Aquela Flor escrita por aclark11


Capítulo 23
Boda


Notas iniciais do capítulo

Meninas! perdoar o atraso aqui um capítulo, mais. Espero que vocês gosten.
bjs



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O dia transcorre normalmente, as duas estão recostadas no sofá, Clara está sobre a médica que acaricia seus cabelos exercendo um efeito hipnotizante na morena, transmitindo-lhe paz, segurança, amor e tudo o que ela precisa nesses momentos tão difíceis.
– Amor...
– Mmm...
– Sabe de uma coisa... tenho curiosidade de saber como você era mais jovem...deveria ser realmente muito terna...me conta amor...me deixa conhecer essa mocinha...Marina começa a rir.
– Como foi sua infância, como eram seus pais?... pergunta a médica curiosa.
– Ahh... Marina (Clara suspira o nome de sua amada) eles eram realmente apaixonados.... minha mãe queria ter muitos filhos pelo menos cinco, mas não pôde porque quando nasci, ela teve complicações durante o parto e ficou impossibilitada de tê-los... mas nem por isso deixaram de ser felizes. Eles eram pais amorosos, tive uma infância plena de amor, feliz, tudo era tão especial, em muitos aspectos Ricardo e Chica me lembram muito eles...
– Sem o espírito de Chica né... diz Marina em tom de brincadeira provocando sorrisos nas duas, de repente Clara fica triste ao pensar que eles já não estão mais com ela...
– Sabe...sinto a falta deles, a voz de Clara está embargada, as lágrimas caem...como aquele demônio pôde fazer isso com meus pais... Marina de imediato a envolve num abraço tentando absorver toda aquela dor... a médica sabe o quanto Clara está sofrendo em saber que Tiago foi capaz de cometer tamanha atrocidade somente por ambição...isso deve estar correndo-a por dentro.
– Sabe amor... onde seus pais estiverem eles estarão orgulhosos, porque eles com todo esse amor foram capazes de criar essa mulher maravilhosa que tenho em meus braços, tão extraordinária que apesar de todos os contratempos pelos quais passou, conseguiu dar o melhor de si, vencer às adversidades e seguir em frente.
– Eu só sou assim porque tenho você... Clara apoia sua cabeça no peito de Marina de tal forma que ambas podem entreolhar-se... Marina ao ver toda aquela dor refletida nos olhos de sua amada sente seu coração quebrado, mas não pode deixar-se levar pela tristeza...olha fixamente pra sua mulher leva uma mão até seu rosto e limpa o caminho úmido deixado pelas lágrimas que insistem em cair.
– Amor!...olha direto nos seus olhos, sorri maravilhada pela beleza de sua morena...você é a mulher mais incrível que conheci e cada dia dou graças a deus por tê-la ao meu lado.
– Clarinha te admiro tanto!
Clara volta a apoiar a cabeça no peito da médica e Marina acaricia seus cabelos.
– Clara...
– Sim?...
– Como uma mulher como você foi parar nas mãos daquele monstro?... Marina pergunta praticamente prendendo a respiração... não quer chatear Clara mas...ela precisa entender como uma mulher tão bonita não só fisicamente, porque a beleza física como todas as outras coisas passam... Marina não deixa de se perguntar como aquela mulher com tanta beleza interior, tanta luz...pôde cair naquelas malditas mãos.
– Marina...
– Shhhh...Se não quiser falar sobre isso eu entenderei...
– Não...eu...eu... preciso falar, quero tirar isso tudo de mim! Eu quero extirpar de uma vez por todas aquele homem da minha vida...apagar as lembranças...quero ser uma Clara limpa, nova...e entregar-me pra ti.
Lentamente Clara começa a contar pra Marina todas as vicissitudes e vexames que passou nas mãos de Tiago, Marina a medida que escutava aquela história de desventuras, sente um peso tão grande em seu peito, é como se seu coração estivesse sendo apertado por uma mão gigante, a médica range os dentes pra não gritar a dor que as palavras de Clara provocam nela, silenciosamente deixa que suas lágrimas desçam por suas bochechas, faz o impossível pra ocultar de Clara os sentimentos de ira e raiva que foram despertados ao escutar aquela história trágica. Clara conclui sua narração até o momento daquela noite fatal em que Tiago a deu como morta, olha pra sua médica e ao vê-la chorando, seu pranto se faz mais intenso. Marina a abraça bem forte, agora Clara muda de posição e se recosta sobre a médica, que de imediato a sustenta bem próxima a ela... Clara deixa sua cabeça cair sobre o peito de sua mulher sentindo como aquele abraço vai curando a sua dor.
– Amor... eu juro que se minha vida depender disso aquele demônio não vai aproximar-se de de você nem dois centímetros... Clara permanece em silêncio...só deixa que o ritmo calmo e tranquilo que provocam as batidas do coração de sua amada a preencha de paz...se permite deleitar-se com aquele ritmo hipnotizante que a faz sentir-se tão protegida... permanecem assim até o sono pouco a pouco tomar conta delas.
No dia seguinte o som da campainha acorda Clara que ao espreguiçar-se sente o corpo doer por ter dormido naquele sofá, o que não foi uma boa ideia, olha pra Marina e sorri ao vê-la dormir, parece um anjo...a campainha volta a tocar...Clara olha pra porta torcendo pra que pare, se estira e o mais rápido que pode levanta-se, não quer acordar Marina.
– Diabos... temos que deixar de dormir aqui, esse sofá vai acabar com minhas costas... a campainha toca novamente e rapidamente sem olhar no olho mágico abre a porta e depara-se com um imenso ramalhete de rosas negras...
– Olá!...
– Bom dia!...
– Clara Fernandes?...
– Sim.. sou eu...
– Então isso é pra você...entrega-lhe aquele insólita encomenda...
– Assine aqui por favor... Clara o observa impotente... como pode assinar se está com as mãos ocupadas...rapidamente deixa as rosas sobre a mesa de jantar e assina o documento, entrega-o ao mensageiro e quando começa a fechar a porta o rapaz diz...
– Senhorita...
– Sim?...
– E a minha gorjeta?... Clara está distraída e intrigada por conta daquelas estranhas rosas, pega a carteira de Marina tira uma quantia razoável e a entrega ao rapaz que vai embora, ainda sem entender Clara pega o cartão e ao ler sente que seu coração vai sair do peito...
Não importa o quanto tente fugir, estarei sempre por perto...
Tão perto que posso sentir sua respiração...
Jamais poderá escapar de mim
Tiago.
Marina acorda e sente-se desorientada...onde está Clara...escuta a morena e senta-se imediatamente no sofá.
– Oh deus! Clara está com uma mão na boca e num estado alterado, o que preocupa a médica que de súbito levanta-se e corre até sua amada...
– Oh que foi amor?... Clara aponta para as rosas e em seguida olha para o cartão...
– Maldição! Quem te trouxe isso?... Marina agarra Clara pelos braços...
– Um mensageiro....diz Clara respirando agitadamente com Marina ao seu lado.
– Ele...ele... tenho medo...Marina tenho medo...
– Escuta-me bem! Não vai acontecer nada! Você me entende? Nada! A abraça.
– E se ele te fizer algum mal?... não suportarei...o medo se reflete na voz de Clara...
– Nada vai acontecer... Nada! Marina pega as rosas negras e as joga na lixeira...logo retorna pra junto de Clara... vamos...vamos tomar uma ducha...temos que ir a Delegacia...

