Head Down escrita por Campe


Capítulo 2
Namorada


Notas iniciais do capítulo

Vinte dias depois, aqui está o capítulo dois. Estou postando mais porque não queria ficar meses sem coisa nova (na verdade eu queria escrever um pouco mais, mas não sabia exatamente o que escrever)



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Thomas P.O.V.

Saí dos vestiários e vi o sol das três da tarde. Procurei meus óculos e não os achei. Deixei minhas malas de lado e voltei ao vestiário. Procurei em todos os cantos e não encontrei nada. Ótimo, meus óculos favoritos sumidos em menos de duas horas no campus. Resolvi que pensaria nisso mais tarde, e segui o mapa até os dormitórios.

Achei meu quarto e adentrei. Vi um garoto deitado em uma das camas, lendo um livro.

– Oi...? – disse deixando minhas malas perto da cama vazia. O garoto olhou para mim. – EI! Você não é aquele lerdo que esbarrou em mim hoje cedo? Ótimo, também tenho um colega de quarto leso.

– Ei! Eu não sou leso, e foi você quem esbarrou em mim! – eu ia começar a discutir quando ele me interrompeu – Mas isso não importa. Seus óculos estão ai na mesa.

Olhei para a escrivaninha do lado direito do quarto, vi meus óculos e os peguei.

– Ah... obrigado – ele fez um sinal de positivo com a mão – Mas e ai, qual é a sua?

– Meu nome é James Muller – ele disse deixando o livro de lado e sentando na cama – Curso artes cênicas. Seu nome é Thomas, não é?

– Sim, Thomas Patt. Curso educação física. – respondi me deitando na outra cama. Olhei para James – Essa coisa de teatro é meio gay, sabe. Você não é gay, certo?

– Não, não. – ele falou dando uma risada baixa – Eu tenho namorada...

– Uhh, posso ver uma foto dela?

– Claro, olha aqui. – pulei para a cama dele e olhei para a tela do celular que ele havia tirado do bolso. – É essa aqui.

– Que gostosa, cara! – disse olhando para a foto de uma menina alta, com cabelos loiros lisos, olhos extremamente azuis e peitos grandes – Isso é um elogio, claro. Ela é tão gostosa quanto a Lucy!

– Obrigado, acho. – ele agradeceu desajeitado e guardou o celular. – Pera, Lucy...?

– Ah, Lucy é essa garota realmente gostosa que eu estava beijando no vestiário. Só não fomos mais além porque ela tinha que ir fazer alguma coisa por ai.

– Entendi... – ele disse – Ei, você sabe onde ficam os dormitórios femininos? Eu não estou achando nesse mapa.

– Pensei que você tinha namorada.

– Eu tenho, mas quero ver se acho uma amiga que veio pra cá também. – ele explicou.

– Ela é gostosa?

– Eu tenho namorada, cara.

– E daí?

– Não fico olhando pro corpo das outras garotas!

– Claro que fica. É normal, vamos lá, de homem para homem. Ela é gostosa? Peitos grandes?

– Cara, eu não sei. E se é normal olhar para outras garotas quando se está em um relacionamento, acho que sou anormal.

– Tanto faz. – disse botando meus óculos escuros – Vamos, eu te mostro onde fica, mas ai você vai ter que me apresentar pra ela. Fechou?

– Que seja. – ele disse rolando os olhos.

James P.O.V.

Meu novo colega de quarto me guiou até uma praça a mais ou menos meio quilômetro dos dormitórios masculinos, onde mais seis prédios estavam colocados em meia lua. Procurei em minhas mensagens o número do quarto de Natalie e o achei. Bloco G, dormitório 307.

Entramos no prédio e não foi preciso subir ao seu quarto, pois ela estava sentada em uma das poltronas conversando com algumas outras meninas. Andei até ela e me dirigi às suas novas amigas.

– Senhoritas, se me dão licença, preciso dar um grande abraço nessa garota aqui.

As garotas riram e Natalie, que estava de costas pra mim, se virou e saltou da poltrona, deu um grito e me abraçou forte.

– JAAAAAAAAAAAAAAAAAAMES!!!! – gritou e se afastou para me olhar – Quanto tempo! Dois anos lhe fizeram bem!

Rimos e nos abraçamos novamente. Ouvi Thomas tossir atrás de mim.

– Ah. Natalie, esse aqui é o Thomas – eu fiz um gesto para ele, e ela se virou – Meu colega de quarto.

– Ah, oi Thomas! – disse distraída e deu um beijo em cada uma de suas bochechas. Ela voltou-se para mim – James, eu tenho uma coisa da França que eu não tive a chance de te entregar antes, vou pegar na minha mala e já venho, podem sentar no sofá.

Ela subiu as escadas e então Thomas se virou para mim.

– Cara, ela é gostosa, mas (1) o que ela fez na França e (2) por que ela não estava com os olhos brilhando em me ver? – Thomas perguntou e eu ri.

– Ela não é desse tipo, cara. Você tem que conquistar ela. Sabe o que é isso? Conquistar?

– Sei, mas geralmente só o meu charme já basta.

– Bom, você vai precisar de mais que um charminho se quiser consegui-la. – disse me jogando no sofá.

– Eu tenho um campus inteiro para pegar, não vou ficar parado em uma estação só. Esse trem está sempre em movimento. – ele respondeu e eu rolei os olhos. – Você ainda não falou qual era a da França.

– Ah, ela ficou ou últimos dois anos na França, em um intercâmbio. – expliquei – Ficou acostumada e agora age um pouco como uma francesa.

– Pera, ela não toma banho? – perguntou Thomas e eu comecei a rir alto.

– Isso eu não sei, cara. Ela não estava fedida quando a abracei.

