Os Escolhidos - Destinos Interligados escrita por Angie


Capítulo 18
Capítulo 17 - O Preço de Uma Vida


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Desculpem por não ter postado na semana passada, mas é que no dia que eu ia postar, estava sem internet e depois eu fiquei doente e não deu para terminar o capítulo. Bom, a primeira parte do livro ia terminar nesse capítulo, mas eu percebi que ele iria ficar com mais ou menos seis mil palavras e sairia da minha meta, então decidi dividi-lo. Depois do próximo capítulo acabará a calmaria e as revelações começarão a vir a tona.
Obrigado por terem me apoiado até aqui!
Beijos.



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Thomas não podia negar a ansiedade que sentia para ouvir o que Rennata diria em resposta ao seu pedido, mas diante do rosto ruborizado e o olhar surpreso da garota, percebeu que poderia ter se precipitado ao pedi-la em namoro tão de repente, no entanto já não podia mais reprimir seus sentimentos. Desde a primeira vez que a viu, soube que ela era diferente das garotas superficiais com quem saíra antes e a personalidade nervosa e ao mesmo tempo esquentada dela, por incrível que pareça, o tinha encantado. Agora ela finalmente o havia deixado beijá-la. Sem o sentimento de pena, como ele sentia que seria mais cedo naquela mesma tarde, quando estavam na cozinha. Mas, apenas por ele ser quem era. Porque ela realmente sentia algo por ele.

– Eu… você… – pigarreou. – Uau. Isso foi muito rápido. – ela balançou a cabeça e respirou fundo. – Eu posso pensar um pouco?

Thomas soltou o ar que nem percebera estar prendendo e sorriu de lado. Isso não era um 'não' e era algo pelo que ele já esperava. Nada com Rennata era fácil. E esse era um dos motivos por ele ter se apaixonado. Não que fosse dizer isso a ela agora, a garota já parecia pressionada demais sem um “Eu te amo”, imagine se ele dissesse.

– Claro que pode. – assegurou-lhe. – Mas não posso prometer que vou manter minhas mãos totalmente para mim nesse meio tempo.

E voltou a beijá-la, algo pelo que ela não contestou, ao contrário, automaticamente o puxou mais para perto de si e Thomas riu contra seus lábios.

– Não que eu esteja reclamando – ele disse se afastando alguns segundos depois. –, mas acho melhor começarmos logo esse treinamento.

– É, eu também. – ela concordou respirando com um pouco de dificuldade.

Thomas pegou sua mão e a levou para perto da cachoeira.

– Como eu disse antes, o treino elementar é muito fácil, principalmente o desse elemento em particular, até mesmo para mim que não sou um elementar da água. – explicou.

– Como assim um elementar da água? – ela questionou erguendo as sobrancelhas. – Pensei que os feiticeiros pudessem usar todos os cinco elementos.

– Água, ar, terra, fogo e trovão. – enumerou nos dedos. – Cada feiticeiro aperfeiçoa seu poder em torno de um único elemento: aquele que for mais compatível com si mesmo. Contudo existem aqueles que conseguem chegar a um nível de controle razoável entre os outros elementos e eu sou um deles.

– E qual é seu elemento principal?

– Ar. – respondeu simplesmente.

Ela o encarou entediada.

– Isso é chato.

– Ah, é mesmo? – falou com uma meio sorriso. – Apenas observe.

Ele se virou em direção a uma das árvores floridas – femininas demais para o seu gosto. – a poucos metros atrás deles e se concentrou um pouco, sentindo o poder zunir em seu corpo inteiro. Aquilo já lhe era tão natural. E ficava ainda mais fácil enquanto ele lutava contra alguém, quando tomava consciência de tudo ao seu redor e seus instintos se tornavam mais aguçados. Ergueu uma mão em direção a árvore e movimentou-a minimamente, com plena confiança de quais seriam os resultados.

O ar ao seu redor se tornou mais pesado, quase palpável e uma breve rajada passou por eles, afastando os longos cabelos dourados de Rennata do lado esquerdo de seu rosto. Um segundo depois, a grande árvore se abriu ao meio, ambas as partes caindo em lados opostos.

– E é por esse motivo que nós usamos dimensões paralelas e vazias. – disse ele. – Treinamentos tendem a ser um pouco destrutivos demais.

– Você não recitou nenhum feitiço. – impressionou-se ela.

