como eu não consigo falar sem a cabeça, era melhor esperar um pouco.

POV FOXY

Estávamos seguindo por uma floresta, quando meu sangue gelou. Mais do que o normal.

– Julia, você se lembra desse lugar? – eu disse, com os cabelos em chamas

– Perfeitamente. – ela respondeu. Os seus olhos agora estavam como os meus.

Nós estávamos diante de uma clareira. Tinha uma cabana sinistra bem no meio da clareira. Uma garota lutava com um monstro igual a nós dois atrás da casa

A garota tinha cabelos negros e cacheados e olhos cor de jade. Ela lutava com dificuldade contra o monstro. Eu precisava ajudá-la.

– Julia, me ajuda aqui! – eu me transformei e corri até o monstro. Julia fez o mesmo.

Eu pulei na garganta do monstro e ele caiu. Então ele... Ela começou a voltar ao normal.

– Marissa!

Deixa eu explicar.

Antes da guerra, eu e a Julia éramos pessoas normais. Mas quando a guerra começou nossos pais tiveram que ir lutar. Então ficamos sozinhos sobrevivendo por conta.

Uma noite estava chovendo muito. Chuva acida. Estávamos fugindo da chuva quando uma mulher pediu para a seguirmos. E talvez eu tenha me deixado levar pela aparência dela. Ela era bonita. Ela tinha a pele pálida e longos cabelos negros, mas tinha olhos vermelhos.

Ela nos atraiu até uma cabana. Julia não queria entrar, mas eu, como qualquer adolescente burro, resolvi seguir a moça gostosa, mas ligeiramente suspeita.

Ela pediu para ficarmos pela noite. Foi quando aconteceu.

Ela na verdade era uma vampira meio demônio. Ela me mordeu enquanto eu estava dormindo. E eu ataquei a minha irmã. Não deu tempo de injetar o veneno nela, porque eu me toquei do que eu estava fazendo no meio do ataque. Por isso que ela sabe controlar a transformação. Já eu tenho o veneno no meu sangue. E eu nunca me perdoei por causa disso.

Voltando...

– Olá, Foxy. – Marissa riu ofegante – vocês não mudaram muito.

Julia correu até ela para atacá-la, mas Marissa a afastou com um golpe, que fez Julia voar uns cinco metros. Então eu ataquei a Marissa. Ninguém mexe com a minha irmã.

Pulei por cima dela e a derrubei. Mas ela era forte. Ela me empurrou e eu caí e bati a cabeça. Minha visão ficou turva. Marissa estava prestes a me golpear de novo, quando eu vi alguma coisa golpear o ar. Então Marissa caiu. O que tinha acertado ela era uma espada. Uma espada de jade.

Quando a espada a acertou, Marissa se desintegrou, o que é normal. Nós conseguimos fazer isso.

Eu levantei com dificuldade e corri até a minha irmã. Mas Paul já tinha socorrido ela. Ele ajudava ela a andar apoiando ela PELA CINTURA. É serio. Se eu pelo menos conseguisse andar direito, a cabeça desse garoto já tinha voado longe.

Então resolvi ver quem tinha me salvado. Tinha sido a menina.

– Obrigado por ter me salvado, menina.

– Jade. – ela disse – meu nome é Jade.