– Sobre o que estão falando? – perguntou Natalie descendo as escadas com uma sacola.

– Thomas acha que você não toma banho porque passou dois anos na França. – respondi casualmente e Thomas bateu em minha orelha. Reclamei.

– Tudo bem – ela riu – Os franceses têm dessas, mas eu tomo banho regularmente.

Thomas riu sem graça.

– Bom, James, essa sacola é pra você – disse Natalie sorridente me entregando uma sacola preta. – Abre!

– Okay. – tirei da sacola uma caixinha preta fosca, onde se encontravam escritas em letras brancas as palavras “Bleu de Chanel Paris”, no fundo da sacola também havia um chaveiro da torre Eiffel – DEUSES, NATALIE! VOCÊ É DEMAIS!

A abracei.

– Sabia que ia gostar! Experimenta!

Abri a caixa e tirei o frasco escuro de lá. Tirei a tampa e espirrei no pulso. Aproximei meu nariz.

– Cara, isso tem um cheiro maravilhoso – disse. Thomas e Natalie sentiram o cheiro também.

– Você vai ter que me emprestar esse perfume, cara! Todas as meninas vão pirar! – Thomas falou e eu revirei os olhos.

– Muito obrigado mesmo, Natalie! – abracei ela e deixei um beijo em sua bochecha.

* * *

Depois de Thomas voltar para o dormitório, conversei com Natalie por um tempo e então voltei para o dormitório também. Era fim da tarde. Passei pelo saguão e vi alguns meninos jogando videogame. Entrei no elevador, e vi um menino com duas malas vindo em direção ao elevador. Segurei a porta.

– Obrigado! – ele agradeceu ao entrar no elevador arfando. – Meu nome é Clark.

Ele se apresentou e estendeu a mão.

– James. – apertei sua mão – Qual o seu dormitório?

– 129. – ele disse colocando suas malas de pé.

– Ah, você é meu vizinho. – observei – Ei... por que chegou tão tarde?

– Não cheguei tarde, estou aqui desde o almoço. Estava resolvendo umas coisas na secretaria.

– Entendi... – ficamos em silencio por um tempo – Então, Clark. Está cursando o que?

– Fotografia – ele disse e a porta do elevador se abriu.

– Ah, que legal. – andamos juntos até chegarmos às nossas portas. – Te vejo depois, então?

– É, te vejo por aí.

Entrei no quarto e dei de cara com um Thomas sem camisa em cima de uma garota qualquer, beijando-a.

– Ahn... – fechei a porta novamente – é, volto depois.

Thomas P.O.V.

Depois do meu primeiro sexo no campus, prometi que procuraria Jade (ou seria Jackie?) e desci até o saguão. James estava jogando cartas com mais um pessoal.

– Cara, você deveria avisar quando está transando com alguém no nosso quarto. – disse ele ao me avistar.

– Vou pensar no seu caso. – respondi me jogando em um sofá. – Primeira transa no campus, nailed it.

– E aquela garota do vestiário? – perguntou James – Cara quem embaralhou isso aqui? Tá uma bosta!

– Não fomos muito além, como já disse. - ele concordou com a cabeça e jogou uma carta na mesa – Quer saber como foi?

– Na verdade não...

– Foi bom, sabe? – cortei-o. Ele revirou os olhos – Mas não a melhor transa, com certeza.

– Eu realmente não quero sa...

– Ela foi ótima, mas tem melhores. Tipo aquela sua amiga, Natalie, parece ser boa na cama.

– Cara, nem tente tocar nela.

– Você tem namorada, não tem?

– Ela é minha melhor amiga, e você é um galinha, eu sei disso e não te conheço nem a um dia. – James disse irritado. Eu apenas ri.

– Calma cara, não vou tocar nela.

– Obrigado...

– Ela que vai tocar em mim. – disse e dei uma risada. James rolou os olhos, irritado. – Ei, você vai nessa festa que uma república daqui vai dar?

– Não to afim de andar até lá.

– As repúblicas ficam a uns dois quilômetros daqui, cara.

– Quer que eu vá por que?

– Para me ajudar a pegar umas gatinhas, claro.

* * *

Depois de convencer meu novo colega de quarto a ir comigo na festa, e de lhe ensinar como ser meu wingman, voltei par ao quarto, tomei um banho e me arrumei.

– Você não pretende trazer nenhuma menina pra cá, certo? – perguntou James enquanto colocava uma camiseta listrada.

– Olha, eu não posso prometer nada. – respondi – Ei, me empresta aquele seu perfume novo?

– Cara, precisamos estabelecer algumas regras aqui. Primeiro: Não traga suas putas para o quarto. Afinal, ele é metade meu, e eu quero entrar nele na hora que eu bem entender, sem ter que me preocupar em encontrar você fodendo alguém.

– Certo... Agora me empresta o perfume?

– Você não precisa disso, tem o charme, se lembra?

– É, você tem razão.

Saímos do quarto e descemos até o saguão. Andei até a porta e olhei pra trás, procurando por James, que estava parado falando com um garoto magrelo com óculos grandes e uma câmera pendurada no pescoço. Eles vieram até mim.

– Thomas, esse aqui é o Clark. Ele vai com a gente agora, certo?

– Olá! – ele disse estendendo a mão.

Apertei sua mão.

– Qual é a da câmera? – perguntei apontando para Canon em seu pescoço.

– Eu curso fotografia. – ele explicou – Preciso sempre estar com essa minha amiga, nunca se sabe quando vai aparecer a oportunidade de uma foto perfeita.

– Sei...

– Vamos? – perguntou James. Concordei com a cabeça.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Agora estou na caverna escrevendo o terceiro capítulo, que sai em dezembro, provavelmente, por motivos de: provas e trabalhos finais.



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