– Claro que não, algo assim é muito fácil, e não, não precisa dizer, eu sei que sou o máximo. – falou e ela revirou os olhos. – E isso é para você aprender a nunca subestimar nenhum elemento. – segurou seus ombros olhando dentro de seus olhos. – É imperativo que você entenda que uma escolha errada ou um movimento em falso poderá por sua vida em risco. Uma lâmina de vento é uma boa escolha porque, se fizer direito, o inimigo não poderá ver o que você está planejando, e mesmo que feiticeiros com essa habilidade sejam extremamente raros, por ser algo difícil e imprevisível de se controlar, não significa que um dia não poderá encontrar inimigos assim.

Ele mesmo já havia encontrado. No dia em que seus pais morreram.

– Se eu hipoteticamente manipulasse o ar ao seu redor – continuou. –, poderia te fazer sufocar até a morte, sabia?

– Nossa, isso é totalmente reconfortante de se ouvir. – ela disse ironicamente, embora parecesse realmente considerar o que ele estava dizendo.

– A uns dois anos atrás, meus pais tiveram alguns problemas com um casal de feiticeiros e quero que me prometa que se um dia você tiver que lutar como eles tiveram, não vai deixar que o ego ou o preconceito te influenciem, ok?

– Tudo bem, – Rennata cedeu. – Eu prometo.

– Isso é bom. – largou seus ombros. – Agora vamos voltar onde estávamos.

***

Uns cinco minutos depois, Rennata estava sentada em uma pedra e encarava fixamente o pequeno tornado de água que Thomas havia criado para demonstração, com vários pensamentos ricocheteando de um lado para o outro em sua mente:

1. Que se um dia ela tivesse que lutar contra um inimigo e depender do controle de elementos, estaria ferrada.

2. Ela sabia que seus poderes eram praticamente dominados tendo como base as suas emoções – principalmente a de raiva. –, mas obviamente não poderia depender disso para sempre.

3. Thomas Blake beijava muito bem.

Certo, ela sabia que esse último não tinha nada a ver com sua aula elementar, mas também tinha plena certeza de que ele não sairia de sua cabeça nem tão cedo.

Estava muito chateada consigo mesma por ter bancado a covarde e não ter aceitado o pedido de namoro de Thomas ainda. Mas temia principalmente que ele voltasse atrás em sua decisão e não a pedisse de novo. Por mais que quisesse, não sabia como voltar a abordar o assunto.

– Você está entendendo? – Thomas perguntou estalando os dedos de frente ao seu rosto.

Rennata tinha certeza de que ele estava explicando alguma coisa sobre o controle da água e do paraelemento gelo, mas, mais ou menos noventa por cento do assunto tinha sido entendido mais ou menos como blábláblá.

– É claro que sim. – mentiu.

– Querida, eu te conheço, sei quando está mentindo. – ele disse com uma sobrancelha erguida.

– O que você quer dizer é que eu sou previsível. – inclinou-se para trás, deitando-se sobre a pedra e encarou o céu daquela dimensão bonita e estranha. Ele era de cor lilás. – Ao contrário de você. Pensei que não tivesse percebido que sua irmã estava namorando o Sage, mas pelo visto estava errada.

– É claro que tinha percebido. Eu e Selena sempre fomos muito ligados, conheço o modo de agir dela e além disso, não sou cego. Só não comentei nada antes porque eles sabem o que fazem e se ela está feliz assim, quem sou eu para proibi-la de algo?

Ergueu-se sobre os cotovelos.

– Você é um bom irmão. – disse mirando a queda d'água.

– Eu sei.

– E bem humilde também. – ironizou revirando os olhos.

– Para que negar a verdade? – indagou com um sorrisinho convencido e lhe olhou fixamente. – Agora vamos, levante. Chega de fazer corpo mole, tente colocar seu conhecimento em prática.

– Você é um carrasco.

– Sempre que preciso. – afirmou sem exitar. – agora venha aqui.

Com muito esforço, ela se forçou a levantar e cobrir a pouca distância entre eles, ajoelhando-se ao lado dele, à margem da cachoeira.

– E que conhecimento é esse que eu deveria ter?

– Sabia que você não estava prestando atenção em nada depois que disse o 'Eu prometo'. – ele suspirou. – Concentre-se, tome consciência do tipo do elemento que irá manipular, nesse caso tocar na água pode ser que te ajude e tente visualizar em sua mente o que pretende fazer.

Visualização. Quando entrara na mente de Selena, a mesma tinha comentado sobre o ato. Aparentemente isso servia para um monte de coisas.