NA DELEGACIA...
Quando chegam à Delegacia, Carvalho as recebe e elas contam o ocorrido, mas devido ao acúmulo de trabalho, ele não poderá disponibilizar mais detetives, além dos que já estão no caso e infelizmente também não poderá contar com policiais pra fazer a segurança na casa de Marina...aquilo as deixou com um gosto amargo na boca.
– Então estamos sós...ninguém pode nos ajudar...
– Lamentavelmente o quadro policial é insuficiente...a única saída que eu posso sugerir-lhes é contratar os serviços de segurança privada...
– Clara vamos.... Marina está possessa...como é possível que não possam ajudá-las!
– Mas Marina...
– Clara! Eu já disse vamos!...
– Senhorita Meirelles...sinto muito...o tom de Carvalho é de impotência diante da situação.
– Eu sei... você não pode fazer mais nada além do que ja está fazendo...eu cuidarei da minha mulher...preciso só de um último favor...
– Qual?...
– Gostaria de falar com Cristina.
– Eu vou contigo!... diz Clara.
– Clara...acho melhor eu falar com aquela louca sozinha!...mas Clara está decidida e a médica pode perceber isso.
– Não me importa!
– Tem certeza?...
– Sim!...Clara diz firme.
– Bem... vamos... Carvalho...
Já na cela Cristina as vê aproximando-se e um sorriso malévolo se apodera dela vendo-as ali paradas em frente àquelas malditas grades! Lastima... porque se não agarrava aquela desgraçada e dava-lhe a maior lição de sua vida...pensa enquanto olha pra Clara com ódio.
– A que devo essa maravilhosa visita...diz sarcástica.
– Você não muda mesmo... não importa se está presa...nessa situação deprimente...continua simplesmente igual... diz Clara.
– Ah querida...você não percebeu que este lugar agora mesmo é o mais seguro da cidade...sorri em tom de piada...estou certa de que aquele louco que você tem como esposo colocará suas mãos asquerosas em você...dá uma gargalhada maligna...não vai restar nada sua vaca!
– Cristina!...
– Que!
– Precisamos que nos diga alguma coisa sobre o paradeiro de Tiago...
– E porque acreditam que eu vá ajudá-las?...
– Cristina...faça algo de bom nessa sua vida miserável...o que você ganha ajudando aquele homem?...
– Marina vamos embora... aqui não conseguiremos nada!...
Fora da Delegacia as duas mulheres olham-se preocupadas enquanto se fazem a mesma pergunta! Onde diabos estará aquele louco!...
– Sabe... teremos que ir o mais rápido possível falar com o Dr. Castro...ele pode nos ajudar
Sem mais palavras as duas entram em seu carro e saem com destino ao escritório do advogado de Marina.
– Quem é o Dr. Castro?...pergunta Clara.
– O advogado que está conduzindo meu caso...acho que não podemos deixar aquele desgraçado livre como se nada tivesse feito! Temos que encontrar uma maneira de libertar você desse inferno.
– Marina...quero divorciar-me dele...quero que pague por tudo o que me fez! Clara fecha os olhos e sente dor recordando o que leu naquele diário! Aquele maldito! Matou meus pais!
Marina abraça forte Clara... se dá conta que ela ainda está casada com um abusador e sociopata...Marina aperta muito mais sua mulher...
– Moveremos céus e terras pra livrá-la desse monstro!

