Os Escolhidos - Destinos Interligados escrita por Angie


Capítulo 25
Capítulo 24 - Alvo


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores! Sim, sei que demorei, mas esse capítulo foi muito complicado de se escrever porque TUDO começa a desmoronar nele. Vocês vão me entender e espero que não sintam vontade de assassinar a autora quando chegarem ao fim. Estamos entrando na reta final do livro 1 - eeeee - e terei que trabalhar em dobro para fazer um bom trabalho, além de ter que finalmente começar a postar o livro extra, que prometi começar a postar mas estou sem tempo de escrever. :(

Bom, mudando de assunto, quero agradecer a duas leitoras que me fizeram muuuuito feliz nessas últimas duas semanas:

Myla Watson ( Sobrenome do nosso querido Aaron)

E

Lonely Girl XoX

Garotas, as recomendações de vocês me fizeram muito feliz - como eu já disse. Sei como vocês são entusiasmadas com OEDI e esse entusiasmo me faz querer melhorar cada vez mais!
Espero continuar agradando, ainda teremos muitas surpresas pela frente.
Um beijo!



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Aquela floresta antes lhe parecia acolhedora. O sussurrar do vento, o balançar das folhas e o doce cheiro da vegetação sempre foram convidativos a quem se aproximasse. Tudo ali transmitia uma leveza e uma calmaria que ela não mais sentia. Que ela literalmente deixara de sentir quando o ódio a possuiu por completo.

Ela estava mais forte. A fraqueza que sentira durante todo aquele tempo tinha se esvaído quase que completamente agora.

Estava chegando cada vez mais próxima de seus objetivos. Os dias se passavam no que parecia ser uma contagem regressiva limitada para o Sanhaim.

Após andar por mais alguns minutos com parte de seu reforço logo atrás, Marise ergueu uma mão no ar, diante de si. Ele perceptivelmente ondulava com a mágica da barreira que cercava grande parte da propriedade. Claramente apenas pessoas que possuíam o dom para a magia ou sangue divino, podiam percebê-la. Humanos normais simplesmente a evitavam automaticamente, sem ao menos se dar conta.

Fios de cor transparente com um leve brilho púrpura se enroscaram ao redor de seus dedos, apertando de maneira cada vez mais firme. Marise deixou uma pequena explosão de fogo queimar em sua mão, fazendo os fios afrouxarem e enfim recuarem totalmente. Um olhar de rancor brilhou em sua face. Claro que ela não poderia entrar. Se tentasse forçar a barreira, sabia que os fios se enrolariam ao redor de todo seu corpo e que seu poder não seria o suficiente para expulsá-las completamente. Até porque fora Selena quem criara aquela barreira. E a maior parte do poder que Marise usava também era dela. Um poder que alimentaria ainda mais a barreira caso continuasse a tocá-la.

Marise antes fora uma feiticeira branca, por isso ainda podia usar poderes de tal domínio, mas eles de nada serviriam ao seu propósito de despertar os Antigos. Ela precisava de mais poder. Da mais pura magia negra. A única forma de uma feiticeira branca possuir tal poder, é se ligando a uma feiticeira das trevas, ou se deixando controlar pela escuridão. E a única maneira de invocar os Antigos sem danos a si mesma, era um feitiço localizado no grimório de Medéia, o qual Selena – a reencarnação da mesma. – possuía. Por isso ela escolhera Selena. Os Antigos haviam lhe dado poder suficiente apenas para manipular o grimório de Medéia por um certo período de tempo, nada muito duradouro, o que tornava o feitiço de ligação algo indispensável.

Obviamente a ligação poderia ser considerada como uma fraqueza. Ambas estavam ligadas pelo sangue e corpo. Qualquer ferimento seria compartilhado por ambas. Mas, Selena era poderosa e juntas se tornavam ainda mais fortes. Juntas deveriam trazer seus mestres de volta a vida.

Ela foi banida de cada uma das Propriedades Olympus. Da Academia e das quatro casas principais. Estava sendo procurada por meses a fio, mas nunca encontrada.

Idiotas, se ao menos soubessem… se soubessem que ela estava justamente onde tudo começou…

Por ter sido banida, a barreira reagia a ela e enquanto a rede de magia estivesse de pé, de acordo com a vontade de Selena, Marise e seus daimons não poderiam entrar. Claro, se Selena ainda tivesse totalmente uma vontade própria.