Rennata tocou a água azul e se concentrou, tentando visualizar em sua mente, nem que fosse uma mínima ondulação antinatural para que não saísse de lá sentindo-se um fracasso, no entanto nada aconteceu.

– Esse negócio de visualização não está dando certo. – queixou-se ela. – Você disse que era fácil!

– Talvez as divindades da água estejam chateadas com você. – Thomas parecia estar apenas brincando, mas Rennata decidiu levar aquilo tudo a sério.

Levantando-se, limpou as mãos na saia do vestido e ergueu-as no ar, de olhos fechados.

Oh, grandes divindades da água, perdoem-me por ser mais interessante que vocês, deuses da chatice, ou por ter feito algo que os deixou zangados, mas por favor - e aproveitem que eu não costumo dizer muito essa palavrinha mágica -, deem-me o poder para explodir essa cachoeira se for necessário, porque eu não quero sair daqui sem poder fazer nada.

– Não sei o que me deixou mais decepcionado: – disse uma voz que ela conhecia muito bem. – Sua falta habilidade ou sua prece.

Poseidon.

– O que você está fazendo aqui, oh querida estrelinha do mar? – perguntou olhando-o com um sorrisinho sarcástico que combinava com o dele.

– Você foi a única a me pedir poder, não pode me culpar por ter aparecido. – disse ele deixando-a confusa. – Além disso, eu não queria perder o show.

– Eu não te pedi poder algum. – disse incisiva.

– Tecnicamente você meio que pediu. – explicou Thomas. – Ele é a maior divindade da água existente, então…

Deixou a frase no ar, deixando que ela entendesse por si própria. Claro, embora estivesse zoando por boa parte do tempo, ela tinha praticamente implorado poder as divindades da água. Era a primeira vez que pedia algo tão abertamente aos deuses e obviamente seu patrono não deixaria de notar isso.

Idiota!

Mas ao menos algo de bom talvez saísse disso tudo.

– Mas sabe? Foi até legal você aparecer por aqui. – disse casualmente e o deus do mar ergueu uma sobrancelha, olhando-a com desconfiança. – Tem umas perguntinhas que eu preciso fazer e…

– Ah, isso. – ele a interrompeu. – Sinto muito, pirralha, mas vai ficar sem as respostas.

– Como é?!

– Ao menos por enquanto. Você é a única com a marca do destino que ainda tem esperança de descobrir tudo tão rapidamente. – olhou para as unhas, como se estivesse extremamente entediado.

– Apesar de não entender a maior parte do que está falando, de uma coisa tenho certeza: – afirmou ela. – Tenho o direito de saber sobre meu próprio destino.

– E eu não tenho permissão para dizer nada no momento. Nem mesmo deveria ter vindo aqui, mas decidi te fazer o convite eu mesmo.

– Que convite? – indagou Thomas.

Poseidon o encarou avaliativamente.

– Sua amiguinha está no Olimpo.

– Chloe?

– A própria. E não sairá de lá enquanto a reunião do Conselho não acontecer. Selena, meu sobrinho e você minha querida – se dirigiu a Rennata. –, estão convidados. Vejo-a em quinze dias.

Dito isso desapareceu no ar.

– Ah, esse cara me irrita! – Rennata disse com os punhos cerrados.

– Não posso tirar sua razão dessa vez. – Thomas franziu a testa. – Mas é melhor voltarmos ao treinamento. Tenho muita coisa a fazer quando voltar para a academia e é melhor tentarmos descobrir o que tinha no bilhete que Chloe deixou e tirarmos logo essas dúvidas. Sinceramente, isso está cada vez mais confuso.

– Bem-vindo ao clube. Tive dezesseis anos para me acostumar com a minha vida e ainda não consegui. – uniu as mãos a frente do corpo. – E sem surpresa alguma, tenho a sensação de que as coisas só vão piorar.

***

– Isso tudo é loucura! – exclamou Landon, jogando-se na cama ao lado de Selena.

No caminho de volta a academia, ela havia lhe contado de forma resumida tudo que havia acontecido desde que conhecera Aaron.

As palavras de Chloe ainda ecoavam em sua cabeça: “… treinem, fortaleçam-se. Sinto dizer, mas irão precisar.” E era exatamente aquilo que Aaron estava fazendo naquele momento. No instante em que chegaram a academia, ele, Christopher e Michael, haviam se dirigido a sala de treinamento mais próxima para dispersar o nervosismo e a preocupação. Ela teria feito o mesmo, claro, se Landon não tivesse armado uma pequena cena, fazendo chantagem emocional, dizendo que estava se sentindo abandonado já que o namorado havia viajado para a Itália e ele tinha ficado apenas para vê-la.