NO ESCRITÓRIO DO DR. CASTRO...
Dr. Castro que estava esperando por elas em seu escritório, as cumprimenta...
– Então sobre o que desejam conversar?...
– Sobre isto...diz Clara enquanto estende a cópia daquele caderno de anotação...
– Do que se trata?...pergunta depois do que parece uma eternidade Dr. Castro olha para as duas...
– É sobre meu ex... (diz Clara envergonhada)...bem ainda estou casada com ele Dr. Castro...preciso divorciar-me e recuperar tudo o que é meu... o senhor acha que existe alguma possibilidade?...
– Minha filha!...diz o advogado...temos mais que uma possibilidade, com tudo o que está escrito aqui com certeza conseguiremos recuperar tudo o que é seu...
– De verdade?... Clara está entusiasmada...
– Claro que sim! Essa é a nossa melhor arma...diz mostrando a cópia do caderno.
– Também temos outro problema...
– E qual seria?...
– Precismos contratar os serviços de uma empresa de segurança privada...
– E porque?...pergunta Dr. Castro curioso.
– Porque aquele desgraçado está nos perseguindo e não podemos contar com a polícia.
– Entendo...eu posso ajudá-las com isso...
– Ficamos muito gratas...
– E como está o caso da Marina?... Clara pergunta timidamente...
– Avançando...estes últimos acontecimentos são perfeitos para usar a favor do caso... diz Dr. Castro, agora voltando a segurança privada...procura um cartão e entrega pra elas...
– Muito obrigada Dr. Castro...
– Outra coisa doutor...Clara fala...
– Diga minha filha...
– Quero o divórcio... e o mais o mais rápido possível...preciso retomar minha vida...minha liberdade