Um cruel sorriso se formou em seus lábios, a medida que um pensamento era compartilhado por sua mente:

Selena, querida. Está na hora de começar.

***

Segredos.

Aaron também escondia os seus próprios. Sabia que se uma única palavra sobre eles escapasse, Selena não aceitaria seus planos e inevitavelmente os arruinaria. Porque o coração dela é frágil demais. Muito doce.

Ele não podia se confessar a ela, mas havia um modo de que nem tudo fosse perdido quando tudo aquilo acabasse. Ele tinha fé. E por isso motivo escrevera no diário de Selena. Apenas uma frase, diferentemente de todas as anotações que tinha feito antes. Três palavras. Palavras que faziam um pedido para o futuro. Palavras que poderiam mudar tudo.

Caso Selena as lê-se a qualquer momento antes do fim, ela não entenderia o significado, portanto não havia perigo. Mas se as visse depois, poderia perceber o quanto aquelas palavras estavam carregados de esperança.

Deixou o diário em cima da mesa de cabeceira e se virou para a cama, relaxando ao perceber que Selena havia acordado. Sentou ao lado dela e tocou seu rosto com ternura.

– Ainda bem que acordou. – disse aliviado.

– Sim. – falou Selena se erguendo. Não havia doçura em seu tom. Nem gelo. Apenas ácido. – Já era hora. Me forçaram a dormir por um longo tempo, não? Mas aqui estamos nós, frente a frente novamente.

Estavam próximos. O suficiente para que ele percebesse o que tinha acabado por ignorar. Olhos negros. Aquela não era Selena. Ao menos não a Selena que ele amava. Mas sim a que quis matá-lo poucos dias após se conhecerem.

Não. Por favor, não novamente…

– Tenho boas novas. – ela tocou seu peito se aproximando ainda mais e ele se sentiu imobilizar parcialmente. – Não preciso matá-lo. Infelizmente. Ela tem novos planos para você. Algo mais divertido. Bem, dependendo do ponto de vista, claro.

– Deixe a Selena em paz. – ordenou em fúria. – Não acha que já foi o suficiente?

Não sabia o que fazer. Não poderia machucá-la. Talvez, ela voltasse a ser ela mesma como daquela vez na floresta. Mas estava diferente no entanto. De algum modo diferente…

– Do que está falando? – ela riu. – Eu sou Selena. E Medéia. Arrependi-me de meus atos passados, logo após a morte, no entanto, não me arrependerei novamente. Estou do lado vencedor. O lado dela. Reinaremos em um mundo de trevas e nosso julgamento será absoluto. Não invejo a sua sorte, Aaron.

– Quem é ela?

– Novamente essa pergunta? Você também a fez da última vez, não foi? Está me deixando entediada, amorzinho. Não é possível que não tenha deduzido ainda. Uma dica: – aproximou os lábios do ouvido dele e sussurrou: – Marise. Nós somos uma e como uma traremos a verdadeira justiça. E a morte.

Uma dor profunda irradiou de seu peito e se espalhou por seu corpo. Aaron baixou a cabeça com esforço, cerrando o maxilar com força para aplacar o sofrimento. Quase não podia se mover e mesmo que qualquer movimento lhe infligisse uma dor ainda mais extrema, voltou a fitar os olhos de Selena.

– O que… está fazendo? – questionou dolorosamente.

A mão dela tinha atravessado seu peito como se não existisse qualquer matéria ali. Como se Aaron fosse ainda mais insignificante do que uma breve brisa.

– Pegando algo seu emprestado.

Ela retirou a mão devagar e ponto pretos dançaram diante de seus olhos. A última coisa que viu antes de seu olhos se fecharem por completo foi que ela segurava uma espécie esfera que emanava uma luz intensa.

Selena Blake. Uma matadora de deuses. A melhor entre os melhores…

***

Espero que você esteja pronta. Selena tinha dito. Vamos tornar aquelas correntes reais.

Rennata não estava pronta. Não queria transformar o que vira na mente de Selena em realidade. Mas não era justamente para aquilo que ela vinha treinando com Selena no porão durante todos aqueles dias?

“… tenho que te pedir um favor.”

“… eu vou te ensinar um feitiço.”

As frases que a feiticeira antes dissera não pareciam carregar o real significado que possuíam.

Quinze dias antes, Rennata não poderia ter sequer imaginado do que era capaz. Mesmo agora, sua mente insistia em acreditar que tudo aquilo não poderia passar do um longo pesadelo. Todas as revelações feitas pelos deuses, todas as lembranças que retornaram para ela, o que Selena tinha pedido. Ela se via chegando ao ponto da loucura.

