A Lenda de Korra: Último Livro escrita por McCullers


Capítulo 5
Capítulo V - Conselho de pai


Notas iniciais do capítulo

Mais um :)
Ficou curtinho, mas espero que gostem.



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Sem a presença de sua melhor amiga, o dia se tornou mais longo que o normal. Depois de se despedir de todos no píer e levar um enorme gelo de Asami, Korra foi para casa e ficou a maior parte do tempo com sua mãe e irmão. O garotinho sorria de orelha a orelha com as caras e bocas engraçadas que a irmã fazia para ele, mas nem aquele sorriso inocente tirava a engenheira dos pensamentos do avatar.

A noite chegou trazendo ventos frios e nuvens carregadas. Sem lua ou estrelas, os espíritos estavam quietos. Muitos nem haviam saído do mundo espiritual naquela noite. Korra que havia se recusado a jantar, alegando que estava sem fome, se sentou sobre o parapeito da sacada do palácio real. Seus olhos atentos focavam a cidade que dali dava para ver toda sua extensão. O que um dia era apenas casas e pequenos comércios, agora era arranha céu bem construídos e casas maiores. O avatar soltou um suspiro e ouvir a porta atrás de si fazer barulho. Ela não se virou para ver quem era. Conhecia aqueles passos desde que era pequena.

– Não devia se sentar ai. – a voz masculina bastante conhecida confirmou quem era. – É perigoso. – falou Tonraq.

Korra que estava abraçada a um dos joelhos e tinha a outra perna livremente pendurada do lado de fora do parapeito soltou um “Rum” e logo concluiu: - Tento em vista todo perigo que já passei... – ela soltou o joelho e deixou a perna cair para se juntar a outra. – Cair daqui não soa não perigoso. – disse olhando para baixo.

– Não seja engraçadinha. – falou o pai se aproximando e pegando a filha no colo. – O que faz aqui fora? – perguntou enquanto colocava a moça no chão. – Está frio e vem tempestade por ai.

A garota olhou para o pai e sem falar nada pousou os cotovelos sobre o parapeito.

Tonraq ergueu uma das sobrancelhas e acariciou a barba que já tinha alguns fios grisalhos como seus cabelos. – Já te contei como conheci sua mãe? – falou também apoiando os cotovelos sobre o parapeito e olhando para a cidade iluminada.

– Acho que nunca tivemos tempo para ter esse tipo de conversa.

– É. – ele suspirou e sorriu. – Ser pai do avatar não é nada fácil.

Korra e o pai riram baixo.

– Então... Vai me contar como conheceu a mamãe?

– Eu tinha acabado de desembarcar e estava com raiva e triste ao mesmo tempo. Esbarrei em sua mãe e ela me levou pra casa. Seus avos me acolheram e em pouco tempo sua mãe e eu criamos uma conexão. Onde um estava o outro também estava. Nos tornamos inseparáveis e logo me vi apaixonado pela garota mais linda da tribo. – o homem soltou suspiro e olhou para o céu sentindo o vento frio beijar sua face. – Mas sua mãe, sem saber, tinha um pretendente.

– Quem?

– Lee Chan.

– Lee Chan!? Aquele Lee Chan? – perguntou surpresa.

A família Chan era uma das grandes influencias da Tribo da Água do Sul. A família era responsável pela maioria dos pescados em Cidade do Porto e isso vinha sendo passada de geração para geração desde que a cidade foi reconstruída pelo Avatar Aang e o Chefe Sokka. Depois da morte prematura dos pais, Lee Chan e o irmão mais velho Liu Chan assumiram os negócios que só tem prosperado com a chegada da tecnologia das Industrias Futuro do Sul.

– Ele mesmo. – Tonraq riu das expressões surpresas da filha. - Sua mãe foi prometida a ele ainda quando eles eram crianças. Seu avô e o pai do Lee eram amigos e por causa desse casamento arranjado, seu avô ganhou dois barcos de pesca.

– E como você fez? Sabe... – Korra parecia ansiosa para saber a história. – Como contou para a mamãe que estava apaixonado por ela? Como contaram ao vovô que vocês se amavam?

– Não foi fácil. Tive que esperar até o inverno.

Korra ergueu uma das sobrancelhas sem entender nada.

– É quando a margarida violeta floresce. – ele riu. - Ela só floresce uma vez no ano e só é encontrada na Montanha da Sombra que fica no extremo sul. – explicou.

– Isso é quase perto do portal espiritual do sul. – comentou Korra. – O que você fez depois que essa tal flor floresceu? Foi até lá e fez um buque?

– Não. – Tonraq olhou a filha e sorriu. – A margarida violeta é uma flor rara e muitos dizem que tem sentimentos. Se você colher todas as flores ela morre de tristeza. – o homem voltou a olhar a cidade iluminada e concluiu a história. – Colhi apenas uma e vim o mais depressa possível. Quando entrei pela porta e sua mãe viu a flor... – ele sorriu. A memória era gostosa de reviver e ainda sentia o calor dos braços dela naquele dia. – Ela correu até a mim e me disse que também me amava. Levamos um mês para contar a seu avô que nos gostávamos e que Senna não queria se casar com Lee Chan. De inicio seu avô ficou contra, mas depois ele cedeu e aceitou. Perdeu os dois barcos por isso e voltou a vender tecido na feira. Meses depois Senna e eu nos casamos e tivemos você.

– Que incrível! – Korra vibrou. – Ainda bem que a mamãe casou-se com você. Imagina se nasço com aquele queixo do Lee. – o avatar passou a mão no queixo fazendo o pai rir. - Eu te amo, pai. – ela se aproximou dele e o abraçou forte.

– Eu também te amo, querida. – o chefe aninhou a filha em seus braços e suspirou antes de afasta-la e segurar seu queixo. – Eu não sei o que esta acontecendo entre você e a Asami. – Korra tentou fugir, mas ele a segurou. – Às vezes precisamos superar nossos medos ou receios para sermos felizes. Você ficou aqui quieta o dia todo enquanto ela se trancou na oficina da fábrica. Talvez você devesse ir vê-la. – falou o homem. – Vai vê-la e se for preciso peça desculpas. Não é vergonha pedir desculpas. Vergonha é perder alguém por motivos de orgulho.

– E se ela não quiser mais falar comigo? – disse com os olhos marejados.

– Querida... – Tonraq a abraçou forte novamente. – É a Asami. Ela é a pessoa mais doce que eu conheço e você é muito importante para ela.

Pai e filha ficaram ali abraçados por alguns minutos até que Senna abriu a porta e colocou a cabeça pra fora.

– Oh querido! – ela sorriu. – Me desculpe. Não queria interromper esse momento pai e filha.

– Não se preocupe, mãe. A gente já terminou. – Korra se afastou e socou o ombro de seu velho. – Obrigado.

Tonraq depositou um beijo na testa da filha e caminhou tranquilamente até a esposa. - Ah e não vai sair agora. O céu ta pra desabar. – falou o homem.

– O que ta acontecendo? – Senna quis saber, mas Tonraq a levou para dentro antes de qualquer resposta.

Assim que os pais entraram, Korra seguiu os passos deles. Entrou e enquanto caminhava pelo corredor que levava a seu quarto, uma ideia insana invadiu sua mente lhe fazendo sorrir de canto. Sorrateiramente ela levou Naga para fora do palácio e juntas rumaram para o extremo sul.


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Notas finais do capítulo

Proximo: Margarida Violeta :)



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