NO DIA DA AUDIÊNCIA...
O Dr. Castro, Clara e Marina chegam ao local onde será realizada a audiência que decidirá o futuro profissional da médica... por mais que Marina tenha tentado convencer Clara a permanecer no apartamento, a morena manteve-se firme e ela não teve outra saída a não ser levá-la junto, um dos médicos que forma a junta que julgará o caso de Marina, faz sua exposição citando os deveres dos médicos para com os pacientes e quais partes foram violadas do juramento hipocrático, expõe o caso com destreza buscando com que a sanção contra a Dra. Meirelles seja severa, baseando seu argumento na inflexibilidade das regras, pois devido à prática médica realizada por ela abriria-se um precedente que poderia ter um efeito multiplicador, já que outros médicos usariam do mesmo expediente, acolher uma paciente indefesa como era a vítima e induzi-la a comportamentos indevidos.
Logo em seguida a defesa começa a sua exposição rebatendo cada um dos pontos apresentados pela acusação, mas o médico tem um grande peso no Conselho de Medicina e entre os encarregados em deliberar acerca do futuro da médica....logo que ambas as partes apresentam suas respectivas explanações, o júri responsável pelo veredito começa a levantar-se e a retirar-se da sala quando se escuta uma voz que paralisada a todos...
– Senhores jurados! Diz a morena chamando a atenção dos presentes...eu pude ouvir detalhadamente as exposições aqui realizadas...mas em nenhum momento foi solicitada a comparecer a parte afetada...
– Isso não está em discussão diz o médico encarregado de fazer às vezes de fiscal, o presidente do júri levanta a mão calando-lhe.
– E você é...?
– Eu sou Clara Fernandes...a mulher a quem a Dra. Meirelles salvou do abismo....e se me permitem quero contar a minha versão dos fatos...
– Isso não é permitido! Diz indignado o médico que representa acusação...
– Tranquilize-se Doutor! Sra. Fernandes pode falar... Clara havia despertado a curiosidade dos médicos responsáveis pelo veredito do caso.
– Como bem disse anteriormente todos falaram mas ninguém pediu minha opinião...querem julgar uma pessoa que tem um apego indiscutível e fiel ao cumprimento do juramento hipocrático...se alguns de vocês pudessem ver como eu vivi... como vi a dedicação da Dra. Meirelles com seus pacientes... sinceramente digam quantos de vocês são capazes de permanecer junto a seus pacientes até que eles se restabeleçam dos níveis mais críticos...sem afastarem-se de suas camas até estarem seguros que não vai ocorrer nenhum evento que não esteja sob controle... como ela faz com todos os seus pacientes... inclusive comigo...não se afastou do lado da minha cama até que tivesse certeza que eu... uma desconhecida...estivesse fora de perigo... algum de vocês pode-me dizer quando foi a última vez que cobriu os custos de algum dos seus pacientes... como ela fez ao perceber que os pais no garoto não tinham recursos financeiros para pagar o tratamento... quando foi a última vez que algum de vocês encontrou-se com um paciente completamente só...sem ajuda de ninguém...precisando de uma simples cirurgia ou tratamento e foi capaz de realizar o procedimento ...senhoras e senhores quem sou eu para dizer-lhes o que é justo ou não, ou adequado... mas digo-lhes sinceramente se a Dra. Meirelles não tivesse se interessado pelo meu caso e não realizasse a cirurgia a que fui submetida, hoje eu não estaria aqui presente... pois devido a toda violência que sofri...os ferimentos que me foram causados... perdi a memória...se ela não tivesse tomado a iniciativa de garantir-me os cuidados necessários... ajudando-me a conseguir um trabalho... proporcionando-me casa e comida... enfim... um ambiente adequado para minha recuperação tanto física quanto emocional...eu duvido que estivesse aqui relatando tudo isso para os senhores...por isso peço-lhes, rogo-lhes, apelando para o mais alto sentido de justiça, que pensem muito bem na decisão que agora vão tomar... revisem esses códigos médicos e juramentos... comparem com tudo o que foi exposto aqui e vejam se houve ou não violação a essas regras da profissão médica... muito obrigada!...
em silêncio os responsáveis em julgar Marina retiram-se.