Tentou focar seu pensamento em uma das lembranças que tivera enquanto caminhava pelo corredor apressadamente, a caminho de seu quarto. Ela conhecera Thomas anos atrás. A sensação que tivera antes de que o toque dele era tão familiar não foi apenas produto de sua imaginação. Perguntava-se se essa lembrança também havia voltado para ele. Aquela vez… a única vez em que ela tinha visitado a mansão Elísio tantos anos antes. Quando ela também conheceu Selena. Quando usou a projeção pela primeira vez.

Selena. Não importa quantas voltas desse o Destino, tudo sempre voltava diretamente para ela. Selena é o elo. O início e o fim de tudo.

Fechou os olhos, levando as mãos a cabeça. Uma sensação ruim tomava conta de seu corpo e seu coração pesava em seu peito, com batidas irregularmente rápidas.

Em breve. Mas quando? Será que deixar Selena com Aaron tinha sido a decisão certa no fim de tudo? Embora a feiticeira soubesse de grande parte do que aconteceria no futuro, não tinha como ela saber quando exatamente aconteceria. Poderia ser dali a semanas. Dias. Ou quem sabe naquele mesmo minuto. Não era um bom pensamento.

Apressou o passo ainda mais, parando bruscamente apenas quando se chocou contra alguém.

Olhe por onde anda!, se auto repreendeu.

– Lindinha? – ergueu o olhar, dando de cara com Landon. – Vocês já voltaram?

Assentiu embora fosse óbvio.

– Desculpe-me, Lan, mas estou com um pouco de pressa agora. Cada minuto é crucial.

Ele lhe encarou por um segundo. Não era normal nem mesmo para ela se ver falando com tanta seriedade.

– Tudo bem, mas eu te acompanho. – ele se afastou e logo se pôs a caminhar ao lado dela. – Onde estão Selena e Sage? Lembrei de uma coisa estranha…

Ela lhe observou sem interromper o passo.

Lembrou?

– Sim, mas como eu disse, foi estranho. – Landon franziu a testa. – Eu não pensei que tivesse conhecido Aaron Sage antes de ele ter começado a namorar com o meu docinho, mas agora um pensamento insiste em me dizer o contrário. Foi como se alguém tivesse enfiado a cena de um filme a força em minha cabeça e seria difícil dizer que não é real.

– Entendo. Na verdade ela deve ser real. Você também deve ter sido bloqueado antes e se a memória voltou, acredito que você não seja o único além de Selena, Sage e eu que esteja se sentindo confuso por aqui. Tenho que ligar para Thomas. – acrescentou com o celular já em mãos. Não demorou muito para que ele atendesse.

– Querida, por acaso você tem algo a me dizer? – foi o que ele perguntou sem nem ao menos hesitar um segundo. Parecia levemente confuso.

– Sim – concordou. –, mas não agora. Me desculpe, mas não temos tempo. Vá até o quarto de Selena por favor. Sage está cuidando dela, mas algo me diz que não devo me sentir muito confiante. Ele não teria coragem de feri-la de qualquer forma e ela deve poder ser contida caso algo aconteça. É só uma precaução.

– Não entendo. Feri-la? O que está acontecendo?

– Perdoe-me Thomas. Por tudo que acontecer de hoje em diante. Faça o que pedi, vá atrás da sua irmã.

Eu sou uma péssima namorada!

Desligou o celular e ignorou o olhar de Landon pelo resto do caminho até seu quarto. Ele sabia o que Selena tinha pedido a ela. E sabia o quanto tudo aquilo estava sendo um pesado fardo a se carregar.

Parou de frente a porta ao sentir a mão de Landon em seu ombro. Um fluxo calmante se espalhou lentamente por seu corpo e ela se sentiu relaxar.

– Você não está sozinha, Lindinha. – ele disse com um sorriso do tipo Landon. Cem watts.

Estava visivelmente tentando melhorar a situação o máximo possível. Como sempre.

– Obrigada. – falou se sentindo realmente agradecida.

Infelizmente o alarme interno retornou um pouco, no momento em que ouviu um pequeno grito seguido de um baque abafado vindo de dentro de seu quarto.

***

Ele tinha treze anos quando a conheceu.

Tinha sido um dia que, naquela época, Thomas teria classificado como normal, não fosse o fato de uma humana com poderes visitando a mansão Elísio.