– Eu sei, mas o que não é hoje em dia? – falou ela olhando para o teto.

Seu quarto na academia era uma replica ao da mansão Elísio. Todo em branco e azul-gelo. Uma brisa fresca soprava as cortinas da varanda e o sol brilhava lá fora, alheio a todos os seus problemas. Selena ainda não entendia como o dia poderia ter começado tão bem e caído, de repente, aquele nível.

– Ao menos uma coisa boa aconteceu – Landon se virou para ela e apoiou seu rosto em uma mão com uma meio sorriso no rosto. –, você decidiu sair da concha e está namorando aquele pedaço de mal caminho…

– … que é seu irmão. – completou Selena interrompendo-o.

– Sim, sim, claro, não esqueci desse detalhe, docinho, e ele obviamente não joga no meu time, mas me diga uma coisa: O sentimento é recíproco?

– É sim, Lan. – disse ela suspirando. – Eu o amo tanto que dói, mas… o fato de ele sentir o mesmo me preocupa.

Landon ergueu as sobrancelhas se sentando.

– Por quê? Isso é bom, você merece.

– Aaron parece ter esperança de que nós possamos ficar juntos, e isso é impossível, Lan. Eu conheço as regras do mundo inferior e os mortos não podem voltar, exceto…

– Exceto? – ele incentivou quando sentiu sua hesitação.

Selena também se sentou, apoiando a cabeça em seu ombro.

– Exceto que haja uma troca de igual valor. – disse baixinho. – Uma vida por outra vida.

***

Mais de quinze minutos haviam se passado e a única coisa que Rennata conseguiu fora que seus dedos ficassem murchos como ameixas secas. Thomas dissera que tocar na água a ajudaria, mas aquele não estava sendo o caso.

– Desisto! – ela resmungou se erguendo e interrompendo o que quer que ele estivesse explicando. – O treinamento elementar é fácil uma ova! Eu não levo jeito para isso e se um dia enfrentar alguém, vou apanhar feio.

– Nem brinque com isso. – avisou ele seriamente. – Tente ter ao menos um pouco de paciência.

– Paciência?! – exaltou-se. – Minha paciência já se esgotou há dez minutos atrás!

– Você precisa de foco, está muito distraída.

Sim, você está me distraindo.

– Thomas, eu nunca fui boa em qualquer coisa. Esses poderes devem fazer parte de uma grande brincadeira cósmica com a minha cara, então porque não deixar de se iludir e voltar logo para a academia? – indagou quase que desesperadamente.

– Porque eu acredito em você. – com essas simples palavras, ela sentiu algo dentro de si se desmontar. – E é lógico que você é boa em algo. Pintura, canto, empatia e apesar de ser um pouco maluquinha, você é mais inteligente que a maioria das pessoas que conheço, então não se menospreze. Acredite mais em si mesma, e se não conseguir, confie em mim que acreditarei por nós dois.

Incapaz de se fazer falar, ela ofereceu-lhe apenas um aceno de cabeça e fechou os olhos, erguendo as mãos em direção a cachoeira.

Emoção. Esse era seu gatilho. Sempre que algo acontecia, ela estava tomada por alguma emoção intensa e nesse momento, várias competiam para saber que se sobrepunha. Amor, gratidão, felicidade, carinho…

Quando decidiu começar uma nova vida em meio aqueles que tinham poderes como ela, sabia que sua vida mudaria, mas não de forma tão radical. Amigos com quem se importava e que tinham por ela o mesmo sentimento, não era algo com o que estava habituada. Nunca pensou que se tornaria tão necessária, e que seria tão importante para alguém, como Thomas havia dado a entender que ela era para ele. Ao contrário, com exceção a Isabella, sempre sentiu que os outros preferiam deixá-la de lado, e sim, ela possuía grande parte da culpa em relação a isso, já que preferia se manter afastada de todos por ser diferente. Por ter medo de se decepcionar. Mas agora tudo lhe parecia tão diferente. Tão… melhor.

Reunindo todo aquele poder latente dentro de si, – acreditando que era possível. – deixou que grande parte fosse liberado, percorrendo seus braços e saindo pelas pontas de seus dedos. O ar se tornou mais gélido e ela ouviu um assovio de admiração. Ao abrir os olhos, deu um passo para trás, sem acreditar no que causara.

– Eu disse que você conseguiria. – Thomas disse a abraçando por trás e beijando o topo de sua cabeça. Sua voz indicava um sorriso. – Não é exatamente algo para uma principiante fazer, é muito melhor.

Ela assentiu, vagamente consciente e totalmente maravilhada. Ao olhar para a queda d'água, um pensamento lhe ocorreu:

O tempo parece ter parado.”

E parecia. O estrondo da água se chocando contra as rochas não podia mais ser ouvido, tudo tinha literalmente parado. Congelado. Pingentes de gelo desciam lá do alto e o lago a sua frente parecia um espelho azul gigantesco e sem movimento.

– Espero que não tenha peixes aí dentro. – comentou quando reencontrou sua voz e Thomas riu.

– Agora só basta você descongelar essa coisa e podemos voltar para casa.

Menos de três minutos depois, eles estavam passando novamente pelo portal.

***

Seja homem!, pensou Ivens. Convide-a antes que outro o faça.

Ariel estava deitada em uma cadeira de praia do outro lado da piscina, conversando com algumas amigas e ele já a observava a algum tempo, debatendo consigo mesmo se deveria ou não, convidá-la para o baile.

Ela era uma pessoa gentil e caso o rejeitasse, provavelmente diria apenas um 'não' seguido de um pedido de desculpas e uma explicação – não o humilharia –, mas nem mesmo esse fato pode lhe trazer algum conforto.

Parecendo perceber que estava sendo observada, ela se levantou sobre os cotovelos e tirou os óculos escuros, lançando-lhe um sorriso, o qual ele retribuiu nervosamente.

– Isso sim é que é cara de bobo apaixonado. – Thomas disse parando ao seu lado.

– O quê?! – assustou-se com a aparição repentina. – Não!

– Sinceramente, ela é tão cega quanto você.

– Não sei do que está falando.

– Certo. – disse e sorriu sarcasticamente.

– Como foi o treinamento? – indagou Ivens tentando mudar o rumo da conversa.

– Produtivo. Rennata evolui rápido. – disse Thomas, orgulhoso. – Quando aprender a dominar totalmente seus poderes, poucos poderão pará-la.

– Ela é uma garota de potencial.

– Sim, é. No entanto não foi para jogar conversa fora que eu vim aqui.

– Então por que foi?

– Preciso de ajuda, pedi a Rennata em namoro.

Você, namorando? – perguntou incrédulo. – E depois dizem que milagres não acontecem.

– Hahaha, muito engraçado. – disse sério. – O caso é que ela não aceitou ainda e é por isso que preciso de ajuda. Quero fazer uma surpresa para ela e é aí que você entra.

– Tudo bem, mas você vai ficar me devendo uma.

– Eu diria que vamos ficar empatados, já que você também vai sair ganhando. – ele cruzou os braços. – Pedi ajuda a Ariel essa manhã e ela aceitou me dar uma mão. Vocês vão passar um tempão sozinhos, então vê se cria vergonha na cara e chama ela para sair logo. Todo mundo já percebeu que vocês gostam um do outro, então tenta não complicar.

– Você está louco. Ariel é apenas minha amiga e é areia demais para o meu caminhãozinho, ela pode ter qualquer um, não iria estar gostando justo de mim.

Apesar de suas palavras, ele se deixou sentir um pouco de esperança.

– Tenta convencer ela disso. Não estou querendo bancar o cupido, mas o sentimento de vocês um pelo outro tá na cara e até um cego pode ver.

– Que sutileza.

Thomas deu de ombros e pediu que o seguisse com um gesto de mão.

Eles contornaram a piscina e pararam quando chegaram a Ariel. Sua beleza era ainda mais evidente no biquíni preto que vestia. Os óculos escuros estavam agora no alto de sua cabeça e era a única barreira entre seu rosto e seus cachos negros indomáveis.

– Ela disse 'sim'? – Ariel perguntou se sentando com a graciosidade de uma felina.

– Ainda não, você sabe como a Rennata é. – ela revirou os olhos e Thomas continuou: – Vou precisar me ausentar da academia por umas duas horas no máximo e nesse meio tempo, preciso que você e Ivens façam uma coisa para mim.

E lhes contou o que eles deveriam fazer.


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Notas finais do capítulo

Hummm, deixei vocês curiosos? Até a próxima!



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