TRÊS HORAS DEPOIS EM SANTA TEREZA...
Ricardo e Chica estão a espera de notícias... a tensão no ambiente é praticamente palpável, eles andam de um lado a outro, olham o relógio da sala... suspiram pesadamente...
– Meu deus onde estão essas meninas! Chica supõe que a esta hora já deveriam saber alguma coisa.
– Calma amor...
– Calma! Calma! Ricardo! Estou morrendo de medo e se nossa filha...
– Oi mãe... saúda a médica chegando em companhia de Clara...as duas estão bem relaxadas e de mãos dadas.
– Marina! O que houve?...
– INOCENTE! Grita Clara...tanto Ricardo quanto Chica correm em direção a médica e a envolve em um abraço...
– Ohhh meu deus! Obrigada! Obrigada! Lágrimas de alegria correm pelos rostos de todos...
– Fez-se justiça...
– Marina! Dizem Flávia e Giselle que se unem às duas mulheres... estão curiosas saíram do hospital até Santa Tereza...a incerteza as agoniava então decidiram ir a casa da mãe e esperar os resultado da audiência...
– Tudo bem! A partir de amanhã já posso reassumir minhas atividades no hospital...Flávia e Giselle soltam um grito de alegria.
A família decide então sair para jantar fora e comemorar o triunfo de Marina sobre aquela desgraçada! Todos riem e desfrutam desse momento juntos sem perceber que estão sendo observados...
– Quais são os planos agora?...pergunta Chica... todos sorriem com a pergunta.
– Que foi?...
– Mãe! Nem bem nos recuperamos de tamanho susto e agora essa pergunta... diz Giselle.
– Não entendi o que você disse minha filha... graças a deus passamos por esse transtorno e triunfamos...estamos felizes mas a vida segue...
– Ah Chica meu amor...deixe-as respirar um pouco... um brinde a essa família!.. propõe Ricardo.
– Mãe... pai...o sorriso de Marina apaga-se um pouco... temos que dizer-lhes algo...
– O que foi filha?...pergunta Chica...
– Vamos precisar de segurança.
– Segurança e porque?...
– Ainda não prenderam aquele homem e a polícia não pode dar-nos mais proteção...vocês sabem como funcionam essas coisas e além do mais...
– Meu deus! Você está me dizendo que a polícia não pode protegê-las! A fera protetora que há em Chica desperta...
– Calma mãe!...aquele desgraçado virou fumaça... falamos com Dr. Castro e ele nos recomendou uma empresa...por isso devemos ter calma e ao mesmo tempo o maior cuidado possível.

Os dias vão se passando e o serviço de segurança privada passa a integrar a vida dos Meirelles...Marina retorna ao hospital e é recebida com festa pelos funcionários que expressam a felicidade pela absolvição da médica sem maiores consequências...
Por outro lado Clara volta suas atenções ao processo de divórcio e de recuperação dos seus bens, fornece todas as informações necessárias ao Dr. Castro objetivando reaver tudo o que lhe é de direito...pouco a pouco vão tomando conhecimento das falcatruas de Tiago.