Estava jogando beisebol com seu pai, próximo ao jardim, até que Selena o chamou pedindo ajuda. Aparentemente ela estava ensinando Rennata a fazer projeção, quando após liberar um exagerado fluxo de energia, a mesma desmaiou.

Foi ele quem a levou no colo para dentro da mansão.

Foi ele que a observou até que acordasse.

E foi com ele que ela desabafou logo após recobrar a consciência.

Mesmo naquela época, Thomas a achou impressionante. Não era uma surpresa que tivesse se apaixonado por ela tão rapidamente e de maneira tão intensa.

Mas essas lembranças ainda o deixavam atordoado. De um segundo para outro, tudo retornou em apenas um flash. O fluxo de memórias entrando em sua mente – não apenas de Rennata, mas de Aaron também. – foram um golpe do qual não pode se defender. Mas se tivesse tido escolha, não teria se negado a receber aquelas lembranças, que mesmo que tivessem sido roubados anteriormente, agora eram tão parte dele quanto sempre deveriam ter sido.

Thomas parou de frente a porta do quarto de Selena com uma sensação estranha de incômodo. Tudo que Rennata tinha lhe dito pareciam não criar nexo em sua mente, não tinham sentido. Porque ela poderia ter pedido perdão? Isso ainda era uma incógnita para ele.

Mas ainda assim ele tinha ido ao quarto de Selena como ela pediu, porque não tinha nada mais que ele pudesse fazer para melhorar tudo aquilo.

Estendeu a mão para abrir a porta, mas logo a puxou para trás ao tocar na maçaneta, quando fios de eletricidade púrpura chamuscaram seus dedos.

– Droga, Selena! – xingou, não por dor, mas por frustração.

A partir do ponto onde seus dedos tocaram, uma barreira púrpura começou a tomar forma, tornando-se visível. Selena tinha posto um escudo de proteção na porta. Aquilo não parecia ser bom.

Fechou os olhos procurando concentrar a magia nas palmas de suas mãos.

Quando você se sentir sozinho, triste e acreditar que não é forte o suficiente, combata as trevas com luz.

Ao menos era isso que Selena vinha lhe dizendo desde seus dez anos. Thomas não conseguia descifrar exatamente o que estava sentindo. Era como um misto de preocupação, tristeza e confusão, que não poderia ser aplacado com facilidade. E ele não entendia o porquê de tudo aquilo ter se instalado nele tão de repente.

Abriu os olhos, suas palmas brilhavam. Tocou o escudo, agora completamente, e se concentrou, cerrando os dentes. O escudo crepitava com energia obscura fazendo suas palmas queimarem, mas ele não se importou. Aquele era um feitiço simples, que cada jovem feiticeiro aprendia cedo, mas havia a variável de que Selena o tinha feito e um feitiço lançado por ela, a dama das trevas, por mais simples que fosse, nunca era fácil de ser rompido. Ele tinha que ser cuidadoso, separando cada elo de magia com precisão cirúrgica, para que o escudo não entrasse em colapso e se alastrasse ainda mais, ou danificasse a algo.

– Cancelar. – Sussurrou em latim. – Cancelar. Cancelar.

Uma fissura se abriu, alastrando-se por toda a superfície púrpura e logo desmoronou, como vidro estilhaçado. Aquilo era estranho, o feitiço tinha estado instável. Não era típico de Selena ser tão pouco cuidadosa. A não ser, claro, que ela não se importasse tanto quanto fizesse parecer.

Cauteloso abriu a porta e antes mesmo de entrar ouviu os sussurros. Logo piscou rapidamente, crente de que só podia estar alucinando. Selena estava de pé, no centro do quarto, com Aaron desacordado aos seus pés. Com uma mão segurava o punho de uma de suas adagas a frente do corpo e a outra apertava a lâmina firmemente, fazendo com que um filete de sangue percorresse seu braço e, gota por gota, caísse no carpete, percorrendo-o e desenhando símbolos, dentro de um pentagrama já formado.

– … sentimentos anteriores devem ser negados, deixados no esquecimento. – ouviu Selena dizer, em latim. – Sua proteção já não é mais necessária. Quebre-se, pois nada mais importa e essa é minha ordem; os motivos foram perdidos e é isso que meu sangue ordena. Esse é o meu desejo…

– Selena! – ele chamou. – O que diabos você está fazendo?!

Mas ele já sabia. Não foram muitas vezes ao longo de sua vida que viu a irmã fazer magia de sangue, mas sabia o suficiente para entender que aquele era um feitiço reverso para o que a vira fazer antes. Um cancelamento. Uma ordem. Ela estava desfazendo a barreira de proteção que envolvia toda a Academia e a propriedade. A pergunta era: Porquê?

Selena lhe encarou com um olhar negro e frio, o que o fez vacilar, dando um passo para trás. Ele nunca a tinha visto assim antes.

Ao tentar avançar, percebeu que já não era mais capaz de reproduzir qualquer movimento. Os olhos de Selena ainda estavam fixos nos seus quando ela disse:

– … e se com minha vontade foi feita, pela mesma será quebrada.

E no instante seguinte, sumiu em um turbilhão obscuro de magia negra.

***

Rennata abriu a porta e mal acreditou no que viu logo depois, então ergueu as sobrancelhas surpresa.

– O que está acontecendo aqui? – a voz de Landon tinha um tom levemente divertido.

Isabella estava deitada no chão e Ethan mantinha seu corpo próximo ao dela, prendendo seus pulsos acima da cabeça. Ele tinha um pequeno sorriso nos lábios enquanto Isabella se contorcia tentando se livrar de seu aperto.

– Pedi que Ethan me ensinasse a lutar. – disse a morena com os dentes cerrados.

– Por quê?! – exclamou Rennata. – E pode me explicar como é que isso que vocês estão fazendo se assemelha com luta?

– Sua irmã é muito destrambelhada. – disse Ethan. – E como os ataques dela não estavam tendo o menor resultado sobre mim, decidi iniciar o treinamento dela em uma outra área: Auto defesa. Infelizmente ela pareceu esquecer instantaneamente de todas as dicas que eu dei.

– Acontece que as dicas que você me deu vai machucar a nós dois. – retrucou Isabella.

– Mas um dia poderão salvar sua vida!

– Prefiro não quebrar seu nariz no momento.

– Como se você pudesse! – Ethan riu.

Ele se levantou e ofereceu a mão para ela. Isabella se ergueu sem sua ajuda, espanando uma poeira inexistente das roupas.

– E então, como foi? – indagou ela, claramente se referindo a reunião no Olimpo, mas não mencionando em voz alta, pois Ethan não deveria saber sobre nada daquilo.

Rennata revirou os olhos.

– Uma porcaria… – seus olhos se tornaram vagos e ela levou uma mão ao coração, sentindo novamente a sensação de um mal pressentimento, de peso. – Esqueçam, preciso ir.

Caminhou até sua cama e pegou o arco que tinha deixado sobre ela. Imediatamente se sentiu mais segura, embora um pouco culpada por lembrar para que realmente ela talvez fosse usá-lo.

– Nat? – chamou Isabella. – Há algo errado?

Ela assentiu se impressionando ao sentir, sem motivo aparente, uma lágrima escorrer por sua face. Landon voltou a tocar seu braço.

– Vamos, Lindinha. Devemos nos apressar.

– Claro. – concordou. – Prefiro fazer isso antes que a Selena acorde.

– Fazer o que? – Ethan perguntou, sua voz tão cortante quanto uma lâmina. – O que aconteceu com a Sel?

– Não é da sua conta, queridinho. – rebateu Landon seguindo Rennata para fora.

– Eu me preocupo com ela, então sim, é da minha conta. Mas se não querem me dizer, vou atrás de vocês, sem problemas.

– Não vai. – disse Rennata parando.

– Me impeça. – ele desafiou. – Sei que algo errado está acontecendo. Há algo estranho no ar. Uma energia potencialmente perigosa, sei que você também pode sentir. Não pense que vai conseguir me excluir disso, Rennata, porque não vai.

Ela estreitou os olhos, o encarando. Deveria impedi-lo. Poderia até. Mas dane-se; fazê-lo significava perder ainda mais tempo. E o que ele falou sobre a energia perigosa…

– Tudo bem. – disse lentamente. – Mas, escute: se eu souber que você disse algo a sua mãe, ou que o que quer que você veja tenha chegado em algum momento aos ouvidos do Conselho, eu quebro a sua cara de um jeito que nem mesmo a sua magia branca vai poder reconstituir. Agora se quer ser útil, abra um portal para o quarto da Selena. Não temos tempo a perder.

Até porque, se essa sensação ruim que estou sentindo for uma indicação, o jogo de caça está começando, pensou. E Selena é meu alvo.


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