Um dia Clara vai a Casa de Leilões e ao vê-la todos os empregados a rodeiam felizes por ela ter retornado, abraçam-na...é um momento de muita emoção, pois desde que começou a trabalhar lá conseguiu conquistar o carinho de todos...
– Vamos trabalhar gente! diz July... enquanto desfaz o círculo que fizeram em torno da morena.
– Amiga! Clara vem cá dá um abraço na sua amiga...
– Como está?...
– Muito bem... embora ainda insegura...
– Vem!... vamos ao escritório...lá estaremos mais à vontade.
– Como tem passado amiga?...
– Bem... tranquila... feliz...assustada!
– Mulher! São muitas emoções...assim você vai explodir.
– O problema é que ainda não temos noticias daquele desgraçado... não sabemos o paradeiro dele! O maldito simplesmente desapareceu...
– Mas a polícia não está procurando por ele?...
– Sim...estão mas sem sucesso e isso me deixa bastante preocupada...
– Sim não é pra menos... você e Marina como estão as coisas?... já soube da história que ela mesma foi lá e te resgatou tal e qual uma heroína dos contos de fada...diz July em tom dramático.
– Louca!... sim foi muito emocionante saber que ela é capaz de tudo por mim...Clara abre um largo sorriso.
– Se não fosse aquele monstro ainda em liberdade por ai estaria tudo perfeito!
– Fica tranquila... tudo vai se resolver...você verá...eles vão prender aquele desgraçado como você chama.
– July... estou aqui porque senti muita saudade da minha amiga... as duas mulheres trocam sorrisos... durante todo esse tempo elas realmente cultivaram uma grande amizade...
– Mas também porque preciso de você...
– Como assim? July a olha sem entender...
– Gostaria que você fosse meu braço direito... agora que praticamente recuperei tudo o que me pertencia, dei-me conta que sou dona de um grande patrimônio e preciso de ajuda para assumir tudo isso...necessitarei de pessoas de confiança e sinceramente não conheço ninguém melhor do que você pra ajudar-me a conduzir os negócios...
– Oh meu deus Clara!... sinto-me muito honrada com a proposta... mas amiga...não posso deixar a Chica... devo muito a ela... praticamente ela tem sido minha mentora...
– Se for por isso não se preocupe...já falei com ela e sinceramente disse-me que seria quase impossível que aceitasse meu convite, por isso mandou dizer que esta oportunidade você não poderia deixar escapar e que tem o apoio dela...também pediu-me que entregasse isso a você... Clara tira um envelope da sua bolsa... July o pega e abre rapidamente pra ver o que há dentro...
– Oh meu deus! Não posso acreditar... Clara sorri ainda mais...
– Ela me despediu!...

Os dias transcorrem e como era se esperar Chica está completamente envolvida nos assuntos relativos ao casamento de sua filha, embora ninguém saiba do paradeiro de Tiago, é como se ele fosse uma nuvem negra que paira empanando a alegria de todos. Apesar de Carvalho continuar com as buscas não pode manter policiais permanentemente postados na casa de Marina fazendo a proteção delas. Assim chega o grande dia...

SANTA TEREZA...
Tal e como um dia Chica visualizou a área da piscina onde aconteceria a festa ficou da maneira que ela planejou, ela observa a transformação do lugar, sorri satisfeita, tudo está perfeito conforme idealizou, se encaminha para casa a fim de preparar-se para a grande festa.
Horas depois Chica está recepcionando os convidados que já começam a se fazer presentes, tanto ela quanto Ricardo fazem seu papel de anfitriões e aos poucos todos vão sendo encaminhados a seus lugares nas mesas.
– Aahhh meu amor, estou encantado...tudo está maravilhoso... diz Ricardo enquanto observa na companhia de sua esposa toda a beleza e o esplendor da festa... os garçons movimentam-se de um lado a outro, a ordem é que ninguém fique sem ser atendido, os flashes dos fotógrafos disparam em todas as direções, até a imprensa especializada se interessou em cobrir aquele evento social.
– Obrigada amor...

No interior da casa Flávia vai de um lado a outro, os nervos à flor da pele... o grande dia chegou, a partir dessa noite Flávia Martins não estará mais solteira.
– Como você se sente?...pergunta Marina conhecendo sua amiga sabe que ela deve estar morrendo de ansiedade.
– Ai minha amiga! Estou tão nervosa! Marina caminha até uma mesa onde estão duas taças de brandy e entrega uma para Flávia...
– Sabia que estaria assim... vamos bebe um pouco...brindam suavemente e dão um grande sorriso...
– Hummm. Se queixa Flávia ao sentir o líquido quente percorrer toda a sua corrente sanguínea levando um pouco de calma aos seus agitados nervos.
– Está melhor?...
– Sim! Um pouco...
– Minha amiga você está linda!...diz Marina observando sua melhor amiga e estou sendo sincera... Flávia escolheu um vestido branco de desenho simples, mas elegante, que ressalta suas formas delgadas, o cabelo está preso em um laço alto, maquiagem leve, Flávia não é uma mulher de produzir-se muito.
– E a sua família...o que disse?... Flávia sorri triste...
– Nada... liguei pra minha mãe...bom (encolhe os ombros) ela só atendeu a ligação... simplesmente ela já havia dito quando revelei minha orientação sexual que sua filha tinha morrido... eu não preciso dela já estou com vocês. Flávia não consegue evitar uma pontada de dor em seu coração...mas não pode fazer nada pra mudar a opinião de sua mãe...
– Ela fez sua escolha...não faz falta, você sabe que tem a nós e que somos sua família.
– E vamos mudar de assunto...nada de temas depressivos...este é seu grande dia e ninguém vai estragá-lo.
– E quando verei você vestida de branco?...pergunta Flávia curiosa...
– Assim que Clara conseguir o divórcio, segundo o Dr. Castro os trâmites já estão bem avançados...
– Me alegro... Você e Clara merecem ser felizes...
– Já somos e seremos ainda mais...assim que prenderem aquele maldito.

Em outro quarto Clara sorri encantada ao ver o reflexo de Giselle no espelho, Clara e o estilista encarregado de arrumar Gi trocam olhares e ficam extasiados diante da beleza da mais jovem, na verdade ela parece um anjo...
– Paulo! Obrigada!... diz Giselle.
– Ah minha pequena! Você parece uma anjo que desceu do céu!... diz o cabeleireiro com voz dramática... seria capaz de desmaiar se não fosse uma festa que tenho que desfrutar! Todos dão uma gargalhada...um suave toque interrompe aquele momento e Clara abre a porta...é Chica.
– Deixem-me ver a noiva.... oh Gi...minha filha... você está simplesmente deslumbrante...diz a matriarca com lágrimas nos olhos...
– Ahhhh mãe! Não!... não podemos chorar... Giselle agita suas mãos contra os olhos para evitar borrar a maquiagem...
– Claro que não! Não posso permitir que coloquem a perder minha obra de arte...diz Paulo indignado.
– Minha filha o juiz já chegou... podem deixar-me um momento a sós com minha filha pede Chica a Clara e Paulo... que de imediato atendem ao pedido da mulher...uma vez sozinhas Chica caminha até ficar de frente para sua amada filha e sorrindo emocionada pega suas mãos...
– Ah minha filha...estou muito orgulhosa e espero que alcance a maior felicidade de todas com Flávia...tenho sido testemunha do amor que sentem uma pela outra e só quero que saiba que aqui estarei sempre que você precisar de ajuda ou de um conselho...o caminho que agora está a ponto de seguir não é só de rosas....tem espinhos também...esteja sempre pronta a revestir esse amor com paciência, diálogo, companheirismo e muita compreensão... pode contar comigo todas as vezes que necessitar...
– Obrigada mãe!...
– Agora vamos... que Flávia deve estar toda ansiosa esperando por você!...
No jardim Flávia e Marina estão imponentes, belas, Marina é a madrinha escolhida por Flávia, ambas estão de pé próximas ao juiz, Marina sorri divertida com o nervosismo da noiva...
– Ela está demorando muito... porque será que ela não sai... olha seu relógio pela vigésima vez nos últimos dez segundos...deus os minutos não passam...
– Marina e se a Gi decidir que não sou suficientemente boa pra ela...
– Deus! que nervos são esses! Já esqueceu que Gi é uma mulher e o que fazemos...chegamos tarde...
– Mas esse atraso já é preocupante...
– Olha!... Flávia vira-se e fica hipnotizada...diante dos seus olhos está a mulher mais bonita que já viu em toda a sua vida... sente o coração agitar-se, nenhuma das duas consegue desviar o olhar uma da outra...
– Ela está linda Marina...Flávia consegue dizer...Marina sorri feliz por sua amiga e irmã... porque a essa altura é isso que Flávia significa pra ela...uma irmã...
– Não há dúvidas irmã que você é uma mulher de sorte! Se não estivesse apaixonada por Clara...o sorriso bobo desaparece do rosto de Flávia dando lugar a una expressão de ciúmes...
– Ehhh! Marina olha o respeito!...
– Perdão! Perdão!...as duas sorriem...Ricardo e Giselle chegam juntos da madrinha e da noiva... Marina fica ao lado e Ricardo olha fixamente pra Flávia...
– Flávia faço a você a entrega do meu maior tesouro... espero que saiba cuidar bem dele...
– Essa mulher é minha vida... sem ela não sou nada... Ricardo e Marina tomam seus lugares e o juiz inicia a cerimônia...
– Estamos aqui reunidos para celebrar o amor... tudo transcorre sem contratempos, os convidados aplaudem quando o juiz as declara casadas...com um grande sorriso Flávia e Giselle selam o pacto de amor com um emocionante beijo, não cabem dúvidas do imenso sentimento que as une.

A festa vai se desenvolvendo Giselle e Flávia são só sorrisos em meio a improvisada pista de dança, compartilhando beijos, olhares cheios de amor, dançando... Laura chega à festa, Marina que está conversando com uns colegas ao vê-la aproxima-se e a saúda com um abraço e um beijo...
– Você veio! Diz-lhe sorrindo...
– Sim... Laura responde tímida...
– Enfim...disse a mim mesma que já era tempo de deixar tudo para trás e olhar o futuro...
– Boa noite.... Clara interrompe a camaradagem entre SUA MULHER e a ex daquela louca... realmente não gosta de vê-la tão perto de Marina...
– Clara! Olha! Laura veio! Marina diz sorrindo sem dar-se conta dos ciúmes de Clara...
– Laura... venha quero que conheça alguém... Marina arrasta Laura...
– Com licença...Laura apenas diz enquanto é levada por Marina até uma das mesas....Clara fica observando a cena e sentindo o monstro negro dos ciúmes apoderar-se dela vendo as atenções de Marina com aquela mulher, continua olhando até vê-las chegarem a uma das mesas, então um grande sorriso se desenha em seu rosto quando percebe o que sua amada está fazendo...
– Suzana! Quero que conheça Laura...Marina apresenta as duas que sorriem meio tímidas....fica satisfeita achando que elas foram feitas uma pra outra...assim as deixa a sós e sai.
– Dando uma de cupido meu amor... diz Clara quando Marina chega perto dela.
– Mmmm quem sabe Clarinha... só o tempo dirá...entreolham-se amorosas e beijam-se...
– Te amo... diz Clara ao separar-se para respirar mantendo as testas unidas.
– E eu mais ainda! Sussurra a médica...
A voz do DJ preenche o ambiente chamando aqueles que estão apaixonados pra dançar na pista juntos com o casal principal. Suzana enche-se de coragem e convida Laura pra pista quando a voz de Rihanna inicia where have you been. Marina faz sinal com a cabeça pra Clara que se anima pra dançar, a euforia toma conta de todos na pista deixando aquela sedutora letra fazer efeito em seus corpos... que deixam-se seduzir pelo ritmo, provocando os casais a dançar com movimentos sensuais. Foram várias músicas e o casal passou a noite dançando, divertindo-se...
Clara e Marina saem da pista felizes.
– Amor...acho que estou velha! Não aguento mais...vou sentar-me um pouco diz Clara em tom de brincadeira...
– Ai! Clarinha meu amor... se isso é por causa de uma simples dança como será quando eu levar você pra cama... será... que alguma dessas mulheres bonitas que estão aqui podem ajudar-me...
– Como é que é senhora Meirelles!
– Nada meu amor...se minha mulher não está de humor pra uma noite de paixão então...
– Cala a boca!... cuidado que Clara Fernandes está pronta pra matar!...as duas começam a rir.
– Vamos...de mãos dadas caminham até a mesa, então do nada escutam um grito...
– CLARAAAAAAAAA aquela voz carregada de ira e ódio interrompe a festa...todos se viram na direção do dono da voz...espantados ao vê-lo com uma pistola na mão e apontando pra Clara...a música para, os sorrisos, os convidados ficam paralisados diante da cena que estão presenciando...
– Você acreditou realmente que escaparia de mim... que se livraria tão fácil...agora sua filha da puta vai pagar tudo o que me fez passar...
– Tiago o que você está fazendo homem?...acalme-se...isso não é necessário...
– Claro que é! Você me trocou por essa VADIA!...e isso não vou perdoar jamais...se não pode ser minha não será delaaaaaa...aperta o gatilho duas vezes... tudo acontece como se fosse em câmera lenta...Marina toma a frente de Clara...
– Oh meu deus! Nããão MARINA! MARINA! Clara grita desesperada...
– UMA AMBULÂNCIA...MEUS DEUS UMA AMBULÂNCIA! Marina meu amor... não me deixe... não me deixe...


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Notas finais do capítulo

Dizer a todos vocês que me sinto muito honrrada que me acompanharam até aqui, obrigado por seus